Neonatologia - Disturbios respiratórios Flashcards
Sobre a doença da membrana hialina/síndrome do desconforto respiratório: qual etiopatogenia?
Etiopatogenia: diminuição da concentração de surfactante alveolar
• Surfactante: LIPÍDEOS + proteínas se estiver ausente não tem como respirar
Ação: diminuir a tensão superficial no interior do alvéolo permite que o alvéolo permaneça aberto mesmo na expiração
Colapso alveolar
HIPOXEMIA – HIPERCAPNIA
Obs: A parede dos meus alvéolos empurra o ar para fora dos alvéolos, é a tensão superficial. O surfactante diminui a tensão superficial principalmente na expiração permitindo que o alvéolo se mantenha insuflado mesmo na expiração.
Se na doença da membrana hialina eu não tenho surfactante eu vou ter um colapso alveolar na expiração. No inicio a criança consegue manter um alvéolo insuflado mas depois entre em fadiga e não consegue mais insuflar e ai ela permanece atelectasiado levando a hipercapnia. A hipoxemia vem antes só pela redução das trocas gasosas.
Sobre a doença da membrana hialina/síndrome do desconforto respiratório: quais fatores de risco?
Fatores de risco:
• Prematuridade (< 34 semanas)
• Asfixia pneumocito tipo 2 sofre muito com privação de O2 sendo rapidamente destruído e diminuindo a privação de surfactante
• Sexo masculino a maturidade masculina é mais lenta
• Diabetes materno tem dois hormônios que vão agir na liberação de surfactante: insulina e cortisol. A insulina diminui liberação de surfactante e cortisol aumenta. Como o feto de diabética tem muita insulina ele pode não ser prematuro e ainda assim ter membrana hialina. O feto que libera muito cortisol é o que está sofrendo como em mulheres com insuficiência placentária, esses fetos vão ser diminuídos (PIG) por isso dão corticoide para maturar PIG .
O pulmão do PIG é mais maturado porque tem mais cortisol, já do GIG é menos maturado porque normalmente é de mãe diabética então tem mais insulina
Sobre a doença da membrana hialina/síndrome do desconforto respiratório: qual a clinica?
Clinica - desconforto respiratório • Inicio nas primeiras horas de vida • Taquipneia (>=60) • Retrações costais, gemidos; • Batimento de asa nasal • Cianose
Sobre a doença da membrana hialina/síndrome do desconforto respiratório: como é a radiografia?
Radiografia – só aparece depois das 6 primeiras horas de vida
• Reticulogranular difuso (aerobroncograma) a hipotransparencia é pontilhada – microatelectasia (alvéolo insuflado do lado de alvéolo atelectasiado)
• Vidro moído/fosco
• Volume diminuído tem atelectasia
Sobre a doença da membrana hialina/síndrome do desconforto respiratório: como é o tratamento?
Tratamento
• Oxigênio por capacete (hood) coloca a cabeça da criança dentro de um capacete com FiO2 aumentado conduta errada, porque não muda a historia natural da doença deve ser pulada
• CPAP nasal (Continuous Positive Airway Pressure): faz pela via nasal ESTABILIZAÇÃO ALVEOLAR
- Ventilação mecânica: vai precisar insuflar o alvéolo porque ele não consegue mas se manter insuflado quando você coloca ele em VM eu defino que ela tem uma doença grave e precisa de tratamento especifico SURFACTANTE
- Surfactante TERAPÊUTICO joga dentro do tubo de VM. Não faz para todas as crianças, só vai fazer para as crianças com IOT
Obs: existe o surfactante profilático que é dado na sala de parto (no APAS) para os bebes que tem risco de desenvolver uma forma grave da doença (ex: bebe de 26 semanas). Eu intuba ele, jogo o surfactante e depois extubo.
Obs: o surfactante precoce é feito nas primeiras duas horas de vida para crianças que tem risco de doença grave e começou a desenvolver algum desconforto respiratório, não espero chegar ao ponto dele precisar de VM. Ai você intuba, joga o surfactante e depois extuba
Obs: o surfactante profilático e precoce não vem sendo usado, está sendo substituído pelo CPAP precoce na sala de parto ainda
• Antibióticos: não tenho como saber se ele não tem uma infecção, como pneumonia
Sobre a doença da membrana hialina/síndrome do desconforto respiratório: como prevenir?
Prevenção
• Corticoide antenatal tem como finalidade acelerar a maturação do pulmão do feto
Sobre a pneumonia/sepse neonatal: quais mecanismos?
Mecanismos
• Precoce: sepse nas primeiras 48 horas de vida
Ascendente: alguma bactéria do trato genital feminino ascendeu e infectou o liquido amniótico
Intraparto: no momento da passagem do canal de parto a criança aspira uma bactéria do canal feminino
Estreptococo do grupo B (S.agalactie)
Gram negativos entéricos (E.coli)
• Tardia: sepse a partir de 7 dias de vida Nosocomial (hospitalar) Comunitária Estafilococos (aureus e coagulase neg) Bactérias gram negativas Fungos
Obs: fungo é mais comum em: <1000g (extremo baixo peso); nutrição parenteral; criança que já usou ATB
Obs: do segundo ao sétimo dia de vida pode ser mecanismos tanto da precoce quanto da tardia
Sobre a pneumonia/sepse neonatal: quais fatores de risco?
Fatores de risco
• Ruptura prolongada de membranas (duração > 18 horas) – SEPSE PRECOCE
• Corioamnionite cavidade uterina infectada – SEPSE PRECOCE
• Colonização materna por germes patogênicos GBS (fazer cultura entre 35-37 semanas) – SEPSE PRECOCE
• Prematuridade – SEPSE PRECOCE E TARDIA
Sobre a pneumonia/sepse neonatal: qual clinica?
Clínica
• Pode haver período assintomático demora um pouco para se manifestar podendo começar a ter sintoma clinico com 48 hrs de vida mesmo tendo sido sepse precoce
• Desconforto respiratório
• Doença sistêmica:
Distermia (variação de temperatura corporal)
Alteração do estado de alerta, cadiocirculatória e gastrointestinal
Sobre a pneumonia/sepse neonatal: quais avaliações complementares?
Avaliação complementar
• Radiografia de tórax
Na pneumonia pelo GBS que é a precoce o aspecto radiográfico é IDENTICO ao da doença da membrana hialina
• Hemograma (relação I/T) e PCR
Relação I/T relação entre neutrófilos imaturos e totais
Relação aumentada – desvio para esquerda = SEPSE
Relação I/T aumentado >= 0,2 sepse
• Identificação do Agente
Hemocultura
Punção lombar tem que fazer para saber se tem manifestação neurológica
Urinocultura (infecção tardia) – posso fazer na infecção precoce se tiver alguma má formação
Sobre a pneumonia/sepse neonatal: qual tratamento?
Tratamento
• Precoce: AMPICILINA + AMINOGLICOSÍDEO
• Tardia: depende do CCH do hospital, cada hospital tem um
Sobre a síndrome de aspiração meconial: qual etiopatogenia?
Etiopatogenia
• Eliminação e aspiração de mecônio intraútero
• Mecônio é uma substancia que vai se acumular no intestino do feto a partir do segundo trimestre (enzima digestiva, células descamada, liquido amniótico). Todo feto tem mecônio, mas a maioria só elimina depois que nasce, ela pode liberar antes do nascimento em caso de sofrimento fetal (asfixia). O feto não elimina durante a vida fetal porque o esfíncter anal estará contraído, contudo na asfixia ele relaxa o esfíncter liberando o mecônio e aumentando os movimentos respiratórios fazendo com que ele inale e exale liquido amniótico, levando mecônio para traqueia. O problema é que esse mecônio sai da traqueia e vai para via aérea inferior sendo pulverizado, o que leva a um bloqueio mecânico expiratório, que vai levar a um aprisionamento de ar já que tem um bloqueio parcial de via aérea isso gera hiperinsuflação. Como mecônio é cheio de substancia irritativa vai geral uma pneumonite química e infecção secundária síndrome de aspiração meconial.
• Tem muita diminuição da complacência então tem que ventilar intensamente
Sobre a síndrome de aspiração meconial: qual história?
História • Termo e pós-termo • LA meconial • Sofrimento fetal Obs: como o pré termo ainda não tem mecônio no íleo não acontece neles
Sobre a síndrome de aspiração meconial: qual clínica?
Clínica
• Inicio nas primeiras horas de vida
• Desconforto respiratório
• GRAVE
Sobre a síndrome de aspiração meconial: qual radiologia?
Radiologia
• Infiltrado alveolar grosseiro
• Pneumotórax – complicação da ventilação com pressão alta
• Volume pulmonar aumentado