Distúrbios do sono Flashcards
Insonia
- Queixa em iniciar ou manter o sono
- 3x ou mais na semana + sintomas diurnos
- Classificação:
- Aguda/transitória/ajustamento: < 3 meses
- Crônica (transtorno de insônia): > 3 meses
- Associada a distúrbios mentais: transtornos psiquiátricos
- Associada a doenças medicas: hipertireoidismo, insuficiência cardíaca, dor crônica
- Associada à má higiene do sono
- Associada ao uso de medicamentos ou substancias: álcool, cafeína, antidepressivos, benzodiazepínicos e corticoides
- Insônia psicofisiológica: somatória do estado de hiperalerta e associações aprendidas que comprometam o sono
- Insônia paradoxal: sem queixa diurna ou queixa desproporcional à queixa
- Insônia idiopática: início na infância, com um longo tempo
de evolução e sem fator precipitante - Insônia comportamental da infância: comportamentos inadequados, como por exemplo, falta de limites
Insonia - características clínicas
Identificar fatores predisponentes, precipitantes e perpetuadores
* Predisponentes: características que aumentam a probabilidade de um indivíduo desenvolver insônia;
* Desencadeantes ou precipitantes: precipitam um quadro de
insônia; podendo ser de natureza física, psíquica ou social
* Perpetuadores: atitudes e comportamentos inadequados
como tempo excessivo de cama e uso de medicações
- Identificar se há depressão, ansiedade
Insonia - diagnóstico
- Avaliação clínica (dor, doenças respiratórias ou alterações hormonais)
- Presença de queixas especificas da insônia
- Condições antes do seu início
- Padrão de sono-vigília
- Possíveis consequências diurnas
- Polissonografia (PSG): Padrão-ouro, identifica latência para inicio do sono, numero de despertares, duração dos estágios, tempo total de sono, duração dos estágios e eficiência do sono
- Distúrbios do ritmo sono-vigília: Doença de Alzheimer, Parkinson, acidente vascular cerebral
Insonia - tratamento
- Higiene do sono
- Tto de depressão
- Melatonina
- Terapia comportamental cognitiva (TCC)
- Hipnóticos, agonistas seletivos de receptor GABA-A (zolpidem), antidepressivos sedativos, agonistas melatoninérgicos, benzodiazepínicos (uso contraditório, mas bastante prescrito ainda em idosos)
Hipersonias
- Sonolência excessiva, cuja causa provavelmente envolve o SNC e que está associado a episódios de sono significativos
- O distúrbio é caracterizado como hipersônia, com ou sem tempo de sono prolongado (mais de 10 horas ou 6 a 10 horas, respectivamente)
- Insidioso, geralmente entre 15 e 30 anos de idade
- A doença é bastante semelhante à narcolepsia
- Dormem durante várias horas e o sono não é revigorante. O paciente não relata história de cataplexia nem roncos
- A hipersônia idiopática é um distúrbio incapacitante e vitalício
- O TLMS mostra uma latência de sono média inferior a 8 minutos e ausência de REM no início do sono
O tratamento é similar ao tratamento com estimulantes da narcolepsia -> resposta terapêutca é insatisfatória
Síndromes das pernas inquietas
- Critérios diagnósticos: urgência de mover as pernas, geralmente acompanhadas por desconfortos, pioram ou são exclusivos do repouso, aliviam com o movimento, não são explicados por outras patologias
- Critérios de suporte: família, resposta positiva a agonista dopaminérgico, curso, índice elevado de PLM na PSG
- Associações: insonia, anemia, dpoc, parkinson, esclerose, fibromialgia, alcool, figado, medicações
- Exames: hmg, ferritina, ureia, glicemia, tsh, tgo\tgp, psg não é necessário
- Tratamento: suplementar ferro?, levodopa por pouco tempo, agonistas dopaminérgicos (ergolinicos e não ergolinicos - pramipexol e piribedil), ligante 2 alfa (gabaoentina e pregabalina), opioides em refratários, atividade física
Movimentos periódicos de membros durante o sono
- em Indivíduos de idade avançada
- Podem permanecer completamente assintomátcos
- Polissonografia: movimentos repetitivos de membros, muitas vezes estereotipados, que ocorrem durante o sono NREM
- Movimentos: extensão do dedão do pé, a dorsiflexão do tornozelo e a flexão do joelho. As vezes nos braços também
- Ocorrem pelo menos 4 movimentos consecutivos, sem periódico, de 20 a 40 segundos e duração de 0,5 a 10 segundos
- Surgem mais comumente na SPI, outros distúrbios e uso de medicações (p. ex.,tricíclicos, ISRS e levodopa)
- Podem ocorrer com ou sem o despertar do paciente
- Tratamento: dopaminergicos** (carbidopa-levodopa, pramipexol, cabergolina, rotgotina, ropinirol), benzodiazepínicos (clonazepan), opioides e anticonvulsivantes (gabapentina e pregabalina), suplementar Fe se necessário
Parassonias
Manifestações físicas indesejáveis acometendo sistemas motor e/ou neurovegetativos, ocorrendo no sono ou na transição sono-vigília
Parassonias - transtorno comportamental do sono REM
- Comportamentos complexos podendo ocasionar ferimentos
PSG: persistência de tônus neuromuscular durante o sono REM, podendo ocasionar sonos vividos - Maior em sexo masculino
- Anos de duração
Histórico de sono agitado e evidente mudança no tema dos sonhos, que passam a ter conteúdos de fuga e luta, vocalizações, locomoção - Forma aguda: retirada de álcool, antidepressivos ou intoxicações -> 1ª manifestação da DP
- Diagnóstico: sonhos vívidos, PSG sem atonia ou excesso de atividade
- Tratamento: clonazepam
Parassonias - paralisia do sono recorrente
- Impossibilidade de realizar movimentos voluntários no início do sono (hipnagogia) ou na transição sono-vigilia (hipnopompia)
- Impossibilidade de falar, movimentar
- Sem alterações de respiração e do nível de consciência
- Em geral não há tratamento
Parassonias - transtornos do despertar (sono NREM)
- Despertar parcial do sono NREM com confusão mental ou com manifestações motoras complexas
- Histórico familiar e amnesia parcial ou total para o evento
- Comuns na infância e diminuem com a idade
- Desencadeantes: febre, privação de sono, apneia obstrutiva
do sono, uso ou retirada de álcool ou medicações com
ação no SNC - Distúrbios do despertar: sonambulismo (distúrbios motores deambulatórios), terror noturno (despertar súbito de sono de ondas lentas; pct senta na cama e reproduz grito; inativação do SNA) e despertar confusional (ativação autonômica [sudorese], choro inconsolável e agressividade, duram 1 hora, em crianças
é autolimitado e benigno) - Diagnostico: clinico, PSG em caso de duvida
- DD: epilepsia
- Tratamento: segurança no ambiente do sono, higiene do sono, hipnose, técnicas de relaxamento, psicoterapia, clonazepam (0,5 a 2 mg/dia)
TRANSTORNO RESPIRATÓRIO DO SONO
- Apneia obstrutiva do sono é uma doença crônica, progressiva
- Alta morbidade cardiovascular
- Pausas respiratórias associada a despertares do sono e hipoxia intermitente
- Parada respiratória (apneia) ou redução parcial (hipopneia) do fluxo de ar pelas vias aéreas superiores
- Associada a obesidade e envelhecimento
- 2-3x mais no sexo masculino; semelhante na menopausa sem reposição hormonal
TRANSTORNO RESPIRATÓRIO DO SONO - sintomas
- Roncos: pioram com o peso, idade e ingesta de álcool
- Sonolência excessiva durante o dia
Critérios clínicos diagnósticos
1) Presença de um ou mais dos seguintes sintomas:
a) Sonolência excessiva, sono não reparador, fadiga ou
sintomas de insônia
b) Pct desperta com pausa respiratória ou engasgo
c) Parceiro reclama de ronco habitual, pausas respiratórias durante o sono ou ambos
d) Pct tem dx de HAS, transtorno de humor, disfunção cognitiva, doença coronária, AVC, ICC, FA ou DMII
2) A PSG ou a monitorização cardiorrespiratória demonstram
5 ou + eventos respiratórios obstrutivos por hora
3) A PSG ou monitorização cardiorrespiratória demonstram:
15 ou mais eventos respiratórios obstrutivos por hora - Exame físico:
Perímetro cervical (medida na altura da cartilagem cricoide): H>45 e M> 38 cm
HAS
IMC >30kg/m2
PSG: índice de apneia e hipopneia + 5 eventos por hora de sono, episódios de dessaturação da oxiemoglobina, redução da latência de sono NREM, aumento da latência de sono REM e sono de ondas lentas, aumento do índice de microdespertares relacionados com as apneias - Tratamento: CPAP
- Critérios de gravidade: leve (5-15), moderada (15-30) e grave (>30)