Ortopedia Infantil I Flashcards

1
Q

Luxação congênita de quadril (LCQ)

A
  • Teratológica: secundária a alguma malformação grave (mielomeningocele, PC, artrogripose)
  • Típica: ocorre em criança normal
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2
Q

Etiologia LCQ

A
  • Hiperfrouxidão ligamentar.
  • Fatores mecânicos: apresentação pélvica, primogênitos, oligodramnia, lado envolvido esquerdo é mais envolvido devido a posição fetal.
  • HF
  • Raça negra: não encontrado.
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3
Q

Exame físico da LCQ em crianças até 2 meses (IMPORTANTE)

A
Até 2 meses de vida
1) Barlow:
• Pressão no eixo femoral
• Movimento de adução do quadril + Pressão suave com polegar medial para lateral
• QUADRIL LUXÁVEL
2) Ortolani:
• Tração ao longo do eixo femoral
• Movimento de abdução do quadril
• Pressão suave com 3º dedo de lateral para medial
• QUADRIL REDUTÍVEL

US para suspeita de LCQ

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4
Q

Exame físico da LCQ em crianças > 2 meses (IMPORTANTE)

A
  • Assimetraia de pregas
  • Sinal de Galleazi: encurtamento do membro luxado
  • Limitação da abdução do quadril luxado
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5
Q

Quando realizar o US na LCQ? Quais são os graus de LCQ?

A

US: após 3 semanas de vida (menores de 4-6 meses)

Graus (avaliar ângulos beta e alfa):
• I: normal
• II (a, b, c, d):
- IIA e IIb: quadril imaturo, mas reduzido;
- IIc e IId: imaturo e em risco (observação e repetir US em 6 semanas e 90 dias)
• III: pequena luxação (encaminhar para tratamento)
• IV: grande luxação (encaminhar para tratamento)

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6
Q

Achados radiológicos da LCQ

A

1) Estruturas fora do QII:
• Linha de Hilgenreiner:
é uma reta horizontal traçada entre as cartilagens do acetábulo (trirradiadas), utilizada para comparar
a altura das epífises femorais;
• Linha de Perkins: reta traçada perpendicularmente à primeira,
tangenciando o rebordo ósseo lateral do acetábulo
• Estas duas linhas formam os quatro quadrantes
de Ombredane.
• No quadril normal, a porção medial da metáfise (ou o núcleo de ossificação epifisário) deverá estar no QI interno.
2) Ausênia do arco de Shenton
• Colo femoral, parte do trocanter e forame obturatório
3) Ângulo acetabular aumentado (> 30º)
• ângulo agudo formado pela linha de Hilgenreiner e uma segunda linha
traçada no teto acetabular

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7
Q

Tratamento da LCQ

A

Criança < 6 meses:
• suspensório de Pavlik (usar por até 6 meses por 23h/dia)

Crianças entre 6 meses e 1 ano e meio:
• Redução cirúrgica do quadril

Criança > 1 ano e meio:
• Osteotomia de Salter

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8
Q

Definição e principais características da epifisiólise (EPF)

A
  • Também chamada de coxa vara do adolescente
  • Determina uma alteração anatômica normal entre a cabeça e o colo femoral
  • Deslizamento da epífise através da fise (cabeça femoral “escorrega”)
  • Lado acometido: rotação externa; encurtamento
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9
Q

Epidemiologia da EPF:

sexo, raça e idade mais acometidas

A
  • Raça negra; sexo masculino (2 a 3:1)

* Meninas dos 11 aos 13 anos e meninos dos 13 aos 15 anos

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10
Q

Biótipo mais comum na EPF

A
  • Atraso na maturidade esquelética, acompanhado de aumento de peso ou estatura em relação ao normal para idade
  • Biótipo mais comum: adiposo genital (obeso com atraso do desenvolvimento sexual) tipo Frohlich (IMPORTANTE!)
  • Minoria: altos e magros ou ectomórficos tipo Mikulicz indicando estarem no estirão de crescimento rápido
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11
Q

Histologia da fise de crescimento: em qual zona ocorre a fise da EPF

A
Zonas da cartilagem de crescimento:
• Repouso
• Proliferativa
• Hipertrófica (fise ocorre nessa zona)
• Ossificação
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12
Q

Quadro clínico da EPF

A
  • Queixas vagas e inespecíficas no início do quadro
  • Adolescente obeso, com claudicação e dor em face ântero-medial da coxa e joelho, sem história de trauma - suspeitar de EPF crônica (alguns apresentam apenas queixa de claudicação sem dor)
  • Dor súbita aguda, lacinante e persistente, com dificuldade para apoiar MI acometido e sem deambular, com história de trauma de alta energia - EPF aguda
  • Dor = nervo obturador próximo a cabeça do fêmur
  • Aguda < 3 semanas (trauma)
  • Crônica > 3 semanas (insidioso, sem histórico de trauma)
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13
Q

Exame físico da EPF

A
  • À palpação do joelho, coxa e quadril, a dor será maior sobre a face anterior do quadril
  • Claudicação antálgica (passo curto no lado afetado e longo no lado normal)
  • Em decúbito dorsal, atitude em rotação extern do MI acometido
  • A limitação da mobilidade é proporcional ao garu de deslizamento
  • Sinal de Drehman: rotação externa do MI ao fletir o quadril
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14
Q

Diagnóstico por imagem da EPF

A
  • AP de bacia (ou de pelve)
  • Lauenstein (posição de rã, batráquio)
  • Sinal de Trethowan: ao traçar uma linha (linha de Klein) porção superior do colo femoral no RX em AP, o núcleo epifisário não é atravessado (normal: atravessa a cabeça do fêmur)
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15
Q

Ângulo de Southwick na EPF

A
• Os valores angulares tomados no perfil estabelecem a graduação do escorregamento: 
- leve < 30º, 
- moderado entre 30-60º 
- grave > 60º 
• Até 10º é normal
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16
Q

Sinal do cajado na EPF

A

• Epifisiólise aguda: encontramos o descolamento sem sinais adaptativos de neoformação óssea
• EPF crônica: alterações de remodelamento ósseo como colo
encurvado semelhante a um cajado (“sinal do cajado”).

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17
Q

Tratamento da EPF

A

Fixação percutânea bilateral (epifisiodese)

18
Q

Consequência da EPF (IMPORTANTE)

A

• Condrólise (necrose cartilagem articular)
• Osteonecrose avascular da cabeça femoral (rotura das pequenas artérias
retinaculares e epifisárias)
• Incongruência articular,
provocando osteoartrose precoce.

19
Q

Principais características da Doença de Legg-Calvé-Perths

A
  • Necrose avascular da cabeça femoral
  • Osteocondrite (alteração da cartilagem de crescimento)
  • Autolimitada
  • Origem idiopática
  • Necrose óssea
  • Decorre da interrupção do suprimento sanguíneo arterial para epífise femoral proximal
  • Sequela: deformidade da cabeça do fêmur
20
Q

Epidemiologia da doença de LCP

A
  • Meninos (5:1)
  • < 15 anos
  • Mais comum entre 4 e 7 anos
  • Bilateral em 10% dos casos
21
Q

Estágios da doença de LCP

A

Necrose → fragmentação → revascularização → remodelação → incongruência articular: artrose na vida adulta

22
Q

Exame clínico da doença de LCP

A
  • Claudicação, geralmente dolorosa que melhora ao repouso
  • A dor pode ser no quadril, na face lateral da coxa ou no joelho
  • Pode ser bilateral
  • Diminuição da rotação interna e principalmente da abdução
  • Hipotrofia muscular
  • Encurtamento já como sequela
23
Q

Achados radiológicos na doença de LCP

A

Rx de bacia em: AP + Lauenstein

24
Q

Tratamento da doença de LCP

A
  • Sintomático
  • Conservador
  • Cirúrgico

Sequela: prótese de quadril

25
Q

Pé Torto Congênito

A
  • Equino do retropé (“tornozelo para baixo”)
  • Varismo do calcâneo
  • Cavismo do antepé
  • Adução e supinação do antepé (halux virado para dentro e para cima)
26
Q

Epidemiologia do PTC

A
  • 1:1000 dos nascidos vivos
  • 50% bilateral (quando unilateral predomínio à direita)
  • Masculino (2:1)
  • Autossômica dominante
  • Mais comum em caucasianos
27
Q

Tratamento do PTC

A

• Antigamente: método de Kite
• Método de Ponseti (mais usado): gessos seriados (semanais, 6-8 gessos; mais complicados 10 gessos)
- 1º passo: correção do cavismo
- 2º passo: correção do varo e aduto
- 3º passo: correção do equino (pressão no médio pé, pode ser necessário tenotomia) → após ortese de Denis-Brown
*97% de sucesso
RARAMENTE CIRÚRGICO!

28
Q

Principais características de Osgood-Schlatter

A
  • Osteocondrite do núcleo de crescimento TAT (fragmentação da TAT)
  • Aumento do volume da TAT acompanhado de dor e edema - autolimitada
  • 20% bilateral
  • Etiologia desconhecida
  • Mais prevalente em meninos
  • 8-12 anos
  • Pacientes hígidos com musculatura bem-desenvolvida e praticantes de atividades esportivas
29
Q

Tratamento de OS

A
  • Analgesia
  • Restrição das atividades físicas no período inflamatório
  • Imobilização somente em quadros de impotência funcional
  • Apresenta resolução espontânea
30
Q

Principais características da osteocondrite de Sever

A
• Apofisite do calcâneo
• Alargamento da placa epifisária da apófise do calcâneo + zona de necrose avascular
• Meninos
10-12 anos
• 60% bilateral
• Praticantes de atividade esportiva - excesso de uso
• Encurtamento de panturilha
• Paciente caminha na ponta do pé
31
Q

Tratamento da osteocondrite de Sever

A
  • Medidas sintomáticas
  • Analgesia
  • Alongamentos
  • Restrição das atividades físicas no período doloroso
  • Cura em 2-6 meses
32
Q

Principais características da escoliose

A
  • Deformidade tridimensional
  • Pode ser congênita ou idiopática

Cifose dorsal roda

33
Q

Exame clínico da escoliose

A
  • Normalmente não doi.
  • Teste do pêndulo (não é muito realizada)
  • Teste de Adams: inclinação do tronco para frente e obervação de assimetria do volume torácico (gibosidade no lado maior).
  • Triângulo de Tale: ângulo formado pela parde do tórax/abdome e o membro superior; fica menor pro lado que tem a escoliose.
  • Assimetria dos ombros.
34
Q

Incidência do Rx e achados radiológicos na escoliose:

A

• Rx panorâmico de coluna Vertebral
• Ângulo de COBB: usado para medir o grau de deformidade da escoliose
- até 10º: sem escoliose

35
Q

Principais características da escoliose e cifose congênitas

A
  • Presentes ao nascimento
  • Ocorrem entre a quinta semana e terceiro mês de gestação
  • Acentuam-se no estirão de crescimento
  • Associadas a outras más formações (rim, coração)
  • Defeitos das vértebras (na idiopática elas são normais)
36
Q

Tipos de defeitos nas vértebras na escoliose congênita

A
  • Defeitos de formação
  • Defeitos de segmentação
  • Defeitos mistos
37
Q

Principais características da escoliose idiopática

A
  • Dividida em infantil, juvenil e do adolescente
  • Deformidade rotacional fixa (difentemente da antálgica)
  • Prognóstico depende do potencial de crescimento
  • Ângulo de Cobb (ângulo da curva)
38
Q

Fatores de risco para progressão (escoliose):

A
• Menores de 12 anos
• Sexo feminino
• Pré-menarca
• Ângulação acima de 20º
• Curvas duplas e torácicas
Risser 0-1
39
Q

Tratamento da escoliose

A

Baseado no valor de Risser e ângulo de Cobb:
• Risser garu 0 a 2 + AC de 10º a 19º (ligeira): vigilância
• Risser grau 0 a 2 + AC de 20 a 29º: fisioterapia; vigilância a cada 6 meses; ortotese se aumento do AC de 5º
• Risser grau 0 a 2 + AC de 30 a 39º : coletes de Milwaukee (curvas acima de T5) e colete de Boston (curvas torácicas inferiores; abaixo de T5)
• Risser grau 3 + AC de 10 a 39º: fisioterapia; vigilância anual
• Cirurgia (artrodese: osteotomia dos pedículos):
- AC ≥ 50 e grau 0 a 3 OU
- AC ≥ 40 e grau 4 ou 5

40
Q

Escoliose neuromuscular

A
  • Raio longo
  • Obliquidade pélvica
  • Perda da capacidade de andar
  • Perda da capacidade ventilatória
  • Duchene: alteração genética que atinge os miotomos de todo o corpo, perda da capacidade de contração muscular; morte antes dos 30 anos por falência muscular)
41
Q

Espondiloartrose degenerativa

A
  • Pacientes idosos
  • Alteração dos discos
  • Sem componente rotacional (pediculos visíveis)
42
Q

Doença de Scheuermann

A
  • Hipercifose
  • Deformidade no plano coronal (importante!)
  • Inclinação de 5 graus ao mais em 3 vertebras consecutivas
  • 8 a 10 anos