Meningoencefalites Flashcards

1
Q

Definição meningite

A

Doença inflamatória das leptomeninges (pia e aracnoide)

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Q

Definição encefalite

A

Infecções agudas do parenquima do SNC

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3
Q

Manifestações clinicas - encefalite

A
  1. Febre
  2. Cefaleia
  3. Confusão mental
  4. Rebaixamento do nivel de consciência
  5. Sinais focais (déficit motor, afasia, assimetria de reflexos, alterações de coordenação)
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4
Q

Dica pra diferenciar meningite de encefalite

A

Alteração da função cerebral

  1. Observar o nível de consciência
  2. Observar déficits focais
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Q

Meninges de fora pra dentro:

A

dura máter > aracnóide > pia máter.

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6
Q

Principais manifestações meningite

A
  1. Aumento da PIC
  2. Convulsões
  3. Confusão mental
  4. Rebaixamento do sensório.
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7
Q

Rombencefalite

A

Encefalite específica do rombencéfalo (tronco cerebral e cerebelo).

Clinicamente: déficit de marcha, de equilíbrio, de coordenação. 
                •    Espasmos mioclônicos
		•    Tremores
		•    Ataxia
		•    Envolvimento de pares cranianos
		•    Alterações ventilatórias
		•    Choque
                •    Coma
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8
Q

Agente que costuma causar rombencefalite

A

Listeria

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9
Q

Fisiopatologia

A
  1. Agentes de infecção ou colonização das vias aéreas invadem a mucosa respiratória -> via hematogênica -> meninges. Lá, se multiplicam e estimulam processo inflamatório.
  2. Reações inflamatórios -> exsudato que pode bloquear a reabsorção liquórica pelas granulações aracnoideas -> hidrocefalia e ao edema cerebral do tipo intersticial.
  3. Inflamatório no espaço subaracnoide pode acometer vasos sanguíneos por contiguidade (vasculite – principalmente nos vasos da base do crânio), ocasionando trombose e infarto cerebral isquêmico (a isquemia do SNC ocasiona edema do tipo citotóxico) ou então favorecendo a disseminação do processo infeccioso para o encéfalo, determinando o aparecimento de abscessos cerebrais.

O surgimento precoce da síndrome de secreção inapropriada do ADH piora ainda mais o edema cerebral, com a decorrente elevação da PIC e baixa perfusão do sistema nervoso.

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10
Q

3 tipos de síndromes que costumam aparecer na meningite

A

(1) síndrome toxêmica;
(2) síndrome de irritação meníngea;
(3) síndrome de hipertensão intracraniana.

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11
Q

Tríade clássica da meningite bacteriana:

A
  1. febre
  2. rigidez de nuca
  3. alteração do estado mental
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12
Q

Tríade da hipertensão intracraniana:

A
  1. cefaleia
  2. hipertensão arterial
  3. bradicardia.
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13
Q

Síndrome toxêmica

A
  • Queda do estado geral
  • febre alta
  • quadro confusional
  • pode haver dissociação entre pulso e temperatura - Sinal de Faget
  • Febre em 95% dos casos
  • Agitação psicomotora
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14
Q

Sinal de Kernig

A

paciente em decúbito dorsal, o examinador flete a coxa do paciente sobre o quadril em 90º e tenta estender a perna sobre a coxa. + quando houver contratura muscular da coxa intensa impedindo a conclusão da manobra. • Brudzinski - flexão da cabeça do paciente. +, flexão involuntária da coxa.

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15
Q

Sinais de hipertensão intracraniana

A

1• Cefaleia holocraniana intensa
2• náusea e vômitos (costuma ser em jato) *pode haver apenas náusea e vômitos
3• Fotofobia
4• Pode haver confusão mental
5• Pode haver crises convulsivas
6• Quadros focais podem ocorrer e indicar lesões vasculares (vasculites) por trombose e infarto isquêmico do parênquima cerebral.

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16
Q

Sinal de Brudzinski -

A

flexão da cabeça do paciente. +, flexão involuntária da coxa.

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17
Q

Sinal de Lewison -

A

Sinal meningorradicular. Avalia se o paciente toca o queixo no tórax sem abrir a boca.

+, se não consegue, apresenta dor e abre a boca.

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18
Q

Jolt accentuation:

A

Sinal também que é feito em pacientes com cefaleia nos quais você quer saber se ele tem irritação meníngea.

Você pede para que ele gire o pescoço de um lado paro o outro em uma frequência de 2,3 vezes/segundo. Se a dor de cabeça piorar com o movimento, isso pode indicar que haja irritação meníngea.

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19
Q

2 principais agentes bacterianos em adultos

A

S. pneumoniae

N. meningitidis.

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20
Q

Sinal de Lasèg

A

Com o paciente em decúbito dorsal e perna estendida, o examinador faz flexão passiva da coxa contra a bacia. Positivo se o paciente sente dor na parte posterior do membro examinado

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21
Q

Síndrome de Waterhouse-Friderichsen -

A

púrpura fulminante.

Tem relação com meningite bacteriana, causa lesões petequiais, purpúricas ou equimóticas que pode ocorrer por choque séptico ou por insuficiência suprarrenal.

Pode aparecer na meningite por N. meningitidis - meningococcemia. Não é exclusiva da meningite. Mas quando neste quadro, tem alta mortalidade.

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22
Q

Manifestações comuns na meningite por N. meningitidis -

A
  1. artralgia
  2. mialgia
  3. tenossinovite
  4. artrite séptica
  5. hemartrose
  6. hemorragias periarticular.

Tem evolução rápida e pode causar instabilidade hemodiâmica.

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23
Q

Relações comuns na meningite po S. pneumonia -

A
  1. Otite ou sinusite.
  2. pneumonia e imunossupressão: HIV e esplenectomizados.
  3. TCE/fratura de base de crânio.
24
Q

Quando pensar em meningite por S. aureus -

A
  1. TCE/trauma penetrante.
  2. DVP.
  3. Pós op de neurocirurgia
  4. Celulite de face/periorbitária.
25
Q

Alguns virus que causam meningites

A

§ Enterovírus - echovírus ou coxsackie tipos A e B. precedido por sintomas gastrintestinais e de V.A.S
§ Caxumba
§ Sarampo
§ Rubéola
§ Epstein-Barr
§ Adenovírus - exantema.
§ Raiva
§ HSV-1 - alta gravidade. Comum em imunodeprimidos. Localização mais frequente é retro-orbitária (lobos frontal e temporal) o que pode ser evidenciado por EEG ou RNM. Se suspeita, tratar logo. Aciclovir nele!
§ Varicela-zóster
§ Citomegalovírus (comum em imunodeprimidos)
Arbovírus

26
Q

Manifestações comuns na meningite viral

A
§ Cefaleia
§ Prostração
§ Letargia ou irritabilidade
§ Febre
§ Meningismo
§ Náusea e vômitos.
§ Rash maculopapular
27
Q

Manifestações comuns da meningite por criptococcus

A
  1. PIC elevada
  2. papiledema
  3. convulsões
  4. hemiparesia.
28
Q

Contraindicações de punção do LCR: (9)

A
1§ Hipertensão intracraniana (HAS, bradicardia e cefaleia)
2§ Paralisia de nervos abducente e oculomotor
3§ Bradicardia
4§ Irregularidade respiratória ou apneia
5§ Decorticação ou decerebração
6§ Estupor e coma
7§ Papiledema
8§ Instabilidade hemodinâmica grave
9§ Infecção de pele no local da punção
29
Q

Quando solicitar TC antes da punção? (6)

A

1 § Imunossupressão
2 § História de doença do SNC - massa, AVE ou infecção focal
3 § Crise convulsiva nova - com 1S de apresentação
4 § Papiledema
5 § Alteração no nível de consciência
6 §Déficit neurológico focal

30
Q

4 Achados no LCR que sugerem etiologia bacteriana

A
  1. Milhares de células
  2. Polimorfonucleares (neutrofilos)
  3. Proteina aumentada
  4. Glicose baixa
31
Q

4 Achados no LCR que sugerem etiologia viral

A
  1. até 500 células
  2. Linfocitos
  3. Proteina normal aumentada
  4. Glicose normal
32
Q

4 Achados no LCR que sugerem tb

A
  1. centenas células
  2. Linfocitos
  3. Proteina aumentada
  4. Glicose baixa
33
Q

4 Achados no LCR que sugerem etiologia fungica

A
  1. até 100 células
  2. Linfocitos
  3. Proteina aumentada
  4. Glicose normal baixa
34
Q

TTO etiologia bacteriana em < 50 anos

A

Ceftriaxona 2g IV, 12/12h ou

Cefotaxima 2g IV, 4/4h

35
Q

TTO etiologia bacteriana em > ou = 50 anos

A

Ampicilina 2g IV, 4/4h + ceftriaxona 2g IV, 12/12h

36
Q

Indicação de corticoide

A

Diminui sequelas e edema cerebral

§ Dexametasona 0,15mg/kg 30minutos antes de cada dose de atb.
§ O esquema classicamente empregado é: dexametasona 10 mg IV 6/6 horas por quatro dias.

37
Q

Quando realizar nova punção lombar

A

Pós 72h de tratamento para avaliar a evolução das alterações inflamatórias do liquor, bem como para demonstrar a esterilização do mesmo

Não é regra

38
Q

Profilaxia pra contactantes em paciente com meningite meningocócica

A
  1. Rifampicina (1ª opção) na dose de 10 mg/kg a cada 12 horas durante dois dias para crianças e 600 mg de 12 em 12 horas para adultos.
  2. Em mulheres grávidas utilizamos a ceftriaxona em dose única (250 mg IM).
39
Q

O que explica o exantema da meningococcemia?

A

Vasculite que culmina com trombose e necrose dos vasos acometidos

40
Q

2 tipos de criptococos mais comuns na meningite criptococica?

A

C. neoformans

C. gattii (mais comum em imunocompetentes)

41
Q

Manejo meningite criptocócica em paciente HIV +

A

Anfotericina B desoxicolato (0,7-1mg/kg/dia) + Flucitosina (100mg/kg/dia VO dividida em 4 doses) por 2 semanas + 800mg de Fluconazol VO por 2 semanas

Manutenção 200mg de Fluconazol VO por no minimo 8 semanas

42
Q

Quando considerar suspender o Fluconazol em pacientes HIV +

A

CD4 > 100 células

HIV indetectável há 3 meses

43
Q

Esquema de manejo meningite criptocócica em paciente HIV + no BRASIL

A

Anfotericina B desoxicolato (0,7-1mg/kg/dia) + Fluconazol (800mg /dia VO ) por 2 semanas + 800mg de Fluconazol VO por 2 semanas

Manutenção 200mg de Fluconazol VO por no minimo 8 semanas

44
Q

Alternativas à Anfotericina B desoxicolato

A
  1. Anfotericina B lipossomal (3-4mg/kg/dia IV)

2. Anfotericina B complexo lipidico (5mg/kg/dia IV)

45
Q

Manejo meningite criptocócica em receptores de órgãos

A

Anfotericina B desoxicolato (0,7-1mg/kg/dia) + Flucitosina (100mg/kg/dia VO dividida em 4 doses) por 2 semanas + 800mg de Fluconazol VO por 8 semanas

Manutenção 200-400mg de Fluconazol VO por no minimo 6-12 meses

46
Q

Manejo meningite criptocócica em imunocompetentes

A

Anfotericina B desoxicolato (0,7-1mg/kg/dia) + Flucitosina (100mg/kg/dia VO dividida em 4 doses) por 4 semanas + 800mg de Fluconazol VO por 8 semanas

Manutenção 200-400mg de Fluconazol VO por no minimo 6-12 meses

4 semanas se LCR negativo por 2 semanas

47
Q

Manejo meningite criptocócica em imunocompetentes no Brasil (indisponibilidade de Flucitosina)

A

Anfotericina B desoxicolato (0,7-1mg/kg/dia) + Fluconazol (800mg/dia VO) por 4 semanas + 800mg de Fluconazol VO por 8 semanas

Manutenção 200-400mg de Fluconazol VO até recuperação imunológica

48
Q

Quando pensar em recaída na meningite criptocócica

A

Tratamento incial insuficiente

49
Q

Quando considerar infecção persistente na meningite criptocócica

A

Cultura positiva pós 4 semanas de tto

Estender fase primária por 4-10 semanas

Apesar de desencorajadp, considerar adm de drogas intratecais

50
Q

Manejo aumento da PIC

A

Se > 25cm + sintomas: diminuir pressão com pressão de abertura 50% até que < 20cm

51
Q

Drogas pra reduzir PIC

A

Manitol
Acetazolamina + Corticoides (evitar)

Considerar DVP

52
Q

Tto infecção com resposta inflamatória sistemica

A

Predinisona 1mg/kg/dia por 2-6 S

Talidomida e AINES são usados sem muita experiencia e recomendação

53
Q

Manejo Criptococomas cerebrais

A

Anfotericina B desoxicolato (0,7-1mg/kg/dia) + Flucitosina (100mg/kg/dia VO dividida em 4 doses) por 4 semanas +

400-800mg de Fluconazol VO por 6-18M

Corticoide pra massas cerebrais
Cirurgia se > ou = 3cm

54
Q

Criptocococose pulmonar grave em HIV +

A

Tratar como meningite criptococica

55
Q

Criptocococose pulmonar moderada em HIV +

A

Fluconazol 400mg/dia VO por 6-12M

56
Q

Criptocococose pulmonar grave em imunocompetentes

A

Tratar como meningite criptococica

57
Q

Criptocococose pulmonar moderado em imunocompetentes

A

Fluconazol 400mg/dia VO por 6-12M

Plasma positivo não é criterio de de continuidade da terapia