Nefrologia Flashcards
Defina azotemia
é a retenção de escórias nitrogenadas (ureia e creatinina) SEM sintomas
Defina uremia
é a azotemia (retenção de escórias nitrogenadas - ureia e creatinina - ) COM sintomas
Principais sintomas: gastrointestinais, pericardite, disfunção plaquetária, encefalopatia
Quais são as 3 causas de Insuficiencia renal com K baixo?
- Leptospirose
- Uso de aminoglicosideo
- Uso de anfotericina B
Quais eletrólitos aumentam e reduzem na insuficiencia renal aguda?
Aumentam: H+ (acidose); Fosfato (P) e Potássio (k)
Reduz: Ca e Na
Quais os critérios diagnósticos para insuficiência renal aguda?
- aumento de 0,3 na Cr em 48h
OU - aumento de 50% em 7 dias
+E
- Diurese < 0,5 ml/kg/h em 6h
Quais as indicações de diálise de urgência?
- Refratariedade na hipovolemia, hipercalemia ou na acidose
- Uremia franca com sintomas: encefalopatia, pericardite, hemorragia
OBS: NÃO usar valor de creatinina como indicação
Quais os critérios diagnósticos para doença renal crônica?
- TFG < 60 ML/MIN
ou - albuminuria >= 30 mg/dia (ou relação alb/cr)
Tudo isso por pelo menos 3 meses!!
Quais são as causas de doença renal cronica no BRASIL?
Has e DM
No mundo: DM e Has
Explica como são classificados os estagios da doença renal cronica (Sistema GxAx)?
Olhar tabela
Qual a conduta para um paciente G3A2 na Dç renal crônica?
Por ser G3: tratar doença óssea (restringir fosforo alimentar, usar quelante de fosforo, suplementar vit D, usar calcimimético)
e tratar Anemia (reposição de eritropoetina)
Por ser A2: fazer nefroproteção com IECA/BRA/ISLGT2
Quais são as principais causas de necrose de papila renal?
● Diabetes mellitus
● Obstrução
● Anemia falciforme
● Nefropatia analgésica AINES
● Pielonefrite grave
Causas de insuficiência renal com rim de tamanho normal ou aumentado
● Diabetes mellitus
● Doença policística
● Amiloidose
● Anemia falciforme
● Esclerodermia
● Nefropatia obstrutiva
● Nefropatia pelo HIV
Cite os principais cilindros urinários
Cilindros hialinos: formados apenas pela proteína de Tamm-Horsfall – constituídos por material transparente, às vezes de difícil visualização na sedimentoscopia. Um ou outro cilindro hialino pode ser encontrado em pessoas normais, mas a presença de uma grande quantidade deles pode indicar desidratação, uso de diuréticos (especialmente a furosemida), esforço físico ou febre.
Cilindros epiteliais: são compostos por células epiteliais descamadas por túbulos renais que aderem à matriz proteica. Técnicos não treinados podem ter dificuldade de diferenciá-los dos cilindros leucocitários, apesar do tamanho três vezes maior das células epiteliais em relação aos leucócitos. Os cilindros epiteliais podem evoluir para cilindros granulosos, pela degeneração celular. A presença de cilindros epiteliais indica lesão tubular renal, como a necrose tubular aguda e as nefropatias tubulointersticiais. Cuidado para não confundir: o encontro de células epiteliais pode ocorrer na sedimentoscopia de uma pessoa normal, porém os cilindros epiteliais quase sempre são patológicos.
Cilindros granulosos: geralmente são formados por debris celulares e sua superfície pode se apresentar finamente ou grosseiramente granulada. Quando acumulam o pigmento hemoglobínico modificado, tornam-se pardo-escuros, ganhando a nomenclatura de cilindros granulosos pigmentares. Os cilindros granulosos indicam lesão tubular e eventualmente glomerular, podendo representar cilindros celulares degenerados. A necrose tubular aguda é uma causa clássica de cilindros granulosos, que costumam ser do tipo pigmentares. Uma pessoa normal raramente pode apresentar um ou outro cilindro granuloso – neste caso, o aspecto granular deve-se à agregação de proteínas aos cilindros hialinos.
Cilindros hemáticos: são compostos por hemácias que aderem à matriz proteica. São indicadores confiáveis de lesão glomerular e são clássicos das glomerulonefrites.
Cilindros leucocitários (ou piocitários): são compostos por leucócitos polimorfonucleares aderidos à matriz proteica. Os leucócitos degenerados são chamados de piócitos. Podem estar presentes nas glomerulonefrites, mas são clássicos das nefrites tubulointersticiais, como a pielonefrite aguda bacteriana. Podem conter bactérias.
Defina sindrome nefritica
O paciente que desenvolve síndrome nefrítica é aquele que se queixa de urina “presa” e “vermelho-acastanhada”, correspondentes à oligúria e à hematúria, e desenvolve hipertensão arterial e edema por congestão volêmica. O sedimento urinário mostra dismorfismo eritrocitário, piúria e cilindros celulares (hemáticos e leucocitários), e a urina de 24h revela proteinúria em níveis de 150 mg a 3,5 g (subnefróticos).
QUAIS indicações de biópsia renal na suspeita de GNPE.
- Hematúria macroscópica por > 4 semanas. - Função renal alterada por > 4 semanas.
- HAS por > 4 semanas.
- Hipocomplementemia > 8 semanas.
- Proteinúria na faixa nefrótica > 4 semanas.
Qual seria o aspecto histopatológico de uma GNPE na biopsia?
Microscopia óptica: padrão de glomerulonefrite proliferativa-difusa
Imunofluorescência: padrão de glomerulite por imunocomplexos – existem depósitos granulares de IgG/C3 nas paredes dos capilares (endocapilares) e no mesângio.
Microscopia eletrônica: a microscopia eletrônica revela o aspecto mais característico da GNPE – as “corcovas” ou “gibas” , que são nódulos subepiteliais eletrodensos formados por depósitos de imunocomplexos. Também podemos encontrar nódulos subendoteliais igualmente compostos por imunocomplexos. A quantidade desses nódulos se correlaciona diretamente com a gravidade das manifestações clínicas e, na medida em que os nódulos desaparecem, o paciente evolui com melhora..
Quando suspeitar de Glomerulonefrite Membranoproliferativa (GNMP)
A GNMP deve ser suspeitada caso haja proteinúria persistente na faixa nefrótica, ou caso a hipocomplementemia persista por mais de oito semanas (ambas indicações de biópsia na GNPE).
qual o tratamento da GNPE?
● Repouso e restrição hidrossalina (fundamental).
● Diuréticos de alça.
● Vasodilatadores (para a hipertensão, se necessário).
● Diálise (se necessário).
Se a pressão arterial não for controlada com essas medidas, acrescentam-se outros anti-hipertensivos como bloqueadores dos canais de cálcio (ex.: nifedipina), vasodilatadores (ex.: hidralazina) ou inibidores da enzima conversora de angiotensina (ex.: captopril). Vale frisar que estes últimos devem ser feitos com muito cuidado, pelo risco de hipercalemia secundária ao hipoaldosteronismo hiporreninêmico que acompanha a GNPE… O nitroprussiato de sódio é indicado nos casos de encefalopatia hipertensiva. A hemodiálise (com ultrafiltração) será indicada na vigência de síndrome urêmica, bem como para tratar a congestão volêmica grave refratária à terapia medicamentosa.
A antibioticoterapia precoce, frente a um quadro de infecção estreptocócica (faringite ou dermatite), previne o aparecimento de GNPE?
NÃO. Sabemos que a antibioticoterapia precoce evita os surtos de febre reumática (que, como veremos no módulo de reumatologia, é outra complicação tardia relacionada exclusivamente à faringoamigdalite estreptocócica). É por este motivo que devemos prescrever antimicrobianos para todas as faringoamigdalites estreptocócicas, porém, é importante ter em mente que o tratamento das faringites ou dermatites, mesmo que precoce, não exerce qualquer influência sobre o desenvolvimento de GNPE.
Existe benefício com o uso de antibióticos para a GNPE estabelecida?
Resposta: NÃO. O prognóstico da GNPE não muda se o paciente receber ou não tratamento antimicrobiano.
Está indicado o tratamento com antibióticos para aqueles que se apresentam com GNPE?
SIM. A antibioticoterapia não previne nem influencia o curso de uma GNPE, mas deve ser indicada em todos os portadores de GNPE. O objetivo não é solucionar nem melhorar o quadro agudo de glomerulite, mas sim eliminar da orofaringe (ou pele) as cepas “nefritogênicas” do estreptococo, evitando uma possível recidiva futura, além de reduzir a transmissão para contactantes suscetíveis.
Existe, assim como na febre reumática, a necessidade de utilizarmos antibioticoprofilaxia periódica para todos os que algum dia desenvolveram um episódio de GNPE?
NÃO. Indivíduos com história pessoal de GNPE não estão sob maior risco de desenvolver um novo episódio do que a população geral, e a GNPE, ao contrário da febre reumática, não deixa sequelas… Logo, um segundo ou terceiro episódios teriam a mesma expectativa de morbidade que o primeiro, não havendo benefício confirmado na literatura com a antibioticoprofilaxia…