FRATURA CERVICAL ALTA Flashcards
Fratura cervical alta
- Epidemiologia:
- Bimodal
- Homens, jovens, brancos
- 1,5 a 3,5% em grandes traumas
- Local mais comum de fratura da coluna
- Menor associação com TRM (em relação a coluna subaxial)
- 30% → fraturas associadas na coluna
Fratura cervical alta
- Quais os cuidados pré-hospitalares?
- ATLS
- Manter colar cervical
- Não retirar o capacete até excluir lesão
Alta chance de sequela se não diagnosticada
Fratura cervical alta
- Quais os cuidados hospitalares?
- Menor manipulação possível
- Mobilizar em bloco (nem sempre previne a lesão)
- PAM > 85 mmHg
- Corticóide é controverso
- Choque neurogênico pode estar presente
Fratura cervical alta
- Qual a diferença entre choque hipovolêmico e choque neurogênico?
Fratura cervical alta
- Qual a sequência de realização do exame físico inicial?
-
De cranial para caudal
- Atentar se o paciente possui rotação fixa da cabeça
Fratura cervical alta
- Quais os critérios NEXUS para solicitação de imagens?
- Défcit neurológico focal
- Evidência de Intoxicação
- Ponto de Sensibilidade na linha cervical
- Alteração do nível de Consciência
- Lesão dolorosa Secundária que possa distrair o paciente
Se preencher 1 critério → “DISCS” socorro! → imagem (RX e TC)!
Fratura cervical alta
- Quais as características do atlas (C1)?
- Estrutura anelar
- Ausência de corpo e processo espinhoso
- Processos transversos → forames da artéria vertebral
- Tubérculo anterior → inserção do m. longus coli e do lig. longitudinal anterior (LLA)
- Tubérculo posterior → inserção do ligamento nucal
- Facetas côncavas superiormente
- Facetas convexas inferiormente
Fratura cervical alta
- Quais as características do áxis (C2)?
- Presença do processo odontóide ou dente do Áxis - estabilizador horizontal primário → permite a rotação C1-C2
- Processo espinhoso bífido e grande
- Pedículos largos, mais sucetíveis à fraturas
- Facetas côncavas superiormente
- Facetas convexas inferiormente
Fratura cervical alta
- Quais os constituintes da articulação occipito-cervical (C1-C2) (4):
- Membrana atlanto-occiptal → continuação do LLA
- Membrana tectória → continuação do LLP
- Ligamento transverso → ligamento mais forte
- Ligamentos alares → limitam rotação e inclinação lateral
Fratura cervical alta
- Quais os principais parâmetros (índices) para avaliação radiológica (5)?
- Índice de Power
- Regra de 12 de Harri
- Intervalo atlanto-odontóide
- Linhas basilares
- Método de Spencer
Fratura cervical alta
- Na avaliação radiológica, como é calculada a relação (índice) de Power?
- A = basio → arco posterior de C1
- B = opístio → arco anterior de C1
- Se A÷B > 1 → sugestivo de luxação atlanto-occipital
- Dissociação atlanto-occiptal
Fratura cervical alta
- Na avaliação radiológica, como é realizada a medição de Harris (regra dos 12 de harris)?
- Intervalo basio-odontóide e basio-axis (linha que tangencia bordo posterior de C2 / dente)
- Ambas as medidas devem ser menores que 12 mm
- Medidas > 12 mm → sugestivo de luxação atlanto-occipital
- Dissociação atlanto-occipital
Fratura cervical alta
- Na avaliação radiológica, como são medidos os intervalos atlanto-odontóide anterior e posterior?
-
Anterior
- Se > 3 mm, sugere lesão do ligamento alar / transverso
-
Posterior
- Se < 13 mm → comprometimento crítico do canal (estenose)
- Instabilidade atlanto-axial
- Dissociação atlanto-occiptal
Bizu: 3 na frente e 13 atrás
Fratura cervical alta
- Na avaliação radiológica, como são traçadas as linhas basilares (3)?
Avaliam a “invasão” do odontóide no crânio
-
Linha de macRae = basio → opístio
- Odontóide deve estar sempre abaixo desta linha
-
Linha de Chamberlain = palato duro → opístio
- Odontóide só pode passar 3 mm desta linha
-
Linha de McGregor = palato duro → base do osso occipital
- Odontóide só pode passar 5 mm desta linha
Bizu: Rae = Rei → ninguém pode estar acima do Rei (odontóide sempre abaixo!)
Fratura cervical alta
- Na avaliação radiológica, o que representa o método de Spencer?
- Lesão do ligamento transverso
- É a somatória das distancias entre as massas de C2 e C1 (direita + esquerda)
- Normal até 6,9 mm (TC) OU
- Até 8,1 mm (RX)
- Se maior → indica ruptura do ligamento transverso
Fratura cervical alta
- Quais as principais classificações?
- Luxação occipito-cervical
- Classificação de Traynelis (3)
- Fratura do côndilo occipital
- Classificação de Anderson e Montesano (3)
- Classificação de Tuli (2)
- Fratura do Atlas (C1)
- Classificação de Gehweiler (5)
- Classificação de Levine (5)
- Luxação rotatória C1-C2
- Classificação de Fielding-Hawkins (4)
- Fratura do Axis (C2) - Odontóide
- Classificação de Anderson-D’alonzo (3)
- Classificação de Anderson-D’alonzo (Mod. por Grauer) (3)
- Fratura do Axis (C2) - Fratura do enforcado
- Classificação de Levine-Edwards (mod. por Effendi) (3)
Luxação occipito-cervical
- Epidemiologia
- Lesão de alta energia
- Forças distrativas (desaceleração)
- Decapitação fechada → alta mortalidade (60%)
- Nos que sobrevivem → piora neurológica se atraso no diagnóstico
- Utilizar regra dos 12 de Harris
Luxação occipito-cervical
- Diagnóstico por imagem:
- RX não tem boa sensibilidade
- RNM tem aplicação controversa
- TC é o exame de escolha
Luxação occipito-cervical
- Classificação de Traynelis: (3)
Leva em consideração o vetor de força distrativa
- Tipo 1 → deslocamento para anterior (occipito-C1)
-
Tipo 2 → separação axial (occipito-C1)
- 2B → separação axial (C1-C2)
- Tipo 3 → deslocamento posterior
A Tipo 2 não apresenta alteração na relação (índice) de Power
Luxação occipito-cervical
- Tratamento:
-
Tratamento conservador tem resultados ruins
- Imobilização com haloveste
- Tratamento sempre cirúrgico (Campbell e Rockwood)
- Artrodese + fixação com placa occiptocervical com parafusos e barras
Fratura do côndilo occipital
- Mecanismo de trauma:
- Diversos mecanismos
- Impacção da cabeça (fratura óssea) → lesões estáveis
- Mecanismo distrativo (lesão ligamentar) → lesões instáveis
- Associação com lesão de nervos cranianos (30%)
Fratura do côndilo occipital
- Classificação de Anderson e Montesano (3):
- Tipo 1 → fratura por impacção, cominuta (ESTÁVEL)
- Tipo 2 → fratura da base do crânio que envolve o côndilo (ESTÁVEL)
- Tipo 3 → fratura / avulsão do ligamento alar com desvio (INSTÁVEL)
Fratura do côndilo occipital
- Classificação de Tuli (2):
- Tipo 1 → estável sem desvio
- Tipo 2A → estável com desvio
- Tipo 2B → instável
Fratura do côndilo occipital
- Tratamento:
Se baseia na classificação de Anderson e Montesano
-
Conservador na maioria dos casos
- Colar cervical de 8 a 12 semanas
- Lesões do tipo 3 (fratura por avulsão com desvio / instáveis) → haloveste ou cirurgia
Fratura do Atlas (C1)
- Epidemiologia:
- Fratura “sentinela” → associação com outras lesões da coluna
- 2% de todas as fraturas cervicais
- 43% associada a fratura de C2
- Normalmente fratura em 2 pontos (rosquinha)
- Arco posterior → melhor prognóstico
- A estabilidade está relacionada com a integridade do ligamento transverso
Fratura do Atlas (C1)
- Quais os principais mecanismos de trauma?
-
Compressão axial ou hiperextensão
- Frequentemente associadas com mergulhos em águas rasas, impacto contra o teto de um veículo e quedas
- Em crianças pode ocorrer durante quedas do equipamento do playground
Fratura do Atlas (C1)
- Definição / características da fratura de Jefferson:
- Fraturas bilaterais nos anéis anterior e posterior
- Compressão axial
- Instável se lesão do lig. transverso
- Imagens
- RNM
- AP transoral
Fratura do Atlas (C1)
- Quadro clínico:
- Dor cervical / cefaléia
- Dificuldade para rotação cervical
- Déficits neurológicos são raros
- Hipoperfusão basilar
- Tontura
- Visão dupla
- Síncope
Fratura do Atlas (C1)
- Classificação de Gehweiler (5):
- Tipo 1 → fratura do arco anterior
- Tipo 2 → fratura do arco posterior
-
Tipo 3 → fratura do arco anterior e posterior (fratura de Jefferson)
- A → estável (lig. transverso intacto)
- B → instável (lesão do lig. transverso)
- Tipo 4 → fratura da massa lateral (carga axial)
- Tipo 5 → lesão isolada do processo transverso (trauma direto)
Fratura do Atlas (C1)
- Classificação de Levine (5):
- Tipo 1 → fratura do processo transverso = tipo 5 de Gehweiler
- Tipo 2 → fratura do arco posterior = tipo 2 de Gehweiler
- Tipo 3 → fratura da massa lateral = tipo 4 de Gehweiler
- Tipo 4 → fratura do arco anterior = tipo 1 de Gehweiler
- Tipo 5 → fratura por explosão (fratura de Jefferson) = tipo 3 de Gehweiler
Levine / Gehweiler → 1/5 // 2/2 // 3/4 // 4/1 // 5/3
Fratura do Atlas (C1)
- Na avaliação radiológica, qual o método é utilizado para avaliação da estabilidade (integridade do ligamento transverso)?
- Método de Spencer
- É a somatória das distancias entre as massas de C2 e C1 (dir. + esq.)
- Normal até 6,9 mm (TC) OU
- Até 8,1 mm (RX)
- Se maior → indica ruptura do ligamento transverso
Fratura do Atlas (C1)
- Quais as indicações e métodos para o tratamento conservador?
- Fraturas estáveis
- Se neurológico preservado
- Colar cervical de 8 a 12 semanas
- Tração para reduzir fragmentos desviados
- Rx dinâmico após a consolidação → para avaliar instabilidade residual
Fratura do Atlas (C1)
- Quais as indicações e métodos para o tratamento cirúrgico?
- Fraturas instáveis
- Falha do tratamento conservador
- Fusão atlanto-axial
- Parafusos transarticulares
- Parafuso pedicular em C2 e de massa lateral em C1
Luxação rotatória C1-C2
- Epidemiologia:
- Mais comum em crianças → após IVAS (Síndrome de Grisel)
-
Rara em adultos
- Flexão lateral + rotação forçada
- Associada a fraturas da clavícula e do processo odontóide
Luxação rotatória C1-C2
- Classificação de Fielding-Hawkins (4):
- Tipo 1 → rotação anterior sem translação (deslocamento)
- Tipo 2 → rotação anterior com translação de 3 a 5 mm (ruptura lig. transverso)
- Tipo 3 → rotação anterior com translação > 5 mm (ruptura lig. transverso + alar)
- Tipo 4 → rotação posterior
Luxação rotatória C1-C2
- Quais as indicações e métodos para o tratamento conservador?
Se baseia na classificação de Fielding-Hawkins
- Lesões agudas
- Tração costuma ser bem sucedida
- Imobilização
- Colar cervical → Tipo 1 (rotação sem translação)
- Órtese cervicotorácica → Tipo 2 (desvio anterior de 3 a 5 mm)
- Haloveste → Tipo 3 (desvio anterior de > 5 mm)
Luxação rotatória C1-C2
- Quais a principais indicações e procedimento proposto para o tratamento cirúrgico?
- Falha no tratamento conservador
- Lesão neurológica
- Instabilidade dinâmica residual
- Artrodese C1-C2
Fratura do Axis (C2) - Odontóide
- Epidemiologia:
- Fratura mais comum de C2
-
Especialmente comum em idosos
- Queda de baixa energia
- Também é uma das fraturas cervicais mais comuns em crianças < 8 anos (média de 4 anos)
Fratura do Axis (C2) - Odontóide
- Mecanismo de trauma:
- Não completamente compreendido
- Força lateral → tipo 2 de Anderson-D’alonzo (fratura na cintura do dente)
- Força em extensão → tipo 3 de Anderson-D’alonzo (fratura na base do dente)
Fratura do Axis (C2) - Odontóide
- Classificação de Anderson-D’alonzo (3):
- Tipo 1 → fratura por avulsão da ponta do processo odontóide pelos lig. alares (1% dos casos)
- Tipo 2 → fratura na cintura do dente (+ comum, + PSA, + complicações)
- Tipo 3 → fratura na base do dente, se estendendo para o osso esponjoso do corpo de C2
Fratura do Axis (C2) - Odontóide
- Classificação de Anderson-D’alonzo (Mod. por Grauer) (3):
Subdivide o Tipo 2
-
Tipo 2 → fratura na cintura do dente
- 2A - fratura transversa (horizontal)
- 2B - traço de AS → PI
- 2C - traço de AI → PS
Fratura do Axis (C2) - Odontóide
- Quais as indicações e métodos para o tratamento conservador?
- Grande maioria dos casos é conservador
- Colar / haloveste / tração e redução
- Ideal para pacientes idosos com baixa demanda
Fratura do Axis (C2) - Odontóide
- Quais as principais indicações para o tratamento cirúrgico?
- Pacientes jovens
- Desvio da fratura > 5 mm
- Angulação > 10°
- Déficit neurológico
- Cominuição substancial
- Imobilização prejudicada
Fratura do Axis (C2) - Odontóide
- Quais as opções de síntese para o tratamento cirúrgico?
- Parafuso anterior
- Fusão posterior C1-C2
- Fusão anterior C1-C2
Fratura do Axis (C2) - Odontóide
- Qual a indicação para utilização do parafuso anterior no tratamento cirúrgico?
- Fraturas do tipo 2B de Anderson-D’alonzo (mod. por Grauer) - AS → PI
Fratura do Axis (C2) - Odontóide
- Nas fraturas do processo odontóide, tipo 2 de Anderson-D’alonzo, o aumento da incidência de pseudoartrose está relacionada a quais variáveis (3)?
- Angulação > 10°
- > 5 mm de deslocamento
- > 40 anos
Fratura do Áxis (C2) - Fratura do enforcado
- Epidemiologia:
- Homens com trauma de alta energia
- Fratura da pars interarticulares de C2
- Costuma alargar o canal medular → baixa incidência de alterações neurológicas
- Alta taxa de mortalidade
- 31% com outra lesão cervical associada
Fratura do Áxis (C2) - Fratura do enforcado
- Classificação de Levine-Edwards (mod. por Effendi) (3):
- Tipo 1 → mínimo desvio (< 3,0 mm)
-
Tipo 2 → desvio > 3,5 mm + angulação (lesão do espaço C2-C3)
- 2A → mínimo desvio + angulação importante (NÃO fazer tração)
- Tipo 3 → luxação facetária C2-C3
Fratura do Áxis (C2) - Fratura do enforcado
- De acordo com a classificação de Levine-Edwards, quais os principais mecanismos de trauma?
- Tipo 1 → hiperextensão
-
Tipo 2 → flexão + compressão
- 2A → flexão + distração
- Tipo 3 → flexão + compressão
- Flexão (de forma geral)
Fratura do Áxis (C2) - Fratura do enforcado
- De acordo com a classificação de Levine-Edwards, qual o tratamento?
- Tipo 1 → colar cervical
- Tipo 2 → tração + haloveste OU cirurgia
- Tipo 2A → cirurgia - artrodese C2-C3 (NÃO fazer tração)
- Tipo 3 → cirurgia