INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO/FERIDA OPERATÓRIA Flashcards
O que é o Sítio cirúrgico?
Sítio cirúrgico é aquilo que se está operando. Existem várias medidas para prevenir infecção durante a cirurgia. No pré-operatório, já é preciso começar os cuidados. Ferida operatória é a ferida que ficou depois do ato operatório em si. Existem muitos cuidados com curativos, drenos etc.
Classificação e critérios definidores de infecção cirúrgica: INCISIONAL SUPERFICIAL ISC - IS
Critério:
Ocorre nos primeiros 30 dias após a cirurgia e envolve apenas pele e
subcutâneo.
Com pelo menos 1 (um) dos seguintes:
Drenagem purulenta da incisão superficial;
Cultura positiva de secreção ou tecido da incisão superficial, obtido assepticamente (não são considerados resultados de culturas colhidas por swab);
A incisão superficial é deliberadamente aberta pelo cirurgião na vigência de pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: dor, aumento da sensibilidade, edema local, hiperemia ou calor. EXCETO se a cultura for negativa;
Diagnóstico de infecção superficial pelo médico assistente.
Com esses sintomas, o médico pode decidir abrir o paciente novamente para verificar o que está acontecendo.
Obs.: no caso de cirurgia oftalmológica conjuntivite, será definida como infecção incisional superficial.
Não notificar mínima inflamação e drenagem de secreção limitada aos pontos de sutura.
A CCH olhará os critérios para fazer a notificação para a ANVISA de qual tipo de infecção que ocorreu e definir o tipo de micro-organismo, antibiótico etc. e a conduta a ser adotada, inclusive reeducar a equipe para abordar o paciente.
Critérios diagnósticos para INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO/FERIDA OPERATÓRIA (ISC/FO)?
Para outras classificações que não são específicas de centro cirúrgico, fala-se muito em CCH como um todo: 3 dias depois de internado para considerar a infecção relacionada à assistência. No entanto, aqui, é para dizer se a infecção de centro cirúrgico, de ferida operatória, está em qual classificação.
O diagnóstico de ISC é realizado por meio da observação de alguns fatores, como:
* surgimento da infecção em até 30 dias após o procedimento cirúrgico, ou
* em casos de implantes de órtese e prótese, em até um ano após a cirurgia.
Classificação e critérios definidores de infecção cirúrgica: INCISIONAL PROFUNDA ISC - IP?
Critério:
Ocorre nos primeiros 30 dias após a cirurgia ou até UM ano, se houver colocação de prótese, e envolve tecidos moles profundos à incisão (ex.:
fáscia c/ou músculos). A prótese é mais profunda e pode demorar mais para infeccionar.
Com pelo menos UM dos seguintes:
Drenagem purulenta da incisão profunda, mas não de órgão/cavidade;
Deiscência parcial ou total da parede abdominal ou abertura da ferida pelo cirurgião, quando o paciente apresentar pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: temperatura axilar ≥ 37,8ºC, dor ou aumento da sensibilidade local, exceto se a cultura for negativa;
Presença de abscesso ou outra evidência que a infecção envolva os planos profundos da ferida, identificada em reoperação, exame clínico.
histocitopatológico ou exame de imagem;
Diagnóstico da infecção incisional profunda pelo médico assistente.
Classificação e critérios definidores de infecção cirúrgica: ÓRGÃO / CAVIDADE ISC - OC?
Critério:
Ocorre nos primeiros 30 dias após a cirurgia ou até UM ano, se houver colocação de prótese, e envolve qualquer órgão ou cavidade que tenha sido aberta ou manipulada durante a cirurgia.
Com pelo menos UM dos seguintes:
Cultura positiva de secreção ou tecido do órgão/cavidade obtido assepticamente;
Presença de abscesso ou outra evidência que a infecção envolva os planos profundos da ferida, identificada em reoperação, exame clínico, histocitopatológico ou exame de imagem;
Diagnóstico de infecção de órgão/cavidade pelo médico assistente.
Obs.: Osteomielite do esterno após cirurgia cardíaca ou endoftalmite (dentro do olho) são consideradas infecções de órgão/cavidade.
Em pacientes submetidos a cirurgias endoscópicas com penetração de cavidade, serão utilizados os mesmos critérios de infecção do sítio cirúrgico do tipo órgão cavidade. Quando o paciente faz uma cirurgia de vídeo, como a laparoscopia ou a bariátrica, o critério é o mesmo para a cirurgia de abdômen aberto.
Não há, até o momento, critérios que permitam separar infecção ascendente do trato urinário, de infecção urinária como expressão secundária de infecção em cirurgia urológica. Não se tem como saber se o paciente está com a infecção por má higiene do meato urinário, se é uma cistite que subiu e virou uma pielo.
NÃO considerar que a eliminação de secreção purulenta através de drenos seja necessariamente sinal de ISC-OC. Não é porque sai secreção do dreno que é uma concavidade.
Sinais clínicos (febre, hiperemia, dor, calor, calafrios) ou laboratoriais (leucocitose, aumento de PCR quantitativa ou VHS) são inespecíficos, mas podem sugerir infecção. Os extremos de idade têm uma termorregulação ineficaz. No idoso, muitas vezes, o calafrio se equipara à febre.
A pele não fica quente, mas se manifesta pelo calafrio.
C ou E: A conjuntivite, no pós-operatório oftalmológico, é considerada infecção de órgão cavidade?
ERRADO!
C ou E: Por meio de avaliação de exame laboratorial, acontece de investigar algo no paciente e
ser o que se estava suspeitando. Um paciente com leucocitose alterada pode ter meningite, por exemplo. Por isso, é importante o enfermeiro fazer a avaliação de exames laboratoriais
CERTO!
Qual a Patogenia das ISC?
Os patógenos causadores de ISC podem ser provenientes de 3 fontes:
* Microbiota do próprio paciente (fonte endógena). Ex.: infecção urinária com micro-
-organismo que veio da parte enteral do paciente;
* Equipe de saúde fonte exógena;
* Ambiente: temperatura ideal da sala, da RPA, da CNE;
* Os microrganismos causadores de ISC atingem a ferida operatória na maioria das vezes durante o ato cirúrgico, quando há exposição de tecidos internos ao meio ambiente. A ruptura de continuidade da pele é, consequentemente, o principal evento que predispõe à ocorrência de ISC.
Exemplo: um anestesista não amarra a máscara da forma correta e fica conversando.
Muita gente circulando quando tem estudantes observando a cirurgia.
Obs.: todas as informações acima estão no Caderno 4 da Anvisa, com título Medidas de Prevenção ou de Controle de Infecção Relacionadas à Assistência à Saúde.
O desenvolvimento da ISC é o resultado da interação de 3 fatores:
* A quantidade e virulência do microrganismo;
* As condições locais da ferida;
* Suscetibilidade do hospedeiro.
Obs.: por isso, é importante avaliar o ASA do paciente e verificar se aborda agora ou corrige os problemas do paciente antes de abordar cirurgicamente.
Quais são os Fatores de risco para ISC?
- ASA: quanto maior, maior o risco cirúrgico de infecção;
- Potencial de contaminação: se é limpa, limpa-contaminada, potencialmente contaminada, infectada;
- Cultura intra-operatória positiva;
- Tabagismo: atrapalha a cicatrização e imunodeprime o paciente;
- Glicemia não controlada;
- Obesidade;
- Uso de corticosteróides: imunodeprime o paciente;
- Hemorragia intra-operatória: o sangue pode ter contato e respingar dentro da ferida e entrar na corrente sanguínea do paciente;
- Hipotermia no intra-operatório.
Quais as Recomendações Básicas para Todos os Serviços de Saúde? (BUNDLE)
É chamado de BUNDLE, um pacote de medidas para prevenir esse tipo de infecção.
* 1 Antibioticoprofilaxia:
Conforme o sítio em que se vai operar, se prescreve um antibiótico que tem que ser administrado em até 60 minutos antes da incisão cirúrgica e não da anestesia.
Administrar dose efetiva em até 60 minutos antes da incisão cirúrgica. Repetir as doses em cirurgias prolongadas.
* 2 Controle de glicemia no pré-operatório e no pós-operatório imediato - Objetivo: níveis glicêmicos <180 mg/dl.
Não confundir padrão para diagnóstico de hiperglicemia com metaterapêutica para prevenção de infecção. Logo, não é até 99 neste caso.
Níveis altos de glicemia atrapalham a cicatrização do paciente.
* 3 Manutenção da normotermia em todo perioperatório Peri = o que fica em volta.
Perioperatório = em volta de todos os períodos cirúrgicos/ engloba tudo.
Objetivo: ≥ 35,5ºC. Sangramento, infecções e eventos cardiovasculares.
* 4 Tricotomia
* Realizar somente quando necessário;
* Não utilizar lâminas.
* 5 Otimizar a oxigenação tecidual no peri e pós-operatório- É preciso dar suporte ventilatório ao paciente, colocar um oxímetro de pulso no paciente.
* 6 - Utilizar preparações que contenham álcool no preparo da pele: Altamente bactericida, ação rápida e persistente (preparações alcoólicas comclorexedina ou iodo).
Não se pode escolher usar só o degermante. Geralmente, se utiliza clorexidina degermante e depois a alcoólica. Entre um e outro é ideal retirar o excesso com soro fisiológico.
O iodo é mais alergênico, é mais irritativo para a pele. Nesse caso, é interessante usara a com clorexidina. Em recém-nascido jamais se pode usar iodo, um princípio ativo.
* 7 Utilizar a Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica (LVSC) da OMS
Exemplo: a antibioticoprofilaxia está descrita nessa lista, assim como vários itens de verificação de cirurgia cirúrgica que falam de controle de infecção. Não tem como falar de controle de infecção sem falar em segurança do paciente. Os dois assuntos estão correlacionados.
* 8 Utilizar protetores plásticos de ferida para cirurgias do trato gastrointestinal e biliar
* 9 Realizar vigilância por busca ativa das ISC: É preciso contatar os pacientes depois da operação para verificar se eles apresentam alguns sinais e sintomas para fazer busca ativa de infecção no pós-operatório.
Observar as tendências mostradas nos dados e realizar correções de processo, caso
necessário.
Divulgar resultados da vigilância para equipes cirúrgicas e direção, visando à melhoria
da qualidade (sempre respeitando a privacidade dos profissionais).
* 10 Educar pacientes e familiares sobre medidas de prevenção de ISC: É interessante imprimir as orientações e fazer o paciente assinar um termo afirmando que recebeu as orientações, sendo lido e explicado para ele antes de ir para casa.
O que é deiscência?
A abertura de uma ferida cirúrgica
Quais são as Medidas de controle intraoperatórias?
Circulação de pessoal: enfermeiros, técnicos ou auxiliares de enfermagem, os quais
durante todo ato anestésico-cirúrgico, desenvolvem atividades a fim de garantir condições funcionais;
* Limitar o número de pessoas;
* Manter porta fechada;
* Climatização.
A porta do centro cirúrgico deve ser de correr e ter um visor para que os enfermeiros
possam, por exemplo, ver o que está acontecendo dentro da sala sem precisar entrar
nela, para que a porta seja mantida fechada.
Controle metabólico: Controle glicêmico (significante), controle da temperatura
corpórea e suplementação da oxigenação tecidual (relevante), bem como a manutenção
adequada do volume intravascular.
A recomendação é manter a temperatura corpórea acima de 35,5ºC no período
perioperatório;
Preparo da pele do paciente ( já abordado nas aulas anteriores);
Paramentação e antissepsia cirúrgica das mãos ( já abordado nas aulas anteriores).
Quais são as Medidas de controle pós-operatórias?
Avaliação de curativos:
Princípios para o curativo ideal
1. Manter elevada umidade entre a ferida e o curativo;
Após o paciente tomar banho e molhar o curativo, não se pode deixar ele com o curativo molhado. Entretanto, a pele do paciente precisa de umidade, pois sem ela não existe
maturação de novos tecidos e células. Então o leito da ferida precisa estar úmido.
2. Remover o excesso de exsudação;
3. Permitir a troca gasosa;
4. Fornecer isolamento térmico;
5. Ser impermeável a bactérias;
6. Ser asséptico;
7. Permitir a remoção sem traumas e dor. (cad 4)
O que é a Feridas com cicatrização por primeira intenção? O que fazer?
São bordos aproximados por sutura.
Recomenda-se permanecer com curativo estéril por 24h a 48h, exceto se houver
drenagem da ferida ouindicação clínica.
Avaliar local da incisão, se não apresenta exsudato manter as incisões expostas até a remoção da sutura.Nestes casos recomenda-se higienizar as incisões com água e sabão comum durante o banho e secar o localcom toalhas limpas e secas.
O que é Feridas com cicatrização por segunda e terceira intenção? O que fazer?
São as bordos separados
Avaliar o tipo de tecido encontrado e decidir pela melhor cobertura