Autoimunidade Flashcards
Uma vez que a presença de auto-anticorpos não é sinônimo de doença, como se define a autoimunidade patológica?
A partir de três requisitos, a presença de uma reação imunológica específica para um autoantígeno ou tecido próprio, evidências de que tal reação não resulta de um dano tecidual (significância patogênica primária) e a inesistência de outra causa definida para a doença.
Como podem ser classificadas as doenças autoimunes quanto a localização? Exemplifique cada uma delas.
Como específicas de um órgão (ex: DM I) ou como sistêmica (ex: LES).
O que é a tolerancia imunológica?
É a ausência de resposta do sistema imune frente a um autoantígeno.
Qual é a função da proteína AIRE?
Ela estimula as APCs (células epiteliais medulares tímicas) no timo a sintetizarem proteínas de outros tecidos periféricos próprios para apresentar aos linfócitos durante o processo de tolerância central.
O que pode ocorrer com um Linfócito T que responde a um autoantígeno no timo?
Ele sofre apoptose pelo processo de deleção/seleção negativa ou se desenvolvem até células Treg e vão para a corrente sanguínea, podendo ou não sofrer de anergia.
O que pode ocorrer com um Linfócito B que responde a um autoantígeno no timo?
Ele sofre uma reativação da maquinaria de rearranjo genético para que haja uma edição de receptor, para que deixe de apresentar receptor de autoantígeno. Caso isto não ocorra, a célula sofre apoptose.
Como funciona o processo de anergia das células T na tolerância periférica?
Uma vez que as células T dependem de dois sinais por parte das APCs para que funcionem, o processo de anergia consiste na insuficiência da produção de co-estimuladores (B7) por parte das APCs frente a ausência antígeno exógeno, prevalecendo a interação destes com receptores que inativam o linfócito ([CTLA-4] possuem maior afinidade ao B7 do que os receptores ativadores [CD28]). A partir deste sinal inibitório, a célula T entra em anergia, ou seja, deiaxm de responder funcionalmente.
Como funciona o processo de anergia das células B na tolerância periférica?
Acredita-se que, na auxência de células Th específicas, as células B que encontram autantígenos na periferia tornam irresponsívas e são excluídas dos folículos linfóides.
Qual é o papel das células Treg na tolerência periférica?
Células Treg reagentes a autoantígeno agem como antagonistas dos linfócitos T autoimunes, uma vez que ocupam os co-estimuladores B7 das APCs.
Como se dá a deleção por apoptose na tolerência periférica?
Pode ocorrer de duas formas. A primeira envolve a expressão de Bim, um pró-apoptótico, frente a uma ativação por autoantígeno por parte de células T, sem a presença de anti-apoptóticos na mesma proporção, a célula sofre apoptose. A segunda envolve a produção simultânea de Fas e de Fas-L por parte das células T reativas a autoantígenos, coma produção de ambos, eles interagem entre si induzindo a apoptose pela via mitocondrial. As células B também sofrem do mecanismo de interação Fas própria e Fas-L das células T.
O que é o HLA é qual sua relação com doenças autoimunes?
O HLA é um gene cuja hereditariedade está associada maior predisposição a diversas doenças autoimunes, como LES, DM 1, Artrite reumatóide, esclerose múltipla, doença celíaca e, principalmente, espondilite anquilosante.
Como infecções podem desencadear doenças autoimunes?
Uma possibilidade é a indução do aumento da expressão de coestimuladores por parte das APCs frente a infecção, o que pode ativar Linfócitos T autoimunes (colapso da anergia). Outra é a produção por parte dos infectantes de proteínas semelhantes às normais do organismo, gerando o fenômeno de mimetismo molecular, culminando em uma resposta cruzada. Também, MOs podem induzir anomalias promovedoras de autoimunidade, como a ativação de células B policlonais por parte do HIV. Por último, o dano tecidual pode liberar autoantígenos e altera-los estruturalmente, desencadeando resposta.
O que determina as manifestações clínicas e patológicas de uma doença autoimune?
A natureza da resposta imune adjacente, ou seja, o tipo de mediadores e células envolvidas na resposta ao autoantígeno.
O que faz com que as doenças autoimunes tendam a ser crônicas?
O perfil de amplificação intrínseca das reações imunes que, frente a uma resposta autoimune, exacerbam e prolongam a lesão. Outro fator é o fenômeno de disseminação do epítopo, no qual, frente a uma lesão tecidual em resposta a uma reação autoimune, são liberados diferentes autoantígenos modificados que desencadeiam resposta imunológica.