Neurobiologia da Aprendizagem 2 Flashcards
A que se deve o processo de habituação?
A habituação envolve uma depressão sináptica dependente da atividade da transmissão sináptica.
Um toque moderado no sifão desencadeia um reflexo de retirada do sifão e da brânquia. A estimulação repetida leva a uma habituação desse reflexo.
Um toque no sifão excita uma população de mecanorrecetores dos neurónios sensoriais que inervam o sifão. A libertação de glutamato nos terminais desses neurónios gera um rápido potencial excitatório pós-sináptico (PEPS) nos interneurónios e nos neurónios motores. Existe uma soma temporal e espacial dos PEPS das células sensoriais e dos interneurónios dos neurónios motores, causando
uma forte despolarização e, consequentemente, uma retirada vigorosa da brânquia. Se esse estímulo é repetido, os PEPS produzidos vão diminuindo
progressivamente. O resultado desse processo é que a resposta reflexa diminui.
O que reduz a efetividade da transmissão sináptica entre neurónios sensoriais e células pós-sinápticas com a estimulação repetida?
A quantidade de glutamato libertada nos terminais pré-sinápticos dos neurónios sensoriais que diminui. Como a redução da transmissão ocorre na própria via ativada e não requer outra célula moduladora, essa redução á chamada de depressão homossináptica.
O que é a sensibilização? Que processos bioquímicos a possibilitam?
Quando se depara repetidamente com um estímulo inócuo, um animal habitua-se a ele. Entretanto, diante de um estímulo nocivo, o animal tende a temê-lo,
respondendo vigorosamente ao mesmo e a estímulos semelhantes. Portanto, estímulos defensivos, como o de retirada e de fuga, intensificam-se. Esse aumento de resposta reflexa é chamado de sensibilização.
Ocorre um prolongamento do tempo da despolarização do PA e em consequência libertação de maior quantidade de neurotransmissor! Assim, na sensibilização há a libertação de maior quantidade de neurotransmissor pois o tempo para que isso aconteça está prolongado (duração do PA)
O que acontece na sensibilização de longa duração? e na habituação?
Na Aplysia, a sensibilização de longa duração foi a forma de memória mais estudada. Assim como na sensibilização de curta duração, a sensibilização de longa duração do reflexo de retirada da brânquia
envolve modificações na força de conexões em diversas sinapses, incluindo aquelas entre neurónios sensoriais e motores. Entretanto, ela também envolve o crescimento de novas conexões sinápticas.
Com a sensibilização de longa duração, dobra o número de terminais pré-sinápticos dos neurónios sensoriais do circuito do reflexo de retirada da brânquia. As dendrites dos neurónios motores também crescem para acomodar sinais sinápticos
adicionais. Portanto, mudanças estruturais de longa duração nas células pré e pós sinápticas levam a um aumento do número de sinapses.
Em contraste, a habituação de longa duração leva a uma diminuição das conexões sinápticas.
O que é a Potenciação de Longa Duração?
Estimulações elétricas breves e repetidas de alta frequência numa sinapse no sistema nervoso central de um mamífero eram capazes de produzir um aumento persistente na força de transmissão sináptica que pode permanecer durante semanas, Este fenómeno foi denominado de Potenciação de Longa Duração (LTP). A importância desta descoberta residia principalmente no facto de existir uma duração prolongada do aumento do PEPS após o estímulo.
Quais são as regiões principais do cerebelo?
- O córtex cerebelar: densamente inervado por neurónios chamados de células de Purkinje;
- Uma camada de células chamadas de núcleos profundos, onde podemos encontrar o núcleo interposto.
O que se observa em lesões no cerebelo em relação ao reflexo palpebral?
Thompson e colegas descobriram que remover 1mm3 de tecido do núcleo interposto removeu completamente e permanentemente todas as respostas condicionadas aprendidas previamente e impede todas as aprendizagens futuras de reflexos palpebrais.
Lesões no córtex cerebelar (incluindo as células de purkinje) perturbam mas não eliminam o condicionamento palpebral. Animais apresentam respostas condicionadas pequenas e com défice de timing. A perda de células purkinje faz com que a aquisição da resposta condicionada do
reflexo palpebral seja mais lenta, tal como nos animais com lesões no córtex cerebelar.
O núcleo interposto é importante na formação e execução da resposta condicionada e o córtex cerebelar está envolvido na temporização (timing) da
resposta.
Como funcionam os mecanismos moleculares do condicionamento do reflexo palpebral?
As células de purkinje são inibidoras, ou seja, quando estimuladas inibem diretamente as células do núcleo interposto. Se o condicionamento aumenta a frequência do reflexo de piscar da pálpebra, é de esperar que as células do núcleo interposto aumentem a sua frequência de disparo –> então as células de purkinje deverão diminuir a sua frequência de potencial de ação durante o condicionamento.
