Paliação e complicações dos tratamento das neoplasias Flashcards

1
Q

O tratamento paliativo é exclusivo das neoplasias

A

Falso

Não é exclusivo de doenças oncológicas

DRC e IC, por exemplo, também podem ter necessidade de tratamento paliativo

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2
Q

Qual é o príncipio base do tratamento paliativo?

A

Minimizar o sofrimento e dar melhor qualidade de vida possível ao doente e família

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3
Q

A adminstração de medicação por via subcutânea não tem qualquer papel em doentes em tratamento paliativo

A

Falso

A via subcutânea é muito útil nestes doentes - é praticamente indolor

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4
Q

Perante um doente em tratamento paliativo, em fim de vida, sem sinais de dificuldade respiratória e SatO2 85% é imperativo suplementar com O2

A

Falso

A prioriade neste doente é o tratamento sintomático

O doente não está com dificuldade respiratória e a suplementação com O2 não vai melhorar o seu bem estar

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5
Q

O que é importante perceber perante um doente com dor e em tratamento paliativo?

A
  1. definir o tipo de dor: neuropática (pré-gabalina, gabapentina), somática, visceral
  2. Categorizar a gravidade da dor (+ importante): ligeira, moderada (>3/10 na escala de dor), grave.
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6
Q

Como tratar um doente em tratamento paliativo com dor?

A
  1. Tratamento farmacológico
  2. Procedimentos não-farmacológicos: RT, medicação epidural, bloqueios sensitivos
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7
Q

Quais são as opções terapêuticas de um doente com dor ligeira em tratamento paliativo?

A
  • 1ª linha - AINEs (adicionar IBP em doentes com gastrite ligeira ou DRGE)
  • reduzem a inflamação
  • podem ter efeitos centrais (SNC)
  • têm dose máximo, pelo risco de: hemorragia GI (+sofrimento), LRA - evitar em doentes com hx de morragia significativa
  • Paracetamol
  • seguro até 4g/dia (1g 6/6h)
  • diminuição de dose se disfunção hepática
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8
Q

O que fazer perante dor moderada-grave ou dor ligeira que não cede a terapêutica não-opióide?

A

Opióides fracos (dor moderada) - codeína

Opióides major (dor grave) - morfina, hidromorfina, fentanilo, metadona

Nota: interagem nos recetores opióides u centrais e ativam neurónios inibidores de dor

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9
Q

Os opióides têm dose máxima de administração

A

Falso

O céu é o limite

Usar técnica em escalada terapêutica

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10
Q

Como tratar com opióides?

A
  1. Inciar opióides de curta duração em horário fixo + SOS se dor não controlada;
  2. Determinar a dose diária de opióides (dose fixa + SOS durante 24h)
  3. Dar opióide de longa duração em dose equivalente à determinada p/24h
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11
Q

O que é uma dor não controlada?

A

Se são necessários >4 resgates (SOS) por dia

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12
Q

Está contraindicada a combinação de opióides com não opióides

A

Falso

A sua combinação é útil pois os diferentes fármacos atuam em diferentes recetores e mecanismos, pelo que deste modo inibem várias vias da dor

  • aquilo que não faz sentido é combinar vários opióides diferentes
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13
Q

Quais os efeitos secundários do tratamento com opióides?

A
  1. Obstipação - permanente; é má prática não adicionar laxante aquando do inicio de tx com opioides
  2. Náuseas e vómitos - temporário (cede em 1 semana); associar anti-emético na 1ª semana (metoclopramida - tb aumento o peristaltismo, é pró-cinético)
  3. Sonolência - temporário (cede em 1 semana), pode requerer psicoestimulante
  4. Mioclónus, retenção urinária, pruride e delirium
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14
Q

A adição a opióides é muito comum

A

Falso

Na ausência de história pessoal ou familiar de adição, a adição é rara;

No entando… a dependência física é expectável

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15
Q

O tratamento paliativo com opióide requer ajuste de dose frequentemente

A

Verdadeiro

É expectável que ocorra tolerância

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16
Q

Qual o fármaco utilizado como antídoto de opióides?

A

Naloxona

Raramente é necessário, apenas se:

Sinais francos de overdose

Complicações potencialmente fatais

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17
Q

Qual a 1ª linha no tratamento da dor neuropática em doentes em cuidados paliativos?

A

Pré-gabalina e gabapentina

Nota: tx adjuvante, não susbtitui o uso de opióides

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18
Q

Os glucocorticóides (++dexametasona) são eficazes no tratamento de que tipo de dor?

A
  1. Dor óssea
  2. Dor abdominal

Têm componente anti-inflamatório

19
Q

Como tratar a dor óssea? (tx paliativo)

A
  1. Dexametasona
  2. Radioterapia se lesão metastática única
  3. Radiosótopos se lesões metastáticas múltiplas
  4. Bifosfonatos ou calcitonina - demoram alguns dias a iniciar efeito
20
Q

Quais as principais causas de obstipação em doentes em tratamento paliativo?

A
  1. Farmacológica - opióides e ADT
  2. Inatividade + dieta pobre

Se não tratada: dor susbtancial e vómitos, confusão e delirium

21
Q

Qual é a base diagnóstica de doentes com obstipação em tratamento paliativo?

A
  • Hábitos intestinais prévios (frequência, consistência e volume)
  • Exame abdominal (excluir abdómen agudo) e retal (excluir impactação de fecaloma)
  • Rx abdominal – RARAMENTE NECESSÁRIO (apenas se suspeita de obstrução)
22
Q

Qual é a base terapêutica de doentes com obstipação em tratamento paliativo?

A

✓ Suplementação dietética com FIBRA está contraindicada no tx com opióides (agrava desidratação associada à dismotilidade dos opióides)

✓ Usar LAXANTES e/ou EMOLIENTES e/ou HIDRATAÇÃO e/ou ENEMAS

✓ PESQUISAR FECALOMAS ao fim de alguns dias de TRATAMENTO SEM SUCESSO

✓ SE OBSTRUÇÃO PARCIAL OU ESTASE GÁSTRICA → OCREÓTIDO (para reduzir secreções)

✓ SE suspeita de dismotilidade → METOCLOPRAMIDA

23
Q

Quais as causas de náuseas a vómitos em doentes em tratamento paliativo?

A

Trato gastrointestinal - recetores 5-HT3 (serotonina)

Sistema vestibular - recetores histamina e acetilcolina

Zona de gatilho quimiorrecetora - 5-HT3

Cortex cerebral - náusea antecipatória

Causas específicas:

  • Metabólica: insuf. hepática, urémia, hipercalcémia
  • Farmacológica: ATB, AINEs, IBP, opióides
  • RT ou QT
  • Obstrução intestinal ou obstipação
  • DRGE
  • Doença vestibular, ansiedade
  • metastização cerebral
  • infeção
24
Q

Qual o tratamento de náuseas e vómitos com origem no TGI?

A

Se suspeita de:

dimuição da motilidade: metoclopramida (pró-cinético)

Inflamação do TGI: dexametasona

25
Q

Qual o tratamento de náuseas e vómitos com origem no sistema vestibular?

A

Anti-histaminicos e anti-colinérgicos

26
Q

Qual o tratamento de náuseas e vómitos com origem na Zona gatilho quimiorrecetora?

A

Pós QT e/ou RT

Antagonistas 5-HT3 - ondasetron

27
Q

Qual o tratamento de náuseas e vómitos com origem no córtex cerebral?

A

Náusea antecipatória: benzodiazepinas

28
Q

Qual o tratamento de náuseas e vómitos com origem desconhecida?

A
  1. Metaclopramida ou
  2. Antagonista 5HT3 (ondasetron, palonesetron) ou
  3. Antagonista da dopamina (clorpromazina, haloperidol, proclorperazina)
29
Q

Qual a abordagem diagnóstica de um doente em tratamento paliativo e dispneia?

A

Pode não ter alterações objetivas ao nível de: PaO2, PaCO2, FR - raramente recomendado se guiar por estes parâmetros

Raramente se identifica uma etiologia e assume-se evolução natural da doença

30
Q

O que fazer perante um doente com dispneia com causa potencilamente tratável e em cuidados paliativos?

A

Na presença de infeção, derrame pleural, TEP, edema pulmonar, asma, obstrução das VAs deve ser sempre ponderado o risco-benefício de intervenção terapêutica e diagnóstica em alguém com pouco tempo de vida - tratar excepto se tx causar mais sofrimento que a doença em si (ex: toracocentese).

Geralmente, tx sintomático:

  • opióides são a base do tx;
  • oxigenoterapia é controversa: sem objetivos de saturação, on demand;
  • benzo se ansiedade associada (não é 1ª linha, não dar isoladamente)
31
Q

Como abordar um doente com fadiga em cuidados paliativos?

A

Surge em >90% dos doentes em fase terminal

É multifatorial

Tratamento:

  • Resolver causas tratáveis, se objetivadas
  • Intervenção comportamental (ajustar atividades de vida diária, educar doente + família)
  • Hidratação adequada (sem causar edema!), atividade física (se possível)

x Medidas farmacológicas sem grande benefício:

Dexametasona pode aumentar energia e melhorar humor (benefício, se existir, surge em 1 mês)

Psicoestimulantes não foram superiores a placebo

32
Q

O diagnóstico de depressão é dificíl num doente em fase final de vida e tratamento paliativo

A

Verdadeiro

Muitos dos sintomas vegetativos devem-se ao processo de morrer em sim e não a depressão

Boas perguntas de rastreio:

Com que frequência se sente desanimado e triste?

Sente-se deprimido a maioria do tempo?

33
Q

Qual a base do tratamento em doentes com depressão em tx paliativo?

A

A base do tratamento é farmacológica:

  • psicoestimulantes
  • antidepressivos SSRi
  • antidepressivos atípicos

Os antidepressivos triciclicos (ADT) - recomendado apenas como adjuvante no tx da dor; ou IMAO estão contraindicados

34
Q

Qual o papel dos psicoestimulantes no tratamento de doentes com depressão em fase terminal?

A

São usados principalmente em doentes com muito mau prognóstico, fadiga importante e sonolência e que querem participar em algum evento/falar com alguém antes de morrer

  • podem ser associados aos antidepressivos tradicioanis
  • têm incio de ação rápido (vs SSRI)

Efeitos secundários: ansiedade inicial, insónia, paranoia (raro)

35
Q

Que psicoestimulantes são usados na depressão em fases de vida terminais?

A
  • Metilfenidato
  • Dextroanfetamina
  • Pemolina
  • Modafinil
  • Mirtazapina - muito promissor, poucas interações farmacológicas. propriedades sedativas, antieméticas e ansiolíticas, aumento de peso (benéfico em doentes caquéticos)
36
Q

Em que situações iniciar antidepressivos SSRI ou SNRI em individuos depressivos e em fase terminal?

A
  1. Doentes depressivos e com meses de vida - eficazes e com poucos efeitos secundários.
37
Q

Como decidir que antidepressivo iniciar em doentes depressivos e em fase terminal?

A
  1. Experiência do doente com antidepressivos no passado
  2. Tempo que demoram a atingir o steady-state
  3. Perfil de efeito secundários mais favorável para o doente em particular:
  • Doentes com fadiga: preferir SSRI ativador - fluoxetina (de manhã)
  • Doentes com insónia: preferir SSRI sedativo - paroxetina (à noite)
38
Q

É comum a ocorrência de episódios de delirium meses antes da morte em doentes em fase terminal

A

Falso

É relativamente comum horas/dias antes da morte

Deve servir como algo que antecipa a morte e motiva chamar os familiares para despedida

39
Q

O que é mais comum: delirium hipoativo vs hiperativo?

A

Delirium hiperativo: agitação, confusão (MAIS COMUM)

Delirium hipoativo: inversão sono-vigilia, diminuição do estado de alerta;

40
Q

Quais são as características de delirium em doentes terminais?

A
  1. Desorientação de novo
  2. Alteração cognitiva
  3. Nível de consciência flutuante
  4. Delírios, com ou sem agitação
  5. Geralmente sem alteração do estado de consciência
41
Q

Qual o principal objetivo perante um doente em delirium em fase terminal?

A

Dar lucidez ao doente suficiente para conseguir se despedir dos familiares - tratar agressivamente

Suspender medicação desnecessária e tratar causas reversíveis: obstipação, retenção urinária, anomalias metabólicas

Medidas farmacológicas: anti-psicóticos têm pouca evidência mas haloperidol é 1ª linha, anestesicos se necessário.

Medidas não-farmacológicas: manter o doente em ambiente familiar, orientar o doente (relógio e calendário), corrigir gentilmente alucinações e erros de cognição do doente, evitar medidas de contenção física.

42
Q

Perante um doente com delirium em fase terminal, que terapêutica farmacológica instituir?

A

1º Neurolépticos - haloperidol 1ª linha (apesar de não ser consensual); se sem resposta…

2º Adicionar 2º neuroléptico; sem sem resposta…

3º Sedação com anestésico - propofol ou midazolam

Benzodiazepina p/reduzir agitação se dependência de alcool/sedativos

43
Q

O que dar a um doente com sintomas medulares compressivos devido a neoplasia metastizada na coluna?

A

Dexametasona

  • a sintomatologia compressiva deve-se em grande parte à reação inflamatória: tratar a inflamação pode ser o suficiente para aliviar a sintomatologia do doente