Pneumonia adquirida da comunidade (PAC) Flashcards

1
Q

Conceito

A

PAC = Infecção aguda do parênquima pulmonar adquirida na comunidade, ou seja, por microrganismos não hospitalares (nosocomial)
Em geral cursa com febre + sintomas respiratórios + evidência de acometimento de parênquima (via exame físico ou exames de imagem)

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2
Q

Sazonalidade

A

Tanto vírus quanto bactérias causadoras de pneumonia são mais prevalentes em meses frios
Em países tropicais não há essa distinção de sazonalidade tão explícita

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3
Q

Fatores de risco (6)

A
  • Baixa condição socioeconômica
  • Criança ou outras crianças que moram em mesma casa frequentam creche / escola
  • Alterações cardiopulmonares
    • Doença cardíaca congênita
    • Displasia broncopulmonar
    • Fibrose cística
    • Asma
  • Outras condições médicas
    • Anemia falciforme
    • Alterações neuromusculares, principalmente as que cursam com diminuição do nível de consciência
    • Alterações gastrointestinais
      • DRGE
      • Fístula traqueoesofágica
    • Imunodeficiências congênitas ou adquiridas
  • Tabagismo ativo ou passivo
    • destrói os mecanismos de defesa pulmonar - tanto mucociliar quanto atividade macrofágica
  • Abuso de substâncias
    • Adolescentes em abuso de substâncias aumenta o risco de aspiração pela diminuição do reflexo de tosse e epiglótico
    • Uso de álcool associa a colonização de orofaringe com bacilos GN
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4
Q

Principais agentes etiológicos em < 2 meses (2)

A
  • Mais comuns são microrganismos advindos da mãe
  • Streptococcus agalactie (grupo B)
  • Gram-negativos entéricos
    • E. coli
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5
Q

Principais agentes etiológicos em < 2 anos (7)

A
  • Etiologia viral é o mais comum
  • A pneumonia afebril da infância (ATÍPICA) ocorre tipicamente entre 2 semanas a 4 meses de idade e é mais causada por C. trachomatis, CMV, M. hominis e U. urealyticum
  • Bordetella pertussis também é uma causa comum
  • S. pneumoniae, S. aureus e H. influenzae tbm merecem destaque
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6
Q

Agentes da pneumonia afebril da infância (3) e idade típica

A

A pneumonia afebril da infância (ATÍPICA) ocorre tipicamente entre 2 semanas a 4 meses de idade e é mais causada por C. trachomatis, CMV, M. hominis e U. urealyticum

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7
Q

Principais agentes etiológicos em < 5 anos (9)

A
  • Vírus são a etiologia mais comum
    • Principal é VSR, surgindo como uma expansão da bronquiolite causada por esse agente
    • Influenza A e B
    • Metapneumovírus humano
    • Adenovírus
      • Sorotipos 3, 7 e 21 são associados a quadros mais graves e complicados
    • Parainfluenza (principalmente tipo 3)
    • Enterovírus
    • Coronavírus
    • Rinovírus
  • Bactérias - S. pyogenes, aureus e pneumoniae estão mais associados a morbimortalidade
    • S. pneumoniae é a principal etiologia após as primeiras semanas de vida
    • S. aureus, principalmente MRSA, tem crescido como causa de PAC
      • Quando há pneumatocele + derrame / abscesso deve chamar atenção para S. aureus
      • Sempre pensar em < 1ano, principalmente com porta de entrada
    • H. influenzae (tipo B e outros sorotipos não identificados) é incomum após o advento da vacina
    • Moraxella catarrhallis
    • S. pyogenes também tem crescido como causa de PAC
    • Atípicas
      • Mycoplasma pneumoniae
      • Chlamydia tracomatis
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8
Q

Quando pensar em S. aureus (achados sugestivos) (3)

A
  • Quando há pneumatocele + derrame / abscesso deve chamar atenção para S. aureus
  • Sempre pensar em < 1ano, principalmente com porta de entrada
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9
Q

Principais agentes etiológicos em > 5 anos (4)

A
  • S. pneumoniae é a causa bacteriana mais comum
    • MRSA é causa importante de PAC complicada com empiema e necrose
  • M. pneumoniae é mais comum nessa faixa etária do que entre < 5 anos (atípica)
  • C. pneumoniae também é uma causa mais comum entre > 5 anos e adultos jovens
  • Vírus
    • É mais raro do que entre os < 5 anos mas vírus também podem causar pneumonia em crianças mais velhas
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10
Q

Fatores de risco para pneumonia aspirativa (9)

A
  • História de convulsões
  • Anestesia
  • Episódios de redução do nível de consciência
  • Doença neurológica
  • Disfagia
  • DRGE
  • Abuso de álcool ou outras substâncias
  • Uso de SNG
  • Aspiração de corpo estranho
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11
Q

Conceito de pneumonia nosocomial e agentes mais comuns (2)

A
  • Assim considerada quando pneumonia ocorre ≥ 48h após admissão hospitalar e não estava incubada antes desse período
  • Comumente causado por bacilos GN ou S. aureus
  • Comumente está relacionado a UTI e procedimentos invasivos como VCM, cateters e uso de ATB de amplo espectro
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12
Q

Fisiopatologia “típica”

A

Em um cenário típico, há uma IVAS precedendo o quadro, permitindo a invasão do trato respiratório inferior por bactérias, vírus ou outros patógenos. As vias aéreas inferiores ficam repletas de leucócitos, fluidos e debris celulares, diminuindo a complacência pulmonar, aumenta a resistência, obstrui vias aéreas menores e pode levar a aprisionamento de ar, colapso de alvéolos e alteração na relação ventilação-perfusão. Se grave, pode haver necrose do epitélio brônquico, bronquiolar e/ou pulmonar

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13
Q

Quadro clínico “típico”

A
  • Febre
  • Tosse
  • Taquipneia (principal achado em < 5 anos)
  • Desconforto respiratório
  • Achados em ausculta (redução MV, crepitações, sibilos)
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14
Q

Achados de efusão pleural - clínica e exame físico (4)

A
  • Dor pleurítica
  • Achados de efusão pleural
    • Dor torácica
    • Macicez a percussão
    • MVF diminuído
    • Som de atrito pleural
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15
Q

Achados importantes em neonatos e crianças pequenas (4)

A
  • Dificuldade de alimentar-se
  • Inquietação
  • Irritação
  • Febre - Pode ser o único sinal em crianças jovens sem sinais clínicos de pneumonia porém com febre ≥ 39ºC + leucocitose + RX de pneumonia
  • Pode estar afebril na pneumonia afebril por atípicos
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16
Q

Achados importantes em crianças maiores (3)

A
  • Dor torácica pleurítica (respiratório dependente)
  • Dor abdominal
    • Referida de acometimento de lobos inferiores
  • Rigidez de nuca
    • Referida de acometimento de lobos superiores
17
Q

Taquipneia segundo faixa etária (3)

A

< 2 meses se ≥ 60 irpm
2-11 meses se ≥50 irpm
1 a 4 anos se ≥ 40 irpm

18
Q

Sinais de desconforto respiratório (8)

A

Inclui taquipneia, hipoxemia (SatO2 <90%), tiragens subcostais / intercostais / supraesternais, batimento de aleta nasal, gemência, uso de músculos acessórios, apneia e alteração de estado mental

19
Q

Sinais de gravidade (7)

A
  • Hipoxemia < 92%
  • Sinais de DR
  • Estridor em repouso
  • Desidratação ou risco de desidratação
  • Aparência toxêmica
  • Convulsões
  • Sonolência
20
Q

Indicação de RX (7)

A
  • Doença grave (porque vai internar)
    • Confirma o diagnóstico e identifica complicações
  • Confirmar dx se clínica é inconclusiva
  • Hospitalização
  • História de pneumonia recorrente
  • Exclusão de outros fatores de dispneia
    • Principalmente em pacientes com alterações cardiopulmonares ou outras comorbidades
  • Diagnóstico de complicações
    • Principalmente se pneumonia prolongada e/ou sem resposta a ATB
  • Exclusão de pneumonia em crianças jovens com febre ≥39ºC e leucocitose ≥ 20k / crianças mais velhas com febre > 38ºC e leucocitose > 15k
21
Q

RX é necessário para dx? e para acompanhar tto?

A

NÃO
Não são necessários para o diagnóstico se a pneumonia é leve, sem complicações e passível de tratamento domiciliar

Não é necessário para “avaliar cura”
- A imagem pode permanecer por semanas após o fim do tratamento bem sucedido

22
Q

Padrão em Radiografia X agentes mais comuns (5)

A
  • Pneumonia lobar (Envolve segmento de um lobo ou todo um lobo - respeita as fissuras) = Padrão clássico de S. pneumoniae
  • Broncopneumonia (Envolve primariamente as vias aéreas e o parênquima adjacente - aspecto difuso e multifocal) = Mais comum em S. pyogenes e S. aureus
  • Pneumonia intersticial (padrão reticular difuso) = Geralmente ocorre em pneumonia viral grave e/ou bacteriana atípica
  • Pneumonia redonda = Mais comumente causada por S. pneumoniae
  • Pneumonia necrotizante = Associado a pneumonia aspirativa e por S. pneumoniae, S. pyogenes e S. aureus
23
Q

Cite as principais complicações (3)

A
  • Derrame pleural
  • Abscesso pulmonar
  • Pneumatocele
24
Q

Derrame pleural - quando suspeitar, achado em exame de imagem, quando drenar

A
  • Visto como apagamento do seio costofrênico e compressão do parênquima pulmonar do lado acometido
  • Se em grande quantidade nos aponta para etiologia bacteriana
  • Sempre pensar quando falha terapêutica
  • Pode ser visto com USG ou RX
  • Empiema = drenagem
    • Aspecto macroscópico purulento (por multiplicação das bactérias no líquido pleural)
    • pH 7,2 ou glicose < 40
    • Bactérias presentes no líquido (Gram ou cultura)
  • Se > 1cm = toracocentese
  • Se exsudato inflamatório → tratamento conservador com ATB (já usado na pneumonia)
  • Empiema → drenagem
25
Q

Abscesso pulmonar - achado em exame de imagem

A

Visto como lesão cística com nível hidroaéreo, indicando líquido em seu interior

26
Q

Pneumatocele - achado de imagem, qual principal agente relacionado

A
  • Imagem cavitária com parede fina, uma “bolha” de ar
  • Derrame + pneumatocele → pensar em S. aureus
27
Q

Critérios para tratamento ambulatorial

A

Boas condições sociais e clínicas, ou seja, sem sinais de gravidade

28
Q

Critérios de internação (7)

A
  • Falha no tratamento ambulatorial
  • Motivo social
  • < 6 meses, prematuro ou baixo peso
    • Principalmente < 2 meses
  • Sinais de gravidade
    • Hipoxemia < 92%
    • Sinais de DR
    • Estridor em repouso
    • Desidratação ou risco de desidratação
    • Aparência toxêmica
    • Convulsões
    • Sonolência
  • Suspeita de alta virulência
  • Comorbidades
    • Desnutrição grave
    • Doença grave debilitante que pode descompensar
      • Cardiopatia
      • Pneumopatia crônica
      • Doença falcêmica
  • Presença de complicações
    • Derrame pleural
    • Abscesso pulmonar
    • Pneumatocele
29
Q

Tratamento ambulatorial - recomendações gerais (6)

A
  • Utilizar sintomáticos para febre e dor
  • Garantir hidratação da criança
  • Realizar lavagem nasal
  • Antitussígenos não são recomendados
  • Tosse e dispneia podem se manter por semanas após a resolução do quadro
  • Orientar sobre manutenção do quadro respiratório pelas próximas 48-72h
    • Febre pode se manter por vários dias após terapia instituída
30
Q

Tratamento ambulatorial - qual intervalo de reavaliação?

A

Orientar reavaliação em 48-72h

31
Q

Ambulatorial - opções de ATB para cobrir bactérias típicas

A
  • Amoxicilina 50-80 mg/kg/dia 8-8h 7d
    • Se alergia a penicilina usamos as outras opções abaixo
  • Clindamicina 7d
  • Macrolídeos
32
Q

Ambulatorial - opções de ATB para cobrir bactérias atípicas

A
  • Macrolídeos - Azitromicina 10 mg/kg/da em tomada única 5d
  • Doxicilina 7d
  • Levofloxacino 7d
    • fluoroquinolonas não são recomendadas para crianças < 8 anos
33
Q

Tratamento ambulatorial - esquema terapêutico

A

Iniciar com Amoxicilina e reavaliar em 72h
Se melhora, manter por 5-10 dias e/ou 3-5 dias após resolução dos sintomas
Se SEM melhora, reavaliação clínica e RX tórax

Se sem complicações
Associar Azitromicina

Se com complicações ou não resposta mesmo após Azitromicina -> internação

34
Q

O que pensar se falha terapêutica (4)

A
  • Surgimento de complicações
    • Derrame pleural
    • Empiema
    • Pneumonia necrosante
    • Abscesso pulmonar
  • Cobertura inadequada
    • Se iniciou com Azitromicina realizar tratamento para pneumococo
    • Pneumococo, atípicos e S. aureus podem ser resistentes a penicilina - Substituimos por Clindamicina ou Linezolida
  • Imunodeficiência
  • Diagnósticos alternativos
    • Aspiração de corpo estranho
    • Tuberculose
35
Q

Tratamento hospitalar por gravidade

A

Não complicada - total de 7 dias; transicionamos de parenteral para VO após 24-48h afebril
Típicos = Amoxicilina ou Penicilina G ou Gentamicina ou Ceftriaxona
Atípicos = Acrescentar Macrolídeo (Azitro ou Eritromicina)
MRSA = Acrescentar Clinda ou Vancomicina

Complicada / grave - tem que cobrir tudo
- Ceftriaxone ou Ampicilina + Macrolídeos + Clindamicina ou Vancomicina
- ATB por 3 a 4 semanas no total ou por 2 semanas se melhora clínica completa

36
Q

Tratamento hospitalar por faixa etária

A
  • < 2 meses
    • Amipicilina + Aminoglicosídeo (Gentamicina)
  • Ceftriaxona se sepse ou acometimento SNC
  • > 2 meses
    • Penicilina Cristalina EV
    • Ampicilina EV