Infecções Respiratórias Superiores Agudas Flashcards
Infecções Respiratórias
- São o principal motivo dos atendimento a crianças nas emergências e postos de saúde
- Vias aéreas superiores: 40-60% dos atendimentos
- Vias aéreas inferiores são responsáveis por 20-40% de hospitalizações
- Vias aéreas inferiores são as principais causas de óbitos
Fatores de maior gravidade e mortalidade p/ infecções respiratórias agudas na infância
- Dificuldade e demora de acesso à assistência à saúde: PRINCIPAL
- Aglomeração
- Baixa cobertura vacinal
- Desmame precoce
- Baixo peso ao nascer e desnutrição
- Tabagismo domiciliar
- Elevado número de cças <5 anos na família
Síndrome das vias aéreas superiores
- Benignas e autolimitadas
- 4-8 episódios/anos em <5 anos (e 2-4x/ano em adultos)
- Composta por: fossas nasais, faringe (nasofaringe,orofaringe e hipofaringe), seios paranasais, laringe, traqueia
Síndrome das vias aéreas inferiores
- Pode produzir formas graves e aumentar taxas de mortalidades
- Composto por: brônquios, bronquíolos e parênquima pulmonar
Principais fatores de risco para infecções de VA superior
- Baixa idade (6-24 meses*)
- Meninos
- Atopia
- Deficiência imunológica
- Anomalias craniofaciais e de palato
- Creches
- Irmãos mais velhos
- Fumo passivo
- Uso de chupeta
- Aleitamento artificial
Agentes Virais relacionados às IVAS
- Picornavírus: rinovírus (30-40% das IVAS) e enterovírus (coxsackie)
- Adenovírus
- Paramixovírus: parainfluenza, VSR, sarampo, caxumba
- Ortomixovírus: influenza
Agentes Bacterianos relacionados às IVAS
- Faringe: Streptococcus pyogenes (Beta-hemolítico do grupo A)
- OMA: Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae não tipável, Moraxella catarrhalis e S. pyogenes
- Sinusites: S. pneumoniae, H. influenzae, M. catarrhalis e S. aureus/ anaeróbios (sinusite crônica)
- Epiglotite: H. influenzaar tipo B, S. pyogenese, S. aureus e S. pneumoniae
Anatomia das VAS - Cavidade nasal:
- Se comunica posteriormente c/ nasofaringe pela coana, e anteriormente c/ meio externo pelas narinas
- Mesmo epitélio que reveste fossa nasais tb reveste faringe, laringe, traqueia e brônquios (mucosa respiratória)
- Parede nasal lateral: contém os cornetos nasais (aquece, umidifica e limpa o ar)
- Orifícios de drenagem dos seios maxilar, frontal e etmoidal estão abaixo do corneto médio
Anatomia das VAS - Faringe:
- Nasofaringe: atrás da cavidade oral acima palato mole, em sua parede posterior encontra as tonsilas faríngeas ou adenoides.
- A cavidade timpânica se comunica com a nasofaringe pela tuba auditiva
- Orofaringe: do palato mole até epiglote, compõe as amígdalas.
- Laringofaringe ou hipofaringe: borda superior da epiglote até cartilagem cricoide
Anatomia das VAS - Tecidos linfoides da Faringe:
- Adenoide (tonsilas faríngeas) na nasofaringe e amígdalas (tonsilas palatinas ou linguais) na orofaringe
- Distribui-se em forma de anel: Anel linfático de Waldeyer (rico em linfócitos B e contém linfócitos T)
- Amígdalas forma porções laterais do anel → crescimento máximo entre 4-10 anos (fase de resposta exacerbada antigênica)
- Adenoide forma porção superior (massa linfoide na parede posterior e no teto da nasofaringe) →cresce do nascimento até 3-6 anos e depois regride e desaparece na adolescência (sua hipertrofia pode obstruir tubas auditivas e coanas levando a OMA*, roncos e apneia do sono)
- Função: resposta imunológica rápida e sua retirada não provoca deficiência imune
Anatomia das VAS - Orelha média (ou cavidade timpânica)
- No osso temporal (porção petrosa)
- Ossículos (martelo, estribo e bigorna): condução do som
- Contém ar pela comunicação com a faringe (através da tuba auditiva ou trompa de Eustáquio)
- Função de ventilação, proteção e clearance da OM
- Em adultos são mais horizontalizadas que nos adultos e sua abertura nasofaringea contém vários folículos linfoide ao redor
Anatomia das VAS - Seios Paranasais (seios da face)
*Maxilares, etmoidais, frontais e esfenoidais
- Se desenvolvem nos ossos da face, revestidos por epitélio ciliar secretor de muco (prolongamento da cavidade nasal)
- Desenvolve no 3-5º mês de gestação e mais ao nascer
- Maxilas e etmoidas: primeiros a se formarem sendo visíveis em RN só pela TC, no RX c/ 1 anos etmoidais e 4 anos maxilar)
- Fronta: expansão no osso aos 2 anos (no Rx só visto aos 7 anos)
- Esfenoide é visto no Rx aos 5 anos
Anatomia das VAS - Laringe
- Porção formada por 4 cartilaginas:
- Epiglote: fç de fechar a laringe na deglutição
- Aritenoides
- Tireoide ou “pomo de adão”
- Cricoidea: porção mais estreita das VA em <10 anos
- Na respriação as cordas vocais estão aberta e na fonação tensionadas (tom da voz)
Rinofaringite Viral ou Resfriado Comum ou Rinossinusite ou Rinite
- Não é a = gripe (dça sistêmica epidêmica pelo influenza c/ febre alta, mialgias e prostração)
- No resfriado os sintomas são restritos à VAS
- Desordem infecciosa mais comum da infância
- Benigna e autolimitada
- Nasofaringite viral c/ inflamação da mucosa do nariz, faringe e seios paransais
- Pode evoluir p/ complicações bacterianas como OMA e sinusite bacterian
- A faringite bacteriana não é uma complicação do resfriado comum
Rinofaringite Viral ou Resfriado Comum - Epidemiologia
- 6-8x/ano em <5 anos (ou 10-12x/ano se creche e em <3 anos)
- Maior incidência no outono (rinovírus), inverno (VSR) e primavera (parainfluenza)
- No verão (refriado do verão) por cocksackievírus
- Crianças são maiores reservatórios p/ vírus
- Transmissão de gotículas e contato com mucosas
- Principal forma de transmissão dos vírus do resfriado (rinovírus e VSR) é o contato direto e não via inalatória**
Rinofaringite Viral ou Resfriado Comum - Etiologia
- Rinovírus: principal causados (200 sorotipos)
- Coronavírus
- VSR
- Metaplneumovírus
- Influenza: alta capacidade automutagênica
- Parainfluenza 1 e 4
- Adenovírus
- Enterovírus
Rinofaringite Viral ou Resfriado Comum - Fisopatologia
- Edema de mucosa por vasodilatação
- Citoquinas atraem neutrófilos: coriza purulenta
- Rinorreia e tosse: estimulação de fibras colinérgicas
- Em 24h há IgA e após 1 semanas é formado IgG e IgM (conferem imunidade p/ sorotipo específico)
Rinofaringite Viral ou Resfriado Comum - QC
*Sintomas de febre e mialgias na influenza, VSR e adenovírus (incomum no rinovírus)
- Incubaçao de 1-2 dias
- CORIZA: rinorreia de início claro e depois purulenta/ esverdeada - (não é bactéria* e sim descamação epitelia e PMN)
- OBSTRUÇÃO NASAL (congestão dos cornetos): pode prejudicar alimentação de lactentes
- Espirros
- Roncos: secreção de VAS
- Tosse predominante NOTURNA (gotejamento pós-nasal)
- Dor de gargante e hiperemia de mucosas
- Febre pode estar presente (e ser alta)
- Sintomas até 7 dias (autolimitada)
Rinofaringite Viral ou Resfriado Comum - Dx e TTO
- Principal complicação bacteriana é a OMA (30%)
- Dx: Clínico
- TTO: Antitérmicos (se Tax>38ºC) c/ dipirona e paracetamol e Soluções salinas isotônicos nasais e hidratação
- Não usar medicamentos desnecessários (sem benefício): mucolíticos, antitusígenos, descongestionantes, anti-histamínicos
- Orientar sinais de gravidade e retorno em 48h
- PREVENÇÃO: lavagem de mãos (não tem vacina contra rinovírus, mas tem contra influenza)
Diagnóstico Diferencial da Rinofaringite Viral ou Resfriado Comum -
- Rinite alérgica: predomina sintomas de espirros e prurido nasal recorrentes por alérgenos ambientais
- Corpo estranho no nariz: secreção UNILATERAL e fétida (muitas vezes sanguinolenta)
- Sinusite bacteriana aguda: sintomas persistentes e graves
- Coqueluche: tosse persistente
- Sífilis congênita: rinorreia serossanguinolenta persistente com início até 3 meses de vida
Síndrome de Reye
- Associação do uso de AAS nas infecções por influenza ou varicela
- Encefalopatia + disfunção hepática
Otite Média Aguda
- Maior prevalência nos dois primeiros anos de vida
- 80% dos <3 anos terão pelo menos um episódio d e OMA (e até 50% tem recidiva)
- FR: <2 anos (imaturidade imune, hipertrofia adenoide c/ obstrução e tuba auditiva horizontal), meninos, pobreza, aleitamento artificial, tabagismo passivo, irmãos mais velhos, anomalias congênitas e ausência vacina antipneumocócica e anti-influenza
OMA
- Complicação mais comum do Resfriado Comum (30%)
- Infecção bacteriana com inflamação da orelha média
- Disfunção tubária → Acúmulo de secreção estéril → Proliferação bacteriana → Abscesso/ secreção purulenta (otorreia)
- Principais agentes: S. pneumoniae (pneumococo), H. influenza (não tipável) e Moraxella catarrhalis (menos comum)
OMA - Clínica
*Otoscopia Normal: transparente, perolácea, brilhante (reflete luz), côncava e móvel
- Irritabilidade, choro <2 anos, astenia, inapetência, vômitos e hipoacusia flutuante
- Otalgia e Otorreia (dor some)
- Febre (não obrigatória)
- Otoscopia Anormal: membrana opaca e hiperemiada (↓ especificidade), perda da mobilidade, convexa, ABAULADA ( mais específico