Hipersensibilidade Flashcards
Quais são os principais tipos de antígenos que podem gerar reações de hipersensibilidade?
Auto-antígenos, microrganismos persistentes e antígenos ambientais.
O que diferencia as hipersensibilidades dos tipos I, II e III da do tipo IV?
Enquanto as três primeiras envolvem uma reação imediata mediada por anticorpos, a última envolve uma reação tardia mediada por linfócitos T.
Que tipo de anticorpo medeia a reação de hipersensibilidade do tipo I? Quais são as células alvo deste anticorpo?
IgE. Eosinófilos e, principalmente, mastócitos.
A que tipos de antígenos há uma resposta de hipersensibilidade do tipo I? Qual é o tipo de linfócito T que coordena tal resposta?
Principalmente ambientais, não microbianos. Thelper 2.
Que tipo de anticorpo medeia a reação de hipersensibilidade do tipo II?
IgG e igM.
A que tipos de antígenos há uma resposta de hipersensibilidade do tipo II? Quais são os tipos celulares que participam atacando diretamente o antígeno em tal resposta?
Principalmente auto-antígenos presentes na membrana celular ou na MEC, mas também alguns agentes infecciosos e neo-antigenos. Linfócitos Tcitotóxico e sistema complemento.
O que diferencia a hipersensibilidade III das demais quanto ao tipo de resposta ao antígeno?
Somente nela é formado um imuno-complexo de anticorpos e antígenos interligados.
A que tipos de antígenos há uma resposta de hipersensibilidade do tipo III?
Antígenos solúveis presentes no sangue. Podem ser próprios ou causadores de infecções persistentes (circulante).
Que tipo de anticorpo medeia a reação de hipersensibilidade do tipo III?
IgM e IgG.
Quais são os tipos celulares que medeiam as reações de hipersensibilidade do tipo IV?
Principalmente macrófagos, mas também linfócitos Th e Tc.
Qual é a conduta do Th2 frente a uma alergia a antígenos ambientais não microbianos?
Nesta reação, de hipersensibilidade do tipo 1, os Th2 produzem IL-4, favorecendo a diferenciação de linfócitos B em plasmócitos secretadores de IgE. O Th2 também produz IL-5 e IL-13 nesta reação.
O que diferencia a fase efetora da tardia da hipersensibilidade do tipo I em relação aos tipos celulares envolvidos?
Enquanto na fase efetora os principais tipos celulares envolvidos são mastócitos e eosinófilos, na fase tardia surge um acúmulo de neutrófilos, macrófagos e eosinófilos.
O que difere a IgE dos outros tipos de imunoglobulinas?
Estar presente nos tecidos, nas células residentes via receptor de porção FC da IgE, expresso em mastócitos, eosinófilos e basófilos. Além disso, ela não afeta diretamente o antígeno, mas se liga inicialmente a tais tipos celulares.
Quais são as principais vias de entrada dos antígenos que causam Hip. tipo I?
Mucosas.
Resuma a reação de sensibilização da Hip. tipo 1 desde a entrada do ag até a ativação dos mastócitos.
O antígeno entra via difusão pelas mucosas, onde são capturados pelas células dendríticas que, por sua vez, apresentam-no aos linfócitos Tnaive. Estes se diferenciam em Th2, induzem via IL-4 a diferenciação dos Linfócitos B em plasmócitos que secretam IgE. Tal imunoglobulina é responsável por ativar os mastócitos.
Resuma a reação do segundo contato com o ag na Hip. tipo 1 desde a entrada do ag até as respostas visíveis clinicamente.
Após a entrada do antígeno, o mesmo se liga a mastócitos previamente “equipados” com IgE. A partir da ligação ag-IgE e ag-porção fc do mastócito, este é ativado, liberando diversos mediadores, em especial a histamina, que provocam o aumento da permeabilidade vascular, ocasionando edema e eritema.
Quais mediadores secretados por mastócitos frente a hip. do tipo 1 são produzidos antes mesmo da ativação destas células? Quais são produzindos posteriormente?
Aminas biogênicas (p.ex. histamina) e mediadores lipídicos se encontram nos mastócitos antes mesmo de sua ativação. Posterior a esta, os mastócitos passam a produzir citocinas e enzimas.
O que cada um dos mediadores secretados por mastócitos frente a hip. do tipo 1 provocam no organismo?
As aminas biogênicas provocam vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. Simultaneamente, os mediadores lipídicos causam bronco-constrição e hipermotilidade intestinal. Posteriormente, as citocinas provocam o recrutamento de outros tipos celulares, como neutrófilos, favorecendo a inflamação. Por último, as enzimas favorecem o dano tecidual.
Quais são os sinais visíveis da resposta imediata de hip. tipo 1?
Edema e eritema.
Qual é o tempo aproximado para que surjam os sinais visíveis da resposta imediata de hip. tipo 1?
5 a 10 minutos.
Que fator principal determina o tipo de manifestação clínica de uma resposta alérgica?
A via de entrada do alérgeno.
O que são neo-antígenos?
Antígenos produzidos por mutações em células tumorais.
Qual é o mecanismo efetor mediado por IgM e IgG na hip. de tipo 2?
O mecanismo efetor envolve a opsonização do ag, levando à fagocitose, à ativação do s. complemento, e à citotoxicidade celular dependente de ac. (ADCC), resultando em lise da célula revestida de ac..
O que ocorre quando, na reação de hip II, o antígeno é detectado na MEC?
O antígeno se liga a IgE depositada na MEC, tal Ig é encontrada por neutrófilos que, após a interação com esta, ativa-se, liberando substâncias que favorecem a inflamação e a lesão tecidual. Da mesma forma, A IgE ligada ao ag também pode ativar o sistema complemento, que passa a potencializar o processo antes descrito.
Na reação de hip III, em que situações surgem os agregados de imunocomplexos menores, intermediários e maiores? O que os diferencia quanto a resposta a eles gerada?
Inicialmente, há uma quantidade grande de ag e pequena de ac, produzindo complexos imunes menores, que não se fixam no s. complemento e nem são eliminados na circulação. Posteriormente, o número de ac aumenta, permitindo a formação de IC maiores. Por fim, quando ainda há uma quantidade significativa de ac, mas com escassez de ag, formam-se IC intermediários. Tanto os IC grandes quanto os intermediários fixam-se no s. complemento e são eliminados na circulação.
Após a formação dos IC na reação de hip III, para onde eles são transportados? O que ocorre neste local?
Após se ligarem ao s. complemento, sendo revestidos por C3b, os IC são transportados para o baço e para o fígado. Nos eritrócitos, os IC se ligam ao CR1 (receptor de fragmento do complemento, onde se liga o C3b), possibilitando a captação destes por parte das células imunes locais, como macrófagos.
Em que casos a formação dos IC na reação de hip III pode levar a doenças?
Em caso de grande número e/ou tamanho dos IC.
A que se deve a eficácia da depuração na reação de hip III?
Se deve a solubilidade do complexo imune e da disponibilidade de receptores Fc em células e de s. complemento.
Como se desenvolve uma hip do tipo III?
Os complexos imunes que não foram eliminados ativam o s. complemento, provocando a ativação de células do s. imune via C3a e C5a.
Como a hip III pode provocar vasculites?
A partir da ligação dos ag com o s. complemento do endotélio, provocando a ativação de células imunes, como os neutrófilos, que geram inflamação local e, por consequência, dano tecidual.
Glomerulonefrites e artrites são quadros provocados pela hip III no caso de formação de IC em que local?
Na circulação sanguínea.
Que manifestações clínicas são provenientes da formação de IC nos tecidos em reações de hip III?
Eritema e edema, bem como destruição tecidual.
Qual é o principal diferencial da hipersensibilidade tardia (IV) frente aos outros tipos de hip?
Ela é mediada por linfócitos T, enquanto as outras (I, II e III) são mediadas por anticorpos.
Quais são os principais tipos celulares envolvidos na hip IV?
Linfócitos e macrófagos.
Na hip IV, o que diferencia a ação dos linfócitos Th da dos Tc? (resumidamente)
Enquanto os linfócitos Th lesam indevidamente o tecido a partir da produção de citocinas indutoras do processo inflamatório, recrutando e ativando outros tipos de células imunes produtoras de enzimas e espécies reativas de oxigênio (substâncias letais ao tecido), os Tc matam as células e lesam o tecido agindo diretamente em contato com o receptor antígeno da célula infectada a partir do mecanismo de citoxicidade.
Qual é a principal forma clinicamente observada de reação de hipersensibilidade tardia?
Granulomatosa.
Qual tipo de Linfócito Th é o principal envolvido em reações granulomatosas? Quais as principais citocinas por eles liberadas nestas reações? Onde e como estas citocinas agem?
Principalmente Th1, mas também Th17. As principais citocinas são o TNF (alfa e beta), responsável por lesar o células locais e aumentar a expressão endotelial de moléculas de adesão, favorecendo diapedese de células imunes, bem como os IFN-gama, responsáveis por ativar monócitos em macrófagos e, também, por aumentar a expressão endotelial de moléculas de adesão.
Em condições normais do processo inflamatório, células Treg são responsáveis por regular a resposta inibindo reações imunes. Por que isso não ocorre da mesma forma em reações de hip tardia?
Pois, frente a um MO persistente, os mecanismos efetuados por tal grupo celular passam a ser maléficos ao organismo, favorecendo a suscetibilidade e, consequentemente, a disseminação da infecção para outros tecidos.
Qual é o principal fator que influencia nos tipos celulares e citocinas que vão predominar em uma resposta de hip tardia?
O patógeno.
O que são haptenos?
São substâncias que, embora reconhecidas como estranhas pelo sistema imune, não são simplesmente combatidas por ele devido aos seus tamanhos reduzidos (baixo peso molecular), sendo necessária a interação destas com proteínas próprias do corpo para que haja a formação de neo-antígenos.
Qual é o papel de cada um dos principais tipos celulares envolvidos na reação de hipersensibilidade de contato? (células dendríticas, queratinócitos e macrófagos)
As células dendríticas trabalham como APCs, captando os neo-antígenos (hapteno + proteína própria) e ativando os macrófagos. Os queratinócitos atuam produzindo citocinas (IL-1 e TNF-alfa) e quimiocinas (IL-8, IP-9 e MIG) que também agem na ativação dos macrófagos. Estes, por fim, secretam mediadores da inflamação.