GDs endócrino Flashcards

1
Q

QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD1 – Introdução à Endocrinologia
1. A) O que determina a especificidade e o tipo de ação de um hormônio? B) Dê exemplos de ações
endócrina, parácrina e autócrina.

A

A especificidade e o tipo de ação de um hormônio são determinados pelos receptores que os hormônios se
ligam, pelo hormônio propriamente dito e pelas células-alvo que eles atuam.
Endócrina: adrenalina na corrente sanguínea atuando em múltiplos alvos.
Parácrina: a insulina age de forma parácrina no pâncreas inibindo as células que produzem glucagon./testosterona no testículo
Autócrina: IGF-1produzido pelo osso atuando nele mesmo para aumentar a proliferação de condrócitos./estradiol no folículo ovariano.

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Q

QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD1 – Introdução à Endocrinologia
2. Diferencie hormônios de natureza proteica de hormônios esteroides quanto aos seguintes parâmetros: a)
síntese; b) liberação; c) transporte no sangue; d) receptor.

A

A) Hormônios proteicos: transcrição gênica, armazenamento em vesículas de secretórias, circulam livres; receptores na membrana plasmática das células alvo
B) Hormônios esteroides: derivados do colesterol a partir de atividade enzimática, não são armazenados em vesículas de secreção, circulam no sangue ligados a proteínas ligadoras ou albumina; receptores no citoplasma ou núcleo das células alvo;
C) Hormônios tiroidianos: derivados do aminoácido tirosina conjugada com iodo; são armazenados no colóide dos folículos tiroidianos, circulam no sangue ligados à proteínas ligadoras (TBG ou transtirretina) ou albumina, exercem suas ações clássicas por intermédio de receptores nucleares.

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3
Q

QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD1 – Introdução à Endocrinologia
3. A) Defina o que significa retroalimentação negativa e positiva em fisiologia endócrina. B) Diferencie os
mecanismos de retroalimentação negativa de resposta fisiológica do de eixo endócrino. C) Descreva um
exemplo para cada um destes mecanismos. D) O que aconteceria com o mecanismos de retroalimentação
negativa de um determinado hormônio se o receptor para este hormônio se tornasse inativo?

A

A) Retroalimentação negativa é o mecanismo pelo qual o hormônio controla a sua própria secreção. Retroalimentação positiva é o mecanismo pelo qual o hormônio estimula a sua própria secreção.
B e C) Retroalimentação de resposta fisiológica é exercido pela resposta ao hormônio, ex. Insulina tem sua secreção reduzida em resposta ao seu efeito biológico que consiste na redução da glicemia. Retroalimentação de eixo endócrino é exercido independente dos efeitos biológicos dos hormônios, ex. Testosterona reduz a síntese e secreção de GnRH, LH e FSH e esta redução independe dos seus efeitos sistêmicos como espermatogênese.
D) Caso os receptores se tornassem inativos haveria um prejuízo da resposta fisiológica ou da síntese/secreção do hormônio pela glândula periférica, consequentemente haveria um maior estímulo para a secreção hormonal sem resultar em efeito biológico.

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4
Q

QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD1 – Introdução à Endocrinologia
4. A) Defina e cite exemplos de ritmos circadianos, ultradianos e infradianos de secreção hormonal. B) O
que aconteceria com os ritmos circadianos hormonais em um individuo mantido continuamente durante dias
em um ambiente fechado escuro, como por exemplo uma caverna? C) Trabalhadores de turno como médicos
plantonistas e enfermeiros estão sujeitos à escalas fixas ou alternadas entre os dias. O que acontece com a
ritmicidade circadiana destes trabalhadores? Tente extrapolar quais as consequências para a secreção
hormonal destes indivíduos?

A

A) Circadiano: ritmo de secreção hormonal com período próximo a 24 h, ou seja frequência de 1 evento por dia. Exemplo, secreção de cortisol ou melatonina. Ultradiano: frequência de 2 ou mais eventos dentro de um período de 24 h. Exemplo, secreção de insulina após as refeições. Infradiano: frequência menor que 1 em um período de 24 h, ou seja o pico de secreção precisa de mais de 24h para ocorrer. Exemplo, pico pré-ovulatório de LH, com frequência mensal em mulheres.
B) Indivíduos acondicionados em ambientes nos quais a variação diária do ciclo claro-escuro é perdida, como em cavernas, apresentam um arrastamento nos seus ritmos biológicos endógenos. Tal arrastamento se deve a perda de sincronização exercida em situações normais pela luz. Com isso, o ritmo endógeno apresenta livre curso com um período de cerca de 24,5 h em humanos, sendo, portanto, maior que o período quando sincronizado pelo ciclo claro-escuro.
C) Trabalhadores de turno também sofrem um prejuízo na ritmicidade circadiana devido a exposição à luz artificial durante o que deveria ser a fase escura do dia. Consequentemente, outros padrões comportamentais que atuam como sincronizadores (como alimentação, atividade física, entre outros) também estarão alterados. Com relação aos trabalhadores de escala fixa noturna, após vários dias neste regime de trabalho, os mesmos apresentarão uma alteração na ritmicidade e no padrão de secreção dos hormônios, como o cortisol por exemplo, cujo pico de secreção passa a ocorrer no final da fase clara do dia. A presença de luz artificial também prejudica o padrão de secreção de melatonina, uma vez que sua síntese só ocorre na ausência de luz. Escalas não fixas, menores que 15 dias, desencadeiam maiores prejuízos na ritmicidade circadiana hormonal uma vez que o ajuste não ocorre. Situações de dessincronização estão associados a uma maior prevalência de cânceres, obesidade, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares e problemas reprodutivos.

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5
Q

QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD2 – Hipotálamo e Neuro-hipófise (ADH, OCT)
1. A síndrome da interrupção da haste hipofisária é um defeito congênito raro onde ocorre malformação da
haste hipofisária e deficiência na secreção de hormônios hipofisários(ver Journal of Neuroendocrinology,
2017, 29, 10.1111/jne.12451). Considerando-se a importância do sistema hipotálamo-hipófise para a secreção
dos hormônios hipofisários, qual o efeito da transecção cirúrgica da conexão entre o hipotálamo e a hipófise
sobre a secreção dos hormônios adenohipofisários e neuro-hipofisários? Explique.

A

Em caso de transecção cirúrgica da haste hipofisária, não há alterações na produção e liberação dos hormônios
da neurohipófise, uma vez que eles são produzidos no corpo dos neurônios do hipotálamo, que estão intactos.
Por outro lado, os neurônios da adenohipófise terão redução na sua produção, uma vez que eles são estimulados
pelos hormônios hipotalâmicos, como CRH, TRH, GnRH e GHRH, e não vai haver um sistema especializado,
como o porta-hipofisário, que auxilie em uma conexão direta do eixo, dependendo da liberação dos hormônios
pela corrente sanguínea para só então alcançar a hipófise e começar a produzir. O único hormônio da
adenohipófise que vai apresentar um aumento é a prolactina, uma vez que o hipotálamo faz constantemente
uma inibição basal de sua produção por meio da liberação de dopamina no eixo. Com a ausência dessa
substância constantemente e em atas quantidades, tem-se uma prevalência da não inibição, que estimula a
secreção de prolactina.

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6
Q

QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD2 – Hipotálamo e Neuro-hipófise (ADH, OCT)
2. Quais os 2 principais fatores que estimulam a secreção de hormônio antidiurético (ADH; também chamado
de vasopressina)? Como devem estar a osmolaridade urinária, osmolaridade plasmática e a secreção de ADH
em indivíduos com A) diabetes insipidus neurogênica, B) diabetes insipidus nefrogênica e C) polidipsia
primária?

A

Aumento da osmolaridade do líquido extracelular e diminuição da pressão arterial.

A) diabetes insipidus neurogênica: baixa osmolaridade urinária, alta osmolaridade plasmática, baixa secreção de ADH; B) diabetes insipidus nefrogênica: baixa osmolaridade urinária, alta osmolaridade plasmática, normal ou alta secreção de ADH; C) polidipsia primária: baixa osmolaridade urinária, baixa osmolaridade plasmática, baixa secreção de ADH

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7
Q

QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD2 – Hipotálamo e Neuro-hipófise (ADH, OCT)
3. Qual o mecanismo envolvido na diabetes insípidus gestacional? Por que sua ocorrência é maior nos meses
finais da gestação?

A

A diabetes insípidus gestacional ocorre devido ao aumento da degradação da vasopressina (hormônio antidiurético – ADH) pela cisteinil aminopeptidase placentária (também chamada de vasopressinase). Essa enzima é produzida pela placenta e cliva a vasopressina, reduzindo seus níveis circulantes e levando à poliúria e polidipsia características da condição.

A ocorrência da diabetes insípidus gestacional é mais comum nos meses finais da gestação porque a produção da vasopressinase placentária aumenta progressivamente ao longo da gravidez, atingindo seu pico no terceiro trimestre. Isso leva a uma degradação mais intensa da vasopressina e maior comprometimento da reabsorção renal de água, resultando em um quadro clínico mais evidente nesse período.

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8
Q

QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD2 – Hipotálamo e Neuro-hipófise (ADH, OCT)
4 – Explique o uso de ocitocina exógena e da indicação de se manter relações sexuais para auxiliar na indução
do parto.

A

A ocitocina exógena é usada para induzir ou intensificar o trabalho de parto porque estimula a contração do músculo liso do útero, promovendo a dilatação do colo uterino e facilitando o nascimento do bebê. Além disso, a ocitocina também auxilia na ejeção do leite durante a amamentação. Além disso estimula o feedback positivo.

A recomendação de manter relações sexuais para indução do parto se baseia em dois mecanismos principais:

Liberação endógena de ocitocina: Durante o orgasmo, ocorre a liberação natural de ocitocina, o que pode estimular contrações uterinas.

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9
Q

QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD3 – Hipotálamo e Hipófise, GH e PRL
1. Por que a dosagem de IGFs no sangue é utilizada como exame adicional para o diagnóstico de deficiência de GH?

A

O GH estimula a produção de IGF, por isso, se há uma deficiência de GH, tem-se também uma redução dos
níveis séricos de IGF. Como o nível sanguíneo de GH é pulsátil e apenas sua presença não indica a ausência de
alguma deficiência relacionada a ele (já que ele precisa agir nos receptores além de ser produzido), é mais
adequado dosar os níveis de IGF para que se analise indiretamente a produção de GH e se detecte uma possível
deficiência em seu nível plasmático e receptores.

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10
Q

QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD3 – Hipotálamo e Hipófise, GH e PRL
3. Por que indivíduos com excesso de produção de GH apresentam comumente diabetes mellitus tipo 2?

A

O principal efeito do GH é o de antagonizar as ações da insulina no fígado, tecido adiposo e músculos, desencadeando uma série de alterações no metabolismo da glicose e dos lipídios. No tecido adiposo suas ações resultam na diminuição da captação de glicose, aumento da lipólise e, consequentemente, da concentração de ácidos graxos livres circulantes no sangue. Estes efeitos explicam a perda relativa de gordura corporal. O GH estimula a gliconeogênese no fígado, reduz a captação muscular de glicose e aumenta a captação de aminoácidos, estimulando a síntese proteica. Estes efeitos tendem a elevar a glicemia, que em indivíduos normais são balanceados pelo aumento na secreção de insulina. Neste sentido, o GH também aumenta a sensibilidade das células beta-pancreáticas a vários estímulos aumentando a secreção da insulina. Estas alterações são importantes para a manutenção da normoglicemia. Por diminuir a sensibilidade à insulina no metabolismo da glicose, enquanto promove a mobilização e a utilização da gordura corporal, diz-se que o GH tem efeito diabetogênico. O excesso de GH então pode levar cronicamente ao quadro de resistência à insulina, semelhante ao diabetes mellitus tipo 2. De fato, o tratamento prolongado com GH ou a acromegalia pode induzir um estado de diabetes, temporário ou mesmo permanente.

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10
Q

QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD3 – Hipotálamo e Hipófise, GH e PRL
2. Para o diagnóstico de deficiência de GH utilizam-se testes provocativos como a administração de insulina e de arginina. Qual a explicação fisiológica para o uso destes protocolos?

A

Os níveis de GH flutuam ao longo do dia, sendo que níveis muito baixos são encontrados durante o dia, praticamente indetectáveis pelos exames laboratoriais. Tanto a insulina quanto a arginina levam a um aumento dos níveis de GH, os quais passam a ser detectáveis pelos exames. O teste provocativo com insulina leva a hipoglicemia, um estímulo poderoso para liberação de GH, no entanto, não deve ser realizado em crianças antes dos 12 anos. A ingestão de aminoácidos, como a arginina, também é um estímulo para a secreção de GH.

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11
Q

QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD3 – Hipotálamo e Hipófise, GH e PRL
4. Mutações no receptor do hormônio ao GH levam a síndrome de Laron (http://www.nytimes.com/2011/02/17/science/17longevity.html). Interessantemente, pessoas com esta síndrome não desenvolvem câncer, apresentam maior sensibilidade à insulina e concentrações de glicose de jejum menores do que os valores normais, além de um aumento na expectativa de vida. Como podemos tratar a baixa estatura nestas pessoas? Como podemos explicar as baixas concentrações de glicose de jejum nestas pessoas?

A

1.A baixa estatura pode ser tratada com IGF-1. Os níveis glicêmicos de jejum deve-se a ação conjunta de vários hormônios, dentre eles, o GH, que estimula a glicogenólise e gliconeogênese hepática, bem como reduz a utilização de glicose pelos músculos e tecidos adiposos. A ausência da ação do GH sobre o fígado, bem como um maior consumo de glicose pelos músculos e tecidos adiposos, pode explicar os baixos níveis de glicose sanguíneas observados em indivíduos que apresentam a síndrome de Laron.
2.Os baixos níveis de glicose são explicados visto que o GH possui efeito diabetogênico de aumentar a glicemia
em jejum, fazendo que com a deficiência nos receptores não tenha esse efeito.

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12
Q

QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD3 – Hipotálamo e Hipófise, GH e PRL
5. Qual a principal causa para o crescimento da adenohipófise materna durante a gestação? O que pode ocasionar e quais as prováveis consequências da Síndrome de Sheehan em gestantes?

A

O crescimento hipofisário ocorre devido o aumento da secreção de prolactina que induz a hiperplasia e diferenciação de lactotrofos.
- A síndrome de sheehan é causada por uma hemorragia durante o parto que reduz a volemia hipofisária de modo que ocorra hipóxia ao ponto de gerar necrose e morte das células hipofisárias. Além disso, pela baixa volemia o corpo libera angio II que gera vasoconstrição e piora o quadro hipofisário (losartana por melhorar o quadro). As consequências envolvem a falta dos hormonios hipofisários e suas consequências, como hipotiriodismo, amenorréia, incapacidade de amamentar e etc.

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13
Q

QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD3 – Hipotálamo e Hipófise, GH e PRL
6. Uma paciente não lactante relata a ocorrência de uma secreção leitosa de ambos os mamilos e amenorreia. Possui uma lista de medicamentos prescritos pelo seu psiquiatra, que inclui o uso do neuroléptico haloperidol. Que alteração hormonal deve ser responsável pelos sintomas relatados?

A

O haloperidol bloqueia receptores dopaminérgicos de modo que a dopamina deixa de inibir a secreção de prolactina, o que gera aumento da secreção de prolactina. A prolactina aumentada inibe o GnRH que deixa de estimular a produção de LH e FSH = amenorréia.

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14
Q

QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO
GD4 – Tireoide
1A. Explique as ações do T3/T4 que justifiquem os resultados apresentados no gráfico abaixo.
B. Como seria a curva de TSH após uma injeção de TRH de pacientes com hipotireoidismo primário e hipotireoidismo terciário?
C. E de pacientes com doença de Graves?

A

Resposta: A sensibilidade da adenohipófise ao TRH depende das concentrações de T3. Elevadas concentrações de T3 promovem uma redução na transcrição do RNAm de receptor de TRH, promovendo uma menor sensibilidade do tireotrofo ao TRH, e das subunidades alfa e beta que compõe o TSH, ações que em conjunto resultam numa menor síntese e secreção de TSH. Na adenohipófise, o T4 é convertido a T3 pela ação da desiodase tipo 2, de modo que este T3 oriundo da conversão do T4 também exerce a downregulation na expressão de receptores de TRH. A desiodase tipo 2 é capaz de converter T4 em T3, mesmo quando T4 está em baixíssimas concentrações, e funciona como um sensor do eixo tireóideo, uma vez que colabora para os mecanismos de retroalimentação negativa destes hormônios sobre o tireotrofo, regulando a secreção de TSH.
Depois de uma injeção com TRH, os níveis de TSH aumentam rapidamente até atingir valores máximos em cerca de 30 minutos (resposta esperada em sujeitos normais). Em uma pessoa normal, os níveis de TSH retornam a valores basais 3 horas depois. Se há um quadro de hipotireoidismo, os valores basais de TSH já estão elevados e o pico de TSH será mais pronunciado do que num indivíduo normal. Se há presença de um quadro hipertiroidismo como na doença de Graves (ou hiperplasia tireoidiana), com altos níveis de T4, a sensibilidade da adenohipófise ao TRH pode ser tão baixa levando a quase nenhuma resposta de aumento à injeção de TRH. Se o quadro for de hipotireoidismo hipotalâmico (hipotireoidismo terciário), a hipófise pode responder ao TRH, contudo a reposta não é similar ao quadro de hipotireoidismo primário, será uma resposta atenuada. Isto pode ser porque a adenohipófise foi exposta pela primária vez ao TRH (no teste), a resposta mais comum é de aumento de TSH compatível em magnitude a de um sujeito normal, mas ocorre de maneira mais lenta e mais duradoura. Estas injeções de TRH para análises de TSH circulantes eram utlizadas para fins diagnósticos, no entanto, com o advento de técnicas mais sensíveis para mensurar o TSH, este tipo de teste caiu em desuso.

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15
Q

QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO
GD4 – Tireoide
2. A falta de iodo na alimentação leva ao hipotireoidismo, podendo levar ao bócio endêmico. A) Qual hormônio é responsável pelo desenvolvimento do bócio? B) Quais os níveis séricos de TSH, T3 e T4 neste indivíduo hipotireoideo? C) O excesso na ingestão de iodo (>2 mg/dia) resulta num quadro de hipotireoidismo transitório. Explique o mecanismo pelo qual o iodo induz estas alterações e o por quê deste efeito ser transitório. D) Quais as consequências da exposição crônica ao excesso de iodo para o eixo hipotálamo-hipófise-tireoide?

A

a) O hormônio responsável pelo desenvolvimento do bócio é o TSH.
b) TSH alto e T3 e T4 baixos.
c) O iodo em excesso gera um hipotireoidismo transitório pois ele tem efeito na redução de
proteínas chave, como a tireoglobulina, já que ele atua diretamente no gene, modulando a
produção desses compostos. Isso ocorre para evitar que o organismo sofra com um

2
hipertireoidismo, mas dentro de 3 ou 5 dias tem um escape do sistema devido à baixa de
hormônios tireoidianos, o que aumenta a secreção de TSH, estimulado a produção de T3 e T4.
Esse efeito chama Wolff-Chaikoff.
d) Uma exposição crônica de excesso de iodo pode ser tóxica para a glândula tireoide, u,a vez que
ele acumula no citoplasma do folículo tireoidiano. Com isso, gera-se uma inflamação tecidual,
chamada de tireoidite, que acarreta lesão nas células produtoras de T3 e T4 e uma queda dos
níveis desses hormônios, gerando uma redução do feedback negativo, o que estimula a produção
e TRH pelo hipotálamo e, consequentemente, TSH pela hipófise.

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16
Q

QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO
GD4 – Tireoide
3. Por que no hipotireoidismo resultante de um quadro de pan-hipopituitarismo não há desenvolvimento de bócio?

A

O bócio se deve aos altos níveis de TSH e substâncias que agem como TSH,
como imunoglobulina estimulante da tireoide, que desencadeiam efeito trófico

sobre a glândula, o que leva ao aumento em tamanho da tireoide. No pan-
hipopituitarismo(O pan-hipopituitarismo é uma condição rara que ocorre quando a glândula pituitária não produz todos os hormônios que deveria. ) as concentrações de TSH estarão mais baixas do que o

esperado, logo não haverá hipertrofia da tireoide.

17
Q

QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO
GD4 – Tireoide
4. Sabe-se que durante a gravidez há aumento na síntese hepática da proteína ligadora de tiroxina (TBG). A
tiroxina (T4) liga-se com grande afinidade à TBG, sendo que 99% de T4 estão na sua forma ligada à proteínas. Sendo assim, qual o efeito do aumento da concentração de TGB sobre o T4 livre? Como estão as concentrações séricas de T4 total durante a gestação? Explique como a ligação à proteínas plasmáticas influencia o metabolismo e as ações dos hormônios?

A

A proteína ligadora de tiroxina (TBG), que está aumentada durante a gravidez, faz com que inicialmente tenha
uma redução da quantidade de T4 livre, o que gera um hipotireoidismo. No entanto, devido a esses baixos
níveis hormonais, tem-se uma redução do feedback negativo, que passa a aumentar os níveis de TSH e,
consequentemente, de T3 e T4, voltando o balanço hormonal para a normalidade.
Durante a gravidez, os níveis de T4 circulante estão normais em um primeiro momento, uma vez que ela
significa os níveis totais de hormônios, porém a proporção está desbalanceada, tendo muito mais T4 ligado que
livre. Depois do aumento de produção, tem-se um nível total circulante maior, mas com uma proporção
adequada entre ligada e livre.
Os hormônios tireoidianos são transportados pelos tecidos através de sua forma ligada a proteínas, mas não são
capazes de executar sua função metabólica sem estarem na forma livre, pois eles não são capazes de atravessar
do sangue para os tecidos pela membrana.

18
Q

GD-Controle do Cálcio
1. Como devem estar os níveis sanguíneos de hormônio paratireoideo (PTH), calcitonina e calcitriol em uma criança que possui dieta com deficiência severa de cálcio? Quais as principais alterações que se espera encontrar nesta criança?

A

Os níveis de PTH e calcitriol estarão aumentados, enquanto os de calcitonina estarão reduzidos. Devido aos altos níveis de PTH, esta criança apresentará redução da mineralização óssea causando o quadro de raquitismo com deficiência de crescimento e deformação dos ossos

19
Q

GD-Controle do Cálcio
2. Clinicamente, as principais causas de hipercalcemia são hiperparatireoidismo primário, causado por tumor na paratireoide, e hipercalcemia associada à malignidade tumoral. Quais os principais efeitos esperados na hipercalcemia por excesso de PTH?

A

A hipercalcemia causada por hiperparatireoidismo tem como principais efeitos: osteopenias (osteodistrofia e osteite fibrosa cística) devido ao aumento da reabsorção óssea e deposição de tecido fibroso não mineralizado (alta atividade osteoblástica); osteoporose (em casos severos); cálculo renal, devido à deposição de fosfato de cálcio no rim; poliúria, causada pela maior excreção de cálcio e fosfato (diurese osmótica); e depressão da excitabilidade neuromuscular, causada pelo aumento do cálcio extracelular.

20
Q

GD-Controle do Cálcio
3. Um importante efeito do PTH é aumentar a reabsorção renal de cálcio. Entretanto, em condições de hiperparatireoidismo ocorre alta excreção de cálcio e AMP cíclico na urina. Por que isto acontece?

A

O PTH aumenta a reabsorção renal de cálcio. Entretanto, em condições de hiperparatireoidismo, devido ao aumento acentuado da calcemia, a quantidade de cálcio filtrada no glomérulo torna-se maior do que a capacidade de reabsorção tubular, resultando em alta concentração de cálcio na urina. O receptor para PTH pertence a família de receptores acoplados a proteína Gs. Assim, o aumento do AMPc urinário reflete a ativação do receptor para PTH nas células tubulares do néfron.

21
Q

GD-Controle do Cálcio
4. Hipoparatireoidismo primário resulta de paratireoidectomia ou de mutações ativadoras do receptor sensível ao cálcio (CaSR). Explique o que leva ao hipoparatireoidismo nestas 2 situações e quais os principais sinais clínicos encontrados.

A

Na paratireoidectomia: não produção de PTH por ausência da glândula. No caso de mutações ativadoras de CaSR: a ativação constitutiva do CaSR causa inibição tônica da secreção de PTH. São sinais clínicos do hipoparatireoidismo: hipocalcemia; aumento da excitabilidade neuromuscular causada pela redução do cálcio extracelular, que pode resultar em tetania e espasmo muscular; e redução de contratilidade do miocárdio também devido a redução do cálcio extracelular.

22
Q

GD-Controle do Cálcio
5. Indivíduos em estado de alcoolismo crônico podem apresentar espasmos carpais induzidos por uma manobra de interrupção da circulação sanguínea com o uso de um manguito inflado ao redor do braço (Sinal de Trousseau). Por que isto acontece?

A

O Sinal de Trousseau revela tetania muscular subliminar causada por hipocalcemia. O alcoolismo crônico pode causar hipoparatireoidismo devido à hipomagnesemia, que resulta da má absorção e aumento da excreção renal de magnésio. O magnésio é necessário para a adequada função da paratireoide e, portanto, hipomagnesemia severa impede a secreção de PTH.

23
Q

GD-Controle do Cálcio
6. Pacientes com insuficiência renal crônica podem apresentar o quadro de osteodistrofia. Nesta condição, quais as alterações no metabolismo ósseo e nos níveis sanguíneos de cálcio, fosfato inorgânico, calcitriol e PTH? Como estas alterações podem ser revertidas?

A
  1. Osteodistrofia renal decorre da secreção anormalmente aumentada de PTH em pacientes com insuficiência renal crônica. O PTH aumenta a reabsorção óssea, com substituição por tecido fibroso. Devido à disfunção renal os níveis sanguíneos de fosfato inorgânico estão aumentados e a produção de calcitriol bloqueada. Estes dois fatores causam a diminuição do cálcio livre e, consequentemente, o aumento da secreção de PTH. A prevenção e tratamento deste quadro de hiperparatireoidismo inclui redução dos níveis séricos de fosfato inorgânico (ex. dieta, diálise) e posterior suplementação com cálcio e calcitriol. Adicionalmente, um tratamento recente envolve a administração da droga etelcalcetide (Parsabiv) associada à diálise. Esta droga atua como agonista do CaSR e, desta forma, inibe a secreção de PTH pela paratireoide.
24
Q

QUESTÕES GRUPO DE DISCUSSÃO (GD6)
1) O gráfico abaixo seguir mostra os níveis de cortisol salivar após a aplicação de um teste considerado
um estímulo estressor psicológico para humanos (10.1371/journal.pone.0038994). Este teste foi aplicado em
duas situações: (A) sob administração prévia de dexametasona, um análogo do cortisol e (B) sob
administração de veículo da Dexametasona ou placebo. Explique o que determinou os níveis de cortisol
encontrados antes e depois do teste nas duas situações (A e B).
2) Deveríamos esperar um aumento de aldosterona e de adrenalina no sangue de sujeitos submetidos ao
teste da questão 1 na situação placebo?
3) Como estaria o tamanho das adrenais dos indivíduos nas situações A e B da questão 1 antes da
aplicação do teste?

A
  1. A)O análogo do cortisol leva a menor liberação e ACTH por
    retroalimentação. Dessa forma, espera-se atrofia do córtex da adrenal e níveis muito baixos de cortisol.
    B) Níveis de cortisol aumentado, normalmente, em resposta ao estímulo
    estressor
  2. As ações de estímulos estressantes psicológicos atuam principalmente aumentando a atividade dos neurônios CRH do hipotálamo, ativando a liberação de ACTH. A menos que os níveis de ACTH elevem-se de forma exacerbada, o ACTH estimula as zonas fasciculada e reticulares das adrenais, nas quais ocorre a síntese e secreção de glicocorticóides e andrógenos adrenais, respectivamente. Porém, a síntese de aldosterona na zona glomerulosa é pouco alterada. Já a liberação de adrenalina pela medula adrenal é positivamente regulada pelo estresse. Assim, podemos esperar um aumento de ADR mas não de aldosterona após o teste com estímulo estressor.
  3. A adrenal do grupo A (DEX) está provavelmente menor do que a adrenal dos indivíduos pertencentes ao grupo B (PLACEBO), em função dos baixos níveis de ACTH encontrados frente as ações de retroalimentação negativa da DEX sobre o eixo.
25
Q

QUESTÕES GRUPO DE DISCUSSÃO (GD6)
4) Altas doses de aldosterona administradas a um animal de laboratório terão quais efeitos sobre o volume
do líquido extracelular, pressão arterial, concentração de K
+ e pH sanguíneos?

A

Volume do líquido extracelular: aumento; pressão arterial: aumento; concentração de K+ no plasma: diminuição (hipocalemia); pH plasmático: aumento (alcalose).

26
Q

QUESTÕES GRUPO DE DISCUSSÃO (GD6)
5) Explique as ações biológicas dos glicocorticóides e mineracorticóides que justifiquem os seguintes
sintomas observados na síndrome de Addison (insuficiência adrenocortical):
A. Escurecimento da pele
B. Hipovolemia, queda da pressão arterial e hipotensão postural
C. Hipoglicemia quando em situações de estresse

A

A. Escurecimento da pele
Resposta: A insuficiência adrenocortical resulta em níveis aumentados de ACTH (falta de retroalimentação negativa) a ponto de observar efeitos deste hormônio sobre os receptores MCR1 localizados nos melanócitos. Normalmente, estes receptores respondem aos efeitos parácrinos do alfa-MSH produzidos pelos queratinócitos, frente a estimulação dos raios ultravioleta, levando a produção de melanina, este pigmento leva ao escurecimento da pele.

B.Hipovolemia, queda da pressão arterial e hipotensão postural
Resposta: A aldosterona promove reabsorção de sódio e água pelos ductos coletores, portanto, a falta de aldosterona leva a uma redução do volume extracelular (hipovolemia) e queda da pressão arterial. Os glicocorticóides contribuem para a manuntenção do tonus simpatico aumentando a síntese de adrenalina, por exemplo. A redução de glicocorticóides observada na síndrome de Addison resulta num comprometimento do tônus simpático que pode levar então a um quadro de hipotensão postural.

C.Hipoglicemia em situações de estresse
Resposta: Os glicocorticoides exercem um importante papel permissivo para a ação dos hormônios contrarreguladores da insulina, estimulando a atividade e expressão de enzimas hepáticas envolvidas no processo de gliconeogênese (PEPCK e G6P), aumentando assim a glicemia. Além disso, o cortisol também reduz a sensibilidade à ação da insulina nos tecidos periféricos, diminuindo a captação de glicose pelos GLUT4 no tecido adiposo e músculo esquelético (em ação conjunta com o GH), aumenta a proteólise muscular e potencializa os efeitos lipolíticos da adrenalina e do GH, gerando substratos (aa e glicerol) para a gliconeogênese hepática e a oxidação de AGL como substrato energético em situações de estresse e jejum.

27
Q

GD - Pâncreas
1. O teste de tolerância a glicose é amplamente utilizado na clínica para o diagnóstico de intolerância a
glicose e diabetes. Amostras de sangue são colhidas de pacientes em jejum e após ter ingerido 100 g de
glicose. Identifique as curvas de pacientes com diabetes e normal no gráfico abaixo. Qual a principal
informação sobre o controle do metabolismo de glicose que traz este teste? Quais suas limitações?

A

a) A indivíduo diabético; B indivíduo normal. b) O teste de tolerância a glicose reflete a eficiência do organismo em lidar com carga de glicose depois de uma refeição. Neste teste a secreção de insulina e suas ações sobre suas concentrações plasmáticas podem ser avaliados. No entanto, não podemos saber por este teste se o indivíduo apresenta resistência à insulina, outro aspecto importante para traçar o tratamento do diabetes. Ações da insulina e sua secreção, propriamente dita, não podem ser avaliadas por este teste. Assim, teremos informações importantes sobre a tolerância a glicose mas não saberemos sobre a resistência ou a sensibilidade a insulina per se.

28
Q

GD - Pâncreas
2. O que acontece com os níveis de glucagon durante um teste de tolerância à glicose?

A

Glucagon diminuído por aumento da concentração de insulina: alça de regulação integrada = fluxo final das vias metabólicas depende da proporção insulina/ glucagon, logo há inibição pelo aumento da insulina.

29
Q

GD - Pâncreas
3. Por que a resposta a um teste de tolerância à glicose oral é mais rápido e maior do que um teste de
tolerância à glicose intravenosa?

A

Isto acontece devido ao efeito que as incretinas (secretadas em resposta a alimentação, portanto via oral) exercem sobre a liberação de insulina. O GLP-1 e GIP é um dos principais responsáveis por este efeito. A administração de glicose via oral tem cerca de 60% maior capacidade de estimular a secreção de insulina do que quando aplicada por via endovenosa. O GLP-1 é produzido pelas células neuroendócrinas L da mucosa intestinal e sua secreção no período pós-prandial é estimulada por nutrientes. O efeito incretina ocorre porque o GLP-1 estimula a secreção de insulina, além disso, o GLP-1 inibe a secreção do glucagon. Estas ações são glicose-dependentes e apenas observadas em condições de hiperglicemia.

30
Q

GD - Pâncreas
4. Por que a secreção de insulina em resposta a uma refeição é bifásica ? Quais são os estímulos para a
secreção de insulina ? Como estes estímulos desencadeiam a secreção de insulina?

A

Conforme mostra a curva, apos estímulo, há uma liberação rápida da secreção de insulina, se o estímulo persistir, a secreção cae em aproximadamente 10 minutos e, vagarosamente, volta a aumentar depois de 1 hora. Definindo, dessa forma, duas fases secretórias: fase precose e fase tardia. A fase rápida reflete a insulina já formada e presente em vesículas na célula beta, enquanto, a fase tardia reflete uma insulina recém sintetizada. A glicose é o principal estímulo para a secreção de insulina. Ela é captada pela célula beta via GLUT2 (não regulado por insulina) e, uma vez dentro da célula, é oxidada (Glicose → (via ação da enzima glicoquinase) Glicose-6-fosfato→ATP), este processo leva a um aumento de ATP, que por sua vez fecha canais de potássio sensível à ATP, aumento potássio intracelular e despolarizando a célula, o que, por sua vez estimula canais de cálcio voltagem dependente, aumentando o influxo de cálcio para a célula. Este evento é o determinante para para a fusão da vesículas contendo insulina e sua secreção. Outros estímulos também podem culminar com ativação da abertura dos canais de cálcio levando a secreção de insulina, tais como: estimulação de receptores do peptídeo tipo glucagon 1 (GLP-1, via ativação de adenilil ciclase), estimulação do receptor GPR40 por ácidos graxos livres, ativação do receptor muscarínico pela acetilcolina. Também a oxidação de aminoácidos e ácidos graxos livres também levam a aumento de ATP, ativação de canais de potássio e despolarização celular.

31
Q

GD - Pâncreas
5. Por que utilizar a hemoglobina glicada como marcador da regulação de glicose por um longo período?

A

Ligação irreversível entre hemoglobina e glicose e que permite o acompanhamento dos níveis de glicose segundo o tempo de vida da hemoglobina. Rastreamento de longo prazo dos níveis de glicose

32
Q

GD - Pâncreas
6. Por que podemos utilizar as concentrações de peptídeo C no sangue como um índice de funcionamento das
células beta do pâncreas?

A

Porque a insulina deriva de um prohormônio constituído de duas cadeias ligadas pelo peptídeo C (31 resíduos de aminoácidos). Este peptídeo não tem função biológica mas encontra-se circulante em concentrações detectáveis desde que a produção de insulina esteja adequada. Sua mensuração é importante principalmente em pacientes que estão sujeitos a administração de insulina crônica. Ele é secretado pelos rins e seus níveis podem estar altos em situação de falência renal. or use of c-peptide measurements is in the evaluation of hypoglycemia. Testar os níveis do peptídeo C é uma maneira de avaliar a capacidade de síntese de insulina. Medidas deste peptídeo no jejum ou após estimulação por glicose pode ser usada para distinguir diabetes tipo 1 (deficiência severa da produção de insulina) do tipo 2 (prática mais usada em ambiente de investigação científica do que clínica).

33
Q

GD-Reprodutor
1.O tratamento contínuo não-pulsátil com agonista de GnRH (e.g., leuprolida) pode ser utilizado como terapia pré-cirúrgica para reduzir o tamanho de câncer de próstata. Qual a explicação fisiológica para este efeito?

A

O tratamento com agonista de GnRH de forma contínua (não pulsátil) bloqueia a secreção de LH/FSH e, consequentemente, inibe a produção testicular de testosterona. Isto reduz o desenvolvimento do tumor de próstata que é andrógeno-dependente, e fortemente estimulado por DHT derivada da testosterona

34
Q

GD-Reprodutor
2.A deficiência congênita na expressão da enzima 5α-redutase tipo 2 pode resultar em uma condição de pseudo-hermafroditismo masculino denominada de “pênis aos 12 anos” Por que isto acontece? (“The extraordinary case of the Guevedoces” - http://www.bbc.com/news/magazine-34290981).

A

A enzima converte testosterona em DHT, que atua na diferenciação da genitália
externa. Na ausência da enzima “atrasa” o desenvolvimento da genitália na fase
fetal e na infância. Só na puberdade há desenvolvimento da genitália pelo
aumento dos níveis circulantes de DHT a partir da testosterona pela enzima
5alfa -redutase tipo 1, suficientes para a diferenciação.
** tipo 1 precisa de maior quantidade de substrato para conversão de
testosterona em DHT, diferentemente da tipo 2 que converte testosterona com
pouca quantidade de substrato já na fase fetal
** desenvolvimento da genitália interna pela testosterona e da genitália
externa por DHT

35
Q

GD-Reprodutor
3.As ações de LH, FSH e testosterona são essenciais para a ocorrência de espermatogênese normal. Descreva como estes hormônios agem no testículo, uma vez que os espermatozoides não possuem receptores para os mesmos.

A

R: O LH estimula a secreção pelas células de Leydig da testosterona. Já o FSH estimula as células de Sertolli, que
aumenta os receptores para LH nos testículos e estimula a secreção de ABP, uma proteína ligadora de
testosterona que torna a concentração desse hormônio maior dentro do testículo. Além disso, as células de Setolli
fazem a nutrição dos gametas e a barreira hematotesticular, que impede que as espermatogônias de saírem para
fora das células antes de concluírem seu desenvolvimento. Com essa grande quantidade de testosterona, tem-se o
final da divisão celular e a maturação dos espermatozoides uma vez que, há a transformação, pela aromatase
expressada pelas células de Sertolli, de testosterona em estradiol, que é fundamental para esse processo.

36
Q

GD-Reprodutor
4.A finasterida, um inibidor da 5α-redutase, é amplamente utilizada como tratamento anti-calvície e para conter a hiperplasia benigna da próstata. Que mecanismo fisiológico é responsável por estes efeitos? Assim como inibidores de aromatase (e.g., anastrazol), a finasterida já foi considerada substância proibida pela agência mundial antidoping. O que explica esta proibição.

A

Ao inibir a 5α-redutase, não se tem a produção de di-hidrotestosterona a partir da testosterona. Esse hormônio
é responsável pelos efeitos proliferativos da próstata, que pode gerar uma hiperplasia, e pela queda de cabelo,
porque tem muito 5α-redutase tipo 1, que gera uma toxicidade pelo excesso de DHT, matando o folículo piloso.
Essa substância pode ser considera doping porque ela é capaz de mascarar a presença de esteroides na urina,
aumenta a quantidade de testosterona por impedir sua transformação para DHT, fazendo com que o indivíduo
tenha aumento na força e no desenvolvimento muscular. Além disso, tem-se um acúmulo de testosterona, que é
responsável pelo aumento da força e da massa muscular.

37
Q

GD-Reprodutor
5.Descreva as ações de LH, FSH nas células foliculares para produção de testosterona, estradiol. Quais as principais modificações que ocorrem durante a luteinização e possibilitam o aumento marcante na produção de progesterona?

A

LH: estimula as células da teca a produzirem progesterona e androstenediona a partir do colesterol. Essa androstenediona
vai até as células da granulosa.
FSH: estimula a androstenediona nas células da granulosa a formarem o estradiol. Essa formação ocorre a partir da
testosterona, que é produzida pela androstenediona e é mediada pela aromatase.
Durante a luteinização, as células da granulosa ganham características das células da teca e expressam mais receptores de
LH. Com isso, elas passam a ter maior acúmulo de colesterol, o que dá a coloração
amarelada e passam a produzir mais progesterona.

38
Q

GD-Reprodutor
6. A) Considerando-se a regulação hormonal do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano, que mecanismo fisiológico explica o efeito de um pílula contraceptiva oral combinada? B) Quais as diferenças entre os efeitos desta e dos contraceptivos de emergência (pílula do dia seguinte)? (Emergency Contraception - Princeton University - http://ec.princeton.edu/) C) Que hormônios poderiam ser utilizados como contraceptivos masculinos? Explique o mecanismo de ação deste suposto contraceptivo.

A

A pílula combinada junta o efeito da progesterona e do estradiol. A progesterona é responsável por fazer o feedback
negativo, impedindo a liberação de LH e FSH, o que inibe a ovulação pela ausência do pico do hormônio luteinizante. No
entanto, tem-se muitos efeitos colaterais pela ausência de estrogênio, que não está sendo produzido pela falta de LH e
FSH, além de ser um hormônio secretor, sendo responsável pelas sensações de edema vistos na TPM. Ao colocar o
estradiol, tem-se uma diminuição desses efeitos, mas não se gera um feedback positivo porque ele está constantemente
alto, não gerando o aumento gradual do número de receptores de GNrH da hipófise que acarretam o pico de LH.
O contraceptivo de emergência apresenta uma dose de progesterona, que gera um feedback negativo altíssimo, impedindo
ou atrasando uma ovulação pela falta do pico de LH. Além disso, ela muda as características de forma rapidamente do
endométrio, impedindo que o espermatozoide alcance o óvulo, já que logo vai ter a menstruação.
A) A Adm exógena de progesterona faz o feedback negativo e diminui FSH e LH (não tem pico de LH, sem o pico não ocorre a ovulação, o que diminui as chances de gravidez pois o ovócito não vai ser liberado). O estrogênio diminui os efeitos adversos da progesterona.

B) Os contraceptivos orais possuem ação mensal e prolongada, com liberação constante de progesterona e estradiol impedindo o densevolvimento do folículo e da ovulação que fazem feedback negativo constante de LH e FSH. A pílula do dia seguinte é usada apenas uma vez com alta concentração de progesterona, nao tem estradiol, que inibe FSH e LH e atrasa/inibe a ovulação e altera o muco.

C) Testosterona exógena: por feedback negativo fará inibição de GnRH, LH (que estimula cel de Leydig a produzir testosterona e atuar na gametogênese) e FSH (que age na cel de Sertoli estimulando a produção de fatores de crescimento, nutrição dos espermatozoides e produz aromatase que converte testosterona em estradiol que é importante na gametogênese).

39
Q

GD-Reprodutor
7.O gráfico representa um experimento realizado em macacas, com lesão da eminência mediana do hipotálamo, que impede a secreção endógena de GnRH. As macacas foram tratadas com GnRH pulsátil intravenoso em diferentes frequências de administração (Wildt L. et al., Endocrinology 1981). O que os resultados demonstram em relação as repostas de LH e FSH a diferenças na pulsatilidade do GnRH?

A

gráfico demonstra que LH e FSH são regulados de forma diferenciada de acordo com o padrão da secreção pulsátil de GnRH. Pulsos de alta frequência de GnRH (1 pulso/h) promovem maior secreção de LH e menor de FSH. Este padrão ocorre na fase folicular tardia quando há maior secreção de LH do que FSH. Por outro lado, pulsos de baixa frequência de GnRH (1 pulso/3h) promovem maior secreção de FSH e menor de LH. Fisiologicamente, este padrão está associado a maior secreção de FSH ao final da fase lútea.

40
Q

GD-Reprodutor
8.O gráfico abaixo demonstra o efeito de “self priming“ do GnRH. Neste experimento, o GnRH foi administrado em doses iguais subsequentes tanto na fase folicular inicial quanto na fase folicular tardia de uma mesma mulher (Wang C.F. et al., J Clin Endocrinol. Metab. 1976). Baseado nos resultados abaixo, o que significa o efeito de “self priming” do GnRH? Qual uma possível importância fisiológica deste efeito?

A

O fenômeno de “self priming” é característico da ação de pulsos subsequentes de GnRH nos gonadotrofos hipofisários e depende da presença de estradiol. O “self priming” determina que um segundo pulso de GnRH induz uma secreção de LH maior do que o pulso anterior de mesma magnitude. Isto se deve ao fato do GnRH sensibilizar o gonadotrofos para a sua própria ação. Este efeito é dependente do aumento dos níveis de estradiol, conforme os resultados apresentados na figura. O efeito de “self priming” é um componente importante do efeito de retroalimentação positiva do estradiol para a geração do pico preovulatório de LH