Ceratose actínica Flashcards
Conceito ceratose actínica:
- Trata-se de uma manifestação de irradiação solar cumulativa, progressiva, persistente e duradoura, daí sua localização preferencial nas áreas fotoexpostas.
- É também chamada de ceratose solar ou ceratose senil. Este último é um termo inadequado, já que o desenvolvimento da lesão está relacionado à exposição solar e não à idade em si.
Fatores de risco ceratose actínica:
• Fatores de Risco o Sol o Pele clara o Tabagismo o Poluição o Genética o Inflamação cutânea
Quadro clínico ceratose actínica:
• São lesões cutâneas pré-malignas que consistem da proliferação de queratinócitos aberrantes, que se desenvolvem em resposta à exposição prolongada à radiação ultravioleta.
• As lesões só atingem a camada basal.
• Em geral, são lesões múltiplas e pequenas (milímetros a centímetros), discretamente salientes, de coloração acastanhada, com superfície rugosa e com limites imprecisos − “As lesões são mais palpáveis do que visíveis”. Às vezes, o aspecto é de lesão atrófica e
eritematosa com descamação.
• A ceratose actínica do lábio é conhecida como
queilite actínica e geralmente afeta mais o lábio inferior.
OBS: A remoção mecânica das lâminas córneas (que, em geral, são aderentes) provoca, em alguns casos, a saída de uma gota de sangue, o que é indício, eventualmente, de uma possível transformação.
Graus de ceratose actínica:
➢ Graus de Ceratose Actínica
1o. Lesões mais palpáveis que visíveis 2o. Lesões espessas
3o. Lesões hipertróficas
OBS: Nos casos de mudanças da lesão, base infiltrada e lesões hipertróficas, a biópsia é indicada, visando a análise do risco de malignização e o diagnóstico diferencial.
Prognóstico ceratose actínica:
• As lesões podem persistir indefinidamente ou
trasformar-se em carcinoma espinocelular, com baixo risco de metástase (exceto nos casos de quelite actínica no lábio inferior), nunca em CBC!
O que é campo de cancerização?
Campo de Cancerização: Área que engloba não
somente as lesões visíveis de ceratose actínica,
como também a pele, aparentemente normal, que
circunda essas lesões. Os queratinócitos, após um
período de acúmulo de mutações genéticas,
dividem-se e começam a criar um campo de células
pré-malignas. Entretanto, nem todas essas células
originarão lesões visíveis. Desta forma, este
conceito sugere que a pele que circunda lesões de
ceratose actínica estão em alto risco de possuir
anormalidades genéticas e possível chance de
transformação maligna, uma vez que toda a área foi
exposta a mesma radiação UV.
Tratamento ceratose actínica :
► TRATAMENTO
• De 1 a 5 lesões: Crioterapia ou eletrocoagulação.
• > 5 lesões: Campo de cancerização
− 5-fluorouracil (5-FU): Quimioterápico tópico – Aplicação no segmento cefálico por 21 dias e no corpo por 28 dias, 1-2x/dia.
OBS: O uso de 5-fluorouracil tópico serve para o tratamento e, ao mesmo tempo, revela o início de algumas ceratoses ainda não constituídas em toda a sua plenitude clínica. Isso se deve ao fato de que essa substância tem predileção por células em mitose, originando, nessas áreas, certo grau de eritema inflamatório, geralmente intenso. Aliás, esse é o grande problema, pois o quadro inflamatório muitas vezes inviabiliza o seu uso.
− Imiquimod: Imunomediador + Quimioterápico – Ação antiinflamatória – Aplicação 2x/semana por 4 semanas.
− Mebutato de Ingenol: Tem muitos efeitos colaterais, no entanto, há melhora das lesões em 2 dias – Aplicação por 3 dias para lesões na face ou couro cabeludo e por 2 dias para lesões no tronco/extremidades.
− Terapia fotodinâmica: Aplicação de ácido metilaminolevulínico, o qual é absorvido pelas células da epiderme e transformado em protoporfirina 9 (PP9). Em seguida, há aplicação de luz visível para excitar a PP9, promovendo
excitação da célula havendo produção de radicais livres
de oxigênio (peróxido) e consequente morte química da célula.
OBS: Só há indicação cirúrgica quando a lesão está infiltrada, sangrando ou hipertrófica
Diagnóstico diferencial ceratose actínica:
•Doença de Bowen: Considerado um carcinoma espinocelular in situ, que pode evoluir para forma invasiva em 5% dos casos.
− Geralmente única, manifesta-se como placa
achatada rósea, eritematosa, bem delimitada, porém com bordas irregulares e com escama ou crosta na superfície, seca e elevada.
− Algumas vezes faz diagnóstico diferencial com carcinoma basocelular.
− Localiza-se tanto em áreas fotoexpostas como não fotoexpostas, principalmente em
cabeça, pescoço e pernas, preferencialmente em pacientes acima dos 60 anos.
− Tratamento: Terapia fotodinâmica, imiquimod, 5-fluorouracil, criocirurgia, eletrocoagulação ou excisão e sutura.