Princípios da Administração Pública Flashcards
Quais as duas principais funções exercidas pelos princípios do Direito Administrativo?
- Função Hermenêutica: interpretativa. Sempre que o intérprete estiver com dúvidas acerca do significado de uma regra, poderá se valer dos princípios.
- Função Integrativa: como forma de supressão de lacunas.
Distinga Regime Jurídico-Administrativo de Regime Jurídico da Administração.
Regime Jurídico-Administrativo: conjunto de regras e princípios de direito público aplicáveis ao Direito Administrativo, tendo como supraprincípios a supremacia do interesse público e indisponibilidade do interesse público. Delas decorrem as restrições e prerrogativas que a Administração Pública possui.
Regime Jurídico da Administração: conjunto de regimes jurídicos de direito público e direito privado aplicáveis à Administração.
Verdadeiro ou Falso:
A expressão regime jurídico-administrativo refere-se tanto aos regimes de direito público e de direito privado a que se submete a Administração Pública, quanto ao regime especial que assegura à Administração Pública prerrogativas na relação com o administrado.
Falso. Refere-se apenas ao regime especial que assegura prerrogativas e limites à administração pública na relação com os administrados.
Verdadeiro ou Falso:
O regime jurídico-administrativo compreende um conjunto de regras e princípios que baliza a atuação do Poder Público, exclusivamente, no exercício de suas funções de realização do interesse público primário.
Falso. Baliza a atuação do Poder Público tanto na realização de funções de interesse público primário quanto secundário.
O que se entende por interesse público primário e inte resse público secundário.
O interesse público primário é o verdadeiro interesse a que se destina a Administração Pública, pois este alcança o interesse da coletividade e possui supremacia sobre o particular.
O interesse público secundário visa o interesse patrimonial do Estado; este interessa explica, por exemplo, a demora do Estado no pagamento dos precatórios (art. 100, CF/88) uma vez que ele (Estado) está defendendo seu próprio interesse.
Verdadeiro ou Falso:
Os supraprincípios ou superprincípios do Direito Administrativo são princípios absolutos.
Falso. Não existe supremacia absoluta do interesse público sobre o interesse privado, assim como não existe absoluta indisponibilidade do interesses públicos.
Discorra sobre os dois supraprincípios do Direito Administrativo:
- Supremacia do Interesse Público sobre o Privado, finalidade pública ou princípio do interesse público:
1. Princípio com base infralegal, e não na Constituição;
2. Significa que os interesses da coletividade são mais importantes que os interesses privados;
3. Reflete as prerrogativas do Poder Público sobre os interesses particulares e a verticalidade nas relações Administração-Particular;
4. Tem como características prerrogativas garantidas à Administração Pública não extensíveis aos particulares;
5. Tem aplicabilidade tanto no momento da elaboração quanto da aplicação da lei. No momento da elaboração, as normas devem proteger o interesse coletivo. No momento da aplicação, deve a Administração resguardar os interesses públicos em suas decisões;
6. Toda atuação administrativa que possui IMPERATIVIDADE, em que são impostas, UNILATERALMENTE, obrigações ao administrado, ou em que são restringidos direitos dos particulares, É RESPALDADA NO PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO;
7. São desdobramentos desse princípio a IMPERATIVIDADE, EXECUTORIEDADE e EXIGIBILIDADE dos atos administrativos, bem como a AUTOTUTELA.
Indisponibilidade do Interesse Público:
- Refletem as limitações aplicáveis à Administração Pública e aos seus agentes. Limitações essas que não são previstas aos particulares;
- Os administradores estão obrigados a atuar de acordo com a lei, e não de acordo com suas próprias vontades;
- Não pode renunciar ou transferir os poderes legalmente conferidos, nem transacionar em juízo, uma vez que a coisa pública é pertencente ao povo;
- Toda a atuação da Administração deve ser passível de controle pelo povo, seja de forma direta, seja por meio de órgãos com essa função de controle;
- Princípio que passou a ser relativizado, admitindo que no rito dos Juizados Especiais Federais, os representantes da Fazenda Público possam conciliar e transigir; além de ser permitida a utilização de arbitragem. exclusivamente nos contratos de concessão de serviço público e nas parceiras público-privadas. Nos demais casos o uso de arbitragem continua vedado; e
- Princípio com base infralegal, não constitucional.
Verdadeiro ou Falso:
Há supremacia do interesse público primário e secundário sobre o interesse privado.
Falso. Só há supremacia do interesse público primário sobre o interesse privado.
Qual é o prazo que a Fazenda Pública possui para contestar e responder a recurso.
Segundo o NCPC, art. 18, prazo em dobro, quando não houver prazo diverso.
Nos juizados especiais federais, porém, não existe prazo diferenciado para a Fazenda Pública, assim cono não existe reexame necessário.
Verdadeiro ou Falso:
A aplicação do regime jurídico-administrativo autoriza que o Poder Público execute ações de coerção sobre os administrados sem necessidade de autorização judicial.
Verdadeiro.
Verdadeiro ou Falso:
Considerando o princípio da Supremacia do Interesse Público, verifica-se que o ordenamento jurídico brasileiro, ao expressamente prever o interesse público, dispõe que, ao observar o atendimento a fins de interesse geral, a autoridade administrativa está autorizada a renunciar total ou parcialmente os poderes ou competências, não necessitando de autorização legal para fazê-lo.
Falso. Não pode renunciar a seus poderes, salvo quando expressamente previsto em lei.
Verdadeiro ou Falso:
Por decorrência do regime jurídico-administrativo não se tolera que o Poder Público celebre acordo judiciais, ainda que benéficos, sem a expressa autorização legislativa.
Verdadeiro.
Verdadeiro ou Falso:
De acordo com precedente histórico do STF, é possível, sem ofensa ao princípio da indisponibilidade do interesse público, a União firmar compromisso arbitral, mesmo em situação excepcional, desde que relativamente a direitos patrimoniais do Estado.
Verdadeiro.
Quais os princípios do Direito Administrativo previstos expressamente na Constituição Federal.
1) LIMPE;
2) Participação,
3) Devido Processo Legal;
4) Contraditório e Ampla Defesa;
5) Celeridade Processual;
6) Economicidade; e
7) Probidade.
Verdadeiro ou Falso:
Na CF/88 prevê-se expressamente que a administração pública deve obedecer aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, economicidade e probidade.
Verdadeiro.
Em que consiste o princípio da participação.
- Princípio explícito na Constitucional;
- De acordo com tal princípio, deverá a lei incentivar a participação do usuário na Administração Pública direta e indireta;
- Deve regular especialmente: a) reclamações relativas à prestação dos serviços públicos e geral; b) acesso de usuários a registros administrativos e atos de governo; e c) disciplinar a representação contra ato negligente ou abusivo do cargo, emprego ou função pública; e
- Princípio decorrente do princípio da eficiência.
Em que consiste o princípio da celeridade processual.
Princípio explícito na Constituição.
Segundo o qual tanto o procedimento judicial quanto administrativo devem correr de forma célere na sua tramitação. O objetivo foi que impedir procedimentos que se prolonguem ad infinitum. A Constituição não traz parâmetros que garantam uma “duração razoável”.
Defina o devido processo legal aplicável ao Direito Administrativo;
Princípio com previsão constitucional.
- No Direito Administrativo, o devido processo legal, tanto em sua acepção material quanto formal;
- Na acepção formal, devido processo legal consiste na obediência às regras procedimentais previstas em lei, como forma de garantir validade à decisão. Não pode-se valer de procedimento diverso;
- Na acepção material (ou substancial), o devido processo legal corresponde à exigência de que a decisão final seja justa, adequada e proporcional (confunde-se com o próprio conceito do princípio da proporcionalidade);
- O devido processo legal tem a finalidade de garantir maior transparência e impessoalidade à gestão da coisa pública, além de dar oportunidades para que os interessados participem do processo decisório.
Em que consiste o Devido Processo Legal diferido no tempo (a posteriori)?
Em que hipóteses será admitido?
Em regra, qualquer decisão administrativa (ato administrativo) deve ser precedida de um processo administrativo, sob pena de sua nulidade.
Excepcionalmente, em caso de iminente risco, desde que devidamente justificado, é possível que primeiramente seja expedido o ato administrativo, desde que o procedimento seja instaurado logo em seguida, sendo assegurados contraditório e ampla defesa, sob pena de nulidade.
As hipóteses são: 1) risco de irreversível lesão ao patrimônio público; e 2) situação de emergência.
Em que consiste o princípio do contraditório.
Princípio previsto constitucionalmente, aplicável ao Direito Administrativo, segundo o qual a Administração só pode decidir desde que leve em consideração as manifestações dos interessados.
Em que consiste o princípio da ampla defesa.
Princípio previsto constitucionalmente, dispõe que os interessados possuem o direito de utilizarem-se dos meio de prova, dos recursos e dos instrumentos necessários para a defesa de seus interesses em procedimentos, seja perante a Administração ou ao Poder Judiciário.
Tem como desdobramento o princípio do duplo grau, incluindo no âmbito administração. Independe de previsão legal, e consiste na possibilidade de recorrer, perante a própria Administração, contra decisões desfavoráveis, que devem ser julgadas pelo superior imediato de quem prolatou a decisão recorrida.
Segundo a lei 9.784/99, art. 56, das decisões administrativa cabe recurso em face de razões de legalidade e de mérito. O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, do qual terá 5 dias para decidir. Se não reconsiderar, deverá encaminhar à autoridade superior.
Acerca dos princípios previstos no art. 37 da CF, estabeleça as características do princípio da legalidade.
- Desdobra-se em dois sentidos: a) positivo (reversa legal): qualquer ato administrativo só pode ser praticado se praticado expressamente em lei; e b) sentido negativo (primazia da lei): nenhum ato administrativo pode contrariar a lei.
- A vontade da Administração deve subordinar-se à vontade do povo, ou seja, da lei;
- Entende a doutrina que a primazia da legalidade deve ser ampliada pelo princípio da juridicidade, para exigir obediência não só à lei, mas a todo o ordenamento jurídico (inclusive previsto na Lei Federal 9.784/99, parágrafo único, I);
- O ato administrativo tem função subsidiária, de modo que não tem a capacidade direta de criar direitos ou obrigações, mas a função de regular ou de concretizar aquilo que dispõe as leis já existentes por meio de resoluções e decretos.
Em que hipóteses o princípio da legalidade à Administração Pública é excepcionado.
- Medida Provisória;
- Estado de Defesa;
- Estado de Sítio.
De quem é a competência para legislar sobre Direito Administrativo.
- Em regra, a competência é CONCORRENTE entre União, Estado e DF. Município tem competência para legislar de acordo com interesse local.
- Excepcionalmente, algumas matérias são de competência privativa da União, como é o caso da desapropriação.
Verdadeiro ou Falso:
As leis administrativas são, normalmente, de ordem pública e seus preceitos NÃO PODEM SER DESCUMPRIDOS, nem mesmo por acordo ou vontade conjunta de seus aplicadores e destinatários, uma vez que contêm verdadeiros poderes-deveres, irrelegáveis pelos agentes públicos.
Verdadeiro. Hely Lopes Meirelles, p. 87.
Verdadeiro ou Falso:
O princípio da legalidade impede que a Administração crie direitos de qualquer espécie mediante ato administrativo.
Verdadeiro.
Discorra sobre as delimitações do princípio da legalidade no âmbito da Administração Pública quanto aos administrados e quanto aos agentes públicos.
Quanto aos administrados, obrigações e proibições só podem ser criados por meio de lei.
Quanto aos agentes públicos, obrigações e proibições podem ser criadas pelos superiores hierárquicos aos seus subordinados, casos em que as obrigações de fazer e deixar de fazer podem ser estabelecidas diretamente por meio de ato administrativo.
Verdadeiro ou Falso:
A existência de atos administrativos discricionários constitui uma exceção ao princípio da legalidade, previsto expressamente na Constituição da República.
Falso.
Discorra sobre o princípio da impessoalidade.
1, NÃO tratar ninguém com DISCRIMINAÇÃO (isonomia), salvo previsão legal;
- Atuação pautada na FINALIDADE PÚBLICA, sob pena de nulidade por desvio de finalidade;
- VEDAÇÃO À PROMOÇÃO PESSOAL por meio da máquina pública.
- Os atos dos agentes públicos devem ser atribuídos à pessoa jurídica estatal.
- Tem o Estado responsabilidade objetiva quanto aos danos causados pelos seus agentes aos particulares;
- Assim como os magistrados, aos administradores também são aplicáveis as mesmas regras de impedimento e suspeição.
Em que consiste a Teoria do Funcionário de Fato.
- Teoria segundo a qual o funcionário que, mesmo investido ilegalmente, quando aparenta legalidade, terá os seus atos considerados válidos, se por outra razão não forem invalidados.
- Ainda segundo essa teoria, se a ilegalidade na investidura só for de conhecimento público futuramente, não ficará o indivíduo obrigado a devolver os valores percebidos, pois ficaria configurado enriquecimento sem justa causa do Estado.
- Decorre dos princípios da boa-fé (dos administrados), segurança jurídica e impessoalidade (os atos são atribuídos ao Estado e não ao agente).
Verdadeiro ou Falso:
Entre os requisitos ou elementos essenciais à validade dos atos administrativos, o que mais condiz com o atendimento da observância do princípio fundamental da IMPESSOALIDADE é o relativo à FINALIDADE,
Verdadeiro.
Em que consiste o princípio administrativo da moralidade.
- Conjunto de padrões de éticos da probidade, decoro, não corrupção e boa-fé.
- O conceito objetivo de moral administrativa deve ser ser extraído do ordenamento jurídico.
- O controle da moralidade não é controle de mérito, mas sim um controle de legitimidade, podendo ser anulado tanto pelo Poder Administrativo quanto pelo Judiciário.
- Proibição do nepotismo. Essa proibição, porém, não se estende à nomeação de primos e cargos politicos.
Dentre os instrumentos criados como meios de proteção à moralidade, tem-se a ação popular, ação civil pública de improbidade administrativa, controle externo exercido pelos tribunais de contas e Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI). Fale sobre cada uma delas.
Ação Popular: remédio constitucional que pode ser proposto por qualquer cidadão contra ato praticado por agente administrativo contra o patrimônio público, entidade da qual o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
Ação Civil Pública de Improbidade Administrativa: tem como legitimados o MP e pessoas jurídicas interessas contra qualquer de improbidade praticado por agente público, seja servidor ou não, contra a Administração Pública Direta ou Indireta.
Controle Externo Exercido pelos Tribunais de Contas: realiza a fiscalização contábil, financeira, patrimonial e operacional da Administração Pública Direta e Indireta.
Comissão Parlamentar de Inquérito: instaurado por meio de voto de 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado, tendo poderes próprios das autoridades judiciais para a apuração de fato determinado.
Verdadeiro ou Falso:
Um servidor público que aceita presentes de um fornecedor que participou e ganhou uma disputa licitatória está ferindo o princípio da moralidade.
Verdadeiro.
Verdadeiro ou Falso:
A aplicação do princípio da moralidade administrativa demanda a compreensão do conceito de “moral administrativa”, o qual comporta juízos de valor bastante elásticos.
Verdadeiro.
Verdadeiro ou Falso:
A moralidade administrativa possui conteúdo específico, que não coincide, necessariamente, com a moral comum da sociedade, em determinado momento histórico, não obstante, determinados comportamentos administrativos ofensivos à moral comum podem ensejar a invalidação do ato, por afronta concomitante à moralidade administrativa.
Verdadeiro.
Enquanto o princípio da moralidade exige dos administradores uma atuação de acordo com os padrões de PROBIDADE, DECORO e BOA-FÉ, qual a conduta a ser exigida dos administrados em suas relações com a Administração.
Exige-se do administrado uma atuação de acordo com a LEALDADE, URBANISMO e BOA-FÉ.
Verdadeiro ou Falso:
No Direito Administrativo, o importante é a boa-fé objetiva, de modo que não importa quais as intenções que levaram o agente ou administrado a atuar de tal forma, de modo que se atuar de modo diverso daquele previsto na legislação, deverão se aplicadas as punições previstas em lei.
Verdadeiro.
Em que consiste o nepotismo. É vedado?
Consiste na nomeação de parente para ocupar cargo comissionado (cargos em comissão e função de confiança), de livre nomeação e exoneração. Constitui em prática vedada pela Súmula Vinculante 13 do STF.
O nepotismo cruzado ou transverso também é vedado.
Verdadeiro ou Falso:
A nomeação de primos para ocupar cargos comissionados viola a Súmula Vinculante 13.
Falso.
SV. 13; “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o TERCEIRO GRAU, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”
PRIMO É 4º GRAU.
Verdadeiro ou Falso:
A nomeação pelo Prefeito Municipal de seu irmão para ocupar a secretaria de saúde do município constitui em violação ao princípio da moralidade administrativa e violação à Súmula Vinculante nº 13 do STF,
Falso.
O próprio STF esclareceu que a vedação não é extensível à nomeação de agentes políticos do Poder Executivo, como Ministros e Secretários, de modo que só é aplicável aos denominados cargos comissionados.
Entretanto, verificada a real intenção de beneficiar tais pessoas, pode violar o princípio da moralidade, mas não a Súmula.
Verdadeiro ou Falso:
A proibição de nomear parentes prevista na SV 13 do STF se estende aos cartórios e serventias extrajudiciais.
Falso, pois tais serviços são exercidos em caráter privado.
Fale acerca das principais características do princípio da publicidade, previsto no art. 37 da CF.
- O princípio da publicidade tem dupla acepção: a) EXIGÊNCIA DE DIVULGAÇÃO OFICIAL DOS ATOS ADMINISTRATIVOS em órgãos oficiais de atos que venham a produzir efeitos externos, bem como aqueles que venham impor ônus ao patrimônio público, como CONDIÇÃO DE EFICÁCIA; e b) EXIGÊNCIA DE TRANSPARÊNCIA DA ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA, como forma de garantir o controle da administração pública pelos administrados, evitando-se condutas sigilosas.
- Como decorrência da publicidade, os atos administrativos devem ser sempre motivados, como forma a permitir a aferição da legitimidade dos atos administrativos pelos órgãos, tendo grande vinculação com o princípio da MORALIDADE ADMINISTRATIVA;
- Proibição de condutas sigilosas e atos secretos, uma vez que o administrado tem direito de conhecer dos atos que são de seu interesse;
- A publicidade é a regra, sendo possível sua limitação quando o interesse social e a segurança nacional o exigir,
Em conformidade com o princípio da publicidade, quais são as suas formas de acordo com a extensão dos efeitos do ato.
- Se o ato for individual ou tiver como destinatários um grupo limitado de pessoas, basta a simples comunicação do interessado.
- Se o ato for geral, será necessário sua publicação no diário oficial.
Verdadeiro ou Falso:
Em razão do princípio da publicidade, todos os atos administrativos devem ser publicados no diário oficial.
Falso. A exigência de publicação em diário oficial só se faz necessário aos atos administrativos que possuam efeitos gerais a um número muito grande ou indeterminado de pessoas.
Os demais atos têm a publicidade atendida com a simples comunicação dos interessados.
Verdadeiro ou Falso:
Segundo jurisprudência do STF, em caso de ALTERAÇÃO DE EDITAL DE CONCURSO PÚBLICO, atende ao principio da publicidade a publicação em diário oficial, sendo desnecessária a divulgação em jornal de grande circulação.
Verdadeiro.
Verdadeiro ou Falso:
A veiculação do ato praticado pela administração pública na “Voz do Brasil”, programa de âmbito nacional, dedicado a divulgar fatos e ações ocorridos ou praticados no âmbito dos três poderes da União, é suficiente para ter-se como atendido o princípio da publicidade.
Falso.
Quais são as três exceções ao princípio da publicidade.
- Segurança do Estado;
- Segurança da Sociedade; e
- Intimidade dos envolvidos.
Alguns atos administrativos podem ser considerados sigilosos em razão da segurança do Estado, sociedade ou intimidade dos envolvidos.
Como são classificadas essas formas de sigilo de acordo com o período de tempo.
Ultrassecreta: sigilo de, no máximo, 25 anos.
Secreta: sigilo de, no máximo, 15 anos.
Restrita: sigilo de, no máximo, 5 anos.
Fale acerca das correntes existentes que tratam acerca da natureza jurídica da publicação dos atos administrativos em geral.
A corrente majoritária (Hely Lopes Meirelles) entende que a publicação constitui em condição da eficácia, de modo que o ato editado, mas não publicado, é existente, embora não possa produzir efeitos. Desse modo, um ato editado, embora não publicado, só poderá ser revogado mediante a expedição de um decreto revocatório.
A corrente minoritária (Celso Antônio Bandeira da Mello) a publicação consiste em condição de existência, de modo que um ato editado, mas não publicado, não tem sentido para o direito, me modo que se o agente se arrepender daquele ato, deverá apenas desconsiderá-lo. (A Esaf adota essa posição, embora nos demais casos deve-se adotar a posição majoritária).
As condutas de negar publicidade a ato oficial e de revelar fato ou circunstância de que se tem ciência em razão das atribuições e que deveria permanecer em segredo constitui ato de improbidade administrativa. Quais as punições aplicáveis ao agente público que praticar tais comportamentos:
- Multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida pelo agente;
2.Proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo NÃO SUPERIOR a 4 (quatro) anos.
Qual foi o principal objetivo da inserção do princípio da eficiência na CF pela EC 19/98.
- Implantar a “administração gerencial”, com o objetivo de substituir o sistema da “administração burocrática”, que é baseado na legalidade (que gera morosidade, desperdícios, baixa produtividade etc.);
- Busca reorganizar a administração pública, de modo a garantir maior produtividade tanto em relação aos agentes públicos quanto da própria organização da Administração Pública.
Fale acerca do princípio da sindicabilidade.
- Traz a ideia que os atos administrativos são submissos a alguma espécie de controle, seja pela Administração (legalidade e mérito) ou pelo Judiciário (legalidade).
- Pode haver controle efetivo sobre qualquer lesão a direito ou as ameaças de lesão.
- Engloba o princípio da autotutela e o princípio do controle judicial dos atos. É reconhecido pelo STF.
Verdadeiro ou Falso:
A revogabilidade dos atos administrativos, derivada do princípio da autotutela, comporta hipóteses em que a revogação não é possível.
Verdadeiro.
Em que consiste o princípio da obrigatória motivação:
- Princípio segundo o qual a Administração deve indicar os pressupostos fáticos e de direito que determinam a prática de um ato, seja o ato vinculado ou discricionário.
- A motivação deve ser EXPLÍCITA, CONGRUENTE e CLARA.
- Exceção: nomeação e exoneração em cargo comissionado, onde não há a necessidade de que o administrador se justifique.
- Consiste em mecanismo de controle sobre a legalidade e legitimidade das decisões da Administração Pública.
- A CF somente prevê a exigência de motivação aos atos administrativos dos Tribunais e do Ministério Público. Quando se trata da própria Administração Pública, a exigência é infralegal.
Verdadeiro ou Falso:
A Administração Pública deve apresentar a fundamentação fática e jurídica de seus atos, sejam eles VINCULADOS OU DISCRICIONÁRIOS.
Verdadeiro.
Verdadeiro ou Falso:
Considerando o princípio da Motivação, a Constituição Federal prevê a exigência de motivação apenas para as decisões administrativas dos Tribunais e do Ministério Público.
Verdadeiro. As demais hipóteses de motivação é prevista na legislação infralegal.
Qual a distinção entre Motivação, Motivo, Causa, Móvel e Intenção Real.
Motivação: é a justificativa escrita que contém as razões fáticas e jurídicas que justificam a prática do ato.
Ex: na multa de trânsito, a motivação é o documento de notificação.
Motivo: é o fato que autoriza a realização do ato administrativo.
Ex: na multa de trânsito, o motivo é a infração.
Causa: é o nexo de pertinência entre o fato e a medida tomada.
Móvel: é a justificativa apresentada pelo agente na motivação.
Intenção Real: é a verdadeira razão que levou o agente a praticar o ato.
Verdadeiro ou Falso:
Motivo e motivação dos atos administrativos são conceitos coincidentes e significam a situação de fato e de direito que serve de fundamento para a prática do ato administrativo.
Falso.
Qual a cronologia entre motivo, ato e motivação.
1º Motivo: a ocorrência do fato que autoriza o ato.
2º Ato: a realização do ato administração.
3º Motivação: apresentação escrita dos fundamentos que justificaram o ato.
A obediência dessa cronologia é obrigatória, de modo que sua inversão ou supressão resulta em nulidade do processo decisório.
Verdadeiro ou Falso:
Todo ato administrativo deve ser motivado.
Verdadeiro.
Em que hipóteses a motivação é dispensada:
- Motivação evidente;
- Motivação inviável; e
- Nomeação e exoneração de cargos comissionados.
Entretanto, se apresentado motivo falso ou inexistente, deverá o ato de exoneração ser considerado nulo (teoria dos motivos determinantes.
Em que momento deve-se ocorrer a motivação do ato.
Deve se dar simultaneamente ou no instante seguinte à prática do ato. Motivação intempestiva (posterior) e extemporânea (anterior) é causa de nulidade do ato administrativo.
Verdadeiro ou Falso:
À luz do Princípio da Motivação, a validade do ato administrativo independe do caráter prévio ou da concomitância da motivação pela autoridade que o proferiu com relação ao momento da prática do ato.
Falso.
Em que consiste a “Motivação aliunde” ou “per relationem”. Ela é permitida no Brasil?
É aquela que se utiliza de fundamentos que se encontram fora do próprio ato, ou seja, decorrentes de pareceres, decisões ou propostas.
Distingue-se da motivação contextual, cujos fundamentos estão indicados no próprio contexto do ato, não havendo remissão à motivação externa.
É permitida no ordenamento brasileiro.