DIARREIAS: ABORDAGENS Flashcards

1
Q

Principal função do intestino delgado:

A

Absorção dos nutrientes, fluidos e eletrólitos. As vilosidades representam a superfície absortiva do intestino delgado, enquanto as criptas contêm as células secretoras. Células caliciformes, secretoras de muco. Nas criptas, os enterócitos encontram-se lado a lado com células neuroendócrinas. ID tem 6m e 300 metros quadrados de absorção.

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2
Q

Quem garante a defesa imune do intestino?

A

Célula de Paneth, uma espécie de neutrófilo especializado em defender estes importantes. Tal função é cumprida através da secreção das defensinas Sistema MALT.

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3
Q

Tamanho do intestino grosso:

A

Mede aproximadamente 1,5 m de comprimento e é formado por um epitélio cilíndrico simples, composto por enterócitos com poucos microvilos e criptas representadas por glândulas tubulares profundas. Diferentemente do delgado, não possui vilosidades. A principal função do cólon é absorver fluidos, moldar as fezes e controlar as evacuações.

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4
Q

Substâncias secretagogos:

A

As substâncias secretagogos são: serotonina, acetilcolina, VIP (Peptídeo Vasoativo Intestinal) e substância P. Mediadores inflamatórios também são capazes de aumentar a secreção intestinal, como histamina, prostaglandinas, leucotrienos e citocinas.

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5
Q

O que é diarreia?

A

Eliminação de fezes amolecidas, de consistência líquida.

a) Aumento do número de evacuações diárias (> 3x dia);
b) Aumento da massa fecal (> 200 g/dia).

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6
Q

Como classifica a diarreia quanto ao tempo?

A

1- Diarreia aguda (< 2 semanas);
2- Diarreia protraída ou persistente (entre 2-4 semanas);
3- Diarreia crônica (> 4 semanas).

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7
Q

Classificação da diarreia quanto a localização?

A

Alta: ID, costuma ser mais volumosa.
Baixa: IG.

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8
Q

Diarreia de acordo com mecanismo fisiopatológico:

A
Diarreia osmótica.
Diarreia secretória não invasiva.
Diarreia invasiva ou inflamatória.
Síndrome disabsortiva.
Diarreia funcional.
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9
Q

Exemplos de diarreia osmótica:

A

Ingestão ou clister de sais de magnésio, sais de fosfato, sorbitol, manitol, glicerina, lactulose; deficiência de lactase (intolerância à lactose), forma primária ou secundária às enteropatias (lesão da borda em escova dos enterócitos); diarreia dos antibióticos.

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10
Q

Existe diarreia osmótica noturna?

A

Não, pois cessa no jejum.

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11
Q

Como fica o gap osmolar fecal na diarreia osmótica?

A

Elevado. Gap osmolar fecal elevado (> 125 mOsm/L)… Este parâmetro é calculado pela fórmula: 290 – 2 x (Na + K), que utiliza a dosagem do sódio e potássio fecal.

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12
Q

O que é a diarreia secretória?

A

Uma toxina, droga ou substância neuro-hormonal, está estimulando a secreção ou inibindo a absorção hidroeletrolítica pelo epitélio intestinal.

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13
Q

Exemplos de diarreia secretória:

A

Laxativos estimulantes (fenoftaleína, bisacodil), bactérias produtoras de toxinas (cólera), VIPoma, síndrome carcinoide, diarreia dos ácidos biliares e diarreia dos ácidos graxos.

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14
Q

Como fica o gap osmolar fecal na diarreia secretória?

A

Não cessa com o jejum e possui um gap osmolar fecal baixo (< 50 mOsm/L), pela riqueza de Na e K nas fezes.

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15
Q

Quando ocorre a diarreia dos ácidos biliares?

A

Toda vez que estas substâncias atingem o cólon, o que pode ser decorrente de sua absorção parcial no íleo (doença ileal leve a moderada), ou do lançamento súbito de uma grande quantidade dessas substâncias no trato gastrointestinal, excedendo a capacidade absortiva ileal (diarreia pós- -vagotomia troncular, diarreia pós-colecistectomia). Uma vez no lúmen colônico, os ácidos biliares provocam secreção de cloreto e água e, portanto, diarreia, que melhora quase sempre com o uso da colestiramina, um quelante de ácidos biliares.

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16
Q

Quando ocorre diarreia por ácidos graxos?

A

Ocorre nos estados mais acentuados de má absorção de lipídios e no supercrescimento bacteriano. Os ácidos graxos (exceto os de cadeia curta) são hidroxilados pelas bactérias colônicas, tornando-se substâncias secretórias.

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17
Q

O que é a diarreia invasiva ou inflamatória?

A

Decorrente da liberação de citocinas e mediadores inflamatórios por lesão direta da mucosa intestinal (enterite, colite ou enterocolite), o que estimula a secreção intestinal e o aumento da motilidade. O marco deste tipo de diarreia é a presença de sangue, pus e muco nas fezes, podendo ser chamada de disenteria. Pode ser infecciosa ou não infecciosa (ex.: doença inflamatória intestinal). O exame que avalia a presença de sangue, pus e muco nas fezes é o EAF (Elementos Anormais nas Fezes). A lactoferrina fecal (marcador de ativação leucocitária) também está aumentada nas disenterias.

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18
Q

Síndrome disabsortiva, o que é?

A

Diarreia + esteatorreia.Principais exemplos: doença celíaca, espru tropical, doença de Crohn, doença de Whipple, giardíase, estrongiloidíase, linfangiectasia, linfoma intestinal.

19
Q

O que é diarreia funcional?

A

Hipermotilidade intestinal. Síndrome do intestino irritável e diarreia diabética.

20
Q

Em viajantes, as causas mais prováveis de diarreia são:

A

Infecção bacteriana (E. coli enterotoxigênica – ETEC), infestação por protozoários (giardia), espru tropical.

21
Q

Causas mais comuns de diarreia em surtos:

A

Infecção viral (rotavirus), infecção bacteriana, toxina alimentar (S. aureus), protozoário (criptosporídeo).

22
Q

Causas mais comuns de diarreia na diabete:

A

Neuropatia autonômica (distúrbio da motilidade), supercrescimento bacteriano, uso de medicações (acarbose, metformina), insuficiência exócrina do pâncreas associada.

23
Q

Causas mais comuns de diarreia em imunodeprimidos:

A

Infecções oportunistas (BK, MAC, Criptospora, CMV, Herpes), Neoplasia (linfoproliferativa), drogas.

24
Q

Causas mais comuns de diarreia para idosos institucionalizados:

A

Impactação fecal (estímulo à hipersecreção), drogas, colite pseudomembranosa (uso de antibióticos), doença vascular intestinal.

25
Diarreia aguda:
< 2 semanas, na imensa maioria das vezes possui etiologia infecciosa. O restante dos casos é decorrente do uso de medicações, ingestão de toxinas, isquemia, doença inflamatória intestinal e outras etiologias mais raras. Em geral, as diarreias agudas são leves, cursando com 3-7 evacuações diárias e perda de menos de 1 litro de líquido nas fezes. Contudo, nos casos graves (ex.: cólera), o paciente pode evacuar mais de 20 vezes ao dia e perder mais de 5 litros de fluido, sobrevindo desidratação, hipovolemia. A maior causa de gastroenterite aguda são as infecções virais (ex.: Norovirus em adultos, Rotavirus em crianças.
26
Quando acompanhada de náuseas, vômitos e dor abdominal difusa, a diarreia aguda compõe a síndrome de gastroenterite aguda, uma condição habitualmente causada por infecções virais ou intoxicação alimentar. V ou F?
Verdadeiro.
27
Principal causa de intoxicação alimentar:
Staphylococcus aureus.
28
Como diferenciar diarreia aguda inflamatória e não inflamatória?
DIARREIA aguda inflamatória: Sangue, pus e muco nas fezes ("disenteria"). Febre. EAF positivo para hemácias, leucócitos fecais e lactoferrina. DIARREIA aguda não inflamatória: Fezes aquosas, ausência de sangue, pus e muco. Sem febre. EAF normal.
29
Causas de diarreia aguda inflamatória:
Viral: Citomegalovirus. Protozoário: Entamoeba hystolitica. Bactéria: Produção intestinal de citotoxinas E. coli enterohemorrágica (EHEC) – por exemplo: Sorotipo O157:H7 Vibrio parahemolyticus Clostridium difficile Invasão da mucosa: Shigella Campylobacter jejuni Salmonella E. coli enteroinvasiva (EIEC) Aeromonas Plesiomonas Yersinia enterocolitica Chlamydia Neisseria gonorrhoeae Listeria monocytogene.
30
Causas de diarreia aguda não inflamatória:
Viral: Norovirus Rotavirus Protozoário: Giardia lamblia Cryptosporidium Cyclospora Enterotoxinas pré-formadas: S. aureus Bacillus cereus Clostridium perfringens Produção intestinal de enterotoxinas: E. coli enterotoxigênica (ETEC) Vibrio cholerae.
31
Precisa de exames complementares para diarreia aguda não inflamatória?
Não. Baixo custa-efetividade.
32
Quando solicitar exames para esclareces dúvidas diagnósticas na diarreia aguda?
1. Diarreia > 7-10 dias. 2. Piora progressiva. 3. ≥ 6 episódios/dia. 4. Diarreia aquosa profusa, acompanhada de franca desidratação. 5. Paciente "idoso frágil". 6. Paciente imunodeprimido (ex.: Aids, pós- - transplante de órgãos). 7. Diarreia adquirida no hospital (internação ≥ 3 dias). 8. Sinais de comprometimento sistêmico (ex.: alteração do estado mental, disfunção renal). 9. Sinais de diarreia "inflamatória" ou "invasiva": a. Febre (Tax > 38,5ºC); b. Presença de sangue, pus e muco (disenteria); c. Dor abdominal muito intensa.
33
Exames iniciais para diagnóstico de diarreia aguda , quando necessário:
1. EAF (Elementos Anormais nas Fezes).* 2. Coprocultura. 3. Pesquisa de toxina do C. difficile (se internação ou uso recente de ATB). 4. Testes parasitológicos** se: a. Diarreia > 10 dias; b. Região endêmica; c. Surto com origem em fonte comum de água; d. Infecção pelo HIV; e. Prática de sexo anal.
34
Quais as vertentes para o tratamento da diarreia aguda?
``` Dieta; Hidratação; Agentes antidiarreicos; Probióticos; Antimicrobianos. ```
35
Contraindicação para uso de antidiarreicos:
Diarreia “inflamatória” ou “invasiva”, isto é, presença de disenteria (sangue, muco e pus nas fezes), febre e/ou sinais de toxicidade sistêmica. Pode causar complicações como megacólon tóxico e síndrome hemolítica-urêmica.
36
Indicações de antibiótico empírico em diarreia aguda:
1. Presença de leucócitos fecais no EAF. 2. Disenteria + febre + dor abdominal intensa. 3. Desidratação importante. 4. ≥ 8 evacuações/dia. 5. Paciente imunodeprimido. 6. Necessidade de hospitalização pela diarreia
37
Antimicrobianos de escolha no tratamento da diarreia aguda:
Fluoroquinolonas (ex.: ciprofloxacina 500 mg 12/12h ou levofloxacina 500 mg 1x/dia por 3-5 dias). Como alternativas, podemos utilizar sulfametoxazol + trimetoprim 800/160 mg 12/12h ou doxiciclina 100 mg 12/12h, ambos por 5-7 dias.
38
Principal causa de diarreia osmótica cronica:
Intolerância a lactose,Está presente em 20% dos adultos caucasianos e em 50-70% dos não caucasianos. Um dado bastante sugestivo é o pH fecal < 5,5. Outras causas: uso de laxativos à base de magnésio, fosfato ou sulfato. - Deficiência de lactase (intolerância à lactose) primária ou secundária – neste caso, a diarreia é precipitada pela ingestão de laticínios. - Ingestão de quantidades expressivas de sorbitol, presente em certos doces e gomas de mascar. - Uso de lactulose ou manitol oral.
39
A Síndrome do Cólera Pancreático (“VIPoma”) faz parte de qual diarreia crônica?
Diarreia secretória.Hipocalemia, acidose metabólica,a também é conhecida como Síndrome de Werner- -Morrison ou síndrome de Diarreia Aquosa Hipocalêmica-Hipoclorídrica (DAHH). Trata com octreotide e resseccção, embora maioria já tenha metástase no diagnóstico.
40
A síndrome carcinoide representa qual tipo de diarreia?
Secretória. serotonina e outros mediadores por um tumor carcinoide, derivado de células neuroendócrinas. A síndrome é caracterizada por diarreia secretória, episódios de rubor facial e taquicardia, broncoespasmo e fibrose das valvas do coração direito.
41
O carcinoma medular de tireoide em 30% dos seus pacientes tem qual tipo de diarreia?
Secretória. A substância que determina a hipersecreção intestinal é a calcitonina.
42
O que é diarreia factícia?
Indução da paciente com laxativos. A técnica mais sensível é a pesquisa de laxativos na urina (difenólicos = bisacodil / antraquinonas = cáscara sagrada, senne (o famoso 46!!!) / magnésio / fosfato.
43
Quais exames solicitar para diarreias cronicas?
Além do hemograma e bioquímica plasmática, um exame de fezes completo, com parasitológico (3 amostras + pesquisa de antígenos de Giardia e Ameba), EAF e gordura fecal (método quantitativo ou qualitativo). A dosagem dos eletrólitos fecais (cálculo do gap osmolar fecal) e a determinação do pH fecal podem ser úteis (como vimos anteriormente). Nos imunodeprimidos, é fundamental pesquisar agentes oportunistas como: Cryptosporidium parvum, Isospora belli, Microsporidia e Mycobacterium avium.
44
Quando solicitar conoloscopia na diarreia cronica?
Uma retossigmoidoscopia ou uma colonoscopia são indicadas para os pacientes com suspeita de doença inflamatória ou neoplasia intestinal. Nos pacientes com sinais e sintomas de má absorção intestinal deve-se inicialmente dosar o autoanticorpo anti-transglutaminase tecidual IgA (anti-TGT IgA – para screening de doença celíaca), realizando-se uma biópsia duodenojejunal por endoscopia digestiva alta nos casos positivos. A síndrome do intestino irritável é um diagnóstico de exclusão, possuindo critérios clínicos bem definidos.