Perda Súbita da Visão Flashcards
Quais os dois principais mecanismos de perda súbita da visão?
- Lesões traumáticas
- Infecções intraoculares
Quais os tipos de lesões traumáticas que podem acontecer no olho?
- Lesões térmicas
- Lesões químicas
- Abrasões corneanas: corpo estranho
- Mecânicas: ruptura do globo ou contusão
Qual a queixa principal da presença de corpo estranho no olho?
Sensação de areia dentro do olho e desconforto no globo ocular sempre que pisca.
O que é necessário fazer inicialmente diante de um corpo estranho metálico no olho?
- Exame com lâmpada de fenda para se certificar de que não houver penetração na câmara anterior e saber qual sua profundidade (risco de criar comunicação entre câmara anterior e meio externo, com extravasamento de humor aquoso - risco de infecções)
Qual o tratamento para presença de um corpo estranho metálico no olho?
- Remoção do corpo estranho com agulha hipodérmica na lâmpada de fenda.
- Pinga-se colírio anestésico antes do procedimento
- Pomada reepitelizante (acetato de retinol + aminoácidos + metionina + clorafenicol)
- Curativo oclusivo com gaze
- Revisão em 24h (avaliar cicatrização e infecção secundária)
Como examinar abrasões lineares (corpo estranho na conjuntiva tarsal)?
- Luz azul de cobalto + colírio de fluoresceína –> arranhões na córnea
- Everter a pálpebra
Qual o tratamento para abrasões corneanas?
- Remoção do corpo estranho com agulha hipodérmica na lâmpada de fenda
- Pomada reepitelizante
- Curativo oclusivo
- Revisão em 24h
Qual a primeira conduta na explosão de superbonder?
- Abrir pálpebras coladas com SF morno
- Talvez seja necessário cortar dos cílios
- Examinar com colírio de fluoresceína e luz azul de cobalto
Qual o tratamento para explosão de superbonder?
- Pomada reepitelizante
- Curativo oclusivo
- Revisão em 24h
Como ocorre e o que é observado em lesões térmicas por explosão?
- Panela de pressão, incêndios, fogos de artifício
- Queimadura em supercílios, sobrancelha, fronte
- Examinar com colírio de fluoresceína e luz azul de cobalto
Qual o tratamento para lesões térmicas por explosão?
- Limpeza da lesão com SF ou água corrente
- Colírio de atb e corticoide (cipro e dexa)
- Pomada reepitelizante
- Oclusão
- Revisão em 24h
O que se observa na lesão por corpo estranho incandescente?
- Edema da córnea
- Perda da transparência da córnea
- Não se observa íris e pupila
- Isquemia da região limbar
Qual o tratamento para corpo estranho incandescente?
- Limpeza importante da lesão com SF ou água corrente
- Colírio tópico de atb + corticoide
- Pomada reepitelizante
- Oclusão
- Revisão em 24h
Qual a conduta diante de lesão por brasa de cigarro?
- Colírio de fluoresceína e luz azul de cobalto
- Limpeza da lesão
- Pomada reepitelizante
- Oclusão
- Revisão em 24h
O que os raios UV podem causar no olho?
Alteração de ptns celulares do epitélio corneano, inibindo mitoses, causando fragmentação do núcleo e perda de adesão celular = ceratite puntiforme (epitélio da córnea se solta em alguns pontos) - luz azul
Qual o quadro clínico da lesão por raios UV?
- Dor ocular intensa
- Sensação de corpo estranho
- Fotofobia
8 a 24h após exposição
Qual o tratamento para lesão por raios UV?
- Limpeza da lesão
- Pomada reepitelizante
- Curativo oclusivo
- Analgesia
- Cicloplegia com atropina (reduz fotofobia)
- Compressas frias
- Colírio cipro + dexa
No trauma químico, qual substância é mais perigosa (ácido ou base)? Por que?
Base. Os ácidos coagulam e precipitam as proteínas superficiais da conjuntiva e córnea, não penetrando no olho. As bases saponificam os lipídeos das membranas celulares e rapidamente penetram o olho, lesando vasos sanguíneos e estruturas intraoculares.
Qual os fatores que se relacionam com a gravidade do trauma químico?
- Natureza (b > a)
- Concentração
- Volume
- Duração do contato
Como é a classificação de risco das lesões químicas?
- Grau I: bom prognóstico. Leve dano do epitélio corneano, sem envolvimento conjuntival
- Grau II: bom prognóstico. Opacidade corneana, boa observação da íris. Isquemia limbar < 1/3 (limbo branco)
- Grau III: prognóstico reservado. Perda total do epitélio da córnea, obscurecimento dos detalhes da íris. 1/3-1/2 de isquemia do limbo
- Grau 4: prognóstico ruim. Córnea opaca, não se observa a íris. Isquemia severa do limbo
Por que o envolvimento do limbo é importante no trauma químico?
O limbo possui vasos que nutrem a córnea e cels mesenquimais que irão ajudar na sua regeneração.
Se está isquêmico, podem se formar neovasos. Se o pct tiver essa evolução precisa ser encaminhado para transplante de córnea.
Qual a conduta imediata no trauma químico?
- Anestesia tópica
- Blefarostase (mantem o olho aberto)
- Irrigar continuamente com SF ou água - região nasal para temporal
- Remover corpos estranhos
- Avaliar acuidade visual na emergência
Qual o tratamento para defeitos epiteliais simples, sem área de isquemia perilimbar significante?
- Curativo oclusivo
- Pomada reepitelizante
- Colírio de corticoide + atb
- Cicloplégico
- Analgesia via oral
Em casos graves de trauma químico, qual o tratamento?
- Curativo oclusivo
- Pomada reepitelizante
- atb + corticoide
- Colírio lubrificante de hora em hora
- Encaminhar p setor de córnea para avaliar possível transplante
Qual a classificação do trauma mecânico ocular?
- FECHADO: contusão ou laceração lamelar (lesão incompleta da parede do globo)
- ABERTO: ruptura (rompimento da parede em seus pontos mais fracos) e laceração (causada por objeto pequeno ou afiado, com alta velocidade)
Qual a diferença de uma lesão perfurante para penetrante?
- Perfurante: lesão com porta de entrada e saída
- Penetrante: apenas porta de entrada
Quais as possíveis complicações do trauma ocular contuso?
- Hifema
- Discoria
- Catarata traumática: alteração da estrutura de ptns do cristalino, qd o globo ocular reverbera no trauma
- Descolamento de retina
- Descolamento posterior do vítreo
Qual a classificação do hifema traumático?
- Grau I: menos de 1/3 de volume na câmara anterior
- Grau II: 1/3-1/2
- Grau III: > 1/2
Qual o ttmto do hifema parcial (até 1/2 da câmara anterior)?
- Cicloplegia por atropina
- Dexametasona
- Maleato de timolol: betabloq, diminui PIO
- Evitar esforço físico
- Acompanhamento diário da redução do hifema e PIO
- Cirurgia (lavagem da câmara anterior) se: impregnação hemática da córnea ou aumento persistente da PIO
Qual o ttmto do hifema total?
- Cirurgia para extração do hifema (lavagem da câmara anterior) sempre
- Manitol venoso
Qual outro possível sinal de trauma fechado? O que é importante examinar?
- Lesão do esfíncter da pupila
- Ocorre discoria
- Avaliar polo posterior (retina): trauma provavelmente teve energia maior, predispõe deslocamento de retina
Quais são os locais em que a esclera rompe nos traumas intensos (ruptura)?
Geralmente nos locais mais frágeis, onde se inserem os músculos retos superior, inferior, lateral e medial.
O que se observa no exame oftalmológico do trauma ocular aberto?
- Câmara anterior rasa: extravasamento do humor aquoso
- Pupila descentrada
- Olho hipotônico
- Íris com orifício
- Hemorragia subconjuntival bolhosa: edema na conjuntiva com sangue
Quais os cuidados iniciais no trauma ocular aberto?
- Manipular o mínimo possível
- Não limpar
- Dieta zero
- Atb sistêmico (cefalotina IV e genta IM)
- Antiemético sistêmico
- Protetor ocular
- Analgésico sistêmico
- Encaminhamento imediato para oftalmo
- Profilaxia para tétano
Como é a avaliação e manejo do segmento anterior pelo oftalmo no trauma ocular aberto?
- Sutura da córnea e esclera com redução ou ressecção de hérnia de íris sob anestesia geral
- Se o trauma tiver ocorrido em até 6h e o tecido da íris tiver bom aspecto, pode ser feita redução
- Se o trauma for há mais de 6h e o tecido não estiver viável, é feita ressecção
Como é o manejo do segmento posterior pelo oftalmo no trauma ocular aberto?
- Vitrectomia imediata: se houver endoftalmite, corpo estranho intraocular de cobre ou matéria orgânia, descolamento de retina
- Vitrectomia agendada em 10 a 14 dias:
Quais os fatores de prognóstico ruim no trauma ocular?
- Perfuração
- Corpo estranho intraocular
- Ferida > 10mm
- Hemorragia vítrea
- Lacerções posteriores ao músculo reto
- Descolamento de retina
Qual o quadro clínico da ceratite (ulcera de córnea)?’
- Dor ocular importante
- Perda localizada da transparência corneana
- Diminuição da acuidade visual
- Hiperemia conjuntival intensa
- Fotofobia
- Presença de úlcera (área mais esbranquiçada)
Quais os agentes etiológicos que podem causar ceratite?
- S. aureus
- S. epidermidis
- HSV e herpes zoster
- Fusarium sp.
- Usuários de lente de contato: pseudômonas aeruginosa
Quais as possíveis complicações da ceratite?
- Inflamação intraocular
- Perda de epitélio corneano
- Opacidade permanente
- Perfuração (risco de endoftalmite)
Qual a conduta para ceratite?
- Cultura e antibiograma da úlcera com raspado da lesão, principalmente se > 2mm
- Se pct for usuário de lente, fazer cultura do meio do estojo
- ATB empírico com fluoroquinolonas de 4a (moxifloxacina tópica) de hora em hora, com redução gradual a medida que melhora o quadro
- Desescalonar conforme o resultado da cultura
- Atropina de 12/12h com redução gradual para melhorar fotofobia
- Observação diária
Qual a pior complicação da ceratite? No que ela consiste?
- Endoftalmite.
- Grave infecção intraocular, causada por bactéria ou fungo.
- Principal agente: S. aureus
- Associada a perda da integridade da parede do globo por cirurgias, traumas ou úlcera de córnea perfurada (ceratite)
- Conjuntiva hiperemiada, edema de córnea e hipópio
Qual o tratamento da endoftalmite?
- Imediato
- Coletar cultura e antibiograma por punção vítrea
- Injetar atb intravítreo (vancomicina + ceftazidime)
- Associar atb tópico e VO (moxifloxacina)
- Colírio corticoide
- Se a acuidade visual for pior que 20/400, está indicada a vitrectomia