Ptiríase versicolor Flashcards
Conceito ptiríase versicolor:
- É um tipo de ceratofitose, micoses essencialmente superficiais, cujos fungos localizam-se na queratina da epiderme e dos pelos, normalmente sem provocar fenômenos de hipersensibilidade. Do grupo, apenas a Malassezia é saprófita.
- Em outras palavras, é uma micose cutânea (dermatomicose) que atinge somente a camada córnea da pele.
Etiologia ptiríase versicolor:
- É causada pelo fungo Malassezia furfur, uma levedura saprófita e lipofílica, encontrada com elevada frequência no couro cabeludo e em regiões de pele glabra ricas em glândulas sebáceas.
- Apesar de não desencadear manifestações clínicas, esta levedura comporta-se como um oportunista e fator agravante em muitos casos de dermatite seborreica.
Clínica ptiríase versicolor:
- As lesões são inicialmente arredondadas, pois surgem a partir da estrutura pilossebácea (em função da lipofilia do agente), no entanto, podem confluir, tornando difícil, por vezes, diferenciar a pele sadia da pele acometida.
- Lesões hipocrômicas arredondadas, de limites precisos com descamação furfurácea, (podem ser hipercrômicas ou eritematosas decorrente de processo inflamatório local, daí o nome versicolor). Alguns pacientes referem prurido, sobretudo após exposição solar, quando então são eritematosas.
• As lesões hipercrômicas ocorrem por aumento do tamanho, alterações da distribuição e incremento na multiplicação dos melanossomos na epiderme. Já as lesões hipocrômicas ocorrem, pois, a levedura produz ácidos dicarboxílicos que inibem a reação dopa-tirosinase, que, por sua vez, diminui a produção de melanina (redução da melanogênese). O eritema seria decorrente da intensidade do processo inflamatório que o fungo é capaz de desencadear.
• Sendo a M. furfur uma levedura essencialmente lipofílica, a localização mais frequente da PV é em áreas de maior concentração de glândulas sebáceas, ou seja, na metade superior do tronco e dos braços. Entretanto, pode ocorrer na face, no abdome, nas nádegas e até mesmo nos membros inferiores.
• Fatores de risco: Sudorese aumentada, uso de cremes no corpo e aumento dos hormônios esteroides.
Sinal de Zireli ou do Estiramento: Esticando-se distalmente a pele aparecem escamas furfuráceas.
Sinal da unha ou de Besnier: Atritando-se a pele com a unha aparecem escamas furfuráceas.
Diagnóstico ptiríase versicolor
- É confirmado pelo exame direto. A coleta pode ser feita com fita gomada (método de Porto) ou por raspagem. Caracteristicamente, são observadas hifas curtas, curvas e largas e elementos leveduriformes arredondados (blastoconídios) agrupados em forma de “cacho de uva” ou apresentando aspecto de “espaguete com almôndegas” ao microscópio óptico.
- A cultura é pouco usada com finalidade diagnóstica, porém o cogumelo cresce bem entre 32 e 35°C (em algumas espécies), em meios com óleo de oliva. À luz de Wood, as lesões aparecem de cor amarelo-ouro.
Diagnóstico diferencial ptiríase versicolor:
► DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Eczematide • Leucodermia gutata • Pseudocicatrizes estelares • Esclerodermia localizada (morfeia) • Líquen escleroso (apresentação gutata)
Tratamento ptiríase versicolor:
• Formas Localizadas: As soluções devem ser sempre aplicadas generosamente muito além das áreas aparentemente acometidas. Em geral, recomenda-se novo tratamento cerca de 2 meses após, a fim de evitar recidivas, que são frequentes.
− Sulfeto de selênio a 2,5%
− Propilenoglicol a 50%
− Cetoconazol a 2%
− Outros derivados imidazólicos, como
soluções hidroalcoólicas ou xampus por 10 a 20 dias
• Formas Extensas ou Recidivantes:
− Cetoconazol 200 mg/dia, por via oral,
durante 10 a 15 dias
− Itraconazol 100 mg, 2x/dia por 5 a 7 dias
− Fluconazol 300 mg/semana por 2 semanas
OBS: Nos pacientes com recorrências frequentes, deve-se fazer profilaxia por um período de 6 meses, iniciando-se 30 dias após finalizado o tratamento. Há significativa redução das recidivas após o uso de azólicos sistêmicos.