ORIENTE MÉDIO 1 - CONFLITOS ÁRABES-ISRAELENSES Flashcards
Qual a importância do Acordo Sykes-Picot após a Primeira Guerra
O Acordo Sykes-Picot, assinado em 1916 entre Grã-Bretanha e França, teve um impacto profundo e duradouro no Oriente Médio após a Primeira Guerra Mundial, moldando a região que conhecemos hoje.
*Divisão Territorial: O acordo dividiu o Império Otomano em zonas de influência colonial, concedendo à França o controle do Líbano, Síria e sudeste da Turquia, enquanto o Reino Unido ficaria com o Iraque, Jordânia e Palestina. Essa divisão artificial ignorou as fronteiras étnicas e religiosas existentes, semeando as sementes para conflitos futuros.
Os formação de novos países respeitou a autodeterminação dos povos?
\não, pois as fronteiras traçadas pelo acordo não coincidiam com as realidades culturais e políticas da região, criando estados artificiais que careciam de coesão social e identidade nacional. O acordo ignorou as aspirações dos povos da região por autodeterminação, impondo regimes coloniais que não representavam seus interesses. Essa negação dos direitos básicos alimentou ressentimentos e movimentos de resistência anticolonial.
O que é o movimento Sionista iniciado no século XIX
O sionismo foi concebido por Theodor Herzl, um jornalista austríaco, que foi profundamente afetado pelo julgamento de Alfred Dreyfus na França, um evento que revelou o antissemitismo profundamente enraizado na sociedade europeia.
*No Primeiro Congresso Sionista de 1897, na Basileia, Suíça, Herzl formalizou o movimento sionista e estabeleceu a Organização Sionista Mundial. O objetivo declarado do congresso era “estabelecer um lar para o povo judeu na Palestina garantido pelo direito público”.
O que foi a Declaração de Bolfour
A Declaração de Balfour foi uma carta escrita pelo então Ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Arthur James Balfour, a Lord Rothschild, um líder da comunidade judaica no Reino Unido, datada de 2 de novembro de 1917. Neste documento ele se comprometia a criar um Estado Judeu na Palestina, desde que respeitasse os povos não judeus da região.
A Grã-Bretanha estava interessada em obter apoio para seus esforços de guerra, particularmente entre os judeus da Rússia e dos Estados Unidos, com o objetivo de vencer o Império Turco, aliado da Alemanha e Áustro-Hungaro na Primeira Guerra.
Como se deu a Divisão da região da Palestina em 1947
Após o término do Mandato Britânico na Palestina, a Grã-Bretanha, enfrentando crescentes conflitos entre comunidades árabes e judaicas e incapaz de encontrar uma solução viável, entregou a questão da Palestina às Nações Unidas em 1947.
A divisão da região da Palestina em 1947 foi formalizada através de uma proposta de partilha aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas no Plano de Partilha da Palestina, representado pela Resolução 181, em 29 de novembro de 1947.
*Detalhes do Plano de Partilha:
1-Estado Judeu: O plano atribuía cerca de 55% do território para o estado judeu, incluindo áreas de grande população judaica, mas também com significativas populações árabes.
2-Estado Árabe: O estado árabe receberia cerca de 42% da terra, principalmente nas regiões montanhosas e no litoral sul de Gaza.
3-Jerusalém e Belém: Estas cidades seriam administradas internacionalmente devido à sua importância religiosa e cultural para judeus, cristãos e muçulmanos.
Como foi a Primeira Guerra Árabe-Israelense de 1948
*Imediatamente após a declaração de independência de Israel, em 14 de maio de 1948, exércitos do Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque invadiram o território do recém-formado estado de Israel, com o objetivo de impedir a implementação do plano de partilha e apoiar os direitos dos palestinos.
Consequências:
1–Êxodo palestino: Durante o conflito e após sua conclusão, cerca de 700 mil palestinos fugiram ou foram expulsos de suas casas, tornando-se refugiados.
2-Como resultado da guerra, Israel expandiu seu território além das fronteiras estabelecidas pelo Plano de Partilha da ONU.
3-A Jordânia assumiu o controle da Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
4- OEgito tomou o controle da Faixa de Gaza.
*Questão palestina: cerca de 1,5 milhões de palestinos ficaram sem lar, o que deu início a Questão Palestina, com a luta por um Estado palestino independente e o direito de retorno dos refugiados ainda em curso.
Como se deu a Segunda Guerra Árabe-israelense, também chamada de Guerra de Suez de 1956.
O conflito foi essencialmente uma operação militar conjunta entre Israel, França e Reino Unido contra o Egito, centrada principalmente no controle do Canal de Suez. Em julho de 1956, o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser nacionalizou o Canal de Suez, uma importante via aquática que era controlada por uma empresa internacional com grande participação britânica e francesa. Esta ação foi uma resposta à retirada dos EUA e do Reino Unido do financiamento da construção da represa de Aswan. A nacionalização ameaçou os interesses comerciais e estratégicos europeus, especialmente os do Reino Unido e da França.
1-Plano de Ataque Tripartite: França, Reino Unido e Israel formularam um plano secreto segundo o qual Israel atacaria o Egito por terra, e França e Reino Unido interviriam oficialmente para proteger o funcionamento do Canal de Suez, mas com o objetivo real de retomar o canal e derrubar Nasser.
2-Início das Hostilidades: Em 29 de outubro de 1956, Israel invadiu a península do Sinai, avançando rapidamente em direção ao Canal de Suez. Poucos dias depois, as forças britânicas e francesas iniciaram bombardeios aéreos contra posições egípcias e desembarcaram tropas com a justificativa de separar os combatentes e garantir a liberdade de navegação no canal.
3-Pressão Internacional: A operação provocou uma crise internacional, com forte oposição dos Estados Unidos e da União Soviética, ambos exigindo um cessar-fogo e a retirada das forças invasoras. A pressão econômica e política dos Estados Unidos, em particular, foi decisiva.
4-Cessar-fogo e Retirada: Um cessar-fogo foi imposto pela ONU em novembro de 1956, e as forças britânicas, francesas e israelenses eventualmente se retiraram do Egito. O controle do Canal de Suez permaneceu com o Egito.
Como se deu a Terceira Guerra Árabe-Israelense ou Guerra dos Seis Dias em 1967
Ocorreu entre 5 e 10 de junho de 1967 e envolveu Israel e os países árabes vizinhos, principalmente Egito, Jordânia e Síria. A guerra teve implicações de longo alcance e resultou em uma reconfiguração dramática do mapa político do Oriente Médio.
1-A causa do conflito foi o Egito, liderado por Gamal Abdel Nasser, expulsar a força de paz da ONU que estava estacionada ali desde a Crise de Suez em 1956 na fronteira com Israel. O Egito também bloqueou o Estreito de Tiran para o transporte marítimo israelense, um ato que Israel declarou ser uma casus belli (justificação para guerra).
2-Em 5 de junho de 1967, Israel lançou uma ofensiva aérea preventiva surpresa, conhecida como “Operação Foco”. Em poucas horas, a força aérea israelense destruiu a maior parte da força aérea egípcia no solo, e logo depois, aeronaves da Jordânia, Síria e Iraque também foram neutralizadas.
3-Campanha Terrestre: Após o sucesso inicial no ar, Israel lançou rápidas campanhas terrestres contra o Egito no Sinai, a Jordânia na Cisjordânia, e a Síria nas Colinas de Golã.
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Como se deu a Terceira Guerra Árabe-Israelense ou Guerra dos Seis Dias em 1967
Ocorreu entre 5 e 10 de junho de 1967 e envolveu Israel e os países árabes vizinhos, principalmente Egito, Jordânia e Síria. A guerra teve implicações de longo alcance e resultou em uma reconfiguração dramática do mapa político do Oriente Médio.
1-A causa do conflito foi o Egito, liderado por Gamal Abdel Nasser, expulsar a força de paz da ONU que estava estacionada ali desde a Crise de Suez em 1956 na fronteira com Israel. O Egito também bloqueou o Estreito de Tiran para o transporte marítimo israelense, um ato que Israel declarou ser uma casus belli (justificação para guerra).
2-Em 5 de junho de 1967, Israel lançou uma ofensiva aérea preventiva surpresa, conhecida como “Operação Foco”. Em poucas horas, a força aérea israelense destruiu a maior parte da força aérea egípcia no solo, e logo depois, aeronaves da Jordânia, Síria e Iraque também foram neutralizadas.
3-Campanha Terrestre: Após o sucesso inicial no ar, Israel lançou rápidas campanhas terrestres contra o Egito no Sinai, a Jordânia na Cisjordânia, e a Síria nas Colinas de Golã.
Quais as principais consequências da Guerra dos Seis Dias
-Israel conquistou do Egito o Sinai e a Faixa de Gaza.
-Israel conquistou da Jordânia Jerusalém e e Cisjordânia.
-Israel conquistou da Síria as Colinas de Golã
*A ONU criou a Resolução 242 do Conselho de Segurança, que pedia a retirada de Israel dos territórios ocupados e o reconhecimento de todos os estados da região.
Como se deu a Quarta Guerra Ou Guerra do Yom Kippur de 1973
Este conflito envolveu Israel e uma coalizão de estados árabes liderada pelo Egito e pela Síria. A guerra começou em 6 de outubro de 1973, coincidindo com o Yom Kippur, o dia mais sagrado do calendário judaico, uma escolha estratégica dos árabes para pegar Israel de surpresa. Após dias de lutas intensas, Israel conseguiu recuperar território e avançar para dentro do Egito além do Canal de Suez e aprofundar-se nas Colinas de Golã.
1-Um cessar-fogo negociado pelas Nações Unidas entrou em vigor em 25 de outubro. Ambos os lados sofreram grandes perdas, com milhares de soldados mortos em ambos os lados.
2-A guerra teve consequências econômicas significativas em todo o mundo, especialmente devido ao embargo de petróleo árabe de 1973, que causou a crise do petróleo e recessões econômicas nos países ocidentais.
Qual o significado do Acordo de Camp David de 1979
Ele foi um marco histórico significativo na diplomacia do Oriente Médio, representando o primeiro tratado de paz entre o Estado de Israel e uma das suas nações vizinhas árabes, o Egito. Os acordos foram assinados pelo presidente egípcio Anwar El Sadat e pelo primeiro-ministro israelense Menachem Begin, com mediação crucial do presidente dos EUA, Jimmy Carter.
-Israel concordou em devolver a Península do Sinai ao Egito, território que havia conquistado na Guerra dos Seis Dias de 1967.
-Em troca, o Egito concordou em estabelecer relações diplomáticas normais com Israel e garantir a passagem livre de navios israelenses pelo Canal de Suez.
* O Egito acabou sendo isolado da Liga Árabe e o presidente Anwar Sadat foi assassinado em 1981 por extremistas islâmicos dentro do próprio exército egípcio, em parte devido a sua decisão de fazer a paz com Israel.
Quais foram as duas intifadas da Questão Palestina
Primeira Intifada (1987-1993)
A Primeira Intifada, ou “levantamento”, começou em dezembro de 1987 nos territórios palestinos ocupados, incluindo a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. Foi em grande parte uma resposta à crescente frustração dos palestinos com as condições de vida sob a ocupação militar israelense e a ausência de um horizonte político para a autodeterminação.
1-Protestos populares e desobediência civil: Os palestinos empregaram táticas como greves, boicotes, manifestações e barricadas.
2-Impacto Político: A Primeira Intifada levou ao reconhecimento internacional do direito dos palestinos à autodeterminação e impulsionou as negociações de paz que resultaram nos Acordos de Oslo em 1993.
Segunda Intifada (2000-2005)
Também conhecida como Intifada de Al-Aqsa, a Segunda Intifada começou em setembro de 2000, após a visita de Ariel Sharon, então líder da oposição israelense, ao Monte do Templo/Haram al-Sharif em Jerusalém, um local sagrado tanto para judeus quanto para muçulmanos. Esta Intifada foi marcada por:
1-Maior militarização: Ao contrário da primeira, a Segunda Intifada envolveu operações significativamente mais armadas, incluindo atentados suicidas e ataques armados por parte de grupos palestinos, e respostas militares intensas de Israel.
2-Fortes repercussões internacionais: Levou a uma condenação internacional generalizada e impactou as relações internacionais de Israel. Consequências duradouras: A violência exacerbada e as perdas humanas durante a Segunda Intifada levaram a um endurecimento das posições em ambos os lados, dificultando as futuras negociações de paz.
Qual a importância dos Acordos de Oslo na década de 1990
Os Acordos de Oslo, firmados na década de 1990, foram um passo fundamental no longo processo de tentativas de resolução do conflito israelense-palestino. Estes acordos não só marcaram a primeira vez que o Estado de Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) reconheceram formalmente um ao outro, mas também estabeleceram uma estrutura para a autogovernança palestina e para futuras negociações de paz.
1-Estabelecimento da Autoridade Palestina: Os acordos resultaram na criação da Autoridade Palestina (AP), uma entidade governamental interina responsável pela administração de partes da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. A AP foi encarregada de gerir os assuntos civis e a segurança interna nessas áreas.
2-Retiradas Israelenses: Israel concordou em retirar-se gradualmente de partes da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, permitindo o autogoverno palestino nesses territórios.
*Críticas e Falhas: Apesar de seu significado histórico, os Acordos de Oslo foram amplamente criticados por não abordarem adequadamente as questões centrais e por permitirem a continuação de atividades que minavam a confiança entre as partes, como a expansão dos assentamentos israelenses. A violência continuou, incluindo ataques terroristas e ações militares, o que muitas vezes erodiu a confiança gerada pelos acordos.
Sintetize o conflito entre Hamas e Israel
Hamas: O Hamas é uma organização palestina islamista, fundada em 1987, que tem uma ala militar e uma ala política. O grupo, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, é designado como uma organização terrorista por Israel, os Estados Unidos, a União Europeia e outros países. O Hamas rejeita o reconhecimento do Estado de Israel e tem como objetivo estabelecer um estado islâmico no território histórico da Palestina.
2-Confrontos Militares: Desde que assumiu o controle de Gaza, o Hamas tem estado envolvido em várias rodadas de confronto direto com Israel, incluindo grandes conflitos em 2008-2009, 2012, 2014 e mais recentemente em 2021. Esses confrontos geralmente envolvem lançamentos de foguetes pelo Hamas contra Israel e ataques aéreos retaliatórios por parte de Israel em Gaza.
3-Bloqueio de Gaza: Israel, com o apoio do Egito, impõe um bloqueio rigoroso à Faixa de Gaza desde 2007, alegando a necessidade de impedir o Hamas de adquirir armamentos e materiais para construir infraestrutura militar. O bloqueio é criticado internacionalmente por causar sofrimento humanitário significativo à população civil de Gaza.
