Da Organização dos Poderes (arts. 44 a 135 da CF/1988) Flashcards
De que forma o Congresso Nacional será convocado extraordinariamente?
A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:
- pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;
- pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
É da competência exclusiva do Congresso Nacional resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais em qual hipótese?
Quando os tratados, acordos ou atos internacionais acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.
Compete ao Congresso Nacional autorizar a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais em quais hipóteses?
Somente quando for em terras indígenas.
Qual a função da Câmara dos Deputados e do Senado Federal no processamento e julgamento do Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade?
- Compete à CD realizar o primeiro juízo de admissibilidade para admitir ou não a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República, na forma do art. 53, I, da Constituição Federal.
- Cabe ao Senado Federal, todavia, julgá-los pelos crimes de responsabilidade.
Em que hipótese competirá à Câmara dos Deputados proceder à tomada de contas do Presidente da República?
Quanto as contas não forem apresentadas ao Congresso Nacional dentro de 60 dias após a abertura da sessão legislativa.
A quem compete processar e julgar os membros do Conselho Nacional do Ministério Público nos crimes de responsabilidade?
Ao Senado Federal.
PS: Lembrar que, em regra, quando se falar em julgamento, a competência será do Senado Federal.
Quais as competências privativas do Senado?
A competência privativa do Senado é dividida em três grandes grupos de assuntos:
- Arguição de autoridades
- Julgamento de autoridades por crime de responsabilidade
- Finanças Públicas, matérias relativas à concessão de crédito interno e externo e limites de endividamento, à exceção do montante da dívida mobiliária federal, moeda e seus limites de emissão, regras gerais sobre dívida pública e emissões de curso forçado, que são de competência privativa do Congresso Nacional.
As arguições de autoridades realizadas pelo Senado Federal são realizadas em sessões públicas ou secretas?
Públicas, à exceção da escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente, caso em que será secreta.
A partir de que momento a imunidade formal passa a valer para os parlamentares?
A partir da diplomação.
Desde a diplomação, os membros do Congresso Nacional somente poderão ser presos em qual hipótese?
Somente em flagrante de crime inafiançável.
O que acontecerá em caso de prisão de membro diplomado do Congresso Nacional?
Os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
O que acontecerá após recebida a denúncia contra Senador ou Deputado Federal por crime ocorrido após a diplomação?
O Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de 45 (quarenta e cinco) dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
A sustação do processo, caso seja aprovada, suspende a prescrição somente enquanto durar o mandato do parlamentar. A partir do momento em que o parlamentar tenha cumprido o seu mandato o processo criminal será retomado normalmente pela Justiça.
As imunidades de Deputados e Senadores podem ser suspensas durante o estado de sítio?
Somente poderão ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante qual tribunal? Tal prerrogativa alcança também os suplentes?
STF. A prerrogativa de foro parlamentar (art. 53, §1º), abrange os suplentes apenas durante o período em que efetivamente exercerem o mandato parlamentar.
Perderá o mandato o Deputado ou Senador em quais hipóteses?
Art. 55 da CF/88:
- que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo 54;
- cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
- que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
- que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
- quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
- que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
Pela literalidade da CF, em quais hipóteses a perda de mandato de Deputado ou Senador será decidida e em quais hipóteses será declarada? Explique-as.
- Será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa:
- quando infringir as proibições do art. 54 da CF
- quebra de decoro parlamentar
- condenação criminal em sentença transitada em julgado
- nesse caso há divergência entre Turmas do STF.
- Será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa:
- quando deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
- quando perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
- quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
Há votação secreto nos casos de perda de mandato de Deputado ou Senador?
Não. A emenda constitucional de n° 76/2013 aboliu o voto secreto nos casos de perda de mandato de Deputado ou Senador e de apreciação de veto.
Segundo a jurisprudência, se o STF condenar criminalmente um Deputado Federal ou Senador, haverá a perda automática do mandato ou isso ainda dependerá de uma deliberação (decisão) da Câmara ou do Senado, respectivamente? A condenação criminal transitada em julgado é suficiente, por si só, para acarretar a perda automática do mandato eletivo de Deputado Federal ou de Senador?
-
1ª Turma do STF: DEPENDE
- Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de 120 dias em regime fechado:
- a perda do cargo será uma consequência lógica da condenação. Neste caso, caberá à Mesa da Câmara ou do Senado apenas declarar que houve a perda (sem poder discordar da decisão do STF), nos termos do art. 55, III e § 3º da CF/88.
- Se o Deputado ou Senador for condenado a uma pena em regime aberto ou semiaberto:
- a condenação criminal não gera a perda automática do cargo. O Plenário da Câmara ou do Senado irá deliberar, nos termos do art. 55, § 2º, se o condenado deverá ou não perder o mandato.
- Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de 120 dias em regime fechado:
- 2ª Turma do STF: NÃO. A perda não é automática. A Casa é que irá deliberar
O deputado ou senador que deixar de comparecer a quantidade determinada de sessões ordinárias perderá o mandato. Qual a referida quantidade?
Perderá o mandato caso falte a 1/3 das sessões ordinárias, ressalvadas as licenças ou missões autorizadas.
Quem julgará ação de improbidade administrativa cometida por parlamentar federal?
Juízo comum de 1ª instância, uma vez que o foro privilegiado por prerrogativa de função se dá somente na esfera penal, e a improbidade administrativa é ilícito civil.
Quais os três requisitos para instauração das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI)?
- requerimento de 1/3 (um terço) dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em conjunto ou separadamente
- a indicação de fato determinado a ser apurado
- a definição de prazo certo para sua duração
O que se considera “fato determinado” para fins de instauração de CPI?
Considera-se fato determinado, de acordo com o art. 35, § 1.º, do RICD, o acontecimento de relevante interesse para a vida pública e a ordem constitucional, legal, econômica e social do País.
Qual o momento de análise do quórum para criação de CPI? É necessária a ratificação posterior?
Segundo o STF, no MS 26.441/DF, essa exigência do requerimento deve ser examinada no momento do protocolo do pedido perante a mesma Casa Legislativa, não sendo necessária uma posterior ratificação.
Quais os poderes de investigação atribuídos às CPIs?
Serão os poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos do Senado Federal e Câmara dos Deputados. No entanto, não poderão realizar determinados atos sujeitos à reserva de jurisdição, tais como interceptação telefônica e aplicação de penalidades.
As CPIs podem ter prazo indeterminado? É possível a prorrogação do prazo?
Não. São comissões temporárias e, portanto, devem ter prazo certo.
É possível a prorrogação de prazo da CPI, desde que dentro da mesma legislatura (4 anos).
As CPIs podem decretar prisão?
Não, salvo em caso de crime em estado de flagrância.
A CPI poderá convocar magistrado com o fito de investigar ato jurisdicional, ou seja, avaliar as razões de decisão judicial?
NÃO. Apesar de possuir amplos poderes investigatórios, CPI não pode indiciar juízes por fatos relativos à atividade tipicamente jurisdicional, que é absolutamente imune à investigação realizada por CPI.
Fatos que surgiram após a criação da comissão podem ser investigados por uma CPI?
O STF já decidiu que sim, no Inq. 2.245/MG. Caso ocorra o
surgimento de um fato novo conexo com o objeto da investigação, a inicial tem que ser aditada.
A comissão parlamentar de inquérito pode convocar o Chefe do Poder Executivo para depor?
Não, sob pena de desrespeito do princípio da independência entre os poderes.
Há imunidade formal ao parlamentar na hipótese de crime cometido antes da diplomação?
O parlamentar não terá a imunidade formal em relação ao processo, mas terá a imunidade formal em relação à prisão.
A CPI pode proibir o afastamento do País de pessoas investigadas?
Não, por se tratar de reserva de jurisdição.
Diferencie sessão legislativa e legislatura.
-
Sessão legislativa:
- período de atividade do Poder Legislativo ao longo de um ano
-
Legislatura
- quatro anos (cada legislatura possui quatro sessões legislativas, portanto).
Qual o período da sessão legislativa?
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.
O Estado-membro pode criar procedimento mais rigoroso do que o previsto na CF para a emenda de suas Constituições?
Não. É entendimento consolidado do STF de que o Estado-membro não pode criar procedimento mais rigoroso do que o previsto na Constituição Federal para a emenda de suas Constituições. A Constituição Estadual deve ser rígida em relação à legislação federal (STF, ADI 1722 MC), mas o procedimento de reforma não pode ser mais rigoroso do que o previsto para a reforma da própria CF/88 (STF, ADI 486).
O princípio da simetria impõe que, nas infrações penais comuns, o Governador do Estado somente possa ser processado após autorização da Assembleia Legislativa?
Não. A regra do art. 51, I, CRFB, prevista de forma expressa apenas para o Presidente da República, não comporta interpretação extensiva aos Governadores de Estado, visto que excepciona a regra geral que estabelece a ausência de condição de procedibilidade política para o processamento de ação penal pública.(…) (ADI 5540 / MG - MINAS GERAIS).
Proposta de emenda à Constituição devidamente votada e aprovada será promulgada por quem?
Será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
- de 1/3, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
- do Presidente da República;
- de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
Qual a vedação prevista na CF relativamente à matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada?
Tal matéria não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Quais são as cláusulas pétreas inscritas no art. 60, § 4º, da CF/88?
- a forma federativa de Estado;
- o voto direto, secreto, universal e periódico;
- a separação dos Poderes;
- os direitos e garantias individuais.
O controle exercido pelo Congresso Nacional sobre a lei delegada opera efeitos ex tunc ou ex nunc? Por que?
Opera efeitos ex nunc, uma vez que se trata de sustação de seus efeitos, e não anulação.
Lei ordinária posterior pode revogar lei complementar?
Sim, desde que se trate de lei complementar materialmente ordinária.
O rito determinado constitucionalmente para conversão em lei de medida provisória admite em sua tramitação o recebimento de emendas parlamentares?
Sim, desde que:
- haja adequação orçamentária e financeira;
- haja pertinência temática em relação ao texto da MP (para evitar introdução de outros temas em verdadeira burla ao processo legislativo);
- não digam respeito a matéria que é da iniciativa privada do Poder Executivo
Caso a medida provisória tenha sido convertida em lei pelo Poder Legislativo, o texto aprovado será sempre encaminhado ao Presidente da República para sanção ou veto e posterior promulgação?
Nem sempre.
- Caso ocorram emendas ao projeto de lei de conversão todo ele deverá ser encaminhado para sanção ou veto do chefe do Poder Executivo.
- Caso a medida provisória seja integralmente convertida em lei, sem emendas, a promulgação será feita pelo próprio presidente da mesa do Congresso Nacional.
Qual o rito imediatamente seguinte à adoção de uma MP pelo Presidente da República?
A MP será submetida de imediato ao Congresso Nacional, cabendo a uma comissão mista de Deputados e Senadores examiná-la e sobre ela emitir parecer.
De que forma será apreciada a MP pelo Congresso Nacional?
Após o parecer da comissão mista, a MP passará à apreciação pelo plenário de cada uma das casas legislativas.
É vedada a edição de medidas provisórias sobre quais matérias, conforme a CF/88?
É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
- relativa a:
- nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
- direito penal, processual penal e processual civil;
- organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
- planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
- que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
- reservada a lei complementar;
- já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República.
Segundo o ADCT, qual o destino dado aos decretos-leis que foram editados entre 03/09/1988 e a promulgação da CF/88?
Foram convertidos em medidas provisórias.
Ressalvadas as exceções constitucionais, qual o prazo (e o termo inicial) após o qual uma MP, sem que tenha sido convertida em lei, perderá sua eficácia?
60 dias após a publicação, podendo ser prorrogado por mais 60 caso a votação não tenha sido encerrada pelas casas legislativas.
De que forma haverá a prorrogação do prazo para conversão em lei de uma MP?
Haverá a prorrogação do prazo uma única vez por igual período se, no prazo de 60 dias contados de sua publicação, não tiver a votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.
Em que hipótese a MP entrará em regime de urgência e quais seus efeitos sobre as deliberações legislativas?
Se a MP não for apreciada em até 45 dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.
Qual a tratativa constitucional a respeito dos atos e relações jurídicas decorrentes de uma MP não convertida em lei, seja por rejeição ou pelo decurso do prazo?
Não convertida em lei a MP no prazo previsto, deverá o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas dela decorrentes.
Caso não o faça no prazo de 60 dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.
O prazo para conversão da MP em lei é suspenso durante os períodos de recesso do Congresso Nacional?
Sim.
Em qual casa legislativa as medidas provisórias terão sua votação iniciada?
Na Câmara dos Deputados.
Mediante qual instrumento normativo o Congresso Nacional autorizará a edição de lei delegada pelo Presidente da República?
Resolução.
A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores dependerá sempre de prévia licença da Casa Respectiva, ainda que aqueles sejam militares e ainda que em tempo de guerra?
Sim.
A quem o Presidente da República deverá solicitar a delegação para edição de lei delegada?
Ao Congresso Nacional.
Qual o percentual mínimo do eleitorado previsto à iniciativa popular municipal?
5% do eleitorado.
Em quais hipóteses a promulgação de uma norma será realizada por pessoa estranha à figura do Presidente da República?
-> conversão de MP em lei sem alterações pelo Legislativo
-> aprovação de emenda constitucional
-> em caso de veto rejeitado pelo Congresso Nacional. Caso o Presidente da República não promulgue a lei dentro de 48 horas, o Presidente do Senado a promulgará e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
O regime de urgência previsto para as MPs sobresta toda e qualquer matéria sujeita à deliberação legislativa?
Não. Segundo o STF, o regime de urgência refere-se apenas às matérias passíveis de regramento por medida provisória. Excluem-se do bloqueio, em consequência, as propostas de emenda à Constituição e os projetos de lei complementar, de decreto legislativo, de resolução e, até mesmo, de lei ordinária, desde que veiculem temas pré-excluídos do âmbito de incidência das medidas provisórias.
A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início em qual casa legislativa?
Câmara dos Deputados.
Qual o prazo para sanção ou veto de lei pelo Presidente da República? Qual o efeito do decurso do referido prazo?
15 dias úteis. Após referido prazo, o silêncio do Presidente da República importará sanção (tácita).
O que não poderá ser objeto de delegação ao Presidente da República para edição de lei delegada?
- atos de competência exclusiva do Congresso Nacional
- atos de competência privativa da CD ou SF
- matéria reservada à lei complementar
- organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
- nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais
- planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos
A iniciativa popular será apresentada a qual casa legislativa?
À Câmara dos Deputados.
Há previsão de iniciativa popular no processo legislativo estadual?
Sim. A CF/88 assegura tal possibilidade, a qual, todavia, deve ser regulamentada por lei.
Salvo disposição constitucional em contrário, de que forma serão tomadas as deliberações de cada Casa Legislativa e de suas Comissões?
Serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta dos membros.
De que forma será apreciado o veto a projeto de lei?
O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de 30 dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio aberto.
A EC 76/13 aboliu a forma secreta de votação nos casos de perda de mandato de parlamentares e de apreciação dos vetos do Presidente da República.
A iniciativa vinculada das leis só se legitima se houver previsão Constitucional expressa neste sentido?
Sim. A esse respeito, o MS 22.690 (Rel. Min. Celso de Mello).
As leis que disponham sobre a criação de cargos, funções ou empregos públicos (ou aumento de sua remuneração) serão de iniciativa privativa do Presidente da República em quais casos?
Somente quando disserem respeito à Administração Direta e Autárquica.
A matéria constante de projeto de lei rejeitado poderá constituir objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa?
Somente mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
A quem compete a proposição de lei complementar que disponha sobre o Estatuto da Magistratura?
STF.
É possível a edição de medida provisória para abertura de crédito?
Somente para crédito extraordinário, para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.
No âmbito federal, a CF/88 já prevê essa possibilidade.
Para os demais entes, será possível se houver previsão em CE ou LO.
O Presidente da República estará sujeito à apreciação ou ao julgamento de contas pelo TCU? Qual o prazo para a apreciação/julgamento?
Estará sujeito à apreciação anual das contas, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em 60 dias a contar de seu recebimento.
Quem estará sujeito ao julgamento de contas pelo TCU?
Os administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público.
O TCU pode ordenar medida cautelar de indisponibilidade de bens?
Sim. O STF já se pronunciou sobre o tema assentando o poder geral de cautela do Tribunal de Contas da União.
O Tribunal de Contas da União detém legitimidade para anular acordo extrajudicial firmado entre particulares e a Administração Pública?
Sim, desde que tal acordo não tenha sido objeto de homologação judicial.
A atuação administrativa e financeira dos tribunais estaduais está sujeita ao controle de qual órgão?
Do CNJ, ao qual compete o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura.
Isso sem prejuízo da fiscalização contábil, financeira e orçamentária a ser exercida pelo legislativo estadual com auxílio do TCE.
A fiscalização contábil, financeira e orçamentária dos tribunais estaduais será exercida por qual ou quais órgãos?
Pelo princípio da simetria, será exercido pelo Poder Legislativo Estadual com auxílio do TCE.
A tomada de contas especial consubstancia procedimento administrativo disciplinar? Qual sua finalidade?
Não. Segundo o Supremo Tribunal Federal, a tomada de contas especial não consubstancia procedimento administrativo disciplinar, embora seja sim procedimento administrativo.
Tem por escopo a defesa da coisa pública, buscando o ressarcimento do dano causado ao erário (MS 24.961, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ de 4-3-2005 e MS 25.880, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 7-2-2007, Plenário, DJ de 16-3-2007), constituindo-se em procedimento destinado a para apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do dano.
Com que frequência o TCU encaminhará ao Congresso Nacional relatório de suas atividades?
Trimestral e anualmente.
O suplente de deputado ou senador será convocado em caso de licença independentemente do período concedido?
Não, somente se a licença for superior a 120 dias.
A quem caberá primária e subsidiariamente a sustação de contratos lesivos ao patrimônio público?
O ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de 90 dias, não efetivar as medidas, o TCU decidirá a respeito.
É correto dizer que o controle da atividade administrativa exercido pelo CNJ sujeita todos os órgãos do Poder Judiciário Nacional?
Não, uma vez que o CNJ não exerce controle sobre o STF.
Quantos ministros compõem o TCU?
9 ministros.
Como se dá a escolha dos ministros do TCU?
Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:
- 1/3 pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e merecimento
- 2/3 pelo Congresso Nacional
Quantos conselheiros compõem os TCEs?
7 conselheiros, conforme art. 75, p.u., CF/88.
Como se dará a escolha dos conselheiros dos TCEs?
Súmula 653/STF:
No Tribunal de Contas Estadual, composto por sete conselheiros:
- quatro devem ser escolhidos pela Assembleia Legislativa
- três pelo chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um dentre auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro a sua livre escolha.
As comissões temáticas podem discutir, votar e aprovar projeto de lei em que hipótese?
Quando houver dispensa, na forma do regimento, da competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa.
É admitido veto presidencial sem motivação?
Não. O veto sem motivação se assemelha a sanção tácita do chefe do executivo.
A partir de que momento o prazo das medidas provisórias foi ampliado para 60 dias, prorrogável uma vez pelo mesmo período?
A partir da promulgação da EC 32/2001.
Uma vez obtida resolução delegatória, o presidente da República fica obrigado a editar a lei objeto do pedido de delegação ao Congresso Nacional?
Não. A resolução delegatória não vincula a atuação do Presidente da República, ou seja, se trata de ato discricionário do chefe do executivo.
As cortes de contas gozam de iniciativa reservada para a instauração de processo legislativo que pretenda alterar a sua organização e funcionamento?
Sim, de modo que é inconstitucional lei estadual de iniciativa parlamentar que altere ou revogue dispositivos da lei orgânica do tribunal de contas do estado, que estabelece preceitos concernentes à forma de atuação, competências e organização do órgão.
Na sessão legislativa extraordinária é previsto o pagamento de parcela indenizatória em razão da convocação?
Não. É vedado o referido pagamento.
Quando o veto presidencial abarcar todo o projeto de lei, o Congresso Nacional poderá promover a rejeição parcial desse veto?
Sim. Segundo o STF, trata-se de hipótese plausível (Rp 1385, Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 21/05/1987, DJ 25-09-1987 PP-20411 EMENT VOL-01475-01 PP-00014).
A convocação extraordinária do Congresso Nacional autoriza exclusivamente a deliberação da matéria para a qual foi convocado?
Sim, além das medidas provisórias pendentes de apreciação (mesmo que não incluídas na motivação da convocação).
No caso de impedimento do Presidente, o Vice-Presidente lhe sucederá independentemente do tempo de mandato do presidente impedido?
Sim.
O que acontecerá em caso de vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República antes e depois dos últimos dois anos de mandato?
- A eleição para ambos os cargos será feita 90 dias depois de aberta a última vaga.
- No entanto, se a vacância se der nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita 30 dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional (eleição indireta), na forma da lei.
Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente da República ou vacância dos respectivos cargos, quais serão aqueles sucessivamente chamados ao exercício da Presidência?
- Presidente da Câmara
- Presidente do Senado
- Presidente do STF
Quais atos são crimes de responsabilidade do Presidente da República, conforme lista do art. 85 da CF?
São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
- a existência da União;
- o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
- o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
- a segurança interna do País;
- a probidade na administração;
- a lei orçamentária;
- o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Qual o prazo de afastamento do Presidente da República caso recebida a denúncia ou queixa-crime pelo STF ou instaurado processo pelo Senado Federal?
O prazo será de 180 dias, improrrogável.
Conforme a CF, compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre quais temas?
- intervenção federal
- estado de defesa
- estado de sítio;
- as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.
Qual a composição do Conselho da República?
- Vice-Presidente da República;
- o Presidente da Câmara dos Deputados;
- o Presidente do Senado Federal;
- os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
- os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
- o Ministro da Justiça;
- seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
Sobre quais temas compete ao Conselho de Defesa Nacional opinar?
Assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático.
Qual a composição do Conselho de Defesa Nacional?
- o Vice-Presidente da República;
- o Presidente da Câmara dos Deputados;
- o Presidente do Senado Federal;
- o Ministro da Justiça;
- o Ministro de Estado da Defesa
- o Ministro das Relações Exteriores;
- o Ministro do Planejamento.
- os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
Quais os tipos de autonomia asseguradas ao Poder Judiciário pela CF/88?
Administrativa e financeira.
De que forma os juízes poderão ser removidos ou colocados em disponibilidade involuntariamente (exceção à inamovibilidade)?
O ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa.
Qual a consequência aplicável ao juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal?
Não será promovido enquanto mantida a irregularidade, não podendo devolver os autos ao cartório sem o devido despacho ou decisão.
Em que hipótese a promoção do juiz será obrigatória?
É obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento.
Qual o pressuposto da promoção por merecimento?
A promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago
Na apuração de antiguidade, em que hipótese o tribunal poderá recusar o juiz mais antigo?
O tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de 2/3 (dois terços) de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação.
O STJ se submete ao quinto constitucional?
Não, uma vez que 1/3 das vagas é que serão destinadas a advogados e membros do MP.
Quais os requisitos para a constituição de órgão especial em tribunal? Qual a sua composição e de que forma são escolhidos os membros?
- Tribunal com número superior a 25 julgadores
- mínimo de 11 e o máximo de 25 membros
- metade das vagas por antigüidade
- outra metade por eleição pelo tribunal pleno
O magistrado titular deve residir na sede da comarca?
Sim, salvo autorização do tribunal (art. 93, CF/88).
De que forma serão apreciadas as sanções disciplinares no âmbito dos tribunais?
Serão motivadas e em sessão pública, sendo tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros (no caso das disciplinares).
De que forma se comporá e se dará a escolha dos integrantes do quinto nos Tribunais Regionais Federais, Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios?
- 1/5 das vagas dos referidos tribunais será composto:
- por membros do MP com mais de 10 anos de carreira
- advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional
- Os órgãos de representação do MP e da advocacia formarção listas sêxtuplas, encaminhando-as ao tribunal competente;
- O tribunal, por sua vez, formará listas tríplices, enviando-as ao chefe do Poder Executivo para a escolha de um de seus integrantes para nomeação nos 20 (vinte) dias subsequentes.
Constitui etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação do juiz em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados?
Sim.
As decisões administrativas dos tribunais serão tomadas em sessão pública?
Sim. Trata-se de previsão trazida pela EC 45/2004.
No que consiste a cláusula de reserva de plenário?
A cláusula de reserva de plenário é determinada pela CF/88, art. 97, ao definir a necessidade de maioria absoluta dos votos dos seus membros ou de órgão especial, para que os tribunais possam declarar a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos do Poder Público.
Em que hipótese a jurisprudência superior tem dispensado o procedimento previsto no art. 97 da CF (cláusula de reserva de plenário)?
Em atenção ao princípio da economia processual tem ocorrido a dispensa da obrigatoriedade do referido procedimento estabelecido pelo art. 97, na ocorrência de decisão já realizada sobre a matéria por órgão especial ou pleno do tribunal ou do STF.
Desse modo, desnecessária a repetição do rito para cada recurso apreciado pelo Tribunal se já houver ao menos uma anterior realizada na forma do art. 97 sobre aquele mesmo tema.
Qual o período de “quarentena” aplicável ao magistrado no que diz respeito ao exercício de advocacía no juízo ou tribunal do qual se afastou?
O juiz não poderá exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
O encaminhamento da proposta orçamentária no âmbito da União compete a qual ou quais tribunais?
No âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais.
O art. 97 da CF (reserva de plenário) atinge juizados de pequenas causas e juizados especiais?
Não, uma vez que não funcionam, na esfera recursal, sob regime de plenário ou de órgão especial (ARE 792.562 AgR, rel. min. Teori Zavascki, j. 18/3/2014, 2ª Turma).
A interpretação conforme a Constituição efetuada por determinado Tribunal está sujeita à observância do art. 97 da CF?
Sim. Apesar de parte da doutrina entender de forma contrária, a jurisprudência do STF tem decidido que a interpretação conforme a Constituição se trata de procedimento de controle de constitucionalidade.
O controle concentrado de constitucionalidade, no Brasil, é feito privativamente pelo Supremo Tribunal Federal?
Não. O controle de constitucionalidade concentrado também é realizado pelos Tribunais de Justiça em relação a leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
No sistema brasileiro, o controle repressivo de constitucionalidade é exercido exclusivamente pelo Poder Judiciário?
Não. O controle repressivo de constitucionalidade pode ser realizado excepcionalmente pelos Poderes Executivo e Legislativo nos seguintes casos:
-
Legislativo
- O Congresso Nacional pode sustar os atos do Poder Executivo que exorbitem os limites da delegação legislativa ou do poder regulamentar
- O Parlamento pode, ainda, rejeitar uma medida provisória que considere inconstitucional em determinados casos
-
Executivo
- O Chefe do Poder Executivo pode negar cumprimento a uma lei que considere inconstitucional.
Quais efeitos operará a resolução do Senado Federal que suspende a execução da lei ou ato normativo declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal?
Efeitos erga omnes e ex nunc.
De que forma o juiz de paz será escolhido?
Meidante voto direto, universal e secreto.