Medicina Geral Flashcards
Paciente branco de 48 anos de idade, natural e procedente de João Pessoa, procurou o ambulatório com queixa de episódios súbitos de taquicardia, sudorese, náusea e palidez, havia 10 meses, com periodicidade de duas a três vezes por semana e duração aproximada de 20 minutos, sem fatores desencadeantes ou de alívio. Ele trouxe um relatório de alta hospitalar em razão de internação por urgência hipertensiva e cefaleia havia dois meses e, desde então, usava losartana 100 mg e hidroclorotiazida 25 mg, ambos uma vez ao dia. Negava comorbidades. Ao exame físico, apresentou pressão arterial de 148 × 96 mmHg (posição sentada) e 122 × 66 mmHg (posição ortostática), frequência cardíaca de 96 bpm e ritmo cardíaco regular em dois tempos sem sopros. O restante do exame físico foi normal. Os resultados dos exames laboratoriais foram os seguintes: glicemia 106 mg/dl, creatinina 0,8 mg/dl, sódio de 141 mEq/L e potássio de 4,7 mEq/L. O eletrocardiograma revelou hipertrofia ventricular esquerda, e os demais exames laboratoriais de rotina foram normais.
Em relação ao caso clínico apresentado, julgue os itens subsequentes.
Recomenda-se associar bisoprolol ao esquema terapêutico atual.
ERRADO
Temos aqui um paciente de meia-idade que apresenta episódios súbitos e autolimitados de taquicardia, sudorese, náusea e palidez e que teve diagnóstico prévio de urgência hipertensiva, com ínicio de tratamento medicamentoso na ocasião. Diante desse padrão, devemos pensar em feocromocitoma. Devemos suspeitar da existência desse tumor sempre que nos depararmos com um caso de hipertensão, paroxística ou sustentada, acompanhada da tríade clássica: cefaleia, sudorese e taquicardia. Boa parte dos pacientes apresenta essa sintomatologia em forma de paroxismos. Outros sinais e sintomas que podem ser relatados são tremores, palidez, rubor facial, fraqueza, dispneia, inquietação, entre outros.
Quanto ao tratamento, previamente à realização da cirurgia de retirada do tumor (primeira linha), o paciente deve passar por um preparo farmacológico rigoroso, para que a manipulação cirúrgica não desencadeie uma crise hipertensiva. Se ofertarmos betabloqueador a um paciente que esteja com os receptores alfa-1 desimpedidos, corremos o risco de desviar as catecolaminas para os receptores alfa-1. O problema desse desvio é que o estímulo aos receptores alfa-1 desencadeia vasoconstrição. Além disso, seria uma vasoconstrição sem o antagonismo dos receptores beta-2 vasodilatadores, já que eles estariam bloqueados. Portanto, o alfabloqueio sempre deve preceder o betabloqueio, e esse é o motivo pelo qual não podemos iniciar um betabloqueador neste momento para este paciente.
Paciente branco de 48 anos de idade, natural e procedente de João Pessoa, procurou o ambulatório com queixa de episódios súbitos de taquicardia, sudorese, náusea e palidez, havia 10 meses, com periodicidade de duas a três vezes por semana e duração aproximada de 20 minutos, sem fatores desencadeantes ou de alívio. Ele trouxe um relatório de alta hospitalar em razão de internação por urgência hipertensiva e cefaleia havia dois meses e, desde então, usava losartana 100 mg e hidroclorotiazida 25 mg, ambos uma vez ao dia. Negava comorbidades. Ao exame físico, apresentou pressão arterial de 148 × 96 mmHg (posição sentada) e 122 × 66 mmHg (posição ortostática), frequência cardíaca de 96 bpm e ritmo cardíaco regular em dois tempos sem sopros. O restante do exame físico foi normal. Os resultados dos exames laboratoriais foram os seguintes: glicemia 106 mg/dl, creatinina 0,8 mg/dl, sódio de 141 mEq/L e potássio de 4,7 mEq/L. O eletrocardiograma revelou hipertrofia ventricular esquerda, e os demais exames laboratoriais de rotina foram normais.
Em relação ao caso clínico apresentado, julgue os itens subsequentes.
O relato clínico apresentado revela a ocorrência de hipertensão arterial resistente.
ERRADO
Neste caso, estamos diante de uma hipertensão arterial secundária, já que a origem do problema é o feocromocitoma e, de fato, causas secundárias estão associadas aos conceitos de hipertensão resistente ou refratária. No entanto, não podemos atestar isso no caso clínico apresentado porque a definição de hipertensão arterial resistente envolve medidas de pressão arterial de consultório que permanecem iguais ou superiores a 140/90mmHg com uso de três ou mais classes de anti-hipertensivos — incluindo um diurético tiazídico — ou hipertensão controlada com quatro ou mais medicamentos. Segundo o enunciado, o paciente está em uso de duas classes de anti-hipertensivos: um bloqueador do receptor de angiotensina II (BRA) e um diurético tiazídico.
Um paciente com 40 anos de idade assintomático e com histórico de hipertensão arterial em uso de losartana 50 mg/dia procurou o serviço médico de seu trabalho para entregar exames complementares solicitados quando da realização de sua avaliação periódica anual. Na consulta anterior, foi constatada uma pressão arterial de 160 x 100 mm de Hg em seu exame físico, achado que se manteve na consulta de retorno. O médico examinador verificou os seguintes resultados.
Glicemia de jejum: 180 mg/dl. Hemoglobina glicada: 8,1%.
Colesterol total: 240 mg/dl (HDL-colesterol: 30 mg/dl e LDL-colesterol: 160 mg/dl).
Triglicerídeos: 220 mg/dl.
Creatinina: 0,8 mg/dl.
Ureia: 40 mg/dl.
Acerca do caso clínico hipotético apresentado e de acordo com a Associação Americana de Diabetes, julgue os itens a seguir.
O tratamento anti-hipertensivo busca fazer com que a pressão arterial fique igual ou abaixo de 120 x 80 mmHg.
ERRADO
O controle da pressão arterial (PA) é uma medida essencial no hipertenso diabético, pois visa reduzir o risco de acidente vascular encefálico (AVE) e hipertrofia ventricular esquerda (HVE), além de conferir proteção renal, reduzindo albuminúria. Em geral, o controle de PA é mais difícil nesse grupo e pode demandar o uso de muitos medicamentos, elevando o risco de eventos adversos graves. Além disso, esses pacientes apresentam maior incidência de HAS mascarada (PA controlada no consultório e elevada na MAPA/MRPA), dificultando a avaliação da resposta ao tratamento implementado.
De acordo com os guidelines da American Diabetes Association (ADA) de 2022, pacientes com hipertensão e diabetes com alto risco cardiovascular (doença aterosclerótica existente ou com risco cardiovascular em 10 anos igual ou superior a 15%), devem ter como meta pressórica valores inferiores a 130 x 80 mmHg. Para aqueles considerados de baixo risco (risco cardiovascular em 10 anos inferior a 15%), a meta é de valores inferiores a 140 x 90 mmHg.
Um paciente com 40 anos de idade assintomático e com histórico de hipertensão arterial em uso de losartana 50 mg/dia procurou o serviço médico de seu trabalho para entregar exames complementares solicitados quando da realização de sua avaliação periódica anual. Na consulta anterior, foi constatada uma pressão arterial de 160 x 100 mm de Hg em seu exame físico, achado que se manteve na consulta de retorno. O médico examinador verificou os seguintes resultados.
Glicemia de jejum: 180 mg/dl. Hemoglobina glicada: 8,1%.
Colesterol total: 240 mg/dl (HDL-colesterol: 30 mg/dl e LDL-colesterol: 160 mg/dl).
Triglicerídeos: 220 mg/dl.
Creatinina: 0,8 mg/dl.
Ureia: 40 mg/dl.
Acerca do caso clínico hipotético apresentado e de acordo com a Associação Americana de Diabetes, julgue os itens a seguir.
O paciente deve ser orientado a adotar práticas de vida saudáveis, tais como a realização de atividade física e a adequação de sua dieta.
CERTO
Alguns padrões dietéticos têm mostrado bons resultados em relação ao controle metabólico no diabetes mellitus. Entre eles, a dieta do Mediterrâneo, a dieta baixa em carboidratos (low carb) e a vegetariana. A dieta do Mediterrâneo, rica em verduras, legumes, frutas, oleaginosas, grãos integrais e peixes, está relacionada com a diminuição de mortalidade e tornou-se o padrão de dieta saudável. Quanto às dietas low carb, o grande impasse é a dificuldade em sustentá-las a longo prazo. Entretanto, devemos sempre lembrar que o mais importante é oferecer ao paciente a individualização do plano dietético, uma vez que a intenção é confluir os bons hábitos alimentares com as necessidades e demandas individuais. Assim, conseguimos perpetuar a mudança positiva e atingir o objetivo, que é o controle metabólico.
A prática de exercícios deve sempre ser estimulada por todos os profissionais de saúde que participam do cuidado ao paciente diabético. Recomenda-se a combinação de exercícios aeróbicos com os resistidos (musculação, por exemplo) e aumento da frequência e duração dos treinos ao longo do tempo. A atividade física melhora a captação de glicose muscular de forma independente da insulina por até duas horas após o término do exercício; também melhora a sensibilidade da insulina, resultando na maior translocação de receptores GLUT-4 para a membrana celular, por até 48 horas. Por conta disso, é importante não ficar mais de dois dias seguidos sem praticar exercícios.
Um paciente com trinta e oito anos de idade, com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica havia quatro anos, estava em uso regular de anlodipino, lisinopril e bisoprolol nas doses máximas preconizadas. Ele apresentava quadro de fraqueza muscular e parestesias nos últimos seis meses. O exame físico demonstrou: circunferência abdominal de 114 cm, pressão arterial de 164 mmHg × 96 mmHg (média de três medidas) e frequência cardíaca de 58 bpm. Os demais achados do exame físico foram normais. Ele apresentou ao médico os seguintes resultados: dosagem de microalbuminúria em amostra isolada de urina de 420 mcg/mg de creatinina, potássio de 3 mEq/L e creatinina de 0,8 mg/dL. Os demais exames laboratoriais de rotina não revelaram anormalidades significativas.
O método de rastreamento adequado para o fechamento do diagnóstico de hipertensão arterial secundária.
Determinação da relação aldosterona/atividade plasmática de renina.
CERTO
Conforme discutido acima, na suspeita de HP, deve-se solicitar a dosagem sérica de aldosterona, da atividade da renina plasmática, e fazer a relação entre ambas (A/ARP). Se a relação A/ARP for > 30ng/ml, associada à aldosterona superior a 15ng/dl, existe alta probabilidade do diagnóstico de HP.
Temos um paciente jovem, mantendo-se hipertenso a despeito de 3 medicamentos anti-hipertensivos em doses máximas. Ademais, apresenta queixa de parestesia e fraqueza muscular. Nos exames laboratoriais, apresenta uma microalbuminúria elevada e hipocalemia, além de função renal normal.
Temos alguns indícios de hipertensão secundária nesse caso.
Uma paciente de 46 anos de idade, com diagnóstico de síndrome do túnel do carpo, hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes do tipo 2 (DM2) havia quatro anos, estava em uso regular de anlodipino, enalapril, hidroclorotiazida, metformina, sitagliptina e glicazida nas doses máximas preconizadas. Ela relatou cefaleia, sonolência diurna, roncos e dificuldade para manter a atenção no seu ambiente de trabalho no último ano. No exame físico, apresentava circunferência abdominal de 96 cm, pressão arterial de 164 mmHg × 96 mmHg (média de três medidas) e frequência cardíaca de 72 bpm. Os demais achados do exame físico foram normais. Exames laboratoriais da paciente revelaram os seguintes resultados: triglicerídeos de 203 mg/dL; colesterol total de 251 mg/dL; HDL colesterol de 34 mg/dL; LDL colesterol de 171 mg/dL; glicemia de jejum de 169 mg/dL; e hemoglobina glicada de 8,8%. Os demais exames laboratoriais de rotina não revelaram anormalidades significativas.
De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial de 2020, a opção medicamentosa preferencial para o melhor controle da HAS, naquele momento, é a espironolactona.
CERTO
Temos um paciente de 46 anos de idade, que apresenta hipertensão, dislipidemia e diabetes, com uma pressão arterial de 164x96 a despeito de três agentes anti-hipertensivos em dose otimizada.
Além disso, o paciente apresenta hipertrofia ventricular esquerda vista no eletrocardiograma, já classificando-o como alto risco cardiovascular.
Apenas com esses dados, já podemos classificar o paciente como alto risco cardiovascular, tendo como meta uma PAS de 120-129 e uma PAD de 70-79.
Portanto, como o paciente está fora da meta a despeito de três ou mais classes de anti-hipertensivos, incluindo um diurético tiazídico, classificamos essa hipertensão como resistente.
Uma vez otimizado o regime tríplice, devemos introduzir a 4ª droga, que será a espironolactona.
Em consulta médica, foi atendida paciente de 42 anos de idade, com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica e diabetes havia dois anos e em uso regular de metformina, anlodipino, enalapril e metoprolol nas doses máximas preconizadas. Ela relatou fraqueza muscular e parestesias nos últimos seis meses. Ao exame físico, foram observadas circunferência abdominal de 94 cm, pressão arterial de 154 mmHg × 92 mmHg (média de três medidas) e frequência cardíaca de 62 bpm. Os demais achados no exame físico foram normais. No atendimento, a paciente apresentou ao médico resultados de exames laboratoriais, que demonstraram: dosagem de microalbuminúria em amostra isolada de urina de 280 microgramas por miligrama de creatinina, potássio de 2,9 mmol/L, creatinina de 0,7 mg/dL, triglicerídeos de 158 mg/dL, colesterol total de 234 mg/dL; HDL colesterol de 34 mg/dL, LDL colesterol de 174 mg/dL, glicemia de jejum de 168 mg/dL e hemoglobina glicada de 7,9%. Os demais exames laboratoriais de rotina não revelaram anormalidades significativas.
No caso clínico descrito no texto 9A1-I, o procedimento complementar mais indicado para seguir a investigação etiológica da hipertensão arterial da paciente é o exame da relação aldosterona/renina.
CERTO
Temos uma paciente jovem, mantendo-se hipertensa a despeito de 3 medicamentos anti-hipertensivos em doses máximas. Ademais, apresenta queixa de parestesia e fraqueza muscular. Nos exames laboratoriais, apresenta uma microalbuminúria elevada e hipocalemia, além de função renal normal.
Temos alguns indícios de hipertensão secundária.
A presença de hipocalemia nos guia para a hipótese diagnóstica de hiperaldosteronismo primário. É uma condição clínica caracterizada pela produção excessiva e autônoma de aldosterona, acompanhada de supressão da atividade da renina plasmática (ARP). Atualmente, estima-se que sua prevalência seja de aproximadamente 22% dos pacientes com HA resistente.
Na suspeita de HP, deve-se solicitar a dosagem sérica de aldosterona, da atividade da renina plasmática, e fazer a relação entre ambas (A/ARP). Se a relação A/ARP for > 30ng/ml, associada à aldosterona superior a 15ng/dl, existe alta probabilidade do diagnóstico de HP.
Em consulta médica, foi atendida paciente de 42 anos de idade, com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica e diabetes havia dois anos e em uso regular de metformina, anlodipino, enalapril e metoprolol nas doses máximas preconizadas. Ela relatou fraqueza muscular e parestesias nos últimos seis meses. Ao exame físico, foram observadas circunferência abdominal de 94 cm, pressão arterial de 154 mmHg × 92 mmHg (média de três medidas) e frequência cardíaca de 62 bpm. Os demais achados no exame físico foram normais. No atendimento, a paciente apresentou ao médico resultados de exames laboratoriais, que demonstraram: dosagem de microalbuminúria em amostra isolada de urina de 280 microgramas por miligrama de creatinina, potássio de 2,9 mmol/L, creatinina de 0,7 mg/dL, triglicerídeos de 158 mg/dL, colesterol total de 234 mg/dL; HDL colesterol de 34 mg/dL, LDL colesterol de 174 mg/dL, glicemia de jejum de 168 mg/dL e hemoglobina glicada de 7,9%. Os demais exames laboratoriais de rotina não revelaram anormalidades significativas.
A partir do exposto no texto 9A1-I, infere-se, com base nas Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial de 2020, que a pressão arterial da paciente deverá atingir níveis inferiores a 120 mmHg × 80 mmHg.
ERRADO
Temos uma paciente de 42 anos de idade, que apresenta hipertensão, dislipidemia e diabetes, com uma pressão arterial de 154x92 a despeito de três agentes anti-hipertensivos em dose otimizada.
Além disso, a paciente apresenta microalbuminúria de 280 mcg/mg creatinina vista no exame de urina, já classificando-a como alto risco cardiovascular.
Apenas com esses dados, já podemos classificar a paciente como alto risco cardiovascular, tendo como meta uma PAS de 120-129 e uma PAD de 70-79.
A investigação de um caso de hipertensão arterial, poliúria e fraqueza revelou um tumor em adrenal esquerda produtor de aldosterona. Nesse paciente, é mais provável o encontro de:
Potássio sérico: diminuído; Renina: aumentada; Gasometria: alcalose metabólica.
ERRADO
Potássio sérico: diminuído; Renina: diminuída; Gasometria: alcalose metabólica.
Deve-se suspeitar de HAP na presença de hipertensão resistente ou hipertensão com incidentaloma adrenal. Hipernatremia e a hipocalemia nem sempre estão presentes, mas reforçam a suspeita diagnóstica. Por vezes, a hipocalemia não é mencionada diretamente, mas sim queixas clínicas decorrentes desse distúrbio hidroeletrolítico, como cãibras ou fraqueza muscular.
É causa de hipertensão arterial secundária: doença de Chagas.
ERRADO
A cardiopatia chagásica está associada a bloqueios de ramo, arritmias e insuficiência cardíaca, mas não à HAS secundária.
É causa de hipertensão arterial secundária: fibrilação atrial.
Incorreta
A fibrilação atrial pode levar à cardiopatia e insuficiência cardíaca, mas não é causa de HA secundária.
É causa de hipertensão arterial secundária: coarctação de aorta.
CERTO
A coarctação de aorta é uma alteração congênita que leva a um estreitamento na região da aorta descendente no local de inserção do canal arterial, logo abaixo da artéria subclávia esquerda. Em alguns casos, pode haver estreitamento do arco aórtico.
A suspeita clínica ocorre quando um paciente hipertenso apresenta epistaxes, cefaleia, fraqueza nas pernas aos esforços, manifestações de insuficiência cardíaca, angina, dissecção de aorta ou hemorragia intracerebral. No exame físico, chama a atenção a diferença de PA sistólica entre os membros superiores (MMSS) e inferiores (MMII), sendo que a PA sistólica é pelo menos 10 mmHg maior nos membros superiores. Outros sinais clínicos são: ausência ou diminuição dos pulsos em MMII, sopro sistólico interescapular e no tórax. O diagnóstico é feito por meio de exames de imagem: radiografia de tórax (aorta torácica com dilatações pré e pós-estenose, corrosão de costelas), ecocardiograma (principal exame de rastreio) e angiografia por tomografia ou ressonância. A ressonância magnética é considerada o padrão-ouro para avaliação e segmento pós-intervenção.
É causa de hipertensão arterial secundária: estenose da valva aórtica.
ERRADO
Pacientes com estenose aórtica podem apresentar hipertrofia ventricular esquerda e hipoperfusão coronariana, mas não existe associação à HA secundária.
Paciente de 57 anos, do sexo masculino, portador de diabetes mellitus tipo 2, comparece a uma consulta de acompanhamento clínico. No exame físico, sua pressão arterial é de 150/95mmHg e o índice de massa corporal se encontra em 32Kg/m². O restante do exame físico está normal. Um teste de fita para pesquisa de elementos anormais na urina foi negativo para hemoglobina e 1+ para proteína.
Os demais exames solicitados para o controle do paciente forneceram: glicose (jejum) = 136mg/dL; ureia = 66mg/dL; creatinina = 1,6mg/dL; potássio = 4,2mmol/L; sódio = 142mmol/L; relação albumina/creatinina em spot urinário = 95mg/g.
O médico, além de enfatizar a necessidade de mudança do estilo de vida para o melhor controle do diabetes, indicou, como tratamento de primeira linha para a hipertensão arterial, o inibidor da enzima conversora da angiotensina (ECA) ou bloqueador do receptor de angiotensina (BRA).
CERTO
Devido ao efeito hemodinâmico benéfico descrito acima — redução da perda de proteínas na urina pela redução da pressão intraglomerular — o uso dessas medicações é indicado para todos os pacientes diabéticos com descontrole pressórico e com albuminúria, pois o resultado positivo desses fármacos já foi comprovado em ensaios clínicos.
O indivíduo é considerado portador de HA resistente quando a pressão arterial se encontra acima das metas recomendadas, apesar do uso de doses máximas de três medicações de classes diferentes, incluindo um bloqueador dos canais de cálcio.
ERRADO
São três medicações de classes diferentes, incluindo um diurético.
Para tratamento da hipertensão arterial, bisoprolol + hidroclorotiazida são uma associação de:
Betabloqueador + diuréticos.
CERTO
O bisoprolol é um betabloqueador beta-1 seletivo, enquanto a hidroclorotiazida é um diurético tiazídico.
Paciente de 58 anos, assintomático, comparece à consulta de retorno para avaliação de exames. Faz acompanhamento por hipertensão arterial, em uso de anlodipina 10 mg/dia e losartana 50 mg/dia, essa última iniciada há 15 dias. Exames laboratoriais atuais mostram creatinina 1,7 mg/dL e potássio 5,8 mEq/L. Há 4 semanas a creatinina era de 1,2 mg/dL e o potássio era de 4,4 mEq/L.
Conduta:
Suspender a losartana e acrescentar diurético de alça.
CERTO
Então, vamos lá:
1) Paciente é hipertenso e está, inclusive, fazendo uso de anti-hipertensivo
2) Trata-se de um paciente de 58 anos de idade sem comorbidades conhecidas. A princípio, trata-se de paciente de baixo risco.
3) Observe que a questão pontua a elevação de creatinina logo após o início de um bloqueador do receptor de angiotensina (BRA)
4)Hipercalemia e piora da função renal após o início do BRA
Se houver redução da função renal (superior a 30%), a medicação deve ser suspensa e devemos investigar estenose de artérias renais. Neste caso, a creatinina era 1,2 e subiu para 1,7 (aumentou 41,6%). Com isso, a droga deve ser suspensa e devemos investigar estenose de artérias renais. Lembre-se que alguma medida deve ser implementada para redução dos níveis séricos de potássio. Por isso, a banca optou pela introdução da furosemida.
Paciente de 61 anos, assintomática, retorna em consulta de acompanhamento. Antecedentes pessoais: ex-tabagismo (15 anos-maço), hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes melito e doença renal crônica diagnosticada há um ano. Medicamentos em uso: AAS, losartana, anlodipina, atorvastatina e metformina. Exame físico: PA 126x76 mmHg, FC 76 bpm, FR 14 irpm, SatO2 97%. Pulsos em membros inferiores reduzidos. Exames laboratoriais: creatinina 1,3 mg/dL, clearance de creatinina 46mL/min/1,73 m², razão albumina-creatinina 1.100 mg/g. Ultrassom Doppler renal: rim direito com 8 cm e rim esquerdo com 11 cm, lesão estenótica > 75% em segmento médio de artéria renal esquerda. Assinale a alternativa que apresenta a conduta recomendada.
Substituir a losartana por hidroclorotiazida.
ERRADO
Pegadinha - MANUTENÇÃO DAS MEDICAÇÕES
Temos uma paciente hipertensa, com doença renal crônica e um ultrassom renal que evidenciou lesão estenótica > 75% em segmento médio de artéria renal esquerda. Algumas informações devem ser levadas em consideração no momento de se definir a conduta:
- A paciente está assintomática e com bom controle da pressão arterial com o tratamento atual.
- As alterações do clearance de creatinina e da razão albumina-creatinina são esperadas na doença renal crônica. Perceba que os valores de creatinina não estão tão elevados e não há uma deterioração evidente da função renal.
- A diferença de tamanho entre os rins também é esperada na doença renal crônica. Além disso, o rim de menor tamanho é contralateral à estenose da artéria renal, o que nos faz concluir que a isquemia não é tão grave quanto se imagina.
Todos esses fatores justificam a manutenção das medicações atuais.
Mulher de 55 anos é portadora de hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo 2 há seis anos. Além da dieta, está em uso de metformina 500 mg duas vezes ao dia, hidroclorotiazida 25 mg/dia, maleato de enalapril 20 mg/dia e anlodipina 5 mg/dia. Queixa-se de tosse e a PA aferida na consulta era 140/90 mmHg; o restante do exame físico estava normal. Exames complementares: glicose = 145 mg/dL; hemoglobina glicada = 7,5%; Na = 135 mmol/L; K = 4,1 mmol/L; Cl = 100 mmol/L; HCO₃ = 24 mmol/L; ureia = 28 mg/dL; creatinina = 1,2 mg/dL. A relação albumina/creatinina em uma amostra isolada matinal foi 320 mg/g.
Assinale a opção que apresenta a conduta mais conveniente para essa paciente, quanto à hipertensão arterial.
Suspender o inibidor da ECA e acrescentar atenolol à prescrição.
ERRADO
Substituir o enalapril por um bloqueador do receptor de angiotensina.
O IECA é fundamental no paciente hipertenso e diabético, na presença de um evento adverso indesejável, como a tosse, devemos trocá-lo por um bloqueador do receptor de angiotensina (BRA), como a losartana. Assim, mantemos a ação hipotensora desejável e temos um benefício duplo.
Temos, aqui, uma paciente previamente hipertensa e diabética, ou seja, com alto risco cardiovascular. Por isso, as metas serão mais rígidas visando a pressão arterial sistólica (PAS) entre 120 e 129 mmHg e pressão arterial diastólica (PAD) entre 70 e 79 mmHg.
Ou seja, além da queixa de tosse, temos valores de pressão arterial aquém da meta ideal. Além disso, nota-se que não há controle adequado do diabetes mellitus, com glicemia e hemoglobina glicada acima dos valores desejáveis, além de albuminúria.
Homem de 47 anos de idade, em uso de enalapril (20 mg, de 12/12 horas), é avaliado em consulta de rotina. As medidas de pressão arterial nos últimos 6 meses ficaram próximas de 150 x 100 mmHg. Nega tabagismo, etilismo, diabetes mellitus, doença coronariana, nefropatia ou acidente vascular cerebral. Exame físico: hidratado, corado e afebril; PA: 149 x 99 mmHg, FC: 76 bpm; cardíaco e respiratório: normais. Hemograma, eletrólitos e função renal normais. Nesse momento, a conduta recomendada é:
Associar propranolol.
ERRADO
Betabloqueadores, como o propranolol, não são medicações de primeira linha no tratamento da HAS devido a seu fraco potencial hipotensor e estão indicados em pacientes com insuficiência cardíaca e/ou doença arterial coronariana devido a seus benefícios nessas condições.
Temos um homem de meia-idade em monoterapia com inibidor da enzima conversora de angiotensina (IECA) em dose máxima que não atingiu a meta de pressão arterial Dado que não possui comorbidades e não apresenta alterações em exames complementares, consideraremos que esse é um paciente de risco baixo ou moderado, e a meta é pressão arterial inferior a 140x90 mmHg e, se tolerada, até 120x80 mmHg.
As drogas de primeira linha no tratamento da HAS são os IECA, bloqueadores do receptor de angiotensina (BRA), bloqueadores dos canais de cálcio e diuréticos.
Podemos associar clortalidona - A combinação de dois fármacos é o mais indicado para esse paciente e, como já temos um IECA, poderíamos associá-lo a um bloqueador dos canais de cálcio ou diurético tiazídico. Lembre-se de que a associação entre IECA e BRA não é recomendada porque, além de não trazer benefícios, está associada ao aumento na incidência de eventos adversos. Como a clortalidona é um diurético tiazídico, essa é uma opção adequada para nosso caso.
Sobre a relação entre classe medicamentosa e os eventos adversos:
Inibidores da enzima conversora de angiotensina: tosse irritativa e hipercalemia.
CERTO
O efeito colateral mais comum dos IECA, como o enalapril, é a tosse seca, que acomete 5 a 20% dos usuários. Outros efeitos colaterais são bem raros, como angioedema e erupção cutânea. Tanto os IECA como os BRA geralmente causam piora discreta da função renal mediada pela vasodilatação da arteríola eferente e redução da pressão de filtração glomerular. Além disso, assim como as outras drogas que atuam no sistema renina-angiotensina-aldosterona, IECA/BRA estão associados à hipercalemia, tornando fundamental seu acompanhamento após introdução da droga, especialmente em doentes renais crônicos.
Mulher de 50 anos apresenta aumento gradual de seus lábios e na área ao redor dos olhos há dois dias. Sente-se bem, e os exames do aparelho respiratório e aparelho cardiovascular encontram-se satisfatórios. Relata ser portadora de hipertensão arterial e doença cardíaca isquêmica, estando em uso de hidroclorotiazida, aspirina, maleato de enalapril, anlodipino e sinvastatina.
O provável causador desse quadro clínico deve ser o seguinte medicamento:
Maleato de enalapril.
CERTO
A descrição de aumento gradual dos lábios e da região ao redor dos lábios remete-nos à possibilidade de angioedema.
De forma bastante resumida, o angioedema pode ser classificado em:
Hereditário - doença autossômica dominante associada à deficiência do inibidor da C1-esterase (C1INH).
Adquirido - a deficiência do C1INH decorre de alguma causa secundária, como doenças autoimunes e hematológicas.
Induzido por inibidor da enzima conversora da angiotensina (IECA) e outros medicamentos com efeitos no catabolismo da bradicina - a ECA é a principal envolvida no processo de degradação da bradicinina; assim, quando utilizamos um IECA, propiciamos o aumento dos seus níveis séricos. Não há período de tempo estabelecido entre o início da medicação e o surgimento do angioedema, com quadros descritos nos primeiros dias de exposição e outros após anos de uso. O diagnóstico é clínico e, normalmente, nota-se edema em regiões de face, pescoço e vias aéreas superiores. Outras medicações implicadas nesse tipo são os bloqueadores do receptor de angiotensina (BRAs), inibidor da renina (alisquireno) e, mais recentemente, os antidiabéticos orais pertencentes ao grupo dos inibidores da dipeptil-peptidase VI.
Idiopático.
No que se refere ao transtorno depressivo, um acometimento psiquiátrico de alta prevalência na população geral e que necessita ser identificado e tratado adequadamente devido ao potencial de gravidade que a doença assume para os pacientes, a ideação suicida ou o planejamento suicida pode surgir no curso da doença.
CERTO
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o Transtorno Depressivo Maior é a alteração patológica do humor com rebaixamento, que dure período maior que duas semanas e tenha impacto significativo no convívio social, no trabalho ou em outras áreas que abrangem a qualidade de vida do paciente.
A ideação suicida/planejamento suicida é um dos critérios diagnósticos, de acordo com o DSM-5, para Transtorno Depressivo Maior.
Epidemiologicamente, no Transtorno Depressivo Maior, as mulheres são acometidas duas vezes mais que os homens.
No que se refere ao transtorno depressivo, um acometimento psiquiátrico de alta prevalência na população geral e que necessita ser identificado e tratado adequadamente devido ao potencial de gravidade que a doença assume para os pacientes, a presença de episódios maníacos é uma característica comum dessa doença.
ERRADO
Episódios de mania são caracterizados pela elevação patológica do humor.
Os episódios maníacos, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), são frequentemente observados como uma manifestação clínica do Transtorno de Personalidade Bipolar e não no Transtorno Depressivo Maior.
Uma mulher de 31 anos de idade com diagnóstico, feito há um mês, de hipertensão arterial sistêmica (HAS) e em tratamento com dieta hipossódica comparece para consulta no ambulatório de risco cardiovascular. Traz consigo resultados de exames laboratoriais: hemoglobina 14 g/dL, hematócrito 42,7%, sódio 140 mEq/L, potássio 2,8 mEq/L, creatinina 0,8 mg/dL, glicemia 91 mg/dL, colesterol total 180 mg/dL, triglicérides 137 mg/dL. Ao exame físico apresenta boas condições, pressão arterial 155 mmHg × 110 mmHg e 152 mmHg × 106 mmHg em duas aferições diferentes, auscultação cardiopulmonar normal, abdome sem massas, exame neurológico normal e extremidades sem edema.
Com base nesse caso clínico, julgue o próximo item.
O tratamento farmacológico mais adequado para essa paciente é um diurético tiazídico.
ERRADA
A decisão terapêutica é baseada no risco cardiovascular, ou seja, depende da classificação da HAS, presença de fatores de risco, lesões em órgão-alvo. Para pacientes no estágio 1, e com risco cardiovascular baixo, preconiza-se o uso da monoterapia. No entanto, pacientes nos estágios 2 ou 3, ou com alto risco cardiovascular, o esquema terapêutico é medicação anti-hipertensiva combinada, obedecendo a lógica de não combinar os mesmo mecanismos.
Uma mulher de 31 anos de idade com diagnóstico, feito há um mês, de hipertensão arterial sistêmica (HAS) e em tratamento com dieta hipossódica comparece para consulta no ambulatório de risco cardiovascular. Traz consigo resultados de exames laboratoriais: hemoglobina 14 g/dL, hematócrito 42,7%, sódio 140 mEq/L, potássio 2,8 mEq/L, creatinina 0,8 mg/dL, glicemia 91 mg/dL, colesterol total 180 mg/dL, triglicérides 137 mg/dL. Ao exame físico apresenta boas condições, pressão arterial 155 mmHg × 110 mmHg e 152 mmHg × 106 mmHg em duas aferições diferentes, auscultação cardiopulmonar normal, abdome sem massas, exame neurológico normal e extremidades sem edema.
Com base nesse caso clínico, julgue o próximo item.
As manifestações clínicas do hiperaldosteronismo secundário podem ser muito semelhantes às do hiperaldosteronismo primário. O exame diagnóstico mais adequado para diferenciar as duas condições é a medição de vasopresina.
ERRADA
O hiperaldosteronismo pode ser uma causa de HAS.
No primário, a aldosterona se eleva independente dos sistema renina-angiotensina e não é supressível ao aporte de sódio.
Na secundária, o baixo fluxo sanguíneo renal ativa o sistema renina-angiotensina, elevando os níveis de aldosterona.
Logo, para diferenciação deixa o paciente sem medicação que altere o sistema renina-angiotensina, como os IECA, betabloqueadores, bloqueadores do canal de cálcio e diuréticos tiazídicos, e faz-se a dosagem dos níveis de aldosterona e da atividade da renina.