Nefropatias Secundárias Flashcards

1
Q

Quais são as principais síndromes que causam nefropatias secundárias de atingimento pre-renal

A

Síndrome cardiorrenal e síndrome hepatorrenal

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Q

Que tipos de síndrome cardiorrenal existem?

A

1 - lesão aguda cardíaca condiciona LRA
2 - lesão crónica cardíaca condiciona DRC
3 - LRA que condiciona lesão cardíaca
4 - DRC qu condiciona lesão cardíaca
5 - Doença sistémica que afeta os 2 órgãos

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3
Q

Qual é a fisiopatologia do tipo 1 na síndrome cardiorrenal?

A

Há redução da fração de ejeção com redução da pós carga e aumento da pré carga com congestão venosa e redução da TFG. Isto ativa o eixo renina angiotensina aldosterona, SN simpático e a libertação da ADH que leva a uma resposta desadequada por retenção de Na+, H2O, vasoconstrição e retenção de água livre

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4
Q

O que verificamos na história clínica dos doentes com síndrome cardiorrenal?

A

Geralmente são doentes que já têm insuficiência cardíaca, HTA, diabetes ou são fumadores e identificam alguma tipo de fator desencadeante. Pode haver agravamento da dispneia, ortopneia, dispneia paroxística noturna, aumento do peso, edema (vespertino) e redução progressiva do débito urinário

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5
Q

O que verificamos no exame físico dos doentes com síndrome cardiorrenal?

A

Geralmente estão sentados, há turgescência jugular, plipneicos, aumento da FC/FR, aumento ou diminuição da TA, fervos e crepitações bibasais e, se houver derrame pleural pode haver redução do murmúrio

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6
Q

Que exames fazemos na síndrome cardiorrenal?

A

Cálculo da TFG (que pode estar sobrevalorizado), SUII, Rx tórax (índice cardiotorácico aumentado, reforço hilar bilateral, diminuição da hipertransparência bilateral), ecocardiograma (para avaliar a fração de ejeção cardíaca) e eco renal

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7
Q

Como tratamos a síndrome cardiorrenal?

A

Tratamos a doença de base, diuréticos (da ansa ou espirinolactona - avaliar sempre ionograma pelos riscos de hipo/hipercaliémia), IECAs/ARAs (suspender nas agudizações e depois voltar a dar) e hemólise (para ultrafiltração)

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8
Q

O que acontece na síndrome hepatorrenal?

A

Há hipertensão portal que causa vasodilatação esplâncnica, redução da resistência vascular periférica, redução da perfusão renal com diminuição da TFG e agravamento da ascite e da hipertensão portal

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9
Q

Como diagnosticamos síndrome hepatorrenal?

A

Pela história de doença hepática (com ascite, circulação colateral e varizes GE), baiTA, oligúria, aumento da retenção azotada, sedimento urnário inativo (sem GV, proteinúria), baixa excreção fracionada de Na+. Geralmente há um fator precipitante (como peritonite bacteriana espontânea ou hemorragia GI)

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10
Q

Como tratamos a síndrome hepatorrenal?

A

Tratamos a doença de baso, podemosar vasopressores (terlipressina e norepinefrina), albumina e realizar paracentese (porque diminui a pressão intrabdominal e aumenta a TFG, mas é preciso depois repor o volume retirado), TIPS ou diálise

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11
Q

Como ocorre a nefropatia por LES?

A

Há deposição de imunocomplexos Ac dsDNA e de fragmentos de DNA que se depositam no mesangio, endotélio e epitélio, ativando o complemento e originando inflamação (histologicamente parece glomerulonefrite proliferativa)

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12
Q

Quais são as manifestações renais da nefrite lúpica?

A

Hematoproteinúria/proteinúria, pode haver síndrome nefrótico e até pode evoluir para DRC 5

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13
Q

Como fazemos o diagnóstico de nefrite lúpica?

A

Pela presença de Ac dsDNA e pela biópsia

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14
Q

Quando está indicada a biópsia na nefrite lúpica?

A

Se proteinúria é >500mg/24h, sedimento com glóbulos vermelhos dismórficos e cilindors celulares e há um aumento da creatinina sem outra causa identificada

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15
Q

Como tratamos a nefrite lúpica?

A

Classe 1/2: controlo de proteinúria e HTA
Classe 3/4/5: imunossupressores e corticóides
Classe 6: terapia de suporte e controlo de complicações

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16
Q

Quando e como aparecem as glomerulonefrites pós-streptocócicas?

A

Aparecem após infeção por streptococcus ß hemolítico do grupo A (1-3 semanas após faringite ou 3-6 semanas após impétigo) havendo ativação do complemento e deposiçãodos Ag nefríticos

17
Q

Como se manifesta a glomerulonefrite pós-streptocócica?

A

Pode aparecer apenas hematúria microscópica assintomática ou desenvolver síndrome nefrítico (com LRA, sedimento urinário ativo e HTA) e títulos baixos de C3 com C4 normal, o que é uma manifestação da via alternativa do complemento.

18
Q

Como tratamos as glomerulonefrites pós-streptocócicas?

A

Fazemos apenas tratamento de suporte, sendo que os AB raramente são necessários porque a infeção já está resolvida

19
Q

Como é que o HIV pode originar lesão renal?

A

LRA - mais rara
DRC - por nefroangiclerose, uma vez que o HIV está associado ao envelhecimento prematuro e por toxicidade medicamentosa
Alterações hemolíticas - por toxicidade medicamentosa (mais comum é a síndrome de Fanconi)

20
Q

Como tratamos as glomerulonefrites por infeção por HIV?

A

Manter a terapêutica anti-retrovírica. Se houver DRC 5 fazer hemodiálise ou transplante renal

21
Q

Como é que a infeção por hepatite C pode originar glomerulonefrite?

A

Por depósitos de imunocomplexos ao frio, havendo ativação da via do complemento o que origina vasculite. Manifesta-se, geralmente, por glomerulonefrite membranoproliferativa associada a crioglobulinémia mista

22
Q

Como se manifesta clinicamente a glomerulonefrite por infeção de hepatite C?

A

Há púrpura palpável, fadiga, mialgias, artralgias, polineuropatia periférica e síndrome nefrítico (com HTA, LRA, sedimento urinário ativo e edema)

23
Q

Como se diagnostica a glomerulonefrite por infeção de hepatite C?

A

Deteção de anticorpos e RNA HCV, detetar sinais de crioglobulinémia mista (IgG, IgM e FR), redução de C3 e C4 e biópsia renal

24
Q

Como tratamos a glomerulonefrite por infeção de hepatite C?

A

Tratamos a doença de base (com antiretrovíricos), se for severo damos imunossupressores, fazemos diálise e transplante

25
Q

Quais são as características da glomerulonefrite por infeção de hepatite B?

A

Manifesta-se geralmente como nefropatia membranosa e trata-se com imunossupressores se for grave, sendo que o principal é tratar a infeção

26
Q

Como ocorre e quais são as manifestações clínicas da nefropatia por amiloidose AL?

A

Ocorre por depóstios de Ig em fibrilhas, ge por cadeias leves gamma. Manifesta-se por astenia, perda de peso, síndrome nefrótico, hipotensão, polineurop macroglossia e equimoses

27
Q

Como fazemos o diagnóstico de nefropatia por amiloidose AL?

A

Fazemos o estudo da gamapatia por eletroforese, imunofixação sérica e pesquisa de cadeias leves livres, medulograma e biópsia renal

28
Q

Como tratamos a nefropatia por amiloidose AL?

A

Quimioterapia e, se necessário, transplante de medula

29
Q

O que é a nefropatia de cilindros?

A

É a nefropatia causada por mieloma múltiplo, pela deposição cadeias leves livres, pelos efeitos dos AINEs e da quimioterapia e pela hipercalcémia (que causa vasoconstrição intrarrenal e nefrite intersticial aguda)

30
Q

Como diagnosticamos nefropatia de cilindros?

A

Hemograma, BQ com função renal e ionograma, proteínas totoais e albumina, eletroforese proteica, imunofixação e doseamento de Ig monoclonal, medulograma, Rx esqueleto e biópsia

31
Q

Como tratamos a nefropatia de cilindros?

A

Descontinuamos nefrotóxicos, corrigimos a hipercalcémia, quimioterapia anti-mieloma e, se houver LRA fazemos plasmaferese ou diálise com filtros de alto cut off e autotransplante de medula, se necessário