Invaginação Intestinal Flashcards
Conceito
Telescopagem de um segmento intestinal no lúmen do segmento adjacente, no sentido peristáltico
Há compressão e angulação dos vasos mesentéricos do intestino invaginando, levando a uma obstrução estrangulante
A necrose se inicia na camada externa do ápice do intestino invaginado e se estende proximalmente
Ha translocação bacteriana e liberação de endotoxinas após a quebra da barreira mucosa
Epidemiologia
3-12 meses
Mais em sexo masculino
Metade das invaginações costuma ter causas anatômicas associadas (após 2 anos)
80% compromete a região ileocecal
Etiologia
Maioria de casa idiopática (lesão anatômica não definida)
Provavelmente: hipertrofia de linfonodos submucosos no íleo terminal (placas de Peyer) , infecção respiratória alta ou enterite comumente precedem à invaginação
Divertículo de Meckel, pólipos intestinais, linfoma não-Hodgkin, duplicação intestinal
Ileocecocólica
A mais comum
Colarinho frouxo e móvel (alta progressão)
Cabeça fixa
O colarinho se renova sem cessar com progressão da invaginação
Íleocólica
O colarinho é fixo e age como um anel de estrangulamento que limita o progresso da invaginação, comprometendo mais rapidamente a vitalidade intestinal
A cabeça é móvel e se renova conforme a progressão
Outras classificações
Ileoileal
Colocólica
Quadro clínico
Lactente bem nutrido
História prévia de infecção respiratória ou gastroenterite é comum
Instalação súbita
Febre, parada de eliminação de fezes, dor abdominal em cólica, vômitos de início reflexo e depois biliosos, eliminação se fezes com sangue e muco, pode haver diarreia, distensão abdominal em fase mais tardia, apatia, prostração, palidez, sudorese e desidratação, pré-choque e choque, massa abdominal palpável, aumento dos ruídos hidroaéreos, toque retal com sangue, prolapso da cabeça da invaginação pelo ânus, sensação de fossa ilíaca direita vazia.
Tríade abdominal: em cólica, vômitos e eliminação de sangue pelo ânus
Radiografia de abdome
Sinais radiológicos de obstrução intestinal, mecânica baixa aparecem tardiamente
Pesquisar pneumoperitônio
Massa de tecidos moles pode ser visível como uma opacidade
Cólon vazio, sem gás
Enema opaco
Parada de progressão do contraste no nível da cabeça da invaginação (amputação, cálice, trança ou cauda de lagosta, espiral ou casca de cebola)
Sinais radiológicos presuntivos de invaginação ileoileal
Ceco de aparência regular e cheio, imagem em crescente (garra de lagosta), imagem em tridente, ceco encurvado na parte de dentro e ceco em J invertido (forma de anzol)
USG abdominal
Atualmente é a técnica diagnóstica preferencial por não ser invasiva, detectar invaginações ileoileais e causas anatômicas desencadeantes
Tratamentos
Redução hidrostática por enema opaco, soro fisiológico ou insuflação de ar ou método operatório
Cuidados pré-operatorios
Solicitar hemograma com plaquetas, provas de coagulação, tipagem sanguínea, eletrólitos, gasometria arterial, ureia e creatinina
NPO
Acesso venoso adequado
Ressuscitação hidroeletrolítica adequada
Reposição sanguínea se necessário (sequestrando de sangue no segmento invaginado pode causar anemia considerável)
Antibioticoterapia com aminoglicosídeos e metronidazol ou clindamicina. Úlcera banhada por fezes.
Tratamento cirúrgico
Indicado aos casos com contra-indicação da redução hidrostática/pneumática e àqueles que não obtiveram êxito com tais procedimentos
Laparotomia transversal infra ou supra-umbilical direita próxima ao umbigo e divulsão da musculatura ântero-lateral do abdome
Não se obte do êxito na redução manual ou se houver áreas com necrose intestinal
Ressecção intestinal com enteroanastomose ou enterostomia