Direito Penal II Flashcards

1
Q

A culpa imprópria admite tentativa?

A

Sim, excelência. A culpa imprópria, também conhecida por descriminante putativa, com
previsão no art. 20, § 1º, do CP, consiste no erro plenamente justificável pelas
circunstâncias que, se existisse, isentaria a pena do agente, tornando a ação legítima.
Nesse sentido, é perfeitamente admitida a tentativa, quando o agente supõe a situação e
inicia a execução, que não se consuma por circunstâncias alheias à sua vontade.

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2
Q

A Escola Clássica e a Escola Positiva descreviam crime? Como?

A

Sim, excelência. Para a escola clássica, que tem como expoente o Marquês de Beccaria,
o crime é um ente (jurídico) comum na sociedade, é a quebra de um pacto social e o
criminoso é um ser que escolheu o crime, “um pecador que optou pelo mal” (livre
arbítrio), o método era o indutivo e a sanção era retributiva. Já para os positivistas veem
o crime como fatores físicos e biológicos (determinismo - fenômeno social) e o
criminoso é um ser atávico, que nasceu para cometer crimes (negam o livre arbítrio), o
método é dedutivo e a sanção criminal possui caráter preventivo.

Obs.: Responderam isso, mas creio que o método lógico-abstrato ou dedutivo foi
utilizado pelos clássicos. Por outro lado, o Positivismo Criminológico empregou o
método indutivo.

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3
Q

O rol do art. 107, CP que trata das causas extintivas da punibilidade é exaustivo ou
exemplificativo? Dê 2 exemplos.

A

Excelência, trata-se de rol exemplificativo, uma vez que há outras causas extintivas da
punibilidade na legislação especial e no próprio código penal, a exemplo do peculato
culposo (reparação até a sentença irrecorrível), bem como do pagamento de cheque sem
fundo, antes do recebimento da denúncia (esse último, causa supralegal de extinção da
punibilidade).

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4
Q

O inimputável pode alegar que agiu em legítima defesa?

A

Excelência, o inimputável pode alegar sim que agiu em legítima defesa e se ficar
comprovado não será imposto a ele medida de segurança, ainda que ele tenha
periculosidade, já que para a aplicação de medida de segurança o fato deve ser típico e
ilícito e a absolvição sumária é de rigor, conforme art. 397, I do CPP.

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5
Q

Diferencie hermenêutica e interpretação das leis penais.

A

Excelência, a hermenêutica jurídica é um ramo científico do direito que visa o estudo
das formas de interpretação e dos sentidos possíveis dos enunciados jurídicos. Já a
interpretação é uma técnica empregada pelo operador do direito para extrair o
significado da norma (doutrina clássica) ou concretizar o texto legal no caso concreto,
construindo a norma (doutrina moderna) - RESPOSTA SUGERIDA, NÃO ACHEI
FONTE

Outra resposta possível:
Interpretar significa procurar conhecer o sentido da norma. A hermenêutica, por sua
vez, “é a teoria científica da arte de interpretar”. Para Carlos Maximiliano, a
interpretação é uma arte que tem suas próprias técnicas, tendo ficado subordinada ao
Direito, aos postulados da Sociologia e da Hermenêutica, que por sua vez se aproveita
das conclusões da Filosofia do Direito. Com o auxílio delas fixa novos processos de
interpretação, enfeixa-os num sistema, e, assim, moderniza a arte, rejuvenescendo-a,
aperfeiçoando-a, de modo a que se conserve à altura do seu século, como elemento de
progresso, propulsor da cultura profissional, auxiliar prestimosa dos pioneiros da
civilização. Portanto, não se confundem as palavras hermenêutica e interpretação, eis
que esta (interpretação) é a aplicação daquela (hermenêutica). Porém, mister é
reconhecer que se tornou comum tratar as duas expressões como sinônimas.

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6
Q

O que são medidas de segurança?

A

O Código Penal, nos artigos 96 a 99, descreve as chamadas Medidas de Segurança, que
consistem em formas de tratamento compulsório para pessoas que cometeram atos que
configuram crimes, mas por possuírem doenças ou problemas em sua saúde mental, não
podem sofrer as penas cabíveis. A lei prevê dois tipos de medidas de segurança: (1)
internação em hospital psiquiátrico ou estabelecimento equivalente; (2) tratamento
ambulatorial. Constatada a inimputabilidade do agente, o magistrado determinará sua
internação. Caso o ato praticado pelo inimputável seja uma infração mais leve, ou seja,
punido apenas com detenção, o juiz poderá determinar o tratamento ambulatorial. As
medidas podem ser impostas por tempo indeterminado e podem permanecer enquanto
não for verificado, por perícia médica, o encerramento da periculosidade do internado.
Todavia, a lei determina que, no mínimo, a internação ou tratamento deve durar de 1 a 3
anos.

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7
Q

Qual a medida para saber se houve uso irregular de uma marca?

A

Excelência, a Lei da Propriedade Industrial trata do tema. Primeiro é preciso verificar se
a marca é passível de registro e se foi efetivamente registrada, bem como se esse
registro ainda é válido. Caso o registro ainda seja válido, é necessário verificar se a
conduta investigada se amolda a um dos delitos previstos nesta lei.
A Lei de Propriedade Industrial só considera crime quando o concorrente está utilizando
a marca registrada no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). O INPI tem
uma plataforma de consultas, o que facilita a verificação das marcas registradas.
Dizer o Direito: A caracterização de concorrência desleal por confusão, apta a ensejar a
proteção ao conjunto-imagem (trade dress) de bens e produtos é questão fática a ser
examinada por meio de perícia técnica. É necessária a produção de prova técnica para se
concluir que houve concorrência desleal decorrente da utilização indevida do conjunto-
imagem (trade dress) de produto da empresa concorrente. Assim, o indeferimento da
perícia que havia sido oportunamente requerida para tal fim caracteriza cerceamento de
defesa. STJ. 3ª Turma. REsp 1353451-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado
em 19/09/2017 (Info 612). STJ. 4ª Turma. REsp 1778910-SP, Rel. Min. Maria Isabel
Gallotti, julgado em 06/12/2018 (Info 641). Marcinho complementa: Ainda que se
esteja diante de uma notória semelhança entre os dois produtos, é indispensável analisar
se esta similitude é aceitável do ponto de vista legal ou se estamos diante de um ato
abusivo, usurpador de conjunto-imagem alheio e passível de confundir o consumidor.

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8
Q

Qual o conceito de culpa mediata ou indireta?

A

Culpa mediata ou indireta é aquela na qual o agente, dando causa a resultado culposo
imediato, vem a determinar, mediata ou indiretamente, outro resultado culposo.
Exemplo difundido na doutrina é o da pessoa que, socorrendo ente querido que se
encontra atropelado, acaba por ser também atingida por outro veículo, sendo ferida ou
morta. O interesse nessa modalidade de culpa está justamente na responsabilidade do
primeiro agente com relação ao segundo atropelamento. Deve-se perquirir, nesse caso,
se o primeiro atropelador tinha previsibilidade do segundo resultado. Se tinha,
responderá por ele. Se não tinha, inexistirá responsabilidade penal pelo segundo fato.
(ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Manual de Direito Penal. 13ª ed. São Paulo: Saraiva,
2019. p. 116).

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9
Q

Como se pune a tentativa no Código Penal?

A

Excelência, quanto à tentativa, o Direito Penal brasileiro adota a teoria objetiva ou
realística, cujo fundamento da punição do crime tentado é o perigo de dano gerado ao
bem jurídico. Isto é, iniciada a execução de um crime, a punição do agente leva em
conta a alta probabilidade da produção do resultado. Nesse sentido, conforme art. 14, II,
do CP, “salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente
ao crime consumado, diminuída de um a dois terços”. Vale ressaltar que o critério para
a escolha da fração de redução é o iter criminis, isto é, quanto mais perto da
consumação, menor a redução; quanto mais longe da consumação, maior a redução
(critério inversamente proporcional, segundo o STJ - pode vir esse nome para
complicar).

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10
Q

Há alguma exceção em que o crime tentado é punido com a mesma pena que o
crime consumado?

A

Sim excelência, pode-se apontar tal exceção nos crimes de atentado ou de
empreendimento quando excepciona-se a teoria objetiva e prestigia-se a teoria subjetiva
a exemplo do crime de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito e do Golpe
de Estado, arts. 359-L e 359-M do CP. Nesses casos há no próprio tipo o verbo “tentar”
demonstrando que basta a tentativa para a incidência das penas lá previstas sem a
diminuição da parte geral do CP, ou seja, o verbo “tentar” integra o núcleo do tipo, não
sendo necessária a norma de extensão temporal do art. 14, II do CP.

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11
Q

Uma pessoa herda uma máquina de fazer dinheiro e resolve doar para um terceiro.
Há crime?

A

Sim, aquele que fornece, ainda que a título gratuito, maquinismo para falsificação de
moeda, responderá pelo crime de petrechos para falsificação de moeda.

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12
Q

O delegado pode decidir sobre imputabilidade da pessoa?

A

Não. O delegado deve representar pela instauração do incidente de insanidade mental do
acusado (cláusula de reserva de jurisdição) para que se verifique a capacidade cognitiva
do agente, nos moldes dos arts. 149 a 154 do CPP. CPP, Art. 149. Quando houver
dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a
requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente,
descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a exame médico-legal. §
1º O exame poderá ser ordenado ainda na fase do inquérito, mediante representação da
autoridade policial ao juiz competente.

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13
Q

Quais os elementos obrigatórios na tentativa?

A

São elementos obrigatórios na tentativa: início da execução (3ª etapa do iter criminis);
dolo de consumação; a não consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente;
utilização de um meio idôneo e propriedade do objeto material (resultado possível).

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14
Q

Qual a diferença entre bigamia própria e imprópria?

A

O crime da bigamia própria, prevista no art. 235, caput, tem-se crime próprio ou
especial, uma vez que só pode ser praticado por pessoas casadas e a ação criminosa
consiste na violação de um dever decorrente do status familiae. Já na modalidade
imprópria, em que o impedimento existe só para um, contida no § 1.º, do art. 235, se
este conhece o obstáculo do outro e mesmo assim contrai casamento temos um crime
comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa, seja homem ou mulher, desde que
solteiro, porém mais brandamente sancionado, com reclusão ou detenção de um a três
anos.

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15
Q

O que é concurso material benéfico?

A

Excelência, o concurso material benéfico está previsto no artigo 70, p.u., do CP. De
acordo com o referido dispositivo, o montante da pena para o concurso formal
(exasperação) não pode ser maior do que seria caso fosse aplicado a regra do concurso
material, qual seja, a da soma das penas. Dessa forma, caso a soma das penas, ainda que
seja caso de concurso formal, seja mais benéfico ao réu, deve-se aplicar a regra da soma
e não a regra da exasperação.

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16
Q

A renúncia e a decadência podem ocorrer em quais tipos de crimes?

A

Nos crimes de ação penal privada.

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17
Q

Quais as espécies de medidas de segurança? Explique.

A

Excelência, segundo a doutrina são duas as espécies de medida de segurança, a
detentiva (internação em hospital de custódia) e a restritiva (tratamento ambulatorial).
Ambas pressupõem a periculosidade do agente. Segundo o CP, a detentiva ocorrerá para
crimes apenados com reclusão e a restritiva para crimes apenados com detenção.
Contudo, devemos destacar excelência que apesar da previsão legal as cortes superiores
dizem que cabe ao juiz analisar qual a medida de segurança mais adequada,
independentemente do fato ser punido com reclusão ou detenção. Nesse sentido:
“À luz dos princípios da adequação, da razoabilidade e da proporcionalidade, na fixação
da espécie de medida de segurança a ser aplicada não deve ser considerada a natureza
da pena privativa de liberdade aplicável, mas sim a periculosidade do agente, cabendo
ao julgador a faculdade de optar pelo tratamento que melhor se adapte ao inimputável.
Desse modo, mesmo em se tratando de delito punível com reclusão, é facultado ao
magistrado a escolha do tratamento mais adequado ao inimputável. STJ. 3ª Seção.
EREsp 998128-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 27/11/2019 (Info 662).”

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18
Q

Quem liga caixa de som com funk em frente a uma igreja durante a realização de
missa comete crime? Qual?

A

Sim, pratica o crime de impedimento ou perturbação de culto, previsto no art. 208 do
CP, crime contra o sentimento religioso. Complementando: se pedirem a diferença entre
cerimônia e culto, previstos no art. 208, a resposta é a seguinte: cerimônia é um ato mais
solene, enquanto que o culto é o regular ato de adoração, sem solenidade.

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19
Q

Sobre o art. 236, CP (induzimento a erro essencial), pode-se dizer que é um tipo
penal em branco? Por quê

A

Sim Excelência, é possível afirmar que esse tipo penal é uma norma penal em branco
tendo em vista a necessidade de se recorrer a outras normas para se identificar no que
consiste um impedimento matrimonial ou um erro essencial.
Norma Penal em Branco (demanda de complemento o seu preceito primário)
Homogênea (emana da mesma fonte legislativa) Heterovitelina (outro ramo do direito -
direito civil no exemplo).

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20
Q

Há diferença entre norma penal e lei penal? Qual? Dê exemplo.

A

Há diferença entre norma penal e lei penal? Qual? Dê exemplo.
A norma penal é uma regra proibitiva, não escrita, que se extrai do espírito dos
membros da sociedade, isto é, do senso de justiça do povo. Por sua vez, a lei é a regra
escrita feita pelo legislador com a finalidade de tornar expresso o comportamento
considerado indesejável e perigoso pela coletividade. É o veículo por meio do qual a
norma aparece e sua observância torna-se cogente. Ex: “Matar Alguém” – esse é o texto
legal. A norma contida é “não matar”. A norma é a alma que vive no corpo da lei.

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21
Q

Conforme art. 250, CP (incêndio), qual a classificação quanto ao resultado
naturalístico?

A

Trata-se de crime de perigo concreto, sendo condição para o crime que acarrete perigo
para a incolumidade pública. Não é necessário que o perigo consista na combustão,
havendo perigo para a incolumidade pessoal, se o incêndio de uma coisa gera pânico
que provoca perigosa fuga ou tumulto de pessoas.

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22
Q

O crime de apologia ao crime se classifica como material, formal ou de mera
conduta? Dê 1 exemplo de incitação ao crime.

A

Crime formal. Exemplo de incitação ao crime: João, em rede social de internet, incita
seus seguidores a saquearem determinado supermercado, afirmando que o local fica
desprotegido durante a noite.

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23
Q

Sobre os princípios fundamentais do Direito Penal, explique o princípio da
fragmentariedade.

A

Excelência, pelo princípio da fragmentariedade, o Direito Penal deve se preocupar
apenas com os bens jurídicos mais relevantes para a vida em sociedade.

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24
Q

Sobre as penas restritivas de direitos, qual a diferença entre substituição e
conversão?

A

De acordo com o Código Penal, a substituição diz respeito ao benefício de se aplicar a
pena restritiva de direitos no lugar da pena privativa de liberdade. A conversão se dá
quando ocorre o descumprimento das condições impostas e o juízo converte a PRD em
pena privativa de liberdade. A doutrina critica o termo conversão, tendo em vista que a
substituição e conversão significam a mesma coisa. O termo mais apropriado seria
reconversão.

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25
Q

No parágrafo 2º, do art. 121 (homicídio qualificado), há o emprego do termo
“ou” (paga ou promessa de recompensa ou outro motivo torpe). Como se classifica
doutrinariamente esse recurso do Legislador?

A

Trata-se de interpretação analógica, por meio da qual o legislador apresenta uma
fórmula casuística seguida de uma fórmula genérica.

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26
Q

Qual a diferença entre motivo torpe e motivo fútil? Dê um exemplo de motivo
torpe.

A

Excelência, motivo fútil seria o motivo banal, insignificante, desproporcional, frívolo.
Já o motivo torpe é o motivo vil, abjeto, repulsivo, ignóbil. Seriam exemplos de motivo
torpe: matar alguém para receber herança; matar alguém porque pisou em seu pé.

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27
Q

Se houver mais de uma qualificadora, o que acontece com as demais?

A

Excelência, havendo pluralidade de qualificadoras (qualificadora sobejante), pode uma
ser utilizada para qualificar o crime e as demais como agravante (se houver previsão) ou
como circunstância judicial negativa a ser valorada na primeira fase da dosimetria.
“6. No tocante ao deslocamento de uma, das três qualificadoras reconhecidas pelo
Conselho de Sentença para exasperar a pena-base, também não verifico nenhuma
ilegalidade a ser sanada, porquanto este entendimento está em consonância com a
jurisprudência desta Corte Superior no sentido de que, havendo mais de uma
qualificadora no homicídio doloso, uma delas pode formar o tipo qualificado e as
demais serem utilizadas para agravar a pena na segunda etapa do cálculo dosimétrico
(caso constem no rol do art. 61, II, do CP) ou para elevar a pena-base na primeira fase
do cálculo”. STJ, AgRg no HC 799939 - SP, relator Ministro Reynaldo Soares da
Fonseca, Quinta Turma, julgado em 28/2/2023, DJe de 6/3/2023.

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28
Q

Uso de agravante é feita em qual fase da dosimetria?

A

Segunda fase.

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29
Q

Dê um exemplo prático do crime de violação sexual mediante fraude.

A

A violação sexual mediante fraude cometida pelo pastor contra fiéis.

Outro exemplo mais interessante: A prática denominada de “stealthing” que consiste na
retirada do preservativo durante a relação sexual, sem o consentimento da outra pessoa,
pode caracterizar o crime de violação sexual mediante fraude, descrito no artigo 215 do
Código Penal.

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30
Q

Sobre o art. 217-A, CP (estupro de vulnerável), quem pode ser vulnerável?

A

Menor de 14 anos; alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o
necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
pode oferecer resistência.

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31
Q

Um rapaz resolve manter relação sexual consentida com pessoa do gênero
feminino que ele imaginou ter 17 anos, mas que tinha 13. Há a prática de crime de
estupro de vulnerável? Seria erro de tipo essencial vencível ou invencível? Qual a
consequência?

A

Há tipicidade formal, mas pode ser excluída no caso de erro de tipo essencial, sendo ele
evitável ou não, tendo em vista que, no erro evitável, o agente pode ser punido por
crime culposo, caso previsto em lei, o que não é o caso do crime de estupro de
vulnerável.

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32
Q

Como saber se um crime é culposo ou doloso?

A

O crime culposo é regido pelo princípio da excepcionalidade do crime culposo, ou seja,
só haverá crime culposo quando ele vier expressamente descrito no texto legal.
Ademais, a tipicidade é uma característica do crime culposo. “CP, art. 18, parágrafo
único: Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como
crime, senão quando o pratica dolosamente.”

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33
Q

Como delegado, o candidato se depara com uma banca em frente à delegacia
vendendo tênis falsificado. Essa conduta configura crime? Trata-se de violação de
direito autoral ou outro tipo?

A

Excelência, configura crime contra a propriedade industrial, especificamente contra as
marcas, uma vez que o agente reproduziu ou imitou o tênis (falsificando-o, conforme
dito no enunciado), sem autorização do titular, induzindo em confusão.
Lei nº 9279/1996, Art. 189. Comete crime contra registro de marca quem:
I - reproduz, sem autorização do titular, no todo ou em parte, marca registrada, ou imita-
a de modo que possa induzir confusão; ou
II - altera marca registrada de outrem já aposta em produto colocado no mercado.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

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34
Q

A extraterritorialidade (art. 7º, II, “a”, CP) se relaciona com qual princípio? E
no inc. I, “b”, CP? Qual seria o princípio aplicável?

A

Os dois dispositivos se relacionam com o princípio da defesa ou da proteção. Aplica-se
a lei penal da nacionalidade do bem jurídico lesado. Não importa a nacionalidade dos
envolvidos e/ou o local do crime.
Outra resposta: o primeiro (art. 7º, II, “a”, CP) relaciona-se ao princípio da justiça
universal ou cosmopolita. O segundo (no inc. I, “b”, CP) com o princípio da defesa ou
proteção.
CP, art. 7º, II, “b”: princípio da nacionalidade ativa

CP, art. 7º, § 3º: princípio da nacionalidade passiva
CP, art. 7º, I, “a”, “b” e “c”: princípio da defesa real ou proteção
CP, art. 7º, I, “d”, e II, “a”: princípio da justiça universal ou cosmopolita
CP, art. 7º, II, “c”: princípio da representação ou da bandeira.

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35
Q

Quais as causas de inimputabilidade previstas no CP?

A

Menoridade penal; doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado;
embriaguez acidental e completa.

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36
Q

Conceitue fé pública. Pode-se dizer que é uma presunção de veracidade?

A

A fé pública pode ser compreendida como a crença na autenticidade e na veracidade de
documentos e outros papéis especialmente previstos que circulam no meio social. Neste
contexto, pode se dizer que há uma presunção de veracidade nos documentos públicos,
até que sejam declarados como nulos ou inválidos.

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37
Q

Uma pessoa visa cometer estelionato e, para tanto, realiza falsificação de
documento. Haverá 2 crimes?

A

Se o crime de falso se exaurir no delito de estelionato, este absorverá o crime de
falsificação de documento.

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38
Q

No conflito aparente de normas há 4 princípios. Algum desses se aplica nesse
caso (estelionato e falsificação)?

A

Aplica-se o princípio da consunção ou absorção.

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39
Q

Dê exemplo de consunção ou absorção.

A

O princípio da absorção ou consunção aplica-se também aos crimes progressivos e às
progressões criminosas. Por exemplo, homicídio absorverá o crime de lesão corporal.

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40
Q

No concurso de pessoas, qual a diferença entre coautor e partícipe?

A

Levando-se em conta a teoria adotada pelo STJ, a teoria objetiva-formal, entende-se por
coautor aquele que pratica o núcleo do tipo penal. Por outro lado, será considerado
partícipe aquele que auxilia ou instiga a conduta do agente de alguma forma, sem
realizar o núcleo no tipo penal. De modo geral, a doutrina destaca que o autor pratica a
conduta principal e o partícipe a conduta acessória, seja instigando ou fornecendo-lhe
instrumentos.

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41
Q

Num roubo a banco, 3 pessoas ingressam e subtraem quantia. Um outro agente
fica do lado de fora como motorista. Esse agente que ficou fora da ação de
subtração pratica o verbo? É coautor ou partícipe?

A

O agente que conduz seu comparsa até o local do crime e o aguarda para a fuga, coloca-
se na posição de coautor, sendo a sua conduta relevante para o pretendido sucesso da
empreitada criminosa, sendo indevido o reconhecimento em seu prol da causa de
diminuição prevista no § 1º , do artigo 29 do Código Penal.

42
Q
  1. Como se faz o cálculo da pena de multa conforme o Código Penal?
A

Primeiro se define a quantidade de dias-multa (entre 10 e 360 dias-multa) e, após essa
definição, deve-se estabelecer o valor de cada dia-multa (mínimo de 1/30 e máximo de
5 vezes o maior salário-mínimo vigente ao tempo do fato).

43
Q

– Quais são os pressupostos de conflito aparente de leis penais?

A

unidade de fato
pluralidade de normas
vigência contemporânea

44
Q

O que é o princípio da intervenção mínima?

A

ultima ratio, dividindo-se em fragmentariedade e subsidiariedade

45
Q

– Quais são os elementos do crime culposo?

A

conduta humana voluntária, resultado involuntário, previsibilidade objetiva,
inobservância de um dever objetivo de cuidado (negligencia, imprudencia ou
impericia), tipicidade e nexo causal

46
Q

O que se entende por crime de mera conduta? Cite um exemplo.

A

a lei não prevê resultado. ex: porte de arma
são crimes em que o tipo penal descreve apenas um comportamento sem qualquer
resultado

47
Q

O que são causas excludentes de tipicidade?

A

excluem algum dos elementos do fato típico (conduta, dano, nexo causal ou
tipicidade)
A doutrina majoritária entende que o princípio da insignificância também seria uma
excludente da tipicidade material

48
Q

O que se entende por desistência voluntária? E qual a consequência?

A

O agente interrompe a execução evitando o resultado.
ponte de ouro, para antes de esgotar os atos executórios. não responde pela
tentativa, mas sim pelos atos até então praticados

49
Q

O que se entende por arrependimento eficaz e qual a consequência?

A

O arrependimento eficaz ainda se insere na ideia de ponte de ouro,neste caso,
após esgotar os meios executórios (tentativa perfeita ou acabada) o agente se
arrepende e age de modo a evitar a ocorrência do resultado. O agente responde
pelos atos que se consumaram, se forem típicos.

50
Q

O que se entende por crime formal? Cite um exemplo?

A

o resultado é dispensável. corrupção passiva

51
Q

O que se entende por tentativa inidônea?

A

crime impossível

52
Q

Para a aplicação da Lei Penal no tempo, qual o princípio adotado?

A

atividade

53
Q

Quais as circunstâncias do denominado “conflito aparente de normas”?

A

2 ou mais normas aparentemente aplicáveis ao mesmo caso concreto

54
Q

– Qual o conceito de interpretação na Lei Penal?

A

É a atividade que consiste em extrair da norma penal seu exato alcance e real
significado (CAPEZ, 2020, p. 117). O princípio da “in claris cessat interpretatio”
prevaleceu durante muito tempo, ele diz que quando a lei é clara, não é necessário
interpretá-la.

55
Q

O que se entende pela excepcionalidade do crime culposo?

A

Os delitos culposos são excepcionais e, por conseguinte, somente podem ser
aplicados mediante expressa previsão legal – sem essa previsão a punição
culposa é incabível (princípio da excepcionalidade).

56
Q

O que se entende por crime de atentado?

A

É aquele que pune da mesma forma o crime tentado e o crime consumado (ex.
evadir-se ou tentar evadir-se de unidade prisional).

57
Q

Cite exemplos de ineficácia absoluta do meio.

A

Arma desmuniciada para assassinar um desafeto com um tiro.
Arma com comprovada ineficácia absoluta para assassinar um desafeto com um
tiro.

58
Q

Em que consiste a troca de dolo?

A

Progressão criminosa. O agente inicialmente desejava realizar um determinada
conduta, contudo, altera seu dolo, praticando outra infração penal.

59
Q

2 – Em que consiste a chamada “Tentativa Irreal”?

A

Também chamada de supersticiosa, é hipótese de crime impossível.

60
Q

Relação de Direito Penal com outros ramos – Uma conduta
concomitantemente infratória no âmbito administrativo e penal, como se dará
o feito? Qual influência terá nos dois ramos?

A

as esferas penal e administrativa são independentes. a esfera penal só vinculará a
administrativa quando demonstrar negativa de autoria ou inexistência do crime.
Em que pese a teoria da independência as esferas, acredito que seria interessante
citar SV 24 sobre crimes tributários.
Além disso considerando o princípio da ultima ratio, a doutrina aponta
incongruência de uma conduta ser considerada como lícita por um ramo do direito
e ilícita por outro. Inclusive recentemente houve julgado do STJ considerando que
se o agente for absolvido na ação de improbidade administrativa, não haveria justa
causa para ação penal.

61
Q

O que se entende por Concausa? Elas são estudadas em qual contato?
Como fica a responsabilização do agente?

A

as concausas são situações paralelas a causa principal, podendo ser relativamente
ou absolutamente independentes.
em sendo absolutamente, o agente responderá pela forma tentada.

96

em sendo relativamente, o agente responderá pelo resultado, salvo se for
superveniente e que tenha causado, por sí só, o resultado, aplicando-se nesse
caso a teoria da causalidade adequada e rompendo-se o nexo de causalidade com
o resultado.

62
Q

No que consiste o suicídio a dois?

A

pacto firmado entre duas pessoas para se suicidarem. o sobrevivente poderá
responder pelo crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio
obs: se algum dos agentes praticou atos executórios materiais, como ligar o gás
que os asfixiam, aquele que praticou esses atos, se sobreviver, responderá por
homicídio ou tentativa de homicídio, porque praticou atos executórios.

63
Q

Das características do Direito Penal – O que é o direito penal fragmentado
e subsidiário?

A

deve tutelar apenas os bens juridicos mais relevantes e será aplicado somente
quando so demais ramos do direito forem insuficientes, respectivamente.

64
Q

O chamado pacote anticrime inseriu um parágrafo único no art. 25 sobre legítima defesa; Essa inserção trouxe impacto na aplicação prática?

“Art. 25 — Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes.

A

Não excelência, o art. 25 inserido pelo pacote anticrime, somente veio reforçar o que já era o entendimento de justificação quando agentes de segurança pública repeliam agressão injusta, atual ou iminente a direito seu ou de 3ºs.

65
Q

– Embriaguez – Qual é o tratamento dado pelo código penal? De que forma
a embriaguez influencia?

A

O tratamento dado pelo código penal dependerá do tipo de embriaguez excelência.

A embriaguez acidental é aquela decorrente de caso fortuito ou força maior se for completa exclui a culpabilidade pela inimputabilidade, se for incompleta e diminuir a autodeterminação do agente, não excluirá a imputabilidade, mas permite a diminuição da pena de 1/3 a 2/3, conforme o grau de perturbação.
Se for pré ordenada é agravante genérica (artigo 61, II, l, do Código Penal).

66
Q

E a embriaguez da vítima, como influencia?

A

pode ser considerada como causa do delito com a autocolocação em risco, por
exemplo, o caso do bêbado que tenta atravessar a rua e acaba se jogando na
frente do veículo.
Tem influência também na dosimetria da pena na 1ª fase Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem
como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente
para reprovação e prevenção do crime:

67
Q

Do que se trata a teoria da actio libera in causa.

A

A teoria da actio libera in causa, teoria da ação livre em sua causa, fundamenta-se no princípio segundo o qual a causa da causa também é a causa do que foi causado, ou seja, para aferir-se a imputabilidade penal no caso de embriaguez, despreza-se o tempo em que o crime foi praticado, pois nesse momento o agente estava privado da capacidade de entendimento e de autodeterminação e, por esse motivo, considera-se como marco da imputabilidade penal o período anterior à embriaguez. Há a presunção de dolo e culpa estabelecida pelo legislador, isto é, a adoção da responsabilidade penal objetiva. Tem sua aplicação principalmente no âmbito da embriaguez ou estados de inconsciência causada por uso de entorpecentes.

68
Q

Quais são os tipos de embriaguez?

A

Há quatro modalidades de embriaguez, sendo que para cada uma delas há uma solução penal específica.

Inicialmente a embriaguez patológica que, por ser considerada uma doença mental, exclui a imputabilidade ou causa a diminuição da pena;

A embriaguez acidental é aquela que decorre de caso fortuito ou força maior. Quando completa implica a inimputabilidade do agente (artigo 28, §1º, Código Penal), e quando incompleta a conduta será criminosa, sendo que a pena deverá ser reduzida (artigo 28, §2º, Código Penal).

Há ainda a embriaguez preordenada, hipótese de aplicação da teoria da actio libera in causa, por excelência. Nessa modalidade o agente se embriaga com vistas a liberar seus freios inibitórios para perpetrar conduta delituosa. Neste caso, incide a agravante prevista no artigo 62, II, e do Código Penal.

A embriaguez voluntária (aquela em que o agente quer embriagar-se) ou culposa (o agente não quer embriagar-se, mas agindo culposamente, acaba embriagando-se), em face da adoção da teoria da actio libera in causa, não exclui a imputabilidade (artigo 28, II, Código Penal). Neste ponto foi abordada a celeuma jurídica decorrente da aderência plena do direito brasileiro à teoria da actio libera in causa.

69
Q

No que consiste o concurso material benéfico?

A

Nos concursos formais, quando a exasperação resultar em valor maior do que o
cumulo material, aplica-se o cumulo material benéfico.

70
Q

Quais os requisitos exigidos pelo STF para o reconhecimento da
insignificância?

A

minima ofensividade, ausencia de periculosidade, reduzidissmo grau de
reprovabilidade, inexpressividade da lesão jurídica causada

71
Q

Furto misto ou híbrido, no que consiste essa figura?

A

Excelência consiste na existência conjunta do furto privilegiado e furto na forma qualificada, exige que o furto na forma qualificada seja de ordem objetiva, vez que o furto privilegiado é de ordem subjetiva.

72
Q

Em que consiste a chamada decadência imprópria?

A

quando a decadência ocorre no ambito da ação penal privada subsidiaria da
publica, não ocorrendo a extinção da punibilidade, mas sim a retomada da ação
pelo MP.

73
Q

Em que consiste o erro de subsunção?

A

trata-se de valoração jurídica equivocada do autor sobre o fato praticado, ou melhor, é o erro que recai sobre a qualificação jurídica ou valoração de uma situação fática determinada

74
Q

Erro de subsunção é uma modalidade de erro de proibição?

A

Não se trata de um erro sobre as circunstâncias fáticas ou sobre a ilicitude da conduta, uma vez que o agente sabe o que faz e conhece a contrariedade ao direito

75
Q

Quais as modalidades de peculato previstas no CP?

A

Peculato-apropriação,
Peculato-desvio,
Peculato culposo,
Peculato mediante erro de outrem (também chamado de Peculato-estelionato), e
Peculato eletrônico.

76
Q

De que modo a política criminal interage com o direito penal? Cite um exemplo?

A

A política criminal orienta a tomada de decisões nas três esferas de poder, suas instituições e agentes, corresponde à maneira como o Estado deve enfrentar e combater a criminalidade, A Política Criminal analisa de forma crítica a dinâmica dos fatos sociais, comparando-os com o sistema penal vigente, propõe inclusões, exclusões ou
mudanças, visando atender o ideal de justiça. Trabalha com estratégias e meios de controle social de combate à criminalidade. Exemplo disso são as bases militares comunitárias como meio de maior proximidade da polícia com a população, trazendo uma sensação maior de segurança, escolas em período integral com o espeque em diminuir o aliciamento de crianças e adolescentes para o crime etc…

77
Q

Para a doutrina majoritária o direito penal é sancionador ou constitutivo?
Na violação de direitos protetivos há crime ? Qual deve ser a conduta do delegado.

A

Na teoria das normas penais tradicionais, o direito penal é visto como direito penal
sancionador, e isso ressalta características de fragmentariedade e subsidiariedade.
mas existem autores que defendem a natureza constitutiva por criarem deveres
não previstos no resto da legislação.

78
Q

O que significa adequação simples? Adequação típica reflexa ou mediata-cite exemplos.

A

A adequação típica de subordinação imediata (ou direta) se dá quando
necessitamos de um só dispositivo legal para o enquadramento típico do fato; por
exemplo, homicídio simples consumado – artigo 121, caput, do Código Penal.
Por outro lado, há a adequação típica de subordinação mediata(ou indireta)
quando necessitamos de dois ou mais dispositivos legais para o enquadramento
típico do fato; no mesmo exemplo do homicídio, imagine-se a participação de
alguém neste crime, qual seria a tipificação da conduta do participante do crime?
Art. 121, caput cumulado com o Art. 29, ambos do Código Penal.

79
Q

Como pode ser classificado o crime de homicídio quanto à consumação?

A

Crime instantâneo: a consumação se dá em uma única conduta e não produz resultado prolongado no tempo, ou seja, o momento consumativo é definido.

80
Q

Como classificaria a conduta: “Esfaquear uma pessoa e atirá-la de uma ponte, pensando que a matou através do golpe, quando na verdade o indivíduo morreu afogado ao cair da ponte”

A

Trata-se de erro sobre o nexo causal, que se aplica a teoria do dolo geral ou aberratio causae.

81
Q

O que são normas penais incriminadoras e normas penais exculpantes?

A

Incriminadoras definição da conduta que se pretende proibir ou impor, prevendo as respectivas penas.

Exculpantes tem o condão de excluir a culpabilidade, isentando o agente de pena.

82
Q

Classificar o crime do CP 288-A – É um crime formal ou material?

Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código: (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.

A

Trata-se de um crime formal, bastando a conduta de constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia, grupo ou esquadrão

83
Q

Defina “apologia”.

A

Trata-se do ato de enaltecer, engrandecer ou glorificar. O art. 287 do CP prevê a
apologia de fato criminoso ou autor de crime.

84
Q

É possível falar em estado de necessidade em crime habitual e crime permanente?

A

Excelência, a doutrina entende que não é possível falarmos em estado de necessidade em crime habitual e crime permanente. Neste sentido, não pode uma
pessoa praticar o crime de curandeirismo informando que as pessoas estavam enfermas ou, no caso de crime permanente, uma mãe que submete o filho a cárcere privado a fim de não usar drogas.

85
Q

O provocador da injusta agressão pode agir em legítima defesa?

A

nos casos de excesso.

86
Q

Crime contra a fé pública – Art. 297 – falsificação de documento público. Conceitue.

A

É o ato de deturpar as características originais de um documento público por emendas ou rasuras ou pode significar a criação de um documento falso pela imitação de um documento público origina e ate mesmo pela imaginação do falsário.

Crime material, tem que haver a falsificação ou alteração do documento público.

87
Q

Art. 298 – falsificação de documento particular – Defina.

A

Excelência são os mesmo comentários do art. anterior É o ato de deturpar as características originais de um documento particular por emendas ou rasuras ou pode significar a criação de um documento falso pela imitação de um documento particular origina e ate mesmo pela imaginação do falsário.

88
Q

O que são normas penais não incriminadoras ou permissivas?

A

As normas penais permissivas determinam se tal fato adentra a licitude ou a sua impunidade, podendo ser permissivas justificantes ou exculpantes, dependendo de determinada conduta. Mesmo com seu caráter interpretativo, as normas penais permissivas estão por parte, regidas pelas incriminadoras, visto que se corroboram.

89
Q

No roubo impróprio, cabe violência imprópria?

A

Não excelência, só poderá ser cometido com o uso da violência própria (física) ou grave ameaça, sendo impossível o emprego de meios sub-reptícios, ou violência imprópria, para seu cometimento.

90
Q

No seu plantão: “Um rapaz é conduzido porque roubou um veículo (com arma
de fogo), foi preso ao estacionar o carro no mesmo lugar do crime dizendo que ia
devolver” – Trata-se de roubo de uso?

A

O crime de roubo é um delito complexo que possui como objeto jurídico tanto o patrimônio como também a integridade física e a liberdade do indivíduo.
O ânimo de apossamento - elementar do crime de roubo - não implica, necessariamente, o aspecto de definitividade podendo apenas utilizá-lo por determinado período, como no caso em tela.
3. O agente que, mediante grave ameaça ou violência, subtrai coisa alheia para usá-la, sem intenção de tê-la como própria, incide no tipo previsto no art. 157 do Código Penal.

91
Q

Princípio da consunção – Necessariamente será aplicada a pena mais grave?

A

Não excelência, é usado quando o crime meio é necessário para se chegar ao crime fim desejado pelo autor. Exemplo disso é a falsificação de documento público com o fim de se cometer estelionato, inteligência da sumulo 17 do STJ “Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido”.

92
Q

Cite as correntes que falam da responsabilização penal da pessoa jurídica.

A

os constitucionalistas/ambientalistas e de outro lado os criminalistas.
Os primeiros, visando a maior proteção do meio ambiente, defendem que nossa Constituição Federal de 1988 (art. 225, §3º) fez a previsão enfática da responsabilidade do ente coletivo, posteriormente, regulamentada pela Lei n. 9605/98.

Outro argumento é o de que o Estado em diversas oportunidades atua na esfera privada, atuando na disputa do mercado com o setor privado, não havendo empecilhos para que essas pessoas venham a delinquir.

Já para a segunda corrente, sustentada nos dogmas do Direito Penal, negam veementemente a possibilidade jurídica de se responsabilizar criminalmente as pessoas jurídicas, por ser impossível a aplicação de sanções penais a tais entes coletivos, mas somente sanções administrativas.
o Estado não pode ser delinquente, tendo em vista que a sua finalidade precípua é o cumprimento da lei.
O fato do ius puniendi pertencer ao Estado é o segundo argumento contrário. Deste modo, o Estado teria que aplicar a pena a si mesmo.
Por último, é possível concluir que a aplicação de punição ao próprio Estado seria um ônus contra a própria sociedade. Serão maiores os ônus que os bônus ocasionados.

93
Q

A culpabilidade se refere ao autor ou ao fato? Na doutrina predomina qual
teoria?

A

Excelência a culpabilidade se refere ao fato.
1. porque o crime surge como um fato causado por um ser humano, podendo-se se identificar o fato e o autor.
2. a comprovação dessa assertiva se faz pelo exame das leis penais;
3. o direito penal moderno é um direito penal de culpa (nulla poena sine culpa), de vez que o direito penal do fato e a culpabilidade do fato alinham-se numa sequência e implicação lógicas.
tal entendimento é o que predomina na doutrina majoritária.

94
Q

O diplomata deve obediência à lei penal brasileira?

A

Por força da característica da generalidade da lei penal, todos devem obediência ao preceito primário da lei do país em que se encontram. Não é diferente em relação aos agentes diplomáticos que, entretanto, escapam à sua consequência jurídica (punição), permanecendo sob a eficácia da lei penal do Estado a que pertencem. Trata-se do fenômeno da intraterritorialidade, aplicando-se a lei penal estrangeira a fatos cometidos no território brasileiro.

95
Q

Do que se trata a incoercibilidade dos congressistas?

A

A imunidade relativa à prisão, também denominada “incoercibilidade pessoal dos congressistas (freedom from arrest)”, está prevista no art. 53, § 2º, da CF/88, que anuncia: “Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável.

96
Q

O que serão direitos conexos atrelados aos direitos do autor?

A

Os direitos conexos são direitos que, de certa forma, se parecem
muito com o direito de autor, mas possuem um objetivo
intimamente ligado a proteger pessoas ou organizações que
contribuem de forma criativa ao processo de levar uma obra a ser conhecida.

97
Q

É possível que uma pessoa seja ao mesmo tempo sujeito ativo e passivo do
crime?

A

Excelência a doutrina diverge sobre o tema, uns apoiam a tese de ser possível sim um mesmo agente ser sujeito passivo e ativo do mesmo crime como é o caso do crime de rixa enquanto a vozes ao contrário negando tal afirmativa, em razão do princípio da alteridade.

98
Q

E quanto à autolesão para fins de recebimento de benefício?

A

No caso excelência o crime praticado seria de fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro, espécie de estelionato, o sujeito ativo é o segurador e o passivo a seguradora

99
Q

– O que são crimes de resultado cortado e mutilado de dois lados?

A

Espécie de crime de intenção. O resultado (desnecessário para a consumação) independe do sujeito ativo, ou seja, está fora de seu controle.
Exemplo: EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO, em que o dinheiro obtido como forma de pagamento do resgate da vítima independe da vontade do agente, e sim, de terceiros ligados à vítima.

Espécie de crime de intenção. Ocorre quando o resultado dispensável depende de um novo comportamento do sujeito ativo. Neste caso, o ato está em sua esfera de decisão.
Exemplo: CRIME DE PETRECHOS PARA FALSIFICAÇÃO DE MOEDA, em que a efetiva falsificação de moedas e sua posterior colocação em circulação, dependem de uma nova decisão do agente.

100
Q

Como classificaria o crime no caso do agente que viola sepultura com a finalidade de destruir o cadáver?

A

Excelência se a finalidade é a destruição do cadáver, o agente deve responder somente por este , art. 211CP, consumindo a conduta de viola a sepultura ao qual foi meio para se chegar ao crie fim desejado pelo agente.

101
Q

Funcionário do IML é preso por ter praticado necrofilia – O que você faria após a alegação dele, do cadáver ser de sua esposa?

A

Excelência tipificaria como vilipêndio de cadáver, art.212 CP, visto que não afasta a conduta o fato do cadáver ser da esposa do funcionário do IML.

102
Q
A