Insuficiência Cardíaca Flashcards
O que é insuficiência cardíaca?
Insuficiência cardíaca é uma síndrome clínica complexa que se caracteriza por um distúrbio do desempenho miocárdico para suprir os tecidos com a quantidade adequada de sangue (O2) para as necessidades metabólicas.
Quais são as causas para insuficiência cardíaca?
IAM, HAS, febre reumática, doença de chagas
O que é output?
Débito cardíaco.
O que pode interferir no DC?
• Resistência vascular periférica (pós-carga)
• SNA (contratilidade miocárdica e FC)
• Retorno venoso (pré-carga)
Quais os determinantes da contratilidade miocárdica?
• Função sistólica ventricular
• Função diastólica ventricular (complacência - resistência do órgão ao retorno do volume original)
• Fluxo sanguíneo miocárdico
Como avaliamos a contratilidade miocárdica?
Fração de ejeção (ou porcentagem de VDF ejetado com cada contração.
Como estimamos a fração de ejeção?
• Ecocardiograma transtorácico (ECOTT)
• Métodos de imagem nuclear (cintilografia de perfusão)
• Ressonância magnética (RM)
• Cateterismo cardíaco (ventriculografia) – método invasivo
Valor normal: entre 55 a 78%.
O que é pré-carga?
É o estiramento máximo que o coração faz antes da ejeção ventricular (contração), ou seja, a tensão na parede ventricular no final da diástole. A pré-carga aumentada facilita a função de bomba do coração.
— Passiva
Fatores determinantes:
• Estiramento da fibra miocárdica (dilatação) e espessura da parede (hipertrofia) — Complacência ventricular — VDF e PDF
• Sístole atrial
• Retorno venoso
• Volemia
O que é pós-carga?
É a força imposta pelas artérias (pulmonar e aorta) que os ventrículos tem que superar para ejetar o sangue, ou seja, a tensão na parede dos ventrículos durante a sistole.
— Ativa
Dito de outra forma:
• Resistência à contração da fibra miocárdica no início da sístole.
• Resistência ao esvaziamento ventricular.
• Dificuldade imposta à ejeção dos ventrículos.
O que aumentos exagerados da pré-carga podem determinar?
IC retrógrada com sinais congestivos (edemas, visceromegalias, turgência venosa).
Quais os determinantes para pós-carga?
• Resistência vascular periférica
• Obstáculos ao esvaziamento de VE (Estenose aórtica)
• Pressão diastólica final
O que aumentos exagerados da pós carga podem determinar?
IC anterógrada, com manifestações de baixo débito e hipoperfusão tissular:
• Hipotensão arterial
• Taquicardia
• Pulso filiforme
• Palidez
• Oligúria
O que é:
A) Volume diastólico final
B) Volume sistólico final
C) Volume sistólico
D) Pressão diastólica final
A) Volume diastólico final é o volume no ventrículo que antecede a ejeção, isso significa que é o volume que sobrou depois da diástole.
B) Volume sistólico final é o volume no ventrículo após a ejeção, ou seja, o volume que sobrou após a sístole.
C) Volume sistólico é o volume sistólico ejetado (ml), ou seja, o volume total em 1 batimento.
— VS = VDF + VSF
D) Pressão diastólica final (pré-carga) é a pressão de sangue presente no ventrículo do coração, após seu enchimento passivo e contração do átrio.
Quais os determinantes para a FC?
• Demandas metabólicas
• Volemia
• Tônus autonômico
• Retorno venoso
O que é princípio de Frank-Starling?
• Relação entre pré-carga e desempenho cardíaco.
• Desempenho contrátil sistólico (VS) é proporcional à pré-carga (VDF) dentro de intervalos fisiológicos normais.
• ↑ volume diastólico final – ↑ força de contração – ↑ débito cardíaco
— Normalmente (curva superior), à medida que aumenta a pré-carga, o desempenho cardíaco também aumenta. Entretanto, a um determinado ponto, o desempenho alcança um platô e, em seguida, declina.
— Na insuficiência cardíaca (IC) decorrente de disfunção sistólica (curva inferior), toda a curva se desloca para baixo, refletindo a redução do desempenho cardíaco a uma determinada pré-carga e, à medida que a pré-carga aumenta, o desempenho cardíaco aumenta menos.
— Com o tratamento (curva média), há melhora do desempenho, embora ele não esteja normalizado.
Quais os mecanismos compensatórios cardíacos?
1) Respostas cardíacas
2) Respostas hemodinâmicas
3) Respostas renais
4) Respostas neuro-humorais
Caracterize o quadro de hipertrofia concêntrica.
• Aumento de espessura da parede miocárdica.
• Sobrecarga de pressão.
• Complacência ventricular reduzida.
• Disfunção diastólica.
• 4a bulha.
Exemplos: HAS, Estenose aórtica
Caracterize o quadro de hipertrofia excêntrica.
• Sobrecarga de volume.
• Dilatação ventricular.
• Complacência ventricular aumentada.
• Disfunção sistólica.
• 3a bulha.
Exemplos: Insuficiência mitral, Insuficiência aórtica e Cardiomiopatia dilatada
O que a hipertrofia e a dilatação causam no coração?
• Aumento do estresse da parede
• Maior demanda de oxigênio
• Aceleração da apoptose (morte celular programada) das células miocárdicas.
Quais as respostas hemodinâmicas adaptativas à redução do DC?
• Ativação de barorreflexos arteriais
• Aumento do tônus simpático
• Aumento da FC e da contratilidade miocárdica
• Constrição de arteríolas de leitos vasculares selecionados (>RVP) e constrição venosa
• Redistribuição de fluxo sanguíneo para órgãos nobres
Quais as respostas renais à IC?
1) Redução do fluxo renal por e, logo ↓ da taxa de filtração glomerular por:
— ↓ DC
— Redistribuição do fluxo ao SNS
2) A ↓ do fluxo renal provoca ativação do SRAA.
3) Aldosterona e angio II provocam:
— Proliferação de fibroblastos nos cardiomiócitos
— Deposição de colágeno na parede das artérias
— Apoptose dos cardiomiócitos
➔ Que levam à morte celular, hipertrofias vascular e miocárdica → Piora da insuficiência cardíaca
Quais as respostas neuro-humorais?
Peptídeos natridiuréticos (ANP - dilatação artrial e BNP - dilatação ventricular)
➔ Vasodilatação
➔ Aumento da filtração glomerular
➔ Excreção renal de sódio e H2O
São biomarcadores para IC e fazem efeito opostos ao sistema RAA (inibe a ação de todos eles).
Os mecanismos compensatórios são eficazes nos estágios iniciais da IC, porém danificam o miocárdio e favorecem o remodelamento, fibrose e apoptose. Explique.
Danificam o miocárdio, por:
• Aumentam o trabalho cardíaco, a pré e a pós-carga
• Reduzem a perfusão coronariana e renal
• Provocam acúmulo de líquidos e congestão circulatória
• Aumentam a excreção de potássio
• Favorecem necrose dos cardiomiócitos e arritmias.
Quais as classificações fisiopatológicas da IC:
IC sistólica e IC diastólica
1) Insuficiência cardíaca sistólica
— Insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida no VE
— Disfunção contrátil ➔ VE contrai-se mal e esvazia-se de maneira inadequada ➔ aumento do VDF e da PDF
— Causas mais comuns: IC decorrente de infarto do miocárdio, miocardites e miocardiopatia dilatada.
2) Insuficiência cardíaca diastólica
— Insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada
— Incapacidade de “acomodação”
— Hipertrofia concêntrica ➔ menor complacência ➔ ↓ VDF e ↓ PDF do VE
— Volume sistólico em valores absolutos está reduzido.