ANTIGO REGIME E ABSOLUTISMO Flashcards
Quais as causas da formação das Monarquias Absolutistas
1-Declínio do Feudalismo: A fragmentação do poder feudal, característica da Idade Média, dava lugar à centralização monárquica. Reis buscavam fortalecer sua autoridade e unificar seus territórios através de casamentos entre os nobres.
2-Crescimento das Cidades: O desenvolvimento do comércio e da manufatura impulsionava o crescimento urbano, gerando novas classes sociais e desafiando a ordem feudal.
3-Invenção da Imprensa: A difusão de ideias e informações através da imprensa impulsionava o debate político e religioso, questionando a autoridade tradicional.
4-Guerras Religiosas: As tensões entre católicos e protestantes, como a Guerra dos Trinta Anos, fragilizaram o poder imperial e fortaleceram as monarquias nacionais.
5-Fortalecimento do Exército: A necessidade de defender os territórios e manter a ordem interna impulsionava a profissionalização dos exércitos, aumentando o poder dos reis.
6-Teoria do Direito Divino dos Reis: Essa doutrina defendia a origem divina do poder dos reis, justificando a centralização absolutista e a obediência total ao monarca.
7-Apoio da Burguesia: A burguesia emergente, interessada em um ambiente estável para o comércio, frequentemente apoiava o absolutismo como forma de garantir seus interesses.
Quais foram os principias teóricos absolutistas e suas ideias principais
1-Jean Bodin (1530-1596):
-Ideia Principal: Bodin é conhecido por sua obra “Os Seis Livros da República” (1576), na qual defendia a necessidade de um governo forte e centralizado para garantir a ordem e a estabilidade.
-Ele argumentava que o poder soberano do Estado, representado pelo rei, era absoluto e indivisível, não sujeito a limitações por leis ou instituições.
2-Jacques-Bénigne Bossuet (1627-1704):
-Ideia Principal: Bossuet, um bispo e teólogo francês, é famoso por suas teorias sobre o “direito divino dos reis”.
-Em sua obra “Política Tirada das Próprias Palavras da Sagrada Escritura” (1709), Bossuet defendia que os reis governavam com a autoridade divina concedida por Deus, e qualquer oposição ao monarca era equivalente à oposição a Deus.
3-Thomas Hobbes (1588-1679):
-Ideia Principal: Em sua obra “Leviatã” (1651), Hobbes desenvolveu uma teoria política que justificava um governo absoluto como meio de evitar o estado de natureza, que ele descrevia como um estado de guerra de todos contra todos.
-Hobbes argumentava que as pessoas cediam parte de sua liberdade individual em troca de proteção e ordem, conferindo ao soberano um poder absoluto para garantir a paz e a segurança.
Quais as principais ideias contidas da obra O príncipe de Maquiavel
Suas ideias principais estão intrinsecamente ligadas à forma como os governantes devem agir para manter e consolidar seu poder. É considerado o criador da ciência política moderna.
1-Separação entre Moralidade e Política: argumenta que a moralidade não deve interferir nas decisões políticas de um governante. Em vez disso, ele defende que o príncipe deve estar disposto a usar a astúcia, a dissimulação e até mesmo a crueldade, se necessário, para manter o poder e proteger o Estado.
2-A Necessidade de Manter o Poder: o principal objetivo do governante é manter seu poder e estabilidade do Estado. Ele enfatiza a importância da força e da autoridade para impedir a instabilidade política e as ameaças externas.
3-A Virtù do Governante: Machiavelli destaca a importância das qualidades do governante, que ele chama de “virtù”. Isso inclui habilidades de liderança, coragem, determinação e capacidade de adaptação para enfrentar os desafios políticos e militares.
4-A Utilização da Fortuna e Virtù: debate a interação entre a fortuna (a sorte) e a virtù (as habilidades do governante). Ele argumenta que, embora a fortuna desempenhe um papel importante na ascensão ao poder, é a virtù que permite ao governante manter e consolidar seu poder.
5-A Importância da Estabilidade Interna: enfatiza que um governante deve priorizar a estabilidade interna do Estado sobre preocupações externas. Isso inclui evitar a divisão interna, manter o apoio da população e evitar a corrupção burocrática.
6-O Governo como Arte: retrata o governo como uma arte que requer habilidade e astúcia por parte do governante. Ele argumenta que os governantes devem ser pragmáticos e flexíveis em sua abordagem para lidar com as circunstâncias políticas em constante mudança.
Explique quem foi de D. João I e a Revolução de Avis
1-Quem foi: D. João era filho ilegítimo do rei D. Pedro I e Meia Lopez, uma galega. Apesar disso, recebeu o título de Mestre da Ordem de Avis, uma importante instituição militar e religiosa.
2-Crise de sucessão da dinastia de Borgonha: Com a morte do rei D. Fernando, em 1383, a herdeira do trono era sua filha, D. Beatriz, casada com o rei Juan I de Castela.
3-Ameaça de Castela: Portugal poderia perder a independência conquistada com tanto esforço caso a coroa portuguesa se unisse à de Castela.
*A Revolução:
1-D. João como líder: D. João, apoiado por pelo clero, burguesia e povo de Lisboa, se posicionou como defensor da independência portuguesa.
2-Cortes de Coimbra: Em 1385, as Cortes, reunidas em Coimbra, elegeram D. João como rei de Portugal, dando legitimidade ao novo governo, que deu início a Dinastia de Avis.
Quais as consequências da Revolução de Avis para Portugal
1-Estabelecimento da Dinastia de Avis: Com a coroação de D. João I, teve início a Dinastia de Avis. Essa dinastia trouxe estabilidade política e permitiu o desenvolvimento de Portugal como uma potência emergente na Europa.
2-Consolidação do Poder Real: D. João I fortaleceu o poder real em Portugal, centralizando o governo, reforçando as instituições monárquicas e estabelecendo uma administração mais eficiente. Isso contribuiu para a formação de um Estado mais coeso e organizado.
3-Expansão Territorial e Marítima: Durante o reinado de D. João I, Portugal deu importantes passos em direção à expansão territorial e marítima. Foi durante seu reinado que a conquista de Ceuta (1415) ocorreu, marcando o início das explorações portuguesas na África e sinalizando o interesse de Portugal em estabelecer rotas comerciais marítimas.
4-Alianças Diplomáticas: D. João I buscou alianças diplomáticas estratégicas, especialmente com a Inglaterra, visando garantir a segurança do reino e promover o comércio. Essas alianças contribuíram para a posição de Portugal no contexto geopolítico europeu.
Principais Reis Absolutistas Portugueses
*D. Duarte (1433-1438):
-Filho de D. João I, foi um rei culto e humanista, conhecido por seu interesse na educação e cultura.
-Durante seu breve reinado, promoveu reformas administrativas e escreveu obras literárias, como o “Leal Conselheiro”.
*D. Afonso V (1438-1481):
-Ascendeu ao trono ainda criança, com sua mãe, a Rainha D. Leonor, atuando como regente.
-Seu reinado é marcado por conflitos internos e externos, incluindo a disputa pelo poder com seu tio D. Pedro, Duque de Coimbra, e a Guerra de Sucessão Castelhana.
*D. João II (1481-1495):
-Conhecido como “O Príncipe Perfeito”, foi um monarca dedicado à centralização do poder real e à expansão marítima.
-Durante seu reinado, foram realizadas importantes expedições exploratórias, como as de Bartolomeu Dias e Vasco da Gama.
*D. Manuel I (1495-1521):
-Também conhecido como “O Venturoso”, foi um dos monarcas mais influentes da dinastia de Avis.
-Seu reinado testemunhou a descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama e a expansão do império português.
Principais Reis Absolutistas Dinastia Habsburgo na Espanha
1-Carlos I ou Carlos V(1516-1556): Imperador Romano Germânico e rei da Espanha, expandiu o império espanhol com a conquista de territórios na América, Europa e África. Enfrentou a Reforma Luterana.
2-Felipe II (1556-1598):
-Conhecido como “Felipe o Prudente”, Felipe II foi um dos monarcas mais poderosos do século XVI.
-Ele expandiu o império espanhol, consolidando territórios na Europa, América, África e Ásia.
-Implementou políticas centralizadoras e foi um fervoroso defensor do catolicismo, liderando a Contrarreforma.
-Deu início a Guerra dos 80 Anos contra os Países Baixos.
3-Felipe III (1598-1621):
-Filho de Felipe II, Felipe III continuou muitas das políticas absolutistas de seu pai.
-Seu reinado é lembrado por sua administração ineficiente e pela influência de favoritos, como o Duque de Lerma.
4-Felipe IV (1621-1665):
-Sucessor de Felipe III, Felipe IV também governou de forma absolutista.
-Seu reinado foi marcado por conflitos internos, como a Revolta dos Catalães e a derrota na Guerra dos Trinta Anos, bem como por dificuldades econômicas.
5-Carlos II (1665-1700):
-Conhecido como “Carlos, o Feiticeiro” devido a sua saúde debilitada e incapacidade de governar.
-Seu reinado testemunhou uma decadência significativa da autoridade real, com o poder sendo cada vez mais exercido por ministros e cortesãos.
Causas da decadência da Dinastia Habsburgo
1-Ascensão do nacionalismo: O crescimento do sentimento nacionalista enfraqueceu o domínio dos Habsburgos sobre seus territórios, com diversos povos buscando autonomia ou independência.
2-Guerras constantes: A participação em diversas guerras, como a Guerra dos Trinta Anos e a Guerra de Sucessão Espanhola, debilitaram militarmente e economicamente a dinastia.
3-Ineficiência administrativa: A burocracia imperial era complexa e ineficiente, dificultando o governo dos territórios e a implementação de reformas.
4-Reforma Protestante: A divisão religiosa provocada pela Reforma Protestante fragmentou o Sacro Império Romano Germânico, minando a autoridade dos Habsburgos como imperadores.
5-Declínio Econômico: O Império Habsburgo enfrentou dificuldades econômicas devido a uma série de fatores, incluindo a concorrência de outras potências europeias, a perda de rotas comerciais importantes e a falta de modernização econômica.
O que foi a Guerra dos 30 Anos de 1618-1648
A Guerra dos Trinta Anos foi um conflito armado que ocorreu na Europa Central entre 1618 e 1648. Foi um dos mais devastadores e prolongados conflitos religiosos e políticos da história europeia.
-A guerra envolveu muitas das grandes potências europeias da época e foi travada entre os Habsburgos, que governavam vastos territórios na Europa, e outras potências, como a França, a Suécia e a Dinamarca.
-O conflito foi desencadeado pela Reforma Protestante e pelas tentativas de governantes católicos e protestantes de impor sua religião aos súditos.
-A Guerra começou com a Revolta dos Boêmios em 1618, quando nobres protestantes boêmios se revoltaram contra o católico Fernando II, que era rei da Boêmia e imperador do Sacro Império Romano.
-O controle de rotas comerciais e o acesso a recursos naturais eram motivos importantes para a guerra, com várias potências buscando expandir seu poder econômico e comercial.
Quais as consequências da Guerra dos 30 Anos
1-Declínio do Sacro Império Romano-Germânico, que perdeu grande parte de seu poder e influência.
2-Ascensão da França, que se tornou a principal potência da Europa.
3-Paz de Westfália: A guerra foi terminada com a Paz de Westfália, que estabeleceu o princípio da tolerância religiosa na Europa.
4-Devastação da Europa Central, com milhões de mortes e grande destruição material.
5-Estabeleceu o princípio da tolerância religiosa na Europa.
Principais Reis Absolutistas Da dinastia dos Valois da França
*Dinastia Valois:
1-Filipe VI (1328-1350):
O primeiro rei da dinastia Valois, ele ascendeu ao trono após a crise de sucessão que se seguiu à morte do último rei da dinastia Capetiana.
Seu reinado foi marcado por conflitos com a Inglaterra, incluindo o início da Guerra dos Cem Anos.
2-Francisco I (1515-1547): O “Rei Cavaleiro”, impulsionou o Renascimento francês, patrocinando as artes e a cultura.
3-Henrique II (1547-1559): Período de guerras religiosas entre católicos e protestantes.
4-Carlos IX (1560-1574): Massacre de São Bartolomeu, em 1572, marcou um momento sangrento nas guerras religiosas.
O que foi o Massacre de São Bartolomeu
O Massacre de São Bartolomeu foi um episódio sangrento da história francesa ocorrido em agosto de 1572, durante as Guerras de Religião entre católicos e protestantes na França. O massacre teve início em Paris e acabou se espalhando por outras cidades do país.
1- A causa imediata do massacre foi o casamento de Henrique de Navarra (futuro rei Henrique IV da França e líder protestante) com Margarida de Valois (católica), ocorrido em 18 de agosto de 1572.
2-No dia 23 de agosto de 1572, o almirante católico Gaspard de Coligny, um dos líderes protestantes, foi ferido em um atentado. Isso desencadeou uma onda de violência contra os protestantes em Paris. Durante a noite de 24 de agosto e os dias seguintes, milhares de protestantes foram massacrados em Paris e em outras cidades da França por católicos fanáticos e membros das milícias urbanas.
Quais os reis da Dinastia dos Burbons, considerada a mis importante da Idade Moderna na França.
1- Henrique IV (1589-1610):
-Encerrou as Guerras de Religião na França com o Édito de Nantes, que concedeu tolerância religiosa aos protestantes.
-Promoveu políticas de reconstrução e desenvolvimento econômico após os conflitos, incentivando a agricultura, o comércio e as artes.
2- Luís XIII (1610-1643): Centralizou a administração e a justiça, com o apoio do Cardeal Richelieu e deu início as grandes navegações e exploração do Canadá e outras regiões.
3-Luís XIV (1643-1715):
-Consolidou o absolutismo na França, concentrando poderes absolutos nas mãos do rei e estabelecendo uma corte real poderosa em Versalhes.
-Promoveu uma política externa expansionista, aumentando o território francês e tornando a França uma potência dominante na Europa.
-Fomentou o desenvolvimento cultural e artístico, tornando a França o centro do estilo barroco e promovendo a literatura, a música e as artes visuais.
4-Luís XV (1715-1774):
-Governou durante um período de relativa estabilidade, mas também de crescente descontentamento social e intelectual que levaria à Revolução Francesa.
-Encorajou as artes e a cultura, apoiando filósofos como Voltaire e Rousseau, e promovendo o iluminismo na França.
5-Luís XVI (1774-1792):
-Tentou realizar reformas políticas e financeiras para lidar com a crise econômica e social, mas enfrentou forte oposição da nobreza e do clero.
-Seu reinado testemunhou o início da Revolução Francesa, um evento que acabaria por pôr fim à monarquia absoluta e à própria dinastia dos Bourbon.
Qual a importância do Edito de Nantes
*O Edito de Nantes, promulgado em 1598 pelo rei Henrique IV da França, foi um marco histórico na luta pela tolerância religiosa. O decreto concedeu aos protestantes franceses, conhecidos como huguenotes, direitos civis e religiosos que até então eram negados.
Qual as consequências para a França do Edito de Nantes
1-Fim das Guerras Religiosas: O Edito de Nantes pôs fim a décadas de conflito sangrento entre católicos e protestantes na França, as Guerras Religiosas Francesas.
2-Tolerância religiosa: O decreto representou um passo importante para a tolerância religiosa na Europa, reconhecendo o direito dos huguenotes de professar sua fé livremente.
3-Liberdade de culto: O Edito de Nantes permitia aos huguenotes celebrar cultos em locais específicos, construir seus próprios templos e educar seus filhos em sua fé.
4-Direitos civis: O decreto também concedia aos huguenotes direitos civis como acesso à justiça, cargos públicos e universidades.
Impacto na França:
5-Pacificação interna: O Edito de Nantes contribuiu para a pacificação interna da França, promovendo a coesão social e a estabilidade política.
6-Desenvolvimento econômico: A tolerância religiosa permitiu que os huguenotes prosperassem economicamente, contribuindo para o desenvolvimento da França.