Queimaduras Flashcards
Características da queimadura de primeiro grau
Acomete a epiderme
Características
Dor
Eritema
Melhora em 48-72 horas
Regeneração em 7 dias
Tratamento de queimadura de primeiro grau
Analgesia
Hidratação
Características da queimadura de segundo grau
Acomete a epiderme e derme
- Superficial – derme papilar > rosado
- Profunda – derme reticular > rosa pálido
Dor
Eritema
Bolhas
Tratamento de queimadura de segundo grau
Analgesia
Hidratação
Curativo
Antimicrobiano tópico – não há consenso em
estourar ou não as flictenas
Desbridamento cirúrgico
Características da queimadura de terceiro grau
Acomete toda epiderme e derme, pode acometer tecidos subcutâneos, músculos e ossos
Indolor
Branco nacarado/carbonizado
Firme coriáceo
Deixa cicatriz
Tratamento de queimadura de terceiro grau
Cirúrgico
O que são zonas de Jackson?
A – Coagulação
Destruição celular total
B – Estase
Células viáveis, com risco de evoluir para morte celular
C – Hiperemia
Vasodilatação compensatória
Todas as células viáveis
Indicação de intubação na lesão de via aérea superior
Moderados a graves:
• Franca insuficiência respiratória
• Piora progressiva do padrão respiratório
• Queimaduras extensas e profundas em face
• Rebaixamento do nível de consciência
• Queimaduras >40-50% SCQ
• Edema facial significativo (ex: incapacidade de deglutir)
Conduta na lesão de via aérea superior leve
O2 inalatório 100% em mascara
Sinais de lesão de via aérea superior
Tosse, rouquidão, estridor, odinofagia,
queimadura intraoral, escarro carbonáceo
Sinais de lesão de via aérea inferior
Eritema, edema, apagamento dos anéis traqueais, descamação da mucosa, exsudato fibrinoso, partículas carbonáceas, pneumonia
Broncoscopia
Tratamento de lesão de via aérea inferior
FiO2 100%, suporte
Sem consenso na literatura
Corticoterapia sistêmica/tópica endotraqueal
Irrigação brônquica +/- heparina
N-acetilcisteína aerossolizada
Sintomas de acordo com os níveis de carboxihemoglobina
0-10% - mínimos
10-20% - náuseas, cefaleia
20-30% - sonolência, letargia
30-40% - confusão, agitação
40-50% - coma, depressão respiratória
> 50% - morte
Diagnóstico de intoxicação por CO
Medida sanguínea de carboxihemoglobina > 10%
Tratamento de intoxicação por CO
O2 100%
Câmara hiperbárica (eletivo, casos leves)
Diagnóstico de intoxicação por cianeto (HCN)
Alta suspeição
Acidose metabólica
Hiperlactatemia persistente
Medição sanguínea de HCN
Tratamento de intoxicação por cianeto (HCN)
O2 a 100% + hidroxicobalamina (vit. B12)
Quais as fases da SIRS no grande queimado?
1 - Fase hipodinâmica – primeiras 24-72Horas
2 – Fase hiperdinâmica (após 24-72h)
Eventos da fase hipodinâmica da SIRS no grande queimado
• Tempestade inflamatória
• Permeabilidade vascular
• Depressão cardíaca - diminuição do débito
• Resistência vascular pulmonar
• Resistência vascular sistêmica
• Vasoconstricção esplâncnica
• Todos os fatores acima somados podem levar a edema intersticial, choque e hipovolemia.
Eventos da fase hiperdinâmica da SIRS no grande queimado
• Aumento da FC do DC e da perfusão periférica
• Diminuição da resistência vascular sistêmica
• Hipermetabolismo
• Hipercoagulabilidade
• Pode evoluir a óbito devido a infecções
Conceito de grande queimado
Sem definição na literatura
20-30% SCQ em adultos
15% SCQ em crianças
Quando fazer reposição volêmica na queimadura
> 20-30% SCQ em adultos
Como é feita a reposição volêmica na queimadura no adulto
Formula de Parkland: 4mL x Peso x % SCQ (elétrica)
ATLS: Formula de Brooke modificada: 2mL x Peso x % SCQ (chama e escaldadura)
Cristaloide aquecido (Ringer lactato) ou SF 0,9%
o Metade nas primeiras 8h do trauma
o Outra metade nas 16horas subsequentes
** Estimativa
Como é feita a reposição volêmica na queimadura na criança
3mL RL x Peso x SCQ (ATLS)
<30kg: acrescentar glicose
Como ajustar a reposição volêmica na queimadura?
Melhor resposta é a diurese:
0,5 mL/Kg/h – adulto
1mL/kg/hora – criança
Indicações de albumina no queimado
Reanimação adequada nas primeiras 24h, sem resposta
Aumenta a mortalidade se usada precoce
Cálculo de SCQ
Apenas 2° e 3° grau
- Adulto: Regra dos 9 (Wallace) / Diagrama de Lund e Browder
- Criança: cabeça 9%
Método de escolha pra cálculo de SCQ
Diagrama de Lund e Browder
Esquema vacina anti-tetânica no queimado
Brasil:
3 doses <1 ano
Reforço com 15 meses e 4 anos de idade – a partir daí a cada 10 anos
Queimado: Dose de reforço se dose de reforço há mais de 5 anos
Vantagens da sulfadiazina de prata
Indolor
Amplo espectro
Penetração intermediária
Desvantagens da sulfadiazina de prata
Leucopenia transitória
Lesão de córnea
Retarda cicatrização
Despigmentação transitória
Vantagens da acetato de mafenide
Amplo espectro
Alta penetração
Desvantagens da acetato de mafenide
Doloroso
Acidose metabólica (inibe anidrose carbônica)
Hipocalemia
Vantagens do nitrato de cério
Imunomodulador (neutraliza LPC)
Aplicação precoce – 24-48h
Junto com sulfadiazina de prata
Primeiras 24h
Tratamento da queimadura de primeiro grau
1° grau e 2° grau superficial: clínico
2° grau profundo e 3° grau: cirúrgico
Técnica cirúrgica para tratamento de queimadura
Excisão simples – queimaduras profundas e pequenas
Excisão fascial: tira independente da vitalidade
- Vantagens: Menos sangramento, Melhor controle de infecções invasivas e graves
- Desvantagens: Linfedema, Maior deformidade corporal
Excisão tangencial seguida de enxertia de pele parcial
- Padrão-Ouro
- Maior preservação tecidual
- Maior sangramento (100mL/1% SCQ desbridada) - máximo 20% SCQ/cirurgia
- Precoce – até 5° dia»_space; “A queimadura aprofunda”
- Lâmina ou Malha (1:1.5 / 3:1)
Novas tecnologias de enxerto em queimados
Banco de pele (aloenxerto)
Matriz dérmica acelular
Cultura de queratinócitos
Membrana amniótica
Xenoenxerto (pele porcina, tilápia)
Classificação de queimadura elétrica
Alta voltagem > 1000V
• Lesões graves
Baixa voltagem < 1000V
• Lesões limitadas
Tipo de corrente: direta x alternada (contrações tetânicas)
Qual a resistência dos tecidos à corrente elétrica?
Osso > Pele > Musculo > vasos > Nervos
O que é lei de Joule?
Lei de Joule: maior resistência = maior dissipação de calor
Alta resistência: queima de dentro pra fora
Quando fazer ECG para queimadura elétrica?
Todos
Quando fazer monitorização contínua para queimadura elétrica?
Perda de consciência
Alterações no ECG
Arritmias ou RCP
Quais os fatores de risco para síndrome compartimental
• Alta voltagem > 1000V
• Queimaduras circunferenciais profundas
• Lesões por esmagamento
• Fraturas associadas
• Extremidades
Classificação de hipotermia
Leve (32-35)
Moderada (28 - 32)
Grave (<28)
O que é Crestadura ou Frostnip?
Forma mais leve de lesão pelo frio
Dor, palidez e diminuição da sensibilidade da parte acometida
Reversível com aquecimento e não resulta em perdas teciduais.
Como é a lesão por congelamento?
Cristais de gelo dentro das células + por oclusão microvascular,»_space; morte tecidual
Lesão anestesiada, endurecida, fria e pálida
Como é a lesão não congelante?
Conhecido como pé (ou mão) de trincheira
Exposição a ambientes úmidos e a temperatura pouco acima do ponto de congelamento da água
Alternância de vasoespasmo e de vasodilatação arterial
Tecidos frios e anestesiados no início > hiperemia em 24 a 48 horas.
Cuidados imediatos com queimaduras por frio
Toupas úmidas e apertadas
Cobertores aquecidos
Líquidos quentes por via oral se puder + EV se rebaixamento
Colocação da parte do corpo acometida em água circulante a 40 graus, até que ocorra o retorno da perfusão e coloração do membro
Evitar abrir as vesículas (diminui infecção)
Sintomas de síndrome compartimental
• Dor (Pain)
• Parestesia
• Poiquilotermia
• Palidez
• Perda do pulso: TARDIA
Diagnóstico de síndrome compartimental
• Membro firme, Edemaciado, Tenso, Duro
à palpação
• Dosagem de CPK
• Pressão compartimental > 30mmHg
Ultimo achada de exame fisico na síndrome compartimental
Perda de pulso
Quais os compartimentos dos MMSS e MMII?
MMSS: Flexores, extensores, lateral
MMII; Anterior, Lateral, Posterior superficial, Posterior profundo
Tratamento de síndrome compartimental
Fasciotomia;
- CC
- Cobertura temporária
- Revisão cirúrgica em 24-72h
Diagnóstico de rabdomiólise
• Aumento de CPK
• Hipercalemia
• Hipocalcemia
• Mioglobinúria
Tratamento da rabdomiólise
Hidratação venosa p/ diurese?
o 1 -1,5 mL/Kg/h - 100 mL/h em adultos
o 2 mL/Kg/h em crianças < 30kg
Alcalinização urinária?
Manitol?
Clínica de queimadura por raio
Lesões cutâneas mínimas a queimaduras profundas
Queimaduras de espessura total nas pontas dos dedos dos pes
Lesão de Lichtenberg: patognomônica
Qual a lesão patognomônica de queimadura por raio?
Lesão de Lichtenberg
O que é lesão de Jellinek?
Entrada da corrente elétrica
Complicação crônica de trauma elétrico
Oftálmicas (5-20%) – catarata
Neuropsiquiátricas
O que é queimadura por flash burn/arco voltaico?
Lesão por dissipação, corrente não circula no corpo
Trata igual por chama, na dúvida, tratar como elétrica
Quais os mecanismos possíveis de queimadura química?
Corrosivo – desnaturação de proteínas
Envenenamento protoplásmico: quelação/ inibição de eletrólitos
Vesicante: isquemia e necrose
Dessecante: desidratação e liberação de calor
Clínica e tratamento de queimadura por fenol/ ácido carbólico
Peelings
o Manifestações:
§ Dermatite
§ Arritmias
§ Lesão renal aguda
§ Edema pulmonar
o Tratamento
§ Polietilenoglicol (PEG)
§ Bic. Sódio
Clínica e tratamento de queimadura por Ácido clorídrico (muriático) e Ácido sulfúrico
Clínica:
Úlceras brancas/acinzentadas
Lesão inalatória e de mucosas; dor abdominal
Tratamento:
Irrigação e desbridamento
Clínica e tratamento de queimadura por Ácido fluorídrico
o Corrosivo e envenenamento protoplasmático
o Manifestações:
§ Dor
§ Arritmias
§ Insuficiência respiratória
§ Tetania
o Tratamento
§ Gluconato de cálcio
§ Correção DHE
§ Bic. Sódio
§ Hemodiálise
Laboratório da queimadura por Ácido fluorídrico
Hipo-CA
Hipo-Mg
Hiper-K
Acidose metabólica
Clínica e tratamento de queimadura por Ácido fosfórico
o Produtos de limpeza, fertilizantes, aditivos,
pesticidas, fogos de artificio e armas militares (Ucrânia x Russia)
o Manifestações
§ Ulceras dolorosas e amareladas
§ Lesões oculares e respiratórias
§ Odor de alho
o Tratamento
§ Irrigação
§ Retirada mecânica das partículas
§ Sulfato de cobre %
Clínica e tratamento de queimadura por Álcalis
Necrose por liquefação, mais profundas e
dolorosas (cal, cimento e etc)
Irrigação
Clínica e tratamento de queimadura por Piche
Queimaduras apos resfriamento – liquenificação
Tratamento: Remoção com substâncias oleosas.
O que é contratura?
Contração patológica que leva a perda de função
Objetivo da zetaplastia na contratura
Alongar uma cicatriz
Quebrar uma linha reta
Ambiente fechado
Mover tecidos de uma área a outra
Obliterar ou criar uma fenda
O que é úlcera de Marjolin?
CEC invasivo indiferenciado agressivo em cicatriz de queimadura
Latência média de úlcera de Marjolin
30 anos
Prognóstico da úlcera de Marjolin
Metástase linfonodal em 30%
Sobrevida em 5 anos <10%
Tratamento da úlcera de Marjolin
• Excisão cirúrgica com margens amplas
• Linfonodo sentinela
• Esvaziamento linfonodal
• Amputação
Indicações de internação de queimado
- Queimadura de 3º grau > 5% se superfície corporal queimada (SCQ);
- Queimaduras de 2º grau >15% SCQ;
- Queimaduras de face, extremidades, pescoço e períneo;
- Queimadura circunferencial de extremidades ou do tórax;
- Queimaduras elétricas;
- Inalação de fumaça ou lesões de vias aéreas.
Indicações de transferência para centro de queimados
- Queimaduras de espessura parcial com mais de 10% da área total da superfície corporal;
- Queimaduras que envolvem a face, mãos, pés, genitália, períneo ou grandes articulações;
- Queimaduras de terceiro grau em qualquer faixa etária;
- Queimaduras elétricas, incluindo ferimentos causados por raios;
- Queimaduras químicas;
- Lesão por inalação;
- Lesão por queimadura em pacientes com distúrbios médicos preexistentes que podem complicar o manejo, prolongar recuperação ou afetar a mortalidade;
- Pacientes com queimaduras e traumas associados em que a represente maior risco de morbidade ou mortalidade;
- Crianças queimadas caso o hospital não possua equipe ou equipamentos adequadas para a faixa etária;
- Queimadura em pacientes que necessitarão de intervenção social, emocional ou de reabilitação especial.
Lesões primárias na explosão
Mecanismo: impacto da onda de choque supersônica no corpo
- Barotrauma pulmonar (explosão pulmonar)
- Ruptura da membrana timpânica e danos na orelha média
- Hemorragia abdominal e perfuração intestinal
- Ruptura do globo ocular
- TCE
Lesões secundárias na explosão
Mecanismo: Impacto de detritos da explosão no corpo
- Lesões penetrantes ou fechadas
- Penetração nos olhos (evidente ou oculta)
Lesões terciárias na explosão
Mecanismo: Impacto do corpo lançado pela explosão em superfícies ambientais ou fragmentos
- Fraturas e amputações traumáticas
- Lesão cerebral fechada e aberta
Lesões quaternárias na explosão
Mecanismo: Processos independentes de lesão por explosão primária, secundária ou terciária
- Queimaduras
- Lesões por esmagamento traumático com rabdomiólise e síndrome compartimental
- Lesão no trato respiratório de tóxicos inalados
- Asma, angina ou infarto do miocárdio deflagrados pelo evento
Lesões quinquenárias na explosão
Mecanismo: Presume-se que resultem de materiais tóxicos absorvidos pelo corpo a partir da explosão. Atingem o sistema imunitário e, talvez, o sistema nervoso autônomo > estado hiperinflamatório imediato
- Febre
- Diaforese
- Baixa pressão venosa central
- Edema tecidual