Puericultura - conceitos gerais Flashcards
Frequência de consultas
- 1ª semana de vida
- 1 mês
- 2 meses
- 4 meses
- 6 meses
- 9 meses
- 12 meses
- 18 meses
- 24 meses
- Anual a partir dos 2 anos de vida
Rastreios (3)
- Hemograma - Se criança com fatores de risco ou suspeita de anemia
- EPF - se fatores de risco para parasitoses ou área endêmica
- Perfil lipídico - Se pais ou avós com DCV precoce (homem < 55a e mulher < 65a) ou pais com colesterol total > 240
- Iniciar com 2 anos de idade e repetir a cada 3-5a
Tipos de aleitamento (4)
- AM exclusivo - A criança recebe apenas leite humano (da mãe ou ordenhado), ideal para os 6 meses de vida
- Não contamos medicamentos, SRO e suplementação de vitaminas
- AM predominante - leite materno + outros líquidos que não leite (água, chá, suco)
- Não recomendado em nenhuma situação
- Risco de contaminação do alimento
- Chás podem ter substâncias que interfiram na absorção de minerais
- AM misto ou parcial - leite materno + outros leites (fórmula, vaca, cabra etc.)
- AM complementado - leite materno + alimentos sólidos e semissólidos
- Idealmente manter minimamente até os 2 anos - após isso, pode manter até quando a mãe e a criança quiser
Composição do leite humano (LH) x leite de vaca (LV) (6)
- Menos proteína
- Menor porcentagem de caseína - Sobrecarga proteica pode acabar com rim do bebê
- Proteína do soro é alfa-lactoalbumina
- LV é a beta-lactoglobulina, muito alergênica
- Mais fácil de digerir, altíssimo valor biológico
- Menos eletrólitos
- Menos Na → menor sobrecarga renal
- RN tem menor capacidade de concentração urinária
- LV desde início da vida aumenta risco de HAS
- Menos Na → menor sobrecarga renal
- Mais lactose
- Torna fezes mais ácidas e fluidas
- Acidez facilita absorção de cálcio
- Evita constipação
- Mais gorduras (+ qualidade no LH)
- Colesterol, LC-PUFA (ácido aracdônico, DHA)
- Lipase - ativada no TGI, ajuda a digerir
- Qualidade favorece bom desenvolvimento do SNC (mielina) e retina
- Quantidade de ferro semelhante
- Ambos tem e é pouco
- LH tem maior biodisponibilidade pois tem lactoferrina em grande quantidade (quela ferro, é menos perdido em TGI)
- Lactoferrina é bacteriostático
- Fatores de proteção do LH
- Específicos
- Mulher tá sempre exposta a vários antígenos e produz, entre outros, IgA secretória que passa pelo leite para o bebê = anticorpo grátis dos microrganismos que estão no local que ela vive
- Inespecíficos
- Fator bífido
- Prebiótico - alimenta bactérias saprófitas, impedindo crescimento de bactérias patogênicas
- Bacteriostático
- Lisozima
- Capacidade de lisar bactérias
- Aumenta a partir do 6º mês da criança - justamente quando vai diminuindo concentração de anticorpos advindos da placenta
- Lactoferrina
- Bacteriostático
- Retira ferro como alimento das bactérias
- Lactoperoxidase
- Fator bífido
- Leite pasteurizado não tem o mesmo valor biológico do leite cru
- Pasteurização do LH mata as bactérias (permitindo doação, por exemplo) mas inativa a maior parte desses fatores
- Específicos
Mudanças do LH durante a lactação (3)
- Colostro (maior quantidade no 3º-5º dia)
- Mais proteína, eletrólitos e vitaminas lipossolúveis (principalmente A)
- É quase um transudato do plasma
- Coloração amarelada (pelas vitaminas)
- Mais proteína, eletrólitos e vitaminas lipossolúveis (principalmente A)
- Leite de transição
- Leite maduro
- Inicia ~2ª semana
- Mais gordura e mais lactose
- Se mantém até o fim da amamentação
Mudanças do LH durante a mamada
- Leite anterior
- Solução
- Proteína do soro, lactose e muita água (leite “aguado”)
- Leite posterior
- Emulsão
- Mais gordura → ganho de peso
- Fica pro final senão criança ficaria saciada muito mais cedo
- Produzido durante a mamada
- Isso ocorre porque o leite é produzido também durante a mamada
- Criança deve ficar no peito até sentir que ela esvaziou - se criança ainda estiver com fome, oferecer a outra mama
Até que idade é recomendado evitar LV?
- Até 1 ano de idade pela SBP
- Até os 9 meses de idade pelo MS
- Fórmula é de LV só que muito modificado para se tornar mais semelhante ao LH - mas nunca chegam aos pés
Frequência e duração ideal da mamada
- Livre demanda - quando e por quanto tempo o bebê quiser
- O intervalo de 3-3h NÃO EXISTEEEEEE
- Mudar de mama quando acabar o leite daquele seio
- Não limitar a duração da mamada
Técnica de amamentação - quais os tópicos necessários orientar
- Posicionamento
- Pega
Técnica de amamentação - posicionamento (4)
- Posicionamento (como a mãe segura a criança)
- Criança bem apoiada
- Cabeça e tronco no mesmo eixo
- Corpo próximo ao da mãe (barriga com barriga)
- Rosto de frente para a mama
Técnica de amamentação - pega (4)
- Boca bem aberta
- Lábio inferior evertido
- Mais aréola acima da boca do que abaixo
- Queixo toca a mama
Armazenamento do leite - ordenha, onde guardar, quanto tempo pode ficar guardado e como ofertar
- Ordenha
- Manual
- Bombas mecânicas
- Coleta leite em frascos de vidro higienizados
- Pois plástico idealmente não deve ser aquecido
- Armazenar em geladeira por 12h ou congelador / freezer por 15 dias (MS)
- Ofertar com copinho
- Principalmente nas primeiras semanas de vida
- Para evitar confusão de bico - sucção da mamadeira é muito mais fácil do que o seio, e ele “perde” o jeito de ordenhar a mama
Contraindicações à amamentação - absolutas (3) e relativas (4)
- Doenças maternas
- Absolutas - HIV e HTLV
- HIV a principal via de transmissão é no parto, mas também transmite via leite
- HTLV a principal via de transmissão é leite
- Independe de sintomas e carga viral
- Relativas
- Herpes simples - não pode haver contato com a lesão em atividade
- Suspender se lesão em mama - ordenhar leite e descartar (evita ingurgitamento)
- CMV - se RN < 30 semanas
- Mas normalmente esse RN ta em dieta zero e não tem capacidade de sucção
- Leite pode ser pasteurizado e ofertado pro bebê
- Se > 30 semanas não tem problema - até pode ser infectado mas não tem repercussões clínicas
- Doença de Chagas - se fase aguda (parasitemia) ou lesão sangrante
- Herpes simples - não pode haver contato com a lesão em atividade
- Absolutas - HIV e HTLV
- Motivos da criança
- Absoluta - galactosemia
- Erro inato do metabolismo da galactose - deficiência de GALT
- Lactose = glicose + galactose
- Causa icterícia, catarata, sepse por E. coli
- Não pode receber leite de origem animal - há fórmulas sem lactose + suspender lactose em geral
- Erro inato do metabolismo da galactose - deficiência de GALT
- Relativa - fenilcetonúria
- Acúmulo de fenilalanina → deficiência intelectual progressiva
- Leite materno em volume controlado + fórmula sem fenilalanina com controle sérico dos níveis de fenilalanina
- Absoluta - galactosemia
- Uso de medicamentos
- Seguros x uso com cautela x contraindicados
- Amiodarona pode levar a hipotireoidismo do bebê
- Lista enorme - sempre checar
Quais doenças acham que contraindica amamentação porém não são contraindicações?
-
B, HepB e COVID-19 não contraindicam
- TB - iniciar quimioprofilaxia primária no bebê, amamentar ao ar livre com máscara
- HepB - bebê recebe vacina + Imunoglobulina
Abordagem de dor e fissura (5)
- Tipicamente associado a pega inadequada
- Pode impedir a amamentação pela dor
- Tratamento
- Orientar a técnica adequada
-
Manter aleitamento - começar pela mama menos afetada e ordenhar antes da mamada
- Se interromper, tem chance de depois não voltar
- Começar pela mama menos afetada pois é quando a sucção é mais vigorosa
- Ordenhar antes estimula o reflexo de ejeção, facilitando a saída do leite → menor esforço do bebê → menos dor
- Orientar posições diferentes
- NÃO APLICAR POMADAS
- Evitar exposição solar - pode ressecar e atrasar cicatrização
Abordagem do ingurgitamento (3)
- Causado por acúmulo de leite + congestão por obstrução linfática
- Aumento de volume de mama + difusamente dolorosa e hiperemiada
- Pode haver nódulos linfáticos (”empedramento”)
- Tratamento
- Manter aleitamento
- Ordenhar excesso e antes da mamada
- Facilita a pega, porque se mama tiver muito distendida dificulta a vida do bebê
- Pode armazenar pra ela ou mandar pro banco de leite
- Compressas frias após a mamada
- Se fizer antes contrai os ductos e dificulta o esvaziamento)
Quadro clínico e Abordagem candidíase mamária
- Mama com pele vermelha e brilhante + Dor em agulhada / fisgada
- Não tem placas brancacentas típicas de candidíase em outros sítios
- Tratar mãe e criança
- Inicialmente tentamos tópico em mama; Se falha = tratamento VO
- Criança → nistatina VO
Quadro clínico e abordagem da mastite
- Processo inflamatório por estase do leite com ou sem infecção - quando presente, causada por S. aureus
- Fissura → ingurgitamento → mastite
- Tratamento
- Manter aleitamento materno
- Ordenha do bebê ajuda a melhorar o quadro
- Avaliar ATBterapia (cobrir S. aureus)
- Manter aleitamento materno
Esquema de introdução alimentar conforme idade
- 6 meses = LM livre demanda + 3 refeições (almoço ou jantar + 2 lanches de fruta {manhã e tarde})
- Não há contraindicação de iniciar as 3 no mesmo dia
- 7-8 meses = LM + almoço + jantar + 2 lanches
- 9-11 meses = ajustar consistência
- 12 meses = cardápio da família (se família saudável rs)
- É necessário várias exposições do alimento (~8x) - neofobia, comum do lactente por não conhecer o alimento
O que deve conter na papa principal?
Evitar uso do termo “papa salgada”
- Não acrescentar sal, basta o sódio intrínseco (SBP) OU em pequena quantidade (MS)
- Cereal ou tubérculo
- Proteína animal - carne ou ovo (sim, pode iniciar a partir dos 6m)
- Leguminosa (feijões, lentilha)
- Hortaliças (verduras e legumes)
Tópicos principais dos 12 passos da alimentação saudável (8)
- AM até os 6 meses, manter LH até os 2 anos
- Evitar LV no 1º ano de vida
- Oferecer alimentos in natura - evitar açúcar (até os 2 anos) e ultraprocessados
- Oferecer comida amassada (não triturada) e na alimentação da família (família saudável)
- Que o momento de comer seja saudável, de relacionamento com a família (sem telas)
- Respeitar sinais de fome e saciedade
- Higiene na preparação
- Proteger criança de publicidade
Saúde bucal - quando começar a escovar os dentes
Escovar os dentes com fluor 2x/dia desde o surgimento dos primeiros dentes decíduos (de leite
Quantidade de pasta de dente conforme idade
- < 3 anos - pasta do tamanho do grão de arroz (não sabe cuspir)
- > 3 anos - pasta do tamanho de grão de ervilha
Crescimento - conceito 1000 dias
1000 dias (gestação + os primeiros 2 anos de vida) - Qualquer insulto grave durante esse período tende a comprometer toda a vida da criança
Fatores que interferem com o crescimento (5)
- Fatores intrínsecos
- Genéticos
- Potencial genético (interação genes maternos e paternos)
- Anomalias genéticas
- Neuroendócrinos
- Genéticos
- Fatores extrínsecos
- Nutricionais (desde intrauterino)
- Ambiente
- Atividade física
Etapas de crescimento e influência dos fatores (4)
- Intrauterino
- Potencial genético tem pouca importância
- Ambiente uterino é o principal fator - suprimento placentário adequado
- Principal hormônio de crescimento é a insulina
- Mãe DMG com hiperglicemia → criança responde produzindo insulina para não haver hiperglicemia
- Lactente (até 2 anos)
- Crescimento intenso e desacelerado
- Principal fator é a nutrição
- Infantil
- Principal fator é o potencial genético
- Filhos de pais muito baixos podem ter inclusive queda na curva
- Crescimento constante
- Principal fator é o potencial genético
- Puberal
- Principal fator são os esteroides sexuais
- Único momento da vida que há aceleração constante - estirão da puberdade
- Fase final de crescimento - ganhamos até 20% da estatura final
O que avaliamos no crescimento da criança? O que cada um destes pode refletir?
- Peso (Indicador sensível - sofre variações muito rápidas, que refletem variações na saúde da criança)
- Estatura (Para alterar altura, deve ser uma injúria mais “crônica”)
- Perímetro cefálico (Reflete o crescimento cerebral - que alcança o máximo nos primeiros 2 anos de vida (mas não medir apenas até os 2 anos))
Peso - padrão de ganho
- RN pode perder até 10% do peso, recuperado com ~10d de vida
- Peso duplica entre 4-5 meses e triplica no final do 1º ano de vida
- 1º trimestre 700 g/mês OU 25-30g/dia
- 2º trimestre 600 g/mês
- 3º trimestre 500 g/mês
- 4º trimestre 400 g/mês
Estatura - como medir
- < 2 anos = comprimento (deitada)
- > 2 anos = altura (em pé)
- A medida em pé é menor (até 0,7cm)
- As curvas são construídas levando isso em consideração
Estatura - padrão de ganho
- Crescimento de 25 cm/ano no 1º ano de vida; ~15 cm no 1º semestre e ~10 cm no 2º semestre
- 1 º trimestre 3,5 cm/mês
- 2 º trimestre 2 cm/mês
- 3º trimestre 1,5 cm/mês
- 4º trimestre 1,2 cm/mês
Perímetro cefálico - padrão de ganho
- Nasce com ~35 cm e ganha ~12 cm no primeiro ano
- 1º trimestre 2 cm/mês
- 2º trimestre 1 cm/mês
- 2º semestre 0,5 cm/mês
DNPM - o que avalia e padrão de evolução
- Avalia o surgimento de novas habilidades
- Motor - basicamente, locomover
- Adaptativo (motor fino) - basicamente, habilidade manual
- Pessoal-social
- Linguagem - basicamente, comunicação
Segue sequência crânio-caudal (locomoção) e medial-lateral (motor fino)
Fatores de risco para distúrbios do desenvolvimento (9)
- Genéticos (ex: Sd de Down)
- Biológicos
- Baixo peso ao nascer (4x risco)
- Complicações neonatais
- Prematuridade (60% a mais que bebê a termo)
- Hipóxia neonatal
- Infecções
- Ambientais
- Fatores familiares
- Ambiente físico
- Fatores sociais
Manifestações de distúrbios do desenvolvimento
- Déficit mental
- Redução notável do funcionamento intelectual significativamente inferior a média
- Principais causas são hipóxia perinatal e infecções congênitas
- Inicia no período de desenvolvimento
- Associado a limitações em pelo menos 2 destes:
- Comunicação
- Cuidados pessoais
- Atividades de vida diária
- Habilidades sociais
- Utilização de recursos comunitários
- Autonomia
- Aptidões escolares
- Lazer
- Trabalho
- Motores (ex: paralisia cerebral)
- Auditiva
- Visual
- Relacional
- Distúrbios na interação social e na comunicação
- Ex: autismo
Abordagem na suspeita de distúrbio do desenvolvimento
- Orientar pais sobre importância de estimular a criança
- Se fator de risco → orientar sinais de alerta
- Se atraso de ≥ 1 marco para sua idade → orientar estimular e retorno com 30d
- Se alteração em PC, alterações fenotípicas ou atraso de ≥ 1 da faixa etária anterior → avaliação neuropsicomotora
DNPM RN
- Postura tônico-cervical - bebê tende a manter membros fletidos e cabeça pro lado (tônus cervical é menor que dos membros). Se mantém no 1º trimestre de vida
- Cabeça pendente (não firma o pescoço)
- Fixa a visão
- Prefere face humana
- Alcance visual até mama e face da mãe
DNPM 1º mês
- Postura tônico-cervical
- Eleva queixo quando em posição prona
- Segue objeto em movimento
- Sorri (não é sorriso social)
DNPM 2 meses
- Posição tônico-cervical
- Eleva cabeça
- Segue objetos 180º
- Sorriso social
- Vocaliza (sons primitivos)
DNPM 3 meses
- Postura tônico-cervical
- Eleva cabeça e tronco em posição prona
- Estende a mão em direção a objeto
- Se pegar o objeto é por reflexo de preensão palmar, mantido até 3º trimestre de vida
- Contato social
- Vocalização (aaaaaa, ngah)
DNPM 4 meses
- Cabeça centralizada
- Senta COM apoio no tronco
- Pega palmar cubital (propositalmente)
- Junta mãos em linha média
- Olha para o centro
- Ri alto, gargalha
DNPM 6-7 meses
Fase troncular
- Senta sem apoio por pouco tempo (depois apoia nos braços)
- Rola
- Pega palmar radial (consegue pegar objetos maiores)
- Solta objetos
- Transfere objeto entre as mãos
- Leva objetos a boca
- Prefere a mãe
- Fala polissílabos vogais ou lalação (babababababa)
DNPM 9-10 meses
Fase do quadril
- Senta sem apoio por longos períodos
- Capaz de engatinhar - alguns bebês podem começar a andar sem engatinhar
- Pode andar lateralmente
- Consegue fazer pinça inferior mas não pega objetos com a pinça
- Solta objeto se retirado
- Estranha outras pessoas
- Acena
- Sentido de permanência do objeto (Brinca de “cadê”)
- Se esconder objeto ela sabe que ele segue lá
- Polissílabas mais curtas (mamama) - mais curto e organizado mas ainda sem significado
DNPM 12 meses
- Anda com apoio
- Se levanta sozinho
- Pega com pinça
- Brinca (joga bola)
- Pronuncia algumas palavras com significado (papa, mama, vovo, auau)