Pedopsiquiatria IV - Perturbações da Alimentação, Sono e Maus Tratos Flashcards

1
Q

Quais são os 3 critérios DSM 5 da Anorexia Nervosa?

A

1 - Diminuição acentuada do fornecimento de alimento, com peso significativamente baixo

2 - Medo intenso de ganhar peso ou tornar-se gordo (ou comportamento persistente que interfere nisso)

3 - Perturbação da imagem corporal e peso ou negação da gravidade do emagrecimento

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2
Q

Critérios da ICD10 de anorexia nervosa exclusivos para mulheres

A

Amenorreia (3 ciclos seguidos) ou atraso da menarca

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3
Q

Critérios da ICD10 de anorexia nervosa exclusivo para homens

A

Atraso no desenvolvimento dos caracteres sexuais

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4
Q

Quais são os dois tipos de anorexia nervosa?

A

Restritivo

Compulsivo/Purgativo

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5
Q

Como se avalia a gravidade da anorexia nervosa?

A

IMC:

Ligeiro se 17 ou mais

Moderado se entre 16 e 16,99

Grave se entre 15-15,99

Extremamente grave se < 15.

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6
Q

Epidemiologia da anorexia nervosa

A

1M:10F

1-4% das mulheres em geral

Típico de nível socio-económico médio-alto

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7
Q

Onset típico da anorexia nervosa

A

14-18 anos

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8
Q

Onset com melhor prognóstico da anorexia nervosa

A

Se logo no início da adolescência

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9
Q

Quando é que a anorexia nervosa tem mau prognóstico?

A

Início antes da puberdade

Duração > 3 anos

Alterações de personalidade pré-mórbidas

Obesidade na infância

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10
Q

Sinais físicos de anorexia nervosa (se acertares em 3 já não é mau)

A
Emaciação
Pele seca
Lanugo (dorso, face e braços
Hipotermia
Edema periférico
Problemas de crescimento e desenvolvimento mamário
Hipertrofia salivar
Erosão dentária
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11
Q

Clínica psiquiátrica típica de anorexia nervosa

A
Sintomas depressivos
Ansiedade
Obsessão
Perfeccionista
Isolamento social
Libido diminuída
Labilidade de humor 
Autoestima baixa
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12
Q

Alterações endócrinas/metabólicas típicas de anorexia nervosa

A

Diminuição da LH, FSH e estradiol
Diminuição de T3 (TSH e T4 normais)
Cortisol aumentado

Osteoporose/pénia

Alterações eletrolíticas (hipocaliémia +++)

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13
Q

Alterações GI típicas de Anorexia nervosa

A

Obstipação

Aumento enzimas hepáticas

Atraso de esvaziamento gástrico

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14
Q

Alterações CV típicas de anorexia nervosa

A

Bradicardia

Hipotensão

Arritmias

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15
Q

Tratamento da anorexia

A

Psicoterapia individual e familiar (possivelmente psicofarmarcos também)

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16
Q

Quanto é que interno anorexia?

A

IMC > 14

Bradicardia < 50 bpm

Postura taquicardia (aumento > 20 bpm)

QTc > 50 ms

Hipocaliémia

Neutroppenia

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17
Q

Proporção de doentes que recupera totalmente da anorexia nervosa

A

2/3

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18
Q

Critérios DSM5 para bulimia nervosa

A

Episódios recorrentes de ingestão compulsiva com:

  • Ingestão exagerada em período < 2 h
  • Sentimento de falta de controlo sobre a ingestão
  • Comportamento compensatório recorrente (vómito, laxantes, jejum, exercício)
  • Comportamento alimentar anómalo 1x por semana, durante 3 meses
  • Autoconceito depende do peso e forma
  • Perturbação não ocorre exclusivamente em anorexia
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19
Q

Epidemiologia da bulimia

A

1% na comunidade

Típico das mulheres dos 16 aos 40 anos

10F:1M

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20
Q

Onset típico de bulimia

A

Fim da adolescência

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21
Q

Bulimia muito associada a…

A

Depressão / ansiedade

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22
Q

Fatores de mau prognóstico de bulimia

A

Baixa auto-estima

Obesidade infantil

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23
Q

Peso do doente com bulimia

A

Normal, excesso ou obesidade.

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24
Q

O que caracteriza a clínica de bulimia?

A
  • Peso normal, excesso de peso ou obesidade
  • Sintomas gastro-intestinais não específicos
  • Irregularidades menstruais
  • Ansiedade e depressão;
  • Hipertrofia bilateral das glândulas salivares
  • Cicatriz ou calo no dorso dos dedos da mão
  • Erosão ácida dos dentes
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25
O que é o sinal de Russel?
Calosidade ou ferida nos nós dos dedos (no dorso), por contacto com incisivos na indução do vómito
26
Calosidade ou ferida nos nós dos dedos (no dorso), por contacto com incisivos na indução do vómito
Sinal de Russel
27
Principais riscos de bulimia
Evoluir para anorexia nervosa Manutenção de alteração do comportamento alimentar a longo prazo
28
Principal classificação da insónia na criança
Agitada vs Calma
29
É comum os bebés terem períodos de sono breves (1-2h). Quando é que a insónia agitada passa a ser grave?
Poucas horas de sono por dia, com gritos e choro constante. Repercussão importante na vida familiar
30
Qual das insónias da criança é mais frequente?
Agitada
31
O que caracteriza a insónia calma?
A criança está acordada na cama, com os olhos abertos, sem chamar atenção.
32
Qual é o perigo do bebé que "não acorda nem para comer"?
Pode provocar decepção e desinvestimento materno e consequentemente hipoestimulação do bebé
33
Quais são as perturbações ao deitar e adormecer?
Oposição ao deitar Rituais de adormecimento Fobia de deitar Ritmos de adormecimento Fenómenos Hipnagógicos
34
O que caracteriza a oposição ao deitar?
A criança recusa-se a ir-se deitar e faz birras quando a colocam na cama (frequente entre os 2 e 3 anos)
35
O que caracteriza os rituais de adormecimento?
A criança não adormece se não tiver os seus objectos colocados de determinada posição, sempre igual (bonecos na cama, copo de água, beijo da mãe, canção...) Aparece após os 2 anos
36
O que caracteriza "ritmos de adormecimento"?
Movimentos rítmicos pelos quais a criança se estimula para dormir
37
Principais fenómenos hipnagógicos no sono
Sobressalto Sensação de queda Alterações sinestésicas
38
Perturbações paroxísticas do sono
Sonho de angústia Terror noturno Sonambulismo
39
Qual é o risco de sonambulismo?
Defenestração
40
O que diferencia sonho de angústia de terror noturno?
No sonho de angústia, a criança acorda a sonhar e conta um sonho. No terror noturno, a criança apresenta angústia intensa com sinais neurovegetativos, sem acordar completamente. Existe amnésia.
41
Quanto tempo dura um episódio de terror notruno?
3-20 min
42
Termo para "falar durante o sono"
Somniloquia
43
Termo para "ranger os dentes"
Bruxismo
44
Quando têm início as hipersónias?
Adolescência
45
Perturbações psiquiátricas associadas às perturbações de sono
Atrasos de desenvolvimento PEA PHDA Perturbação de oposição desafiante Perturbações de humor e ansiedade
46
Intervenção terapêutica necessária na maioria das perturbações do sono da criança.
Aconselhamento! (a saída do quarto dos pais é importante)
47
Critérios de Enurese
1 - Micção repetida na roupa ou cama (intencional ou não) 2 - Frequência bissemanal por 3 meses consecutivos OU com repercussão social/escolar/funcional 3 - Pelo menos 5 anos de idade 4 - Não devido a medicação ou patologias
48
Subtipos de enurese
``` Primária Secundária Diurna Noturna Noturna e diurna ```
49
Quando é que uma enurese é secundária?
Se o controle de esfíncteres foi adquirido durante 6 meses
50
Epidemiologia da enurese
Diurna é mais comum no sexo feminino Noturna é mais comum no sexo masculino
51
Relação entre a enurese noturna e diurna
50% dos que têm enurese diurna também têm noturna
52
Prognóstico da enurese
A maioria vai ganhando controle até à adolescência. 1% persiste na idade adulta.
53
Padrão familiar da enurese
70% das crianças com enurese têm familiar em 1º grau que teve enurese
54
Comorbilidades associadas à enurese
Encoprese ITU (principalmente na diurna e no sexo feminino)
55
O que fazer em caso de enurese secundária?
Procurar o factor stressante
56
Diagnóstico diferencial da enurese
Patologia orgânica que provoque poliúria ou urgência: ITU Bexiga neurogénica DM Diabetes insipidus
57
Modalidades terapêuticas na enurese
Medidas educativas Psicoterapia Medicação
58
Medidas educativas na enurese
Registo de noites sem enurese e reforço positivo Explicar mecanismo de formação da urina e do desejo miccional Restrição de líquidos Não punir ou criticar
59
A partir de que idade posso considerar medicação na enurese?
Nunca antes dos 6 anos
60
Medicação que pode ser considerada no doente com enurese
Desmopressina Imipramina
61
Posologia de desmopressina na enurese
0,12 mg (1 a 2 drageias sublinguais ao deitar)
62
Posologia de imipramina na enurese
Iniciar com 10 mg ao deitar (necessita ECG prévio)
63
Critérios de Encoprese
A - Emissão de fezes em locais inapropriados (voluntariamente ou não) B - 1x/mês durante 3 meses C - Pelo menos 4 anos de idade D - Não devida a medicação ou patologia orgânica (excepto a que provoque obstipação)
64
Quais são os dois subgrupos de encoprese?
Com obstipação e incontinência fecal por refluxo OU Sem obstipação e incontinência fecal por refluxo
65
Tipos de encoprese
``` Primária Secundária Noturna (rara) Diurna Contínua Episódica ```
66
Epidemiologia da encoprese
Mais frequente nos rapazes (3:1)
67
Fatores predisponentes à encoprese
Stress psicossocial Educação inadequada de controlo de esfíncteres Medo de usar a sanita Dor à defecação
68
O doente com encoprese com emissão VOLUNTÁRIA faz suspeitar de...
Perturbação da oposição o do comportamento
69
Como trato a encoprese com obstipação?
Explicar que a dilatação retal contínua pode enfraquecer o reflexo da defecação Dar fibras e líquidos Dar um temmpo liitado todos os dias num horário para estar na sanita Laxantes
70
Encopreses difíceis de resolver
Sem obstipação | Voluntária
71
Prognóstico da encoprese
Costuma desaparecer na adolescência.
72
O que é um tique?
Movimento ou vocalização súbita, rápida, recorrente, não rítmica
73
Duração dos tiques
Pelo menos 1 ano (frequência alternada), início antes dos 18 anos
74
O que caracteriza Tourette?
Tiques motores + vocais
75
Situação em que existe simulação de doença na criança, por parte de um elemento perturbado da família, na tentativa de conduzir à utilização de meios auxiliares de diagnóstico traumatizantes e mesmo ao internamento.
Síndrome de Munchausen por Procuração
76
Qual é o objetivo do perturbado na Síndrome de Munchausen por Procuração?
Conduzir à utilização de MCDTs ou ao internamento
77
Quando devo suspeitar de Munchausen por procuração?
- O distúrbio só ocorre quando o progenitor está presente. - Cooperação excessiva dos pais. - Queixas frequentes e inexplicáveis (múltiplos internamentos com sintomas que só ocorrem com o progenitor e que não são confirmados na clínica)
78
Quais são os 5 tipos mais comuns de maus tratos das crianças?
Abuso físico Abuso sexual Abuso emocional Negligência Munchausen por procuração
79
Fatores de risco da criança para maus tratos
Prematuras ou baixo peso Idade < 5 anos Deficiência Doença crónica Temperamento difícil Relação muito dependente
80
Fatores de risco dos pais para maus tratos
Pais muito jovens Abusado em criança Doença psiquiátrica Baixa escolaridade Gravidez indesejada Registo criminal
81
Tipos de lesões mais frequentes no abuso físico
Lesões superficiais (equimoses, queimaduras) Fraturas ósseas Traumatismo craniano e abdominal Hemorragia subdural e retiniana
82
Quando devo suspeitar de abuso físico?
Atraso na notificação da lesão Lesões em locais não típicos de acidente Traumatismo recorrente História não clara ou não consistente com a lesão Resposta inadequada perante a severidade da lesão
83
Locais mais típicos de queimadura em casos de maus tratos
Palma da mão (cigarros/corrosivos) Dorso
84
Locais mais frequentes de fratura no doente com abuso físico
Cranianas Metafisiárias Costelas
85
Órgãos mais frequentemente lesados no abuso físico com trauma abdominal
Baço e fígado (mas pode causar contusão ou perfuração de qualquer órgão)
86
O síndrome "shaken baby" traduz uma clínca de...
Trauma abusivo da cabeça
87
Taxa de mortalidade do shaken baby syndrome
25%
88
Quais são os dois grandes problemas, em termos de fisiopatologia, do shaken baby?
Hematoma subdural Lesão axonal difusa
89
Achados clínicos típicos de shaken baby
Lesões pouco evidentes no exame objetivo HEMORRAGIAS DA RETINA Irritabilidade ou letargia Convulsões Vómitos Fontanelas tensas Fraturas das costelas
90
Forma de abuso físico mais frequente em crianças pequenas
Shaken infant syndrome (até aos 9 meses é a mais frequente)
91
Achado clínico mais típico de shaken baby
Hemorragia retinana (principalmente em crianças com menos de 2 anos)
92
Avaliação diagnóstica do abuso físico (principalmente de shaken baby)
Avaliação laboratorial Inventário ósseo radiológico ou cintigrafia óssea TC cranioencefálica Fundoscopia
93
Prognóstico de crianças que sofreram abuso emocional
80% têm 1 patologia psiquiátrica aos 21 anos.
94
O que caracteriza a negligência médica?
Incapacidade da família em assegurar a proteção da criança, com incumprimento das necessidades físicas, emocionais, educacionais ou médicas.
95
Manifestações clínicas de negligência
Malnutrição e higiene desadequada Doenças infecciosas Atraso de crescimento e desenvolvimento de discurso e linguagem Anorexia e depressão secundárias Calendário de vacinas desatualizado Ausências da escola
96
O que é considerado abuso sexual de menores?
Qualquer ato praticado com uma criança que tenha o objetivo da gratificação sexual de um adulto
97
Na maioria dos casos, o abusador sexual da criança é...
Um familiar próximo (70% são familiares)
98
Quando é que uma DST levanta a hipótese de abuso sexual?
Abaixo dos 12 anos
99
Idade pico do abuso sexual
9-12 anos
100
Perante uma história clínica sugestiva de abuso sexual, o que deve fazer o médico, após um exame objetivo imediato?
Exames laboratoriais (DSTs, DIG, testes forenses) Prevenção (profilaxia das DST e da gravidez) Denúncia judicial Proteger a criança (se necessário, internar) Participar ao núcleo hospitalar
101
Anti-histamínico usado na insónia
Hidroxizina