Delirium Flashcards

1
Q

Aspectos gerais

A
  • Quadro de confusão mental aguda secundária a outra patologia
  • Distúrbio global da atenção
  • Desenvolvimento em curto período de tempo
  • Curso flutuante dos sintomas
  • Disfunção do SNC: cognição, atenção, sono, consciência, psicomotor
  • Evento comum em pessoas idosas (principalmente se estiver na ala de ortopedia e UTI) e hospitalizadas -> são indivíduos inflamados e os mecanismos de compensação são debilitados
  • Sistema límbico passa a funcionar mais que o córtex pré frontal e frontal
  • Associado a um prognóstico ruim em curto e longo prazo
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2
Q

Fisiopatologia

A
  • É um distúrbio principalmente do lobo frontal (responsável pela parte da razão e atenção) com rebaixamento das áreas límbicas
  • A princípio poupa tronco e cerebelo
  • Patogenia -> disfunção encefalica -> inflamação -> queda da acetilcolina e serotonina e aumento da dopamina
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3
Q

Etiologia

A
  • PENSAR EM INFECÇÃO PRIMEIRO
  • Medicamentos
  • Substâncias (álcool, drogas)
  • Doenças cardíacas (IC, IAM)
  • Distúrbios metabólicos (diabetes)
  • Transtornos do SNC (demência)
  • Neoplasias
  • Traumatismos (TCE)
  • Mudança de ambiente
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4
Q

Causas medicamentosas

A
  • Sedativos: BENZODIAZEPÍNICOS! – muito usado em pacientes com epilepsia - GABA inibitório e barbitúricos
  • Narcóticos: Meperidina – é um análogo da morfina (opioide)
  • Anticolinergicos: Anti-histamínico (difenidramina, hidroxizina), antiespasmódicos, antidepressivos tricíclicos são os piores, neurolépticos (clorpromazina, haloperidol)
  • Cardíacos: digitálicos (Digoxina pode ser utilizada em casos de pacientes com IC + FA –> melhor função ventricular), antiarrítimicos (procainamida, lidocaína), antihipertensivos (Betabloqueadores não cardiosseletivos - propanolo, atenolol e carvedilol; metildopa)
  • Gastrointestinais: antagonistas H2 (cimetidina, ranitidina, Famotidina), metoclopramida
  • Incontinência urinária: oxibutinina
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5
Q

Diagnóstico

A
  • agudo, flutuante, desorganização, medicação em uso contínuo, novas medicações (zolpiden, amitriptilina), infecção, desidratação
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6
Q

Tipos de delirium

A
  • Hiperativo: nível de alerta elevado, com inquietação, agressividade, alucinações e comportamento inapropriado (+1, +2, +3, +4)
    *ESCALA RASS: escala para sedação e coma - Estímulo supraorbitário
    RASS -4: estímulos intensos para que o paciente faça alguma movimentação
    RASS -5: qualquer estímulo doloroso aplicado o paciente não tem nenhuma reação
  • Hipoativo: letargia, atividade motora reduzida,
    sonolência, fala incoerente e falta de interesse
  • Misto: uma combinação de sinais e sintomas hiperativos e hipoativos (geralmente o paciente fica hipoativo durante o dia e hiperativo à noite)
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7
Q

DSM-5 e CID-10

A

DSM-5 e CID-10
1. Distúrbio de atenção (ou seja, clareza reduzida da consciência do ambiente) é evidente, com capacidade
reduzida de focar, manter ou desviar a atenção. Esse distúrbio na consciência pode ser sutil,
manifestando-se inicialmente apenas como uma letargia ou distração. Muitas vezes os médicos e
familiares ignoram este distúrbio, considerando que está relacionado com a doença primária -> PRINCIPAL
2. Uma alteração cognitiva (como déficit de memória, desorientação, distúrbio de linguagem) ou o
desenvolvimento de um distúrbio perceptivo não necessariamente justificado por uma demência
preexistente ou em evolução
3. O distúrbio desenvolve-se ao longo de um curto período (geralmente de horas a dias), representa uma alteração aguda da linha basal e tende a oscilar no decorrer do dia.
4. Existem evidências provenientes das histórias dos pacientes, de exames físicos e de achados laboratoriais de que o distúrbio seja causado pelas consequências fisiológicas diretas de uma afecção generalizada ou de uma intoxicação ou supressão de subtâncias. As alterações de atenção e cognição não devem ocorrer no contexto de um nível de consciência gravemente reduzido como o coma

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7
Q

CAM

A
  • Critério 1: Início agudo, existe evidência de uma alteração aguda do estado mental do paciente em relação ao nível de base
  • Critério 2: Déficit de atenção, dificuldade para focar a atenção . Característica flutuante.
  • Critério 3: Pensamento desorganizado
  • Critério 4: Alteração do nível de consciência, hiperativo, letárgico, estupor.
  • Achados associados: Desorientação temporal ou espacial, Alteração da memória, Alteração da percepção (alucinações), Agitação psicomotora ou retardo psicomotor, Alteração do ciclo sono-vigília
  • Diagnóstico: Critério 1, 2 e 3 ou Critério 1,2 e 4
  • usa início agudo do déficit de atenção como critério principal
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8
Q

CAM - ICU

A
  • análise de pacientes inconscientes

0: normal - + 1 até +4: agitação.
+1: Inquieto - Ansioso; apreensivo; movimentos não agressivos ou violentos
+2: Agitado - Movimentos não propositais frequentes; briga com o ventilador.
+3: Muito agitado - Puxa tubos e cateteres
para removê-los; agressivo.
+4: Agressivo - Violento; perigoso.

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9
Q

Exame físico

A
  • Delirium pode ser única manifestação inicial da doença
  • Exame detalhado: Sinais vitais (frequência de pulso, FR, PA, saturação, glicemia capilar, temperatura axilar), Ectoscopia (estado geral, mucosa, hidratação, anictérico)
    • idoso tolera bem saturação baixa (>90)
  • Neurológico (lucidez, orientado, cognição, força motora, pupila, marcha, equilíbrio, …)
  • Cardiovascular (pontos de ausculta)
  • Respiratório (6 pontos de ausculta)
  • Abdominal (gersuny)
  • Membros
  • Buscar evidências de infecções ocultas
  • Atenção a sinais focais
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10
Q

Exames complementares

A
  • Infecção: Hemograma, Eletrólitos, Função hepática, Função renal, Glicose, Saturação de O2, Hemo e
    Urocultura
    -Incerteza: TSH/T4 livre, Gasometria Arterial. Vitamina B12, Cortisol, Análise toxicológica, paciente com uso de anticonvulsivante ou carbolítio fazer dosagem
  • Sinais meníngeo: Punção lombar + análise de LCR
  • Sinais neurológicos focais, queda recente, TCE, febre de origem obscura: Exame de imagem cerebral
  • Suspeita de atividade convulsiva subclínica ou suspeita de transtorno psiquiátrico não orgânico: EEG
  • NS1: teste rápido para dengue (até 4 dias
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11
Q

Diagnóstico diferencial

A
  • Delirium: súbito, flutuante, tudo prejudicado
  • Doença de Alzheimer: insidioso
  • Depressão: agente estressor
  • Psicoses Funcionais: súbito, pode ou não ter desordens
  • capacidade de adaptação: evita estresse virar delirium -> idosos vulneráveis
  • normalmente o que mais diferencia é o tempo de instalação
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12
Q

Prevenção

A

Prevenção primária
Orientação profissional
Acompanhamento geriátrico
Vigilância e otimização de:
Manter saturação de O2 adequada
Equilíbrio hidroeletrolítico/hídrico
Controle da dor
Redução de medicações psicoativas
Função vesical/intestinal
Nutrição adequada
Mobilização precoce
Prevenção de complicações pós-operatórias
Estímulo ambiental apropriado
Tratamento imperativo para a causa do delirium

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13
Q

Tratamento

A

Identificação e tratamento da causa base
Manejo dos sintomas do Delirium
Manifestação atípica de diversas patologias do idoso

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14
Q

Estratégias não farmacológicas

A
  • Reorientação no tempo e no espaço (para pacientes internados é bom levar objetos da casa para o ambiente hospitalar)
  • Solicitação da presença continua dos familiares
  • Treinamento da equipe multidisciplinar
  • Óculos e próteses auditivas
  • Medidas de regularização do sono
  • Coordenar horário de medicações e sinais vitais
  • Evitar contenção mecânica (tentar conter quimicamente é mais adequado)
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15
Q

Antipsicóticos\neurolépticos

A
  • Sem evidências de superioridade entre os integrantes do grupo, Bloqueadores dopaminérgicos, Sempre iniciar com menor dose possível e reavaliar e verificar a possibilidade de suspensão, Realizar ECF (ver se tem intervalo QT longo - torsade de pointes)
    • Haloperidol* - típico, baixo poder de sedação, acalma o paciente, antagonista dos receptores D2
    • Atípicos: antagonistas de D2
      • Quetiapina* - fase aguda ou manutenção, causa menos manifestações extrapiramidais\distonia aguda
      • Olanzapina: alterações metabólicas, sono
      • Risperidona: + efeitos extrapiramidais\distonia, sono
    • Delirium hipoativo não possui indicação de uso de antipsicótico.
16
Q

Benzodiazepínicos

A
  • EVITAR, assim como corticoides e anticolinérticos
  • Não recomendados como primeira linha
  • Efeitos colaterais de supersedação e exacerbação do delirium
  • Primeira linha em quadros convulsivos e abstinência alcoolica
  • Lorazepan 0,5 a 1 mg repetir em 4 hr
  • Doses pequenas
17
Q

Anticolinesterásicos:

A
  • Não demonstrou benefício
18
Q

Dexmedetomidina (precedex)

A
  • Agonista adrenérgico de receptores alfa-2 potente e altamente seletivo
  • Não causa sedação excessiva, efeito anestésico
  • Menos efeitos colaterais
  • Favorece desmame de ventilação mecânica
19
Q

Prognóstico

A
  • se for delirium hipoativo o prognostico é muito ruim
  • Sintomas podem persistir até 12 meses após diagnóstico
  • Declínio funcional
  • Institucionalização
  • Declínio cognitivo
  • Aumento da mortalidade
20
Q

Fluxograma

A
  • Delirium + anormalidade de SV, SpO2 ou glicemia -> TRATAR
  • Delirium + sinais focais ou HIC -> TC
  • Delirium + febre + rigidez -> LCR
  • Delirium -> buscar desidratação, FR, FH, PA, SpO2, infecção, ventilação