Doença e condições periodontais - Periodontite Flashcards

1
Q

O que é uma periodontite?

A

Patologia inflamatória de origem bacteriana com repercussões locais (perda de inserção) e sistémicas (aumento dos níveis de mediadores inflamatórios)

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2
Q

Quais os sintomas da periodontite sobreponíveis aos sintomas da gengivite? E quais os distintos da gengivite?

A

Sobreponíveis:

  1. Alteração da cor, textura e volume da margem gengival
  2. Hemorragia à sondagem

Distintos:

  1. Aumento da profundidade de sondagem (pode ocorrer na gengivite em casos de pseudobolsas) de bolsas periodontais (na gengivite não existem bolsas periodontais)
  2. Perda de inserção
  3. Recessão ou migração apical da margem gengival
  4. Perda de osso alveolar (horizontal ou vertical)
  5. Envolvimento de furca
  6. Mobilidade e migração patológica
  7. Perda dentária
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3
Q

Em que situações pode ocorrer o aumento da profundidade de sondagem em casos de gengivite?

A

Quando a gengiva se encontra edemaciada, a margem da gengiva pode tornar-se mais coronal e assim mesmo sem perda de inserção e sem perda óssea a profundidade sondagem pode aumentar (pseudobolsas)

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4
Q

Em casos de edema e de aumento de profundidade de sondagem em casos de gengivite vamos ter que tipo de bolsas?

A

Bolsas gengivais

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5
Q

Porque razão as gengivite não diretamente provocadas por biofilme bacteriano, normalmente, não conduz ao desenvolvimento de periodontite?

A

Porque nestas causas de gengivite não existem acumulações de biofilme ao nível dos tecidos profundos gengivais

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6
Q

Explique a recessão ou migração apical da margem gengival

A

A recessão ou migração apical da margem gengival apenas ocorre quando existe perda óssea, uma vez que a gengiva tende a acompanhar essa perda de volume ósseo

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7
Q

Porque razão na periodontite existe mobilidade e migração patológica?

A

Esta migração é resultado direto da perda de osso, do periodonto reduzido e eventualmente da exposição de furcas

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8
Q

Normalmente, para que direção ocorre a migração dentária decorrente da periodontite? Porquê?

A

Para vestibular, porque a pressão fisiológica da língua (em repouso e em ações de deglutição ou mastigação) é muito superior à resistência oferecida pela musculatura dos lábios

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9
Q

Como se denomina uma posição bastante vestibularizada dos dentes resultante de migração dentária em casos de periodontite?

A

Migração em leque (os dentes ficam afastados no sentido vestibular e afastados uns dos outros)

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10
Q

Qual a consequência final da periodontite? É sempre inevitavelmente alcançada no processo patogénico?

A

Perda dentária. Pode ser evitada se houver algum fator que modifique a história natural da doença

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11
Q

Quais as regras que nos fazem considerar que temos um caso de periodontite?

A
  1. Quando existe perda de inserção clínica interdentária em pelo menos 2 dentes não adjacentes

ou

  1. Perda de inserção clínica vestibular ou lingual com bolsa maior que 3 mm detetável em pelo menos 2 dentes em que a perda de inserção não pode ser atribuída a causa não periodontal
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12
Q

Em que podemos dividir a classificação da periodontite?

A
  1. Estádios
  2. Extensão e distribuição
  3. Graus
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13
Q

Quantos estádios existem na classificação da periodontite?

A

4 estádios

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14
Q

Quais os estádios existentes na classificação da periodontite?

A

Estádio I: Periodontite inicial/leve

Estádio II: Periodontite moderada

Estádio III: Periodontite severa com potencial para perda dentária

Estádio IV: Periodontite severa com potencial para perda de dentição

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15
Q

Quais são os objetivos dos estádios da classificação da periodontite?

A

Classificar a severidade e extensão da doença

Determinar a complexidade da doença

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16
Q

A severidade (um dos parâmetros dos estádios da periodontite) tem a ver com que?

A

Tem a ver sobretudo com a medição do nível de perda de inserção

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17
Q

A complexidade (um dos parâmetros dos estádios da periodontite) tem a ver com que?

A

Refere-se a fatores específicos que determinam o quão fácil ou difícil controlar a doença e efetuar a reabilitação

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18
Q

Dentro dos estádios da classificação da periodontite avaliamos a severidade da doença. Quais os parâmetros que temos de avaliar na severidade?

A
  1. Perda de inserção interdentária
  2. Perda de osso evidenciada a nível radiográfico
  3. Perda dentária
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19
Q

Numa periodontite do estádio I (leve/inicial) quais os valores habituais dos parâmetros em termos de severidade?

A
  1. Perda de inserção interdentária - 1 a 2 mm
  2. Perda de osso evidenciada a nível radiográfico inferior a 15%
  3. Perda dentária por doença periodontal ausente
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20
Q

Se uma periodontite de estádio I surgir em idades muito precoces isto pode ser indicativo de que?

A

De que os pacientes têm maior suscetibilidade de desenvolver a doença

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21
Q

Numa periodontite do estádio I (leve/inicial) qual a classificação relativamente à complexidade?

A
  1. Bolsas habitualmente não muito profundas até 4 mm

2. Perda óssea habitualmente horizontal (são mais fáceis de tratar do que as verticais)

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22
Q

Numa periodontite do estádio II (moderada) quais os valores habituais dos parâmetros da severidade?

A
  1. Perda de inserção interdentária -3 a 4 mm
  2. Perda de osso evidenciada a nível radiográfico de 15% a 33%
  3. Perda dentária por doença periodontal ausente
23
Q

Numa periodontite do estádio II (moderada) qual a classificação relativamente à complexidade?

A
  1. Bolsas até 5 mm

2. Perda óssea horizontal

24
Q

Numa periodontite do estádio III (Periodontite severa com potencial para perda dentária) quais os valores habituais dos parâmetros da severidade?

A
  1. Perda de inserção interdentária - maiores ou iguais a 5 mm
  2. Perda de osso evidenciada a nível radiográfico que se estende até ao terço médio ou terço apical da raiz (mais de 33%)
  3. Perda dentária por doença periodontal até 4 dentes (ou ainda não perdemos dentes ainda ou podemos perder até um máximo de 4 dentes)
25
Q

Numa periodontite do estádio III (Periodontite severa com potencial para perda dentária) qual a classificação relativamente à complexidade?

A

A periodontite do estádio III requer um tratamento complexo devido ao envolvimento de furca, história de perda de dentes e defeitos ósseos que dificultam a reabilitação. Vamos assim ter:

  1. Bolsas superiores a 6 mm
  2. Perda óssea vertical
  3. Envolvimento de furca
  4. Reabsorções ósseas elevadas nos locais de perda dentária (o que dificulta a colocação de implantes)
26
Q

Numa periodontite do estádio IV (Periodontite severa com potencial para perda da dentição) quais os valores habituais dos parâmetros da severidade?

A
  1. Perda de inserção interdentária - maiores ou iguais a 5 mm
  2. Perda de osso evidenciada a nível radiográfico que se estende até ao terço médio ou terço apical d raiz (mais de 33%)
  3. Perda dentária por doença periodontal superior a 4 mm
27
Q

Numa periodontite do estádio IV (Periodontite severa com potencial para perda da dentição) qual a classificação relativamente à complexidade?

A

A perda dentária exacerbada dificulta a reabilitação porque a função mastigatória se encontra mais afetada, mobilidade dentária, defeitos do rebordo alveolar e colapso da mordida

28
Q

Qual a principal diferença entre as periodontites de estádio III e IV?

A

O número de dentes perdidos devido a patologia periodontal, sendo no estádio III de nenhum até 4 dentes, e na de tipo IV superior a 4 dentes

29
Q

Para distinguir os estádios II e IV é mais importante a severidade ou a compexidade?

A

A complexidade, uma vez que em termos de severidade os dois estádios são semelhantes (com exceção do número de dentes perdidos por causa de doença periodontal)

30
Q

Apenas analisando a perda dentária conseguimos distinguir um estádio III de um estádio IV? Qual a maneira mais fiável de avaliar a distinção entre os dois estádios?

A

Nem sempre, uma vez que podem existir dúvidas sobre se a perda dentária foi devida a doença periodontal ou outo fator. Para efetuar a distinção deve ser avaliada a complexidade

31
Q

Na classificação das periodontites, em termos de extensão e distribuição que categorias podemos distinguir?

A

Periodontite localizada

Periodontite generalizada

32
Q

Como classificamos uma periodontite como localizada?

A

Apresenta uma percentagem de locais afetados menor ou igual que 30%

33
Q

Como classificamos uma periodontite como generalizada?

A

Apresenta uma percentagem de locais afetados superior a 30%

34
Q

Uma distribuição da periodontite incisivo molar é mais característica de que faixas etárias?

A

Faixas etárias mais jovens

35
Q

O que indicia uma uma distribuição da periodontite incisivo molar? Porquê?

A

Indicia uma progressão rápida da doença. Porque os incisivos e os molares são os primeiros dentes definitivos a erupcionar e por vezes em idades precoces esses dentes já têm perda de inserção

36
Q

Ao que se referem os graus na classificação das periodontites?

A

Tem a ver com o risco de progressão e resposta terapêutica

37
Q

Que graus existem na classificação das periodontites?

A

Grau A (ritmo baixo de progressão)

B (ritmo moderado de progressão)

C (ritmo de progressão da doença rápido)

38
Q

Os graus das periodontites podem ser divididos em dois critérios. Quais são?

A

Critérios primários e modificadores de risco

39
Q

Nos graus das periodontites ao que o critério primário pode ser dividido em dois tipos de evidência? Quais?

A

Evidência direta e evidência indireta

40
Q

Como caracteriza a evidência direta de progressão?

A

Presta informação longitudinal relativa à inserção clínica e perda óssea radiográfica. Ou seja, compara os valores atuais destes parâmetros com os registados à cinco anos atrás

41
Q

Qual o problema da evidência direta de progressão dos graus de periodontite? O que fazemos nestes casos?

A

Muitas vezes encontramos um paciente de primeira vez e não temos como comparar os níveis de inserção clínico e radiográfico dos últimos 5 anos. Nestes casos avançamos para a evidência indireta

42
Q

Explique a evidência indireta nos graus de periodontite?

A

É baseado na avaliação da perda óssea do dente mais afetado da dentição em função da idade (dividimos a perda óssea pela idade). O valor obtido vai corresponder a cada grau A, B ou C

43
Q

Relativamente aos Graus de periodontite em que grau primeiro consideramos o paciente antes de efetuar qualquer cálculo?

A

No grau B, como se o paciente apresentasse um risco moderado

44
Q

Quais os valores de cada grau na evidência indireta relativamente à razão perda óssea/idade?

A

Grau A - >0,25

Grau B - entre 0,25 e 1,0

Grau C - > 1,0

45
Q

Quais os valores de cada grau na evidência direta relativamente à comparação dos valores atuais com os valores de à cinco anos?

A

Grau A - Nenhuma evidência de perda óssea

Grau B - menos de 2 mm de perda óssea ao longo de 5 anos

Grau C - 2 ou mais mm de perda óssea ao longo de 5 anos

46
Q

Na evidência indireta do grau de periodontite explique a causa fenótipa

A

Na causa fenótipa devemos avaliar se existe uma quantidade de biofilme que justifique a perda óssea associada.

Se existir muito biofilme e a perda óssea for pouca poderemos reduzir um grau (de B para A) (o paciente é resistente)

Se a destruição exceder aquilo que é expectável tendo em conta o biofilme presente então consideramos que o paciente é muito suscetível e adicionamos um grau (B para C)

47
Q

Na evidência indireta do grau de periodontite porque razão a causa fenótipa não é taxativa?

A

Porque muitas vezes o paciente não faz normalmente uma remoção eficaz do biofilme dentário mas antes da observação clínica a sua motivação alterara-se positivamente e produz viés na observação

48
Q

A gengivite precede sempre a periodontite?

A

Sim, precede sempre, contudo alguns pacientes poderão apresentar ausência de sinais cínicos de inflamação nomeadamente em pacientes fumadores (o que não quer dizer que a inflamação não esteja presente, nomeadamente e termos histológicos)

49
Q

Relativamente à progressão da periodontite quais são as hipóteses possíveis?

A
  1. Hipótese de evolução em surtos
  2. Hipótese de evolução em surtos assíncronos
  3. Hipótese de evolução contínua
50
Q

Relativamente à progressão da periodontite explique a hipótese de evolução em surtos

A

Segundo esta hipótese de vez em quando existe algo no paciente que o torna mais suscetível ao surgimento de doença periodontal, pelo que a condição da cavidade oral e de perda de inserção vão piorar quase por igual, sendo a progressão evidente em todas as localizações

51
Q

Relativamente à progressão da periodontite explique a hipótese de evolução em surtos assíncronos

A

Defende que os surtos são assíncronos. Ou seja, podemos ter algumas localizações em que a evolução é obvia mas em dentes contíguos não há qualquer registo de doença; passado algum tempo poderá ocorrer a situação oposta. Ou seja, os surtos não se dão de forma igual em todas as localizações

52
Q

Relativamente à progressão da periodontite explique a hipótese de evolução contínua

A

Um paciente periodontal apresenta uma evolução constante na progressão da doença (ou seja, na perda de inserção e na perda óssea). Contudo, com tratamento clínico apropriado e autocuidado essa evolução pode ser muito ligeira e podem passar largos períodos de tempo sem ser clinicamente notória (mas acontece)

53
Q

O que permitiu a formulação da hipótese da progressão contínua da periodontite?

A

Métodos de diagnóstico mais sensíveis a pequenas alterações como sondas calibradas informaticamente e determinação de mediadores inflamatórios