CIVIL Flashcards

1
Q

Quais são as classes sucessórias na sucessão legítima?

A

A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:

I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;

II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;

III - ao cônjuge sobrevivente;

IV - aos colaterais.

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2
Q

Como se partilham os bens na primeira classe na sucessão legítima?

A

Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.

Entre os descendentes, os em grau mais próximo excluem os mais remotos, salvo o direito de representação.

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3
Q

Como se partilham os bens na segunda classe classe na sucessão legítima?

A

Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau.

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4
Q

Como se partilham os bens na terceira classe classe na sucessão legítima?

A

Em falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro ao cônjuge sobrevivente.

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5
Q

Como se partilham os bens na quarta classe classe na sucessão legítima?

A

Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de irmãos.

Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar.

Não concorrendo à herança irmão bilateral, herdarão, em partes iguais, os unilaterais.

Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os tios.

§ 1o Se concorrerem à herança somente filhos de irmãos falecidos, herdarão por cabeça.

§ 2o Se concorrem filhos de irmãos bilaterais com filhos de irmãos unilaterais, cada um destes herdará a metade do que herdar cada um daqueles.

§ 3o Se todos forem filhos de irmãos bilaterais, ou todos de irmãos unilaterais, herdarão por igual.

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6
Q

Como se partilham os bens na sucessão entre companheiros?

A

STF JÁ RECONHECEU A INCONSTITUCIONALIDADE DESSE ARTIGO

A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes:

I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho;

II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles;

III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança;

IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.

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7
Q

Qual é a influência do parentesco nos impedimentos matrimoniais?

A

Não podem casar:

I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil (incesto);

II - os afins em linha reta (sogra e genro, padrasto e enteada)

III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;

IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive (irmãos, tios e sobrinhos);

V - o adotado com o filho do adotante;

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8
Q

Qual é a influência do parentesco no dever de prestar alimentos?

A

01) Na linha reta de parentesco, a obrigação não encontra limites;
02) O limite da obrigação alimentar entre parentes na linha colateral/transversal se dá no segundo grau.

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9
Q

Existe limite de parentesco em linha reta?

A

Não.

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10
Q

Existe limite de parentesco na linha colateral?

A

São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra. O limite do parentesco colateral/transversal é até o quarto grau.

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11
Q

Existe limite de parentesco por afinidade?

A

Sim. O limite de parentesco por afinidade é até o segundo grau.

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12
Q

Qual é a influência do parentesco na sucessão legítima para fins de delimitação dos herdeiros?

A

A sucessão legítima se limite ao quarto grau na linha colateral/transversal. São herdeiros os irmãos (colaterais de segundo grau); os tios e os sobrinhos (colaterais de terceiro grau); os primos, os tios-avós e os sobrinhos-netos (colaterais de quarto grau).

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13
Q

Qual é a influência do parentesco na caracterização do nepotismo?

A

A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

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14
Q

Qual é a influência do parentesco para fins de inelegibilidades?

A

São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

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15
Q

O que é a tutela?

A

É o encargo conferido a alguém para dar assistência, representar e administrar a pessoa e o patrimônio de uma criança ou adolescente, cujos pais são mortos, declarados ausentes por decisão judicial ou destituídos do poder familiar, com o escopo de garantir a sua proteção integral. O ímpeto é fazer cumprir as funções daqueles que estariam exercendo o poder familiar.

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16
Q

O que é a curatela?

A

É um encargo imposto a uma pessoa natural para cuidar e proteger uma pessoa maior de idade que não pode se autodeterminar patrimonialmente por conta de uma incapacidade. É uma forma de proteção a alguém que, embora maior de idade, não possui a plena capacidade jurídica.

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17
Q

O que é a tomada de decisão apoiada?

A

A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade.

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18
Q

Qual é a diferença entre indignidade e deserdação?

A

A indignidade e a deserdação são sanções civis aplicáveis àqueles que não se comportaram bem com o autor da herança. Indigno e deserdado são considerados incompatíveis com a herança.

01) A indignidade é ato reconhecido mediante uma ação de indignidade, prevista no art. 1.185 do Código Civil; A deserdação se manifesta por ato de vontade do autor da herança por meio do testamento, logo, somente o autor da herança pode deserdar;
02) Qualquer sucessor (seja herdeiro ou legatário) pode ser indigno; Somente o herdeiro necessário pode ser deserdado;
03) A indignidade é reconhecida por ato praticado antes ou depois da abertura da sucessão; A deserdação se dá por ato praticado antes da abertura da sucessão;
04) As causas de indignidade estão previstas no art. 1.814; As causas de deserdação são as mesmas de indignidade (art. 1.814) e também as previstas nos arts. 1.962 e 1.963.

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19
Q

Quais são as causas de indignidade?

A

São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários :

I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;

II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;

III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.

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20
Q

Quais são as causas de deserdação?

A

01) Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos descendentes por seus ascendentes :

I - ofensa física;

II - injúria grave;

III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto;

IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade.

02) Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos ascendentes pelos descendentes:

I - ofensa física;

II - injúria grave;

III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta;

IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade.

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21
Q

É necessário a concordância para alienar ou gravar de ônus real imóveis que pertençam a um só cônjuge?

A

Sim, haja vista que os frutos desse bem entram na comunhão.

MAS ATENÇÃO: Os cônjuges que optarem pelo regime de separação absoluta NÃO precisam da anuência do outro para a prática de determinados atos. Não há qualquer ponto de intersecção entre o patrimônio dos consortes, sendo despicienda a outorga uxória.

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22
Q

Como a teoria subjetiva de Savigny define a posse?

A

A posse seria o poder que a pessoa tem de dispor materialmente de uma coisa, com intenção de tê-la para si e defendê-la contra a intervenção de outrem. CORPUS + ANIMUS CORPUS: controle material da pessoa sobre a coisa; ANIMUS: elemento volitivo, que consiste na intenção do possuidor de exercer o direito como se proprietário fosse.

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23
Q

Como a teoria objetiva de Ihering define a posse?

A

A posse é o mero exercício da propriedade. A posse não é reconhecida como modelo jurídico autônomo, pois o possuidor seria aquele que concede destinação econômica à propriedade, isto é, visibilidade ao domínio. A posse é reconhecível externamente por sua destinação econômica, independentemente de qualquer manifestação volitiva do possuidor, sendo suficiente que ele proceda em relação à coisa como se comportaria o proprietário em relação ao que é seu.

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24
Q

Qual é a teoria da posse adotada pelo CC e qual a sua respectiva conceituação?

A

O Código Civil se filia a teoria objetiva, repetindo a nítida concessão à teoria subjetiva no tocante à usucapião como modo aquisitivo da propriedade que demanda o animus domini. A posse, pelo CC, se trata de uma situação fática na qual é exercida, de forma plena ou não, um dos poderes inerentes à propriedade (art. 1196).

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25
Q

Qual seria a natureza jurídica da posse para as teorias de Savigny e Ihering?

A

01) TEORIA SUBJETIVA: natureza jurídica dúplice – mera situação fática + efeitos de um direito pessoal (culminou na teoria eclética); fato + direito.
02) TEORIA OBJETIVA: : interesse reflexo à tutela da propriedade; a posse seria a condição econômica de utilização do direito de propriedade; serve ao direito de propriedade.

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26
Q

Como o conceito de função social da posse pode colaborar com a definição de sua natureza jurídica?

A

A posse não se configura somente quando o proprietário exerce o domínio ou quando alguém é autorizado pelo proprietário a ocupar situações jurídicas reais ou obrigacionais sobre o bem. A POSSE É UM DIREITO AUTÔNOMO À PROPRIEDADE, QUE REPRESENTA O EFETIVO APROVEITAMENTO ECONÔMICO DOS BENS PARA O ALCANCE DE INTERESSES SOCIAIS E EXISTENCIAIS MERECEDORES DE TUTELA.

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27
Q

Qual é a diferença entre posse justa e injusta; e de boa-fé e de má-fé?

A

01) POSSE JUSTA: De acordo com o art. 1200 do Código Civil “É justa a posse que não for violenta, clandestina, ou precária”. Assim, a posse justa será aquela adquirida de forma mansa e pacífica. Injusta = com emprego de força. Coação física ou moral. Ex: Sem terra. Clandestina = ocupa coisa de outro às escondidas, sem ser percebido, ocultando seu comportamento. Precária = relação de confiança. Decorre da relação de confiança, em que a pessoa tem a obrigação de restituir a coisa, mas se nega a fazê-lo. Ex: Comodato.
02) POSSE INJUSTA: Quando a sua aquisição de deu por meio de ato ilícito consistente em violência, clandestinidade e/ou precariedade.
03) POSSE DE BOA-FÉ: O possuidor de boa-fé ignora o vício, desconhecendo-o, mesmo agindo de forma diligente. Só persiste a boa-fé enquanto o possuidor não sabia e nem tinha como saber a respeito do vício da posse que ostenta, pois se este conhecimento estiver ao seu alcance (erro não escusável), a posse será de má-fé.
04) POSSE DE MÁ-FÉ: O possuidor de má-fé seria aquele que não só conhece o vício da posse, como também aquele que deveria conhecê-lo, em razão das circunstâncias. Erro inescusável. No exato momento em que cessa a boa-fé, em razão de que o possuidor passa a conhecer o vício que contamina a sua posse, cessam também os efeitos benéficos, tais como a percepção de frutos, a indenização por benfeitorias ou o direito de retenção. Mas atenção: a posse passa a ser qualificada de má-fé sem atingir os efeitos já constituídos (efeito ex nunc), razão pela qual não deve haver, por exemplo, a devolução dos frutos já percebidos ou desconstituição de situações já consolidadas.

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28
Q

O que é e quando há o convalescimento da posse?

A

Depois de cessar os atos de violência ou clandestinidade é que restará configurada a posse, vez que nosso código menciona, com todas as letras, que não se autoriza a aquisição da posse “os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade”. Intuitivo, pela redação do disposto no artigo 1.208, do CC/2002, que é possível convalescer aqueles vícios originários, relativizando o art. 1.203, também do CC/2002. Surge, portanto, o instituto do convalescimento da posse, também chamado de interversão ou transmutação da posse. Frise-se: a interversão significa a possibilidade de alterar o caráter inicial da posse, não obstante o artigo 1.203, do CC/2002 mencione que: “[s]alvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida”, trata-se de uma presunção juris tantum que admite prova em contrário. Segundo doutrina clássica, o convalescimento somente é possível nos casos de violência e clandestinidade. Não sendo admitido nos casos de precariedade. A posse que nasce do convalescimento da violência e da clandestinidade é uma posse injusta.

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29
Q

Qual é o prazo para abertura do inventário no novo cpc?

A

O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) meses, a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício ou a requerimento de parte.

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30
Q

O que são impedimentos matrimoniais?

A

Proibições decorrentes da lei de que determinadas pessoas possam casar. Proibição dirigida a uma pessoa em relação a outra determinada. Previsão taxativa no art. 1521.

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31
Q

Quais são os impedimentos matrimoniais?

A

Não podem casar:

I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;

II - os afins em linha reta;

III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;

IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;

V - o adotado com o filho do adotante;

VI - as pessoas casadas;

VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.

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32
Q

Qual é a diferença entre impedimento matrimonial e causa suspensiva do casamento?

A

Enquanto os impedimentos resultam numa interdição absoluta ao casamento, as causas suspensivas servem mais como recomendação. A violação de uma causa suspensiva não acarreta a invalidade do casamento. A única consequência é a imposição do regime de separação obrigatória ou legal dos bens no matrimônio, afastando a vontade dos nubentes neste particular devido à necessidade de proteger certas pessoas.

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33
Q

Quais são as causas suspensivas do casamento?

A

Não devem casar:

I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;

II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;

III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;

IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.

Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.

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34
Q

As causas suspensivas do casamento se aplicam à união estável?

A

Não.

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35
Q

O que é uma nulidade absoluta de casamento (casamento nulo)?

A

Invalidade absoluta ou casamento nulo – violação de preceitos de ordem pública; gravidade maior; o matrimônio nulo não produz qualquer efeito jurídico, podendo ser reconhecido por provocação de qualquer pessoa, inclusive ex officio pelo juízo; não convalida; não tem prazo decadencial ou prescricional.

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36
Q

Quais são as as hipóteses de casamento nulo?

A

ANTES DA REFORMA DO ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA: Duas únicas hipóteses de nulidade absoluta previstas no artigo 1548: I - pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil; II - por infringência de impedimento.

DEPOIS DA REFORMA DO ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA: II - por infringência de impedimento.

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37
Q

O que é uma nulidade relativa de casamento (invalidade relativa)?

A

Casamento anulável (invalidade relativa) – viola-se um interesse meramente privado, sendo vício menos grave; admite confirmação; produz regulares efeitos até que lhe sobrevenha decisão com o propósito de desconstituí-lo; somente pode ser arguido pelo interessado; tem prazo decadencial.

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38
Q

Quais são as causas de anulabilidade do casamento?

A

É anulável o casamento:

I - de quem não completou a idade mínima para casar;

II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;

III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;

IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;

V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;

VI - por incompetência da autoridade celebrante.

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39
Q

Não se anulará, por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez?

A

Certo.

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40
Q

Na cessão de crédito, como regra, o cedente responde pela solvência do devedor?

A

Não, salvo estipulação em contrário - caso da cessão de crédito pro solvendo, que se caracteriza quando o cedente se responsabiliza pela solvência do devedor. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais do que daquele recebeu do cessionário, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança.

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41
Q

Quando, excepcionalmente, será obrigatório aos cônjuges adotar o regime legal eleito pela lei civil?

A

A lei civil prevê um regime de bens obrigatório/legal para atender a específicas circunstâncias. Tal exigência decorre da necessidade de proteção de interesses que podem vir a ser prejudicados caso houvesse liberdade de escolha no regime de casamento.

É obrigatório o regime da separação legal de bens no casamento:

I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;

II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (doutrina diz ser inconst.)

III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. (doutrina diz ser desnecessário pela intervenção do MP).

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42
Q

É necessário o consentimento do cônjuge/outorga uxória também na união estável?

A

Divergência doutrinária; diz-se ser desnecessário, pois se trata de uma união de fato, ocasião em que o terceiro de boa-fé, por vezes, não poderá conhecer; exigir o consentimento do convivente ocasionaria uma extrema insegurança jurídica na pactuação de negócios jurídicos; eventual discordância e prejuízo ocasionado pelo ato de um convivente deve ser resolvida no campo da responsabilidade civil comum, a não ser que haja um contrato de união estável registrado por instrumento público.

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43
Q

Quais bens entram na comunhão na comunhão parcial?

A

Entram na comunhão:

I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;

II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;

III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;

IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;

V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.

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44
Q

Quais bens se excluem da comunhão na comunhão parcial?

A

I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;

II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;

III - as obrigações anteriores ao casamento;

IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;

V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;

VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;

VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.

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45
Q

Quais bens se excluem da comunhão na comunhão universal de bens?

A

A comunhão universal de bens não é absoluta, havendo temperamento legal. São excluídos da comunhão:

I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;

II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva;

III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum;

IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade;

V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659 (V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes)

Estes bens separados da massa comum são excepcionais, uma vez que os bens comuns são a regra.

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46
Q

A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a nulidade total da garantia?

A

Não, apenas a ineficácia.

Súmula 332 do STJ: a fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia total da garantia.

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47
Q

Quais atos dependem de outorga uxória?

A

Ressalvado o disposto no art. 1.648 (suprimento judicial), nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:

I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;

II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;

III - prestar fiança ou aval;

IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.

Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.

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48
Q

O que a EC 66/2010 concretizou?

A

Veio dar efetividade à tal exigência da dignidade da pessoa humana. Influência do direito germânico (BGB – existência de um direito material ao divórcio, tendo como única causa o fracasso da união conjugal). Possibilidade de dissolução do casamento independentemente de lapso temporal e de indagações sobre outras causas. Revogou todo e qualquer disposição legislativa em sentido contrário que fosse empecilho ao divórcio. Extinção da separação. Superação dos prazos mínimos para o divórcio. Impossibilidade de discussão da causa da dissolução nupcial (inclusive a culpa, que não é mais debatida na ação de divórcio).

Implementou um sistema unificado de dissolução do casamento. Superação do sistema dualista (separação-divórcio). Substituição do princípio da culpa no casamento pelo princípio da ruptura. Não é razoável a manutenção de uma providência que mantém vinculados os cônjuges quando já ausente a base afetiva de sustentação da relação, somente pela falta de comprovação, no caso concreto, de causa legal para o divórcio.

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49
Q

A escritura do divórcio consensual depende de homologação judicial?

A

Não, a escritura do divórcio consensual não depende de homologação judicial e constitui título hábil para o registro civil e o registro de imóveis.

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50
Q

Quais são os conceitos parcelares da boa-fé objetiva?

A
  1. SUPRESSIO
  2. SURRECTIO
  3. VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM
  4. TU QUO QUE
  5. DUTY TO MITIGATE THE LOS
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51
Q

O que é supressio?

A

Supressio é um termo português para o que os alemães chamam de Verwirkung. Significa a redução do conteúdo obrigacional mediante o fenômeno pelo qual um direito não mais pode ser exercido, posto que não usufruído por determinado período de tempo e a intenção de exercê-lo contrariaria a boa-fé (expectativa) da relação jurídica estabelecida. Assim, considera-se ocorrida a supressio quando determinadas relações jurídicas deixam de ser observadas com o passar do tempo e, em decorrência, surge para a outra parte a expectativa de que aquele(a) direito/obrigação originariamente acertado(a) não será exercido/cobrada na sua forma original. Isto é, a supressio consiste no fenômeno da supressão de determinadas relações jurídicas pelo decurso do tempo. (grifo nosso). Significa a redução de um conteúdo obrigacional em razão de uma inércia prolongada.

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52
Q

O que é surrectio?

A

Para a doutrina alemã, Surrectio é erwirkung e consiste exatamente no fenômeno inverso ao da supressio, haja vista decorrer da ampliação do conteúdo obrigacional mediante surgimento de prática de usos e costumes locais. Na surrectio, a atitude de uma parte faz surgir para a outra um direito não pactuado. Nas lições de Rosenvald (2005), surrectio é o exercício continuado de uma situação jurídica em contradição ao que foi convencionado ou ao ordenamento jurídico, de modo a implicar nova fonte de direito subjetivo, estabilizando-se para o futuro. A doutrina tem exigido a conjugação de três requisitos para a ocorrência da surrectio, como advertem Rocha e Cordeiro, apud MEZZOMO: Exige-se um certo lapso de tempo, por excelência variável, durante o qual se atua uma situação jurídica em tudo semelhante ao direito subjetivo que vai surgir; requer-se uma conjunção objectiva de factores que concitem, em nome do Direito, a constituição do novo direito; impõe-se a ausência de previsões negativas que impeçam a surrectio. Significa a ampliação de um conteúdo obrigacional em razão de uma inércia prolongada.

Analisando-se os conceitos de supressio e surrectio, pode-se concluir que tais institutos consagram formas de perda e aquisição de direito pelo decurso do tempo, sem que, com isso, não possa a surrectio vir desacompanhada da supressio.

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53
Q

O que é venire contra factum proprium?

A

Significa a proibição de comportamentos contraditórios. Existem, portanto quatro elementos para a caracterização do venire: comportamento, geração de expectativa, investimento na expectativa gerada e comportamento contraditório. Nos dizeres de Anderson Schreiber, a tutela da confiança atribui ao venire um conteúdo substancial, no sentido de que deixa de se tratar de uma proibição à incoerência por si só, para se tornar um princípio de proibição à ruptura da confiança, por meio da incoerência. Em suma, segundo o autor fluminense, o fundamento da vedação do comportamento contraditório é, justamente, a tutela da confiança, que mantém relação íntima com a boa-fé objetiva.

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54
Q

O que é tu quoque?

A

Não é possível exigir o adimplemento da outra parte sem antes cumprir a sua obrigação. Essa figura parcelar do direito civil, decorrente da boa-fé objetiva, tem sido utilizada na prática em questões contratuais, como por exemplo: quando nenhuma das partes cumprem com a obrigação estipulada, e depois uma delas aciona a outra judicialmente para cumprir. O fato de um cobrar o outro sem ter cumprido com a própria obrigação caracteriza ato abusivo, ilícito, vedado pelo art. 187 CC – segundo o qual todo aquele que ao exercer o seu direito extrapolar os limites, prática ato ilícito. Dentre as modalidades dos atos ilícitos, insere-se o “tu quoque”.

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55
Q

O que é duty to mitigate the loss?

A

Significa que o credor tem que mitigar o seu próprio prejuízo, não podendo permanecer deliberadamente inerte diante do dano.

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56
Q

Existe limitação para o parentesco colateral?

A

Sim, pessoas ligadas até o quarto grau (relação entre primos e o tio-avô com o sobrinho-neto).

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57
Q

Os alimentos só podem ser cobrados entre colaterais até qual grau?

A

Segundo grau (irmãos).

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58
Q

Qual é o limite do parentesco por afinidade?

A

Na linha colateral, o parentesco por afinidade não passa do segundo grau – existe apenas entre os irmãos do cônjuge ou companheiro (cunhados).

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59
Q

Em qual momento a proposta deixa de ser obrigatória?

A
  1. FEITA SEM PRAZO PESSOA PRESENTE; NÃO É IMEDIATAMENTE ACEITA (TELEFONE PRESUME PRESENÇA);
  2. FEITA SEM PRAZO A PESSOA AUSENTE; TIVER DECORRIDO TEMPO SUFICIENTE PARA CHEGAR A RESPOSTA;
  3. FEITA COM PRAZO A PESSOA AUSENTE; ESGOTAR O PRAZO SEM RESPOSTA;
  4. O PROPONENTE SE RETRATAR ANTES OU SIMULTANEAMENTE AO CONHECIMENTO DA PROPOSTA POR PARTE DO SOLICITADO.
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60
Q

O que é a posse do estado de filho?

A

A filiação não decorre apenas dos vínculos biológicos, podendo também decorrer da vivência cotidiana por aquelas pessoas que, ainda que não sejam geneticamente descendentes, sentem-se como tal, querendo umas e outras serem pais e filhos reciprocamente. É o que se convencionou chamar de posse do estado de filho.

Para a sua concretização são necessários três elementos:

01) UTILIZAÇÃO DO NOME DE FAMÍLIA;
02) TRATAMENTO DE FILHO;
03) FAMA/REPUTAÇÃO.

O objetivo da posse do estado de filho é exatamente provar a existência de uma relação filiatória, como sucedâneo do registro civil de nascimento, permitindo que o filho que, embora não registrado pelo seu pai, convive com ele com todos os elementos característicos de um vínculo de filiação, sendo tratado por ele, pública e notoriamente, como filho. A prova da filiação pode decorrer – e isso acontece muito! – da reciprocidade de tratamento afetivo entre determinadas pessoas, comportando-se como pais e filhos e se apresentando à sociedade como tal. O papel da posse do estado de filho é conferir juridicidade a uma realidade social, pessoa e afetiva induvidosa.

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61
Q

Quando há presunção de filiação de acordo com o CC?

A

Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:

I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal;

II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento;

III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;

IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga;

V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.

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62
Q

A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor?

A

De acordo com o CC, sim. A responsabilidade pelas dívidas do morto compete à herança ou espólio (herança objeto de inventário). Isso significa que a responsabilidade será, em um primeiro momento, do espólio, pois a herança, antes da partilha é um todo uno e indiviso.

MAS O STJ POSSUI PRECEDENTE EM SENTIDO DIVERSO:

“Extingue-se, com o óbito do alimentante, a obrigação de prestar alimentos a sua ex-companheira decorrente de acordo celebrado em razão do encerramento da união estável, transmitindo-se ao espólio apenas a responsabilidade pelo pagamento dos débitos alimentares que porventura não tenham sido quitados pelo devedor em vida (art. 1.700 do CC). Observado que os alimentos pagos pelo de cujus à sua ex-companheira decorrem de acordo celebrado no momento do encerramento da união estável, a referida obrigação, de natureza personalíssima, extingue-se com o óbito do alimentante, cabendo ao espólio pagar tão somente eventuais débitos não quitados pelo devedor quando em vida. STJ. 2ª Seção. REsp 1.354.693-SP, Rel. originário Min. Maria Isabel Gallotti, voto vencedor Min. Nancy Andrighi, Rel. para acórdão Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 26/11/2014 (Info 555).”

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63
Q

Quais são os requisitos para admitir-se a revisão judicial dos contratos?

A

Na doutrina de Maria Helena Diniz, para se admitir a ocorrência da revisão judicial do contrato é necessário analisar a ocorrência do seguinte:

01) Vigência de um contrato comutativo de execução continuada;
02) Alteração radical das condições econômicas no momento da execução;
03) Onerosidade excessiva para um dos contratantes e benefício exagerado para o outro;
04) Imprevisibilidade e extraordinariedade daquela modificação (fora do curso habitual das coisas).

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64
Q

A desconsideração da personalidade jurídico para execução da obrigação alimentar segue a teoria maior?

A

Sim. Vincula-se ao artigo 50 do CC (teoria maior). Depende da existência de um ato irregular, da comprovação do desvio de finalidade ou da confusão patrimonial como consequência deste ato e o requerimento da parte interessada (ou MP). É também admitida a desconsideração inversa.

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65
Q

Qual é o prazo limite da prisão civil por alimentos?

A

Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.

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66
Q

Quais são os prazos decadenciais para reclamar por vícios aparentes (redibitórios por equiparação)?

A
  1. VÍCIOS APARENTES (REDIBITÓRIOS POR EQUIPARAÇÃO) :
    a) BENS MÓVEIS: 30 dias.
    b) BENS IMÓVEIS: 1 ano.

Em regra, esses prazos são contados a partir da ENTREGA EFETIVA DA COISA. Porém, serão REDUZIDOS PELA METADE se o adquirente já estava na posse do bem.

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67
Q

Quais são os prazos decadenciais para reclamar por vícios redibitórios?

A
  1. VÍCIOS REDIBITÓRIOS DE FATO (OCULTOS)
    a) BENS MÓVEIS: 180 dias.
    b) BENS IMÓVEIS: 1 ano.

Devem ser contados a partir do CONHECIMENTO DO VÍCIO

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68
Q

A fração do patrimônio destinado à instituição do bem de família voluntário não pode ultrapassar qual montante?

A

A fração do patrimônio destinado à instituição do bem de família voluntário não pode ultrapassar o montante de 1/3 do patrimônio líquido do instituidor, existente ao tempo da instituição.

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69
Q

Há extinção do bem de família voluntário pela dissolução da entidade familiar?

A

Não. Durará enquanto tiver vida um dos cônjuges ou, na falta deles, até a maioridade civil da prole.

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70
Q

Quais são as exceções à impenhorabilidade do bem de família legal?

A

Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:

I - (Revogado pela Lei Complementar nº 150, de 2015) (CRÉDITOS TRABALHISTAS)

II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;

III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida; (Redação dada pela Lei nº 13.144 de 2015)

IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar;

V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar;

VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.

VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.

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71
Q

A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis constitui bem de família para efeito de penhora?

A

Não. Súmula 449/STJ.

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72
Q

A representação do tutor é plena e ilimitada?

A

Não. A representação do tutor não é plena e ilimitada, dizendo respeito, tão somente, a alguns atos patrimoniais, excepcionados alguns atos para os quais se exige autorização judicial, como, por exemplo, alienação ou oneração de bens pertencentes ao tutelado. A tutela não tem o mesmo alcance do poder familiar, até porque pode lhe faltar o envolvimento afetivo decorrente da relação paterno-filial. Tutor não é pai. É um encargo imposta a um terceiro, preferencialmente recaindo sobre uma pessoa integrante da família ampliada da criança ou do adolescente.

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73
Q

Quando haverá responsabilidade civil decorrente da inexecução involuntária do contrato?

A

Só haverá responsabilidade por tais eventos nas seguintes situações:

  1. DEVEDOR ESTAVA EM MORA, EXCETO SE PROVAR A AUSÊNCIA DE CULPA NA MORA OU QUE A PERDA DO OBJETO DA OBRIGAÇÃO OCORRERIA INDEPENDENTEMENTE DO
    CUMPRIMENTO DA SUA PRESTAÇÃO (
  2. CLÁUSULA DE ASSUNÇÃO CONVENCIONAL: A PARTE SE RESPONSABILIZA PELA OCORRÊNCIA DESSES EVENTOS
  3. EXPRESSA PREVISAO LEGAL DE RESPONSABILIZAÇÃO (EX. COMODATO)
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74
Q

O que é a exceptio non adimpleti contractus?

A

A exceptio non adimpleti contractus ou exceção do contrato não cumprido, disciplinada pelos arts. 476 e 477 do Código Civil de 2002, se refere à possibilidade de o devedor escusar-se da prestação da obrigação contratual, por não ter o outro contratante cumprido com aquilo que lhe competia.

Ou exceção do contrato não cumprido. É a defesa pela qual o contratante justifica que não cumpriu suas obrigações em razão de a outra parte também não as tê-las cumprido (ex.: A, que não efetuou o pagamento, move em face de B ação de adjudicação compulsória, exigindo a escritura pública. B alega em preliminar a exceptio non adimpleti contractus).

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75
Q

O que é a exceptio non rite adimpleti contractus?

A

Por outro lado, o contratante que estiver diante de um cumprimento parcial ou insatisfatório de uma obrigação, poderá invocar a exceptio non rite adimpleti contractus. Também a existência de vício redibitório pode ensejar a oposição dessa exceptio. A respeito do tema, esclarece Miguel Maria de Serpa Lopes que, na exceptio non rite adimpleti contractus, “não mais se cogita de uma execução tardia, senão de uma prestação que se executa mal, com deficiências, seja porque a coisa que lhe forma o objeto se encontra contaminada de um vício prejudicial à sua utilização econômica ou seja pela razão de não se encontrar em conformidade com os termos previstos no contrato … a exceptio non rite adimpleti contractus não passa de uma outra face do instituto da exceptio non adimpleti contractus, do qual substancialmente não difere, considerando-se o alargamento que a Doutrina e a Jurisprudência tem introduzido”

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76
Q

Quais são as modalidades de tutela?

A

Pode ser: documental, testamentária, legítima ou dativa.

Documental – os pais, sozinhos ou conjuntamente, através de instrumento público ou particular, indicam a pessoa habilitada a servir como tutor dos filhos
menores. A autenticidade tem que ser clara. A nomeação é livre e poderá recair sobre algum parente ou mesmo sobre uma pessoa estranha ao núcleo familiar, desde que idônea e de conduta ilibada.

Testamentária – via testamento/codicilo. Cada pai/mãe insere a cláusula em seu testamento. A nomeação é livre e poderá recair sobre algum parente ou mesmo sobre uma pessoa estranha ao núcleo familiar, desde que idônea e de conduta ilibada.

Legítima/Legal – deferida por força de lei; ausência de nomeação de tutor pelos pais; nesse caso, o tutor é escolhido entre os parentes (preservação da convivência familiar); Em falta de tutor nomeado pelos pais incumbe a tutela aos parentes consangüíneos do menor, por esta ordem:
I - aos ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais remoto;
II - aos colaterais até o terceiro grau, preferindo os mais próximos aos mais remotos, e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais moços; em qualquer dos casos, o juiz escolherá entre eles o mais apto a exercer a tutela em benefício do menor.

Dativa – decorre de deliberação judicial, após ouvido o Ministério Público, valendo-se da assistência de profissionais das ciências correlatas (psicólogo, assistente social, etc.). Somente tem cabimento na falta de tutor testamentário ou legítimo ou quando estes forem excluídos ou escusados da tutela ou, por derradeiro, quando forem removidos não serem idôneos; também será dativa quando se tratar de menor em situação de abandono, com ameaça ou violação de seus direitos.

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77
Q

O ordenamento reconhece a determinadas pessoas a possibilidade de se escusar do exercício do múnus da tutela? Quais são elas?

A

Escusas fundadas na vontade daquele a quem incumbiria o exercício da tutoria.
Podem escusar-se da tutela:

I - mulheres casadas;

II - maiores de sessenta anos;

III - aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos;

IV - os impossibilitados por enfermidade;

V - aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela;

VI - aqueles que já exercerem tutela ou curatela;

VII - militares em serviço.

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78
Q

Quando a ação de tutela tramitará na Vara da Infância e Juventude?

A

Havendo situação de risco, a competência será da VIJ. Não havendo, será da VF.

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79
Q

O exercício da tutela permite ao tutelado aplicar as penalidades pedagógicas condizentes com os encargos da criação?

A

Sim. Somente havendo situação diferenciada é que deve o tutor reclamar providências específicas do juiz.

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80
Q

Quais atos do tutor dependem de autorização do juiz?

A

Compete também ao tutor, com autorização do juiz:

I - pagar as dívidas do menor;

II - aceitar por ele heranças, legados ou doações, ainda que com encargos;

III - transigir;

IV - vender-lhe os bens móveis, cuja conservação não convier, e os imóveis nos casos em que for permitido;

V - propor em juízo as ações, ou nelas assistir o menor, e promover todas as diligências a bem deste, assim como defendê-lo nos pleitos contra ele movidos.

Parágrafo único. No caso de falta de autorização, a eficácia de ato do tutor depende da aprovação ulterior do juiz.

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81
Q

Com qual periodicidade o tutor deve prestar contas?

A

Deve ser apresentada obrigatoriamente de 2 em 2 anos; quando cessar o exercício da tutela; toda vez que o juiz entender conveniente. Exige-se também, ao final de cada ano, um balanço patrimonial/contábil dos bens do tutelado. MP deve fiscalizar e exigir a prestação de contas.

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82
Q

Quem está sujeito à curatela?

A

MODIFICAÇÕES RECENTES NO CC

Estão sujeitos a curatela:

I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

II - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

IV - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

V - os pródigos.

Resume-se no estudo das incapacidades civis.

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83
Q

A sentença que declara a interdição produz efeitos apenas depois do trânsito em julgado?

A

Não. A sentença que declara a interdição produz efeitos desde logo, embora sujeita a recurso.

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84
Q

Quando haverá responsabilidade civil objetiva, de acordo com o CC?

A

Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

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85
Q

Quando o incapaz responderá pelos prejuízos que causar?

A

Somente quando as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.

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86
Q

Quando o terceiro poderá ser responsabilizado civilmente?

A

São também responsáveis pela reparação civil:

I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;

II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;

III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;

IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;

V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.

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87
Q

A responsabilidade civil é sempre independente da criminal?

A

Em regra, sim, mas não se pode questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.

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88
Q

O que é o droit de saisine?

A

Regramento fundamental consta do art. 1.784 do Código Civil, pelo qual, aberta a sucessão – o que ocorre com a morte da pessoa –, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários. Trata-se do droit de saisine – uma das regras fundamentais do Direito das Sucessões. Prega que, com o óbito do hereditando, seus herdeiros recebem por efeito direto da lei (son saisis de plein droit), as suas obrigações, a sua propriedade de coisas móveis e imóveis e os seus direitos. Adotado está o princípio da saisine, o direito de saisina, ou da investidura legal na herança, que erradia efeitos jurídicos a partir do óbito do de cujus.

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89
Q

O que é a legítima e qual a razão de sua existência?

A

Constitui-se de metade dos bens da herança. Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão, conforme o art. 1.847 do Código Civil. A proteção de legítima remonta ao Direito Romano, que já reconhecia a figura dos herdeiros necessários. A manutenção da legítima se deve aos imperativos do mínimo existencial/patrimônio mínimo.

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90
Q

Quais as modalidades de fecundação artificial e quais os seus efeitos jurídicos?

A

01) HOMÓLOGA: a fecundação artificial homóloga é aquela em que é usado somente o material biológico dos pais - pacientes das técnicas de reprodução assistida. Não há a doação por terceiro de material biológico (espermatozoide, óvulo ou embrião).
02) HETERÓLOGA: a reprodução assistida heteróloga se dá quando há a doação por terceiro anônimo de material biológico ou há a doação de embrião por casal anônimo.

O Código Civil se limita a tratar da presunção de paternidade (presunção pater is est) na reprodução assistida homóloga, aplicável tal presunção no casamento e também na união estável, mesmo porque é inequívoco que os companheiros podem se valer de tal técnica de reprodução. Conforme o art. 1597 do CC: presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido; IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga.

A reprodução assistida heteróloga é espécie de filiação socioafetiva.

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91
Q

Quando ocorre a chamada desapropriação judicial indireta?

A

O proprietário poderá ser privado da coisa se o imóvel reinvindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante. Desapropriação por interesse social.

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92
Q

Quais são as quatro hipóteses de detenção previstas pelo CC?

A

1 - Fâmulo da posse (art. 1198);

  1. Atos de permissão e tolerância (art. 1208);
  2. Atos de violência e clandestinidade (art. 1208);
  3. Atuação em bens públicos de uso comum do povo ou de uso especial (art. 100).
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93
Q

A quais tipos de frutos o possuidor de boa-fé tem direito?

A

Tem direito aos frutos percebidos/colhidos (os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia), enquanto não cessar a boa-fé (citação/interpelação judicial).

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94
Q

O possuidor de boa-fé tem direito à indenização em quais espécies de benfeitorias?

A

O possuidor de boa-fé tem direito à indenização sobre as benfeitorias necessárias e úteis; quanto às voluptuárias, não desejando o proprietário pagá- las, podem ser levantadas quando possível

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95
Q

O possuidor de má-fé tem direito à indenização em quais espécies de benfeitorias?

A

O possuidor de má-fé tem direito à indenização sobre as benfeitorias necessárias. As benfeitorias úteis e voluptuárias não serão indenizadas.

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96
Q

Quem são os herdeiros necessários?

A

São herdeiros necessários, segundo o art. 1.845 do CC/2002, os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.

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97
Q

Qual é a formalidade necessária para a cessão de direitos hereditários?

A

Como importante restrição a tal cessão de direitos hereditários, exige-se a formalidade da escritura pública que, se não preenchida, gerará a nulidade absoluta do ato, por desrespeito à forma e à solenidade. Ademais, tratando-se de bens imóveis, além da escritura pública, faz-se necessário o registro do ato, sob pena de sua ineficácia perante terceiros ou erga omnes.

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98
Q

O que significa a máxima “intra vires hereditatis”?

A

O art. 1.792 do Código Civil, a exemplo do seu antecessor, consagra a máxima sucessória intra vires hereditatis, estabelecendo que o herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança. Ao herdeiro cabe o ônus de provar o excesso, salvo se houver inventário que a escuse ou afaste, demonstrando o valor dos bens herdados. A responsabilidade, em casos tais, deve ser proporcional à quota de cada herdeiro, não se cogitando a solidariedade entre os sucessores, que não é imposta pela norma jurídica.

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99
Q

Qual é a diferença entre herança jacente e vacante?

A

Segundo disposição do art. 1.819 do Código Civil, a herança é jacente quando alguém falece sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido quando da abertura da sucessão, a qual ocorre no momento da morte do “de cujus”, segundo o princípio do saisine. Neste caso, os bens devem ser arrecadados e colocados sob a guarda e administração de um curador até a entrega ao sucessor devidamente habilitado ou até a declaração de vacância da herança. Uma vez declarada vacante a herança, o que ocorre “após o decurso de cinco anos, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados em território federal”, consoante inteligência do art. 1.822, CC. Assim, para que a herança seja declarada vacante, necessariamente deverá ter sido jacente em primeiro lugar. Contudo, a recíproca não é verdadeira, pois poderão ser encontrados herdeiros legalmente habilitados.

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100
Q

No caso da herança vacante, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio definitivo do Município ou do Distrito Federal?

A

Correto. Com a declaração da vacância o Estado tem apenas a propriedade resolúvel dos bens. A propriedade passa a ser definitiva apenas cinco anos após a abertura da sucessão, não havendo a habilitação de qualquer herdeiro.

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101
Q

Quem são as pessoas não podem ser nomeadas como herdeiras ou legatárias, não possuindo legitimação sucessória?

A

01) a pessoa que, a rogo – a pedido –, escreveu o testamento, o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e irmãos;
02) testemunhas do testamento, proibição que tem o mesmo fundamento da norma anterior;
03) não pode ser nomeado, como herdeiro ou legatário, o concubino do testador casado, salvo se este (o testador casado), sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de cinco anos; vedação da herança testamentária à amante; não abrange a disposição feita pelo testador solteiro, separado judicial ou extrajudicialmente, divorciado ou viúvo; duvidosa constitucionalidade;
04) não será nomeado, como herdeiro ou legatário, o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o que fizer ou aprovar o testamento.

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102
Q

O que é a delação hereditária ou devolução sucessória?

A

Segundo a doutrina, vem a ser o período que separa ou medeia a abertura sucessória, pela morte, e a aceitação ou a renúncia à herança. Além da morte, que gera a transmissão imediata da herança aos sucessores por força do droit de saisine, entram em cena outras duas categorias que são primordiais ao Direito das Sucessões, quais sejam a aceitação e a renúncia à herança.

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103
Q

A aceitação da herança pode ser tácita?

A

Sim. Ela pode ser:

01) Expressa - realizada por declaração escrita do herdeiro, por meio de instrumento público, particular ou por uma manifestação clara e inequívoca no processo de inventário, seja ele judicial ou extrajudicial;
02) Tácita - aquela tão somente de atos próprios da qualidade de herdeiro, ou seja, do seu comportamento inequívoco como tal; não significam a aceitação tácita de herança os atos oficiosos, como o funeral do finado, os meramente conservatórios, ou os de administração e guarda provisória de bens. Todavia se a administração e a guarda forem efetivadas com claro intuito definitivo, demonstrando a parte o querer ser herdeiro, a aceitação tácita estará presente, o que comporta análise caso a caso. Não importa igualmente em aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança, aos demais coerdeiros, o que é hipótese de renúncia abdicativa ou translativa;
03) Presumida - o interessado, em que o herdeiro declare se aceita ou não a herança, poderá, 20 dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz do inventário prazo razoável, não maior de 30 dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro. Isso, sob pena de haver a herança por aceita. Nota-se que a parte final do dispositivo consagra exceção à regra da teoria geral do Direito Civil pela qual quem cala não consente. O prazo não se aplica à renúncia, que deve sempre ser expressa.

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104
Q

A renúncia deve ser sempre expressa, constando de instrumento público ou termo judicial?

A

Sim. Não se admite a renúncia tática, presumida ou verbal; muito menos que o ato seja feito por instrumento particular, mesmo que com assinaturas com firmas reconhecidas. O desrespeito a essa regra importa em nulidade absoluta do ato, por desrespeito à forma e à solenidade, nos termos do art. 166, incisos IV e V, do Código Civil.

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105
Q

Quais são as modalidades de renúncia à herança?

A

01) Renúncia abdicativa – aquela em que o herdeiro diz simplesmente que não quer a herança, havendo uma cessão simples a todos os coerdeiros, o que equivale a uma renúncia pura. Em casos tais, não há incidência de Imposto de Transmissão Inter Vivos contra o renunciante, mas apenas do Imposto de Transmissão Causa Mortis por aquele que recebe os bens renunciados;
02) Renúncia translativa – aquela quando o herdeiro cede os seus direitos a favor de determinada pessoa. Por isso é denominada como renúncia in favorem. Como há um negócio jurídico de transmissão gratuita, incide o Imposto de Transmissão Inter Vivos, conforme entende a jurisprudência, o que se impõe ao renunciante, que faz verdadeiro ato de doação.

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106
Q

A aceitação e a renúncia são revogáveis?

A

Não, considera a lei que ambos os atos jurídicos são totalmente irrevogáveis. Uma vez herdeiro, sempre herdeiro ou semel heres semper heres.

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107
Q

Qual é a diferença fundamental entre a indignidade sucessória e a deserdação?

A

A diferença inicial fundamental entre a exclusão por indignidade sucessória e a deserdação é que, no primeiro caso, o isolamento sucessório se dá por simples incidência da norma e por decisão judicial, o que pode atingir qualquer herdeiro, legítimo ou testamentário, necessário ou facultativo (art. 1.815 do CC). Por isso, pode-se afirmar que a indignidade é matéria tanto de sucessão legítima quanto testamentária. Diante da existência do ato de última vontade é que a deserdação é tratada pelo Código Civil Brasileiro de 2002 no capítulo próprio da sucessão testamentária, interessando apenas à última modalidade de sucessão.

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108
Q

O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se no prazo decadencial de quatro anos, contados da abertura da sucessão?

A

Sim.

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109
Q

Quais são os requisitos da deserdação?

A

São seus requisitos, segundo a doutrina de ontem e de hoje:

a) existência de herdeiros necessários;
b) testamento válido;
c) declaração de causa.

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110
Q

Quais são as hipóteses legais de indignidade?

A

São considerados herdeiros indignos, nos termos do art. 1.814 do CC:

01) Os herdeiros que tiverem sido autores, coautores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;
02) Os herdeiros que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
03) Os herdeiros que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.

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111
Q

Quais são as hipóteses legais de deserdação?

A

Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos descendentes por seus ascendentes, e vice-versa, os fatos seguintes:

01) A prática de ofensa física entre tais pessoas – sendo a lei mais branda, pois não exige expressamente o crime contra a honra, como ocorre na indignidade. Pode ser o caso até de uma ofensa leve praticada pelo deserdado;
02) A injúria grave entre descendentes e ascendentes – não é qualquer ofensa que gera a deserdação, “de mister que ela seja grave, intolerável, assinalada pela presença do animus injuriandi. A gravidade represente requisito sine qua non para que se caracterize mencionada causa de exclusão, confiando-se-lhe a aferição ao prudente arbítrio do juiz”;
03) As relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto, bem como as relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou do neto, o que também vale para a filha ou neta – como relações ilícitas, a doutrina entende as práticas de atos sexuais e envolvimentos afetivos entre as pessoas elencadas, tidos como adúlteros – no sentido de infidelidades – ou incestuosos;
04) O desamparo praticado entre essas pessoas, havendo alienação mental ou grave enfermidade – o desamparo deve ser entendido tanto no aspecto material quanto afetivo, comportando, como sempre, análise casuística.

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112
Q

Na deserdação há um ato de última vontade que afasta herdeiro necessário, sendo imprescindível, também, a confirmação por sentença judicial?

A

Sim.

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113
Q

Com relação aos crimes que implicam no reconhecimento da indignidade, tem-se que como dispensável o trânsito em julgado da sentença penal condenatória?

A

Errado, há necessidade do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Ademais, essa sentença penal condenatória, por si só, não tem o condão de excluir o herdeiro, sendo necessária a ação de indignidade tratada no antes citado art. 1.815 do Código Civil. Imprescindível será o pronunciamento da indignidade por sentença proferida em ação ordinária (por ser matéria de alta indagação), movida, dentro do prazo decadencial de quatro anos, contado da abertura da sucessão.

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114
Q

O Código Civil de 2002, ao tratar da deserdação, expressa a possibilidade de exclusão do cônjuge?

A

Não. Divergência doutrinária. Trata-se de mais um cochilo do legislador, que não passou a limpo a revisão de todo o Código Civil após a última inserção. Adiante-se que o debate concerne apenas ao cônjuge, e não ao companheiro, pois o último não é herdeiro necessário pela vigente Lei Civil. Este autor, na esteira do que consta desde a primeira edição desta obra, filia-se à posição que admite a deserdação do cônjuge, por se tratar de herdeiro necessário. Todavia, entendemos que as hipóteses acima listadas ao cônjuge não se aplicam, pois são normas restritivas de direitos, que não admitem analogia. Em suma, ao cônjuge somente subsumem-se as situações tratadas pelo art. 1.814 do CC/2002, podendo ele ser deserdado em casos tais.

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115
Q

Quais os requisitos da usucapião extraordinária?

A

TEMPO: 15 (posse simples) ou 10 (posse com moradia ou serviços de caráter produtivo).

POSSE MANSA E PACÍFICA: exercício ininterrupto e sem oposição (judicial - devido processo legal).

ANIMUS DOMINI: dispensa justo título e boa-fé, bastando a vontade de ser proprietário.

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116
Q

Quais os requisitos da usucapião ordinária?

A

TEMPO: 10 (posse simples) ou 5 (cancelado o registro da aquisição; moradia e/ou investimentos de interesse social e econômico).

JUSTO TÍTULO: instrumento que faz com que o possuidor acredite ser proprietário; não transfere a propriedade em razão de algum defeito.

BOA-FÉ: estado subjetivo de ignorância do possuidor quanto ao vício ou obstáculo que lhe impede a aquisição da coisa.

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117
Q

Quais os requisitos da usucapião especial urbana?

A

TEMPO: 5 anos

TIPO DE PROPRIEDADE: área urbana de até 250m2

UTILIZAÇÃO PARA MORADIA

USUCAPIENTE NÃO PROPRIETÁRIO DE OUTRO IMÓVEL NO PERÍODO AQUISITIVO

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118
Q

Quais os requisitos da usucapião urbana coletiva?

A

ALTERAÇÃO PROMOVIDA PELA LEI N. 13.465/17 NO ESTATUTO DA CIDADE - LEI DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Os núcleos urbanos informais existentes sem oposição há mais de cinco anos e cuja área total dividida pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados por possuidor são suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.

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119
Q

Quais os requisitos da usucapião especial rural?

A

TEMPO: 5 anos

ÁREA DE TERRA EM ZONA RURAL NÃO SUPERIOR A 50 HECTARES

ÁREA RURAL UTILIZADA PARA PRODUTIVIDADE E MORADIA DA FAMÍLIA USUCAPIENTE

NÃO PROPRIETÁRIO DE OUTRO IMÓVEL

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120
Q

Quais os requisitos da usucapião pro-familia?

A

TEMPO: 2 anos

EXISTÊNCIA DE UM ÚNICO IMÓVEL URBANO COMUM DE ATÉ 250M2

ABANDONO DO LAR POR PARTE DE UM DOS CÔNJUGES OU COMPANHEIRO

UTILIZAÇÃO PARA MORADIA

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121
Q

O que é aluvião?

A

São acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas.

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122
Q

O que é a avulsão?

A

Se dá quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destaca de um prédio e se junta a outro. O dono do imóvel que ganhou acréscimos deve indenizar o que perdeu ou deixar que ele retire o que é seu. Se ninguém reclamar em um ano, o dono do imóvel que ganhou acréscimos adquire a propriedade.

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123
Q

Quais são os requisitos para usucapir bem móvel?

A

01) ORDINÁRIA: posse mansa e pacífica; animus domini; prazo de 03 anos; justo título e boa fé.
02) EXTRAORDINÁRIA: posse mansa e pacífica; animus domini; prazo de 05 anos.

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124
Q

A ação de petição de herança é uma ação de natureza real?

A

A ação de petição de herança é uma ação de natureza real, para a qual só tem legitimidade ativa aquele que já é herdeiro desde antes do ajuizamento, e através da qual ele pode buscar ver reconhecido seu direito hereditário sobre bem específico que entende deveria integrar o espólio, mas que está em poder de outrem.

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125
Q

Em que condições a companheira participa da sucessão do companheiro?

A

A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes:

I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho;

II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles;

III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança;

IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.

MAS O STF RECONHECEU A INCONSTITUCIONALIDADE DESSE ARTIGO, DETERMINANDO QUE FOSSE APLICADO O MESMO REGIME SUCESSÓRIO ESTABELECIDO ENTRE CÔNJUGES.

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126
Q

Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos herdeiros legítimos?

A

Correto.

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127
Q

O prazo para provar a veracidade da causa da deserdação se inicia quando: da abertura da sucessão ou da abertura do testamento?

A

Da data da abertura do testamento.

Já em relação à indignidade (exclusão do herdeiro/legatário), o prazo se conta da abertura da sucessão.

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128
Q

Qual é a ordem de vocação hereditária na sucessão legítima?

A

A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:

I – aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;

II – aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;

III – ao cônjuge sobrevivente;

IV – aos colaterais.

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129
Q

Quais são as quatro classes de sucessores na sucessão legítima?

A

01) Na primeira classe estão os descendentes – até o infinito – e o cônjuge;
02) Na segunda classe, os ascendentes – também até o infinito – e o cônjuge;
03) Na terceira classe está o cônjuge, isoladamente.
04) A quarta classe é composta pelos colaterais, até o quarto grau.

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130
Q

Quem são os herdeiros necessários?

A

Os herdeiros que estão até a terceira classe são herdeiros necessários, tendo a seu favor a proteção da legítima. Ou seja: ascendentes, descendentes e cônjuge.

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131
Q

O regime de casamento influencia na concorrência do cônjuge com descendentes e ascendentes?

A

O cônjuge passa a concorrer com os descendentes, o que depende do regime de bens a ser adotado no casamento com o falecido; e com os ascendentes, o que independe do regime.

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132
Q

Como o cônjuge supérstite concorre com os descendentes na sucessão legítima?

A

A sucessão legítima, na primeira classe, defere-se aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares.

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133
Q

Quais são os regimes de casamento em que o cônjuge herda em concorrência com os descendentes?

A

01) Regime da comunhão parcial de bens, havendo bens particulares do falecido;
02) Regime da participação final nos aquestos;
03) Regime de separação convencional de bens.

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134
Q

Quais são os regimes de casamento em que o cônjuge NÃO herda em concorrência com os descendentes?

A

01) Regime da comunhão parcial de bens, não havendo bens particulares do falecido;
02) Regime da comunhão universal de bens;
03) Regime da separação legal ou obrigatória de bens.

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135
Q

Em concorrência com os descendentes, qual o quinhão do cônjuge?

A

Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.

O comando consagra a reserva de 1/4 da herança ao cônjuge, se ele for ascendente dos descendentes com quem concorrer. A tutela dessa quarta parte da herança ou de vinte e cinco por cento sobre o patrimônio sucessível visa a manter um mínimo vital a favor do cônjuge, um patrimônio mínimo do sucessor, em citação à célebre obra de Luiz Edson Fachin. Ainda pela norma em vigor, se o cônjuge concorrer somente com descendentes exclusivos do falecido, do autor da herança, não haverá a referida reserva patrimonial da quarta parte. Na verdade, a questão de efetivar ou não a reserva da quarta parte somente ganhará relevo se houver a concorrência com mais de três descendentes do falecido, situação em que tal reserva poderia ficar em xeque. Quando o cônjuge concorre com um, dois ou três descendentes do de cujus, a citada reserva já lhe é garantida pela obviedade da situação concreta.

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136
Q

Qual é a diferença entre a sucessão por cabeça (direito próprio) e a sucessão por estirpe (direito de representação)?

A

Diz-se por cabeça a sucessão em que a herança se reparte um a um, no sentido de cada parte vir a ser entregue a um sucessor direto. Por outra via, “a sucessão, diz-se por estirpe quando a herança não se reparte um a um relativamente aos chamados a herdar, mas sim na proporção dos parentes de mesmo grau vivo ou que, sendo mortos, tenham deixado prole ainda viva”. Nesse contexto, sendo herdeiros dois filhos do falecido, que são irmãos, eles sucedem por cabeça. Sendo herdeiros um filho e um neto do falecido, o último por direito de representação, o primeiro herda por cabeça e o último, por estirpe.

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137
Q

Em quais situações haverá o direito de representação?

A

Em duas situações específicas a norma jurídica consagra o direito de representação:

01) Representação na linha reta descendente: nunca há direito de representação na linha reta ascendente, sendo esse um dos seus regramentos principais;
02) Representação na linha colateral ou transversal: existente somente em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem; o sobrinho concorre com seus tios, pois seu pai é premorto.

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138
Q

Na concorrência do cônjuge com os ascendentes, o regime de bens escolhido influencia na sucessão?

A

Não, o que torna a sucessão mais simples, como realmente deve ser.

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139
Q

Qual é o montante da herança a que tem direito o cônjuge quando concorre com os ascendentes?

A

A respeito de tal aspecto duas são as regras tratadas pelo art. 1.837 da codificação privada:

01) Concorrendo o cônjuge com os dois ascendentes de primeiro grau, pai ou mãe, terá direito a um terço da herança;
02) Concorrendo o cônjuge somente com um ascendente de primeiro grau ou com outros ascendentes de graus diversos, terá direito à metade da herança.

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140
Q

A Lei nº 13.484/2017 alterou a LRP para prever que se a criança nasceu em cidade diferente daquela onde mora sua mãe, ela poderá ser registrada como sendo natural do local de nascimento ou do Município onde reside sua genitora?

A

Sim. A naturalidade poderá ser do Município em que ocorreu o nascimento ou do Município de residência da mãe do registrando na data do nascimento, desde que localizado em território nacional, e a opção caberá ao declarante no ato de registro do nascimento. (obs: normalmente quem declara o nascimento é o pai ou a mãe, nos termos do art. 52 da LRP).

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141
Q

Outra importante mudança feita pela Lei nº 13.484/2017 foi a de ampliar a possibilidade de serviços a serem prestados pelos cartórios de Registro de Pessoas Naturais?

A

Sim. O que fez, então, a Lei nº 13.484/2017: decidiu aproveitar a capilaridade dos cartórios do RCPN (sua presença maciça nos Municípios) e também incrementar a arrecadação dessas serventias. Para tanto, a Lei autorizou que os cartórios de RCPN prestem outros serviços remunerados à população. Os ofícios do registro civil das pessoas naturais são considerados ofícios da cidadania e estão autorizados a prestar outros serviços remunerados, na forma prevista em convênio, em credenciamento ou em matrícula com órgãos públicos e entidades interessadas.

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142
Q

Outra mudança feita pela Lei nº 13.484/2017 foi alterar a redação do art. 77 da Lei nº 6.015/73, prevendo a possibilidade de a certidão de óbito ser expedida pelo oficial do Registro Civil do lugar de residência do falecido quando a morte ocorrer em local diverso do seu domicílio?

A

Sim. Ex: João morava em uma cidade (“A”) do interior e sofreu um AVC; foi encaminhado para o hospital mais estruturado que fica no Município vizinho (“B”); infelizmente, acabou falecendo; o corpo foi levado de volta para ser enterrado na cidade onde morava. A certidão de óbito poderá ser lavrada pelo oficial do Registro Civil do lugar de residência do falecido (cidade “A”).

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143
Q

A Lei nº 6.015/73 exigia do oficial de Registro que, antes de fazer a averbação, ele ouvisse o Ministério Público. A Lei nº 12.484/2017 alterou esse cenário?

A

Sim, prevendo que o seguinte:

01) Em regra: não é necessária a oitiva do Ministério Público para que o oficial do Registro faça as averbações;
02) Exceção: nas hipóteses em que o oficial suspeitar de fraude, falsidade ou má-fé nas declarações ou na documentação apresentada para fins de averbação, não praticará o ato pretendido e submeterá o caso ao representante do Ministério Público para manifestação, com a indicação, por escrito, dos motivos da suspeita.

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144
Q

O art. 110 da LRP afirmava que os erros mais simples, ou seja, aqueles que não exigiam qualquer indagação para a sua constatação, poderiam ser corrigidos de ofício pelo oficial de Registro no próprio cartório sem necessidade de decisão judicial. No entanto, a Lei exigia manifestação do Ministério Público. Isso foi modificado?

A

Sim, pela Lei n. 13.484/2017, a qual dispensou a prévia oitiva do Ministério Público (“independentemente de prévia autorização judicial ou manifestação do Ministério Público”).

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145
Q

Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de irmãos?

A

Sim. Assim sendo, os irmãos (colaterais de segundo grau) excluem os sobrinhos e tios (colaterais de terceiro grau). Ainda ilustrando, os sobrinhos e tios (colaterais de terceiro grau) excluem os primos, sobrinhos-netos e tios-avós (colaterais de quarto grau). No entanto, se o falecido deixou um irmão e um sobrinho, filho de outro irmão premorto, o último terá direito sucessório junto ao irmão do falecido vivo, por força do direito de representação colateral ou transversal.

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146
Q

Na linha transversal, somente se dá o direito de representação em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem?

A

Sim. Deve ficar claro que o direito de representação não se estende aos sobrinhos-netos do falecido, mas somente aos sobrinhos.

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147
Q

Quais são as causas que impedem ou suspendem a prescrição?

A

01) Não corre a prescrição:

I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;

II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;

III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.

02) Também não corre a prescrição:

I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;

II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;

III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.

03) Não corre igualmente a prescrição:

I - pendendo condição suspensiva;

II - não estando vencido o prazo;

III - pendendo ação de evicção.

04) Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.

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148
Q

Quais são as causas que interrompem a prescrição?

A

A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:

I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;

II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;

III - por protesto cambial;

IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;

V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.

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149
Q

Quais prazos podem ser alterados pela vontade das partes, os prescricionais ou decadenciais?

A

Os decadenciais. Talvez pelo fato de a prescrição somente poder ser fixada por lei (ao contrário da decadência, que admite a delimitação pela via negocial), os “prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes”, conforme preceitua o art. 192.

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150
Q

Quais prazos admitem renúncia, os prescricionais ou decadenciais?

A

01) Prazos prescricionais - não é somente admissível, como também se aceita a sua caracterização tácita. Para se renunciar à aplicação da prescrição, todavia, é preciso que a mesma já esteja consumada e não haja prejuízo a terceiro. “Renunciar à prescrição” consiste na possibilidade de o devedor de uma dívida prescrita, consumado o prazo prescricional e sem prejuízo a terceiro, abdicar do direito de alegar esta defesa indireta de mérito (a prescrição) em face do seu credor;
02) Prazos decadenciais - a decadência, prevista em lei, é irrenunciável.

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151
Q

Qual obrigação que, quando convertida em perdas e danos, conserva a sua natureza: a indivisível ou a solidária?

A

As obrigações solidárias. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.

Obrigações indivisíveis - perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.

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152
Q

Quem não pode ser herdeiro ou legatário?

A

a) a pessoa que, a rogo (a pedido), escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e irmãos;
b) as testemunhas do testamento;
c) o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de cinco anos; e
d) o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o que fizer ou aprovar o testamento.

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153
Q

Qual é o número de testemunhas exigidas nas diversas espécies de testamento?

A

01) Testamento público: duas testemunhas;
02) Testamento cerrado: duas testemunhas;
03) Testamento particular - de próprio punho ou mecânico: pelo menos três testemunhas;
04) Testamento militar: duas testemunhas; três se não puder ou não souber assinar.

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154
Q

O que é o testamento vital ou biológico?

A

Documento em que a pessoa determina, de forma escrita, que tipo de tratamento ou não tratamento deseja para a ocasião em que se encontrar doente, em estado incurável ou terminal, e incapaz de manifestar sua vontade. O declarante, por meio do testamento vital, visa a influir sobre os profissionais da área de saúde, “no sentido do não tratamento, como vontade do paciente, que pode vir a estar impedido de manifestar sua vontade, em razão da doença”. O conteúdo do que se denomina testamento vital ou biológico visa, assim, a proteger a dignidade do paciente terminal, dentro da ideia do binômio beneficência/não maleficência.

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155
Q

O que é o codicilo?

A

O codicilo ou pequeno escrito constitui uma disposição testamentária de pequena monta ou extensão. É um ato de última vontade, que dispõe sobre assuntos de pouca importância, despesas e dádivas de pequeno valor. O codicilo é um pequeno testamento que se tornou obsoleto, assumindo a forma hológrafa e com conteúdo bem restrito. É o escrito particular singelo, sem as formalidades exigíveis para os testamentos, que pode ser utilizado para disposições de última vontade de fins não econômicos ou de fins econômicos de pequena monta.

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156
Q

A dívida de jogo contraída em casa de bingo é exigível quando seu funcionamento tenha sido autorizado pelo Poder Judiciário?

A

Não. A dívida de jogo contraída em casa de bingo é inexigível, ainda que seu funcionamento tenha sido autorizado pelo Poder Judiciário.

STJ. 3ª Turma. REsp 1.406.487-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 4/8/2015 (Info 566).

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157
Q

O contrato preliminar precisa ter a mesma forma do contrato definitivo?

A

Não. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.

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158
Q

O que é o legado?

A

O legado constitui uma disposição específica sucessória, realizada a título singular. Contrapõe-se ao testamento pelo fato de ser este uma disposição da herança a título universal. Em suma, pode-se dizer que no legado há uma especificidade dada pela autonomia privada. Entende-se o legado – segundo o direito brasileiro – como a atribuição de certo ou certos bens a outrem por meio de testamento e a título singular.

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159
Q

Somente é possível fideicomisso para beneficiar como fideicomissário a prole eventual ou concepturo?

A

Correto. Não é mais viável, juridicamente, o fideicomisso em benefício de pessoa já nascida ou concebida (nascituro), como era no sistema do Código Civil de 1916.

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160
Q

Quando o inventário deverá ser judicial?

A

Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial.

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161
Q

Qual é a ordem de preferência para a nomeação do inventariante?

A

O juiz nomeará inventariante na seguinte ordem:I - o cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estivesse convivendo com o outro ao tempo da morte deste;II - o herdeiro que se achar na posse e na administração do espólio, se não houver cônjuge ou companheiro sobrevivente ou se estes não puderem ser nomeados;III - qualquer herdeiro, quando nenhum deles estiver na posse e na administração do espólio;IV - o herdeiro menor, por seu representante legal;V - o testamenteiro, se lhe tiver sido confiada a administração do espólio ou se toda a herança estiver distribuída em legados;VI - o cessionário do herdeiro ou do legatário;VII - o inventariante judicial, se houver;VIII - pessoa estranha idônea, quando não houver inventariante judicial.

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162
Q

Quais atos podem ser praticados pelo inventariante mediante alvará judicial, ouvidos os interessados?

A

Incumbe ainda ao inventariante, ouvidos os interessados e com autorização do juiz:I - alienar bens de qualquer espécie;II - transigir em juízo ou fora dele;III - pagar dívidas do espólio;IV - fazer as despesas necessárias para a conservação e o melhoramento dos bens do espólio.

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163
Q

A partir das previsões da LC n. 150/2015, a impenhorabilidade passou a ser oponível em face de créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias?

A

Sim.

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164
Q

A partir das previsões da Lei n. 13.144/2015, a impenhorabilidade é oponível em face do credor de pensão alimentícia?

A

Não, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida.

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165
Q

A fundação privada pode ser instituída para o desempenho de quais finalidades?

A

O parágrafo único do art. 62 do Código Civil prevê as finalidades para as quais a fundação pode ser instituída. A Lei n.° 13.151/2015 alterou esse dispositivo aumentando o rol de finalidades permitidas. A doutrina, mesmo antes da Lei n.° 13.151/2015, já afirmava que o rol do parágrafo único do art. 62 do CC era exemplificativo.

A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
I – assistência social;
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas;

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166
Q

E se a fundação abranger mais de um Estado/DF? Se ela funcionar em dois, três, quatro Estados/DF, quem fiscaliza?

A

Se as atividades da fundação se estenderem por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público (§ 2º do art. 66). Ex: fundação “Leia Livros” atua em SP, RJ e DF. O MPSP irá fiscalizar as atividades dessa fundação em SP, o MPRJ no RJ e o MPDFT no DF.

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167
Q

Existe algum prazo máximo para que o MP analise a proposta de mudança do estatuto de uma fundação?

A

Sim. 45 dias. Esse prazo foi acrescentado pela Lei n.° 13.151/2015.

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168
Q

A Lei n.° 13.151/2015 alterou alínea “a” do § 2º do art. 12 prevendo a possibilidade de serem pagos salários aos dirigentes das entidades sem que, com isso, elas percam a imunidade tributária?

A

Sim.

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169
Q

O art. 1º, “c”, da Lei n.° 91/1935 previa que se os dirigentes ou conselheiros da fundação recebessem remuneração, esta não poderia ser reconhecida como de “utilidade pública”. A Lei n.° 13.151/2015 altera essa regra e estabelece a possibilidade de serem pagos salários desde que respeitados alguns parâmetros?

A

Sim: “desde que atuem efetivamente na gestão executiva, respeitados como limites máximos os valores praticados pelo mercado na região correspondente à sua área de atuação, devendo seu valor ser fixado pelo órgão de deliberação superior da entidade, registrado em ata, com comunicação ao Ministério Público, no caso das fundações.”

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170
Q

Sobre o que trata a Lei n. 13.188/2015 quanto ao direito de resposta?

A

A Lei nº 13.188/2015 disciplina o exercício do direito de resposta ou retificação do ofendido em matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação social (art. 1º). O direito de resposta é assegurado a qualquer pessoa que for ofendida em matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação social (art. 2º). Vale ressaltar que tanto pessoas físicas como jurídicas possuem direito de resposta.

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171
Q

A divulgação do direito de resposta deverá ocorrer de forma proporcional ao agravo?

A

Sim. Assim, a resposta ou retificação deverá ter o mesmo destaque, publicidade, periodicidade e dimensão da matéria que a ensejou (art. 4º). O ofendido poderá requerer que a resposta ou retificação seja divulgada, publicada ou transmitida nos mesmos espaço, dia da semana e horário do agravo (§ 2º do art. 4º). Ex: se a reportagem foi divulgada no domingo, no programa Fantástico, às 20hh15, tendo durado 2 minutos, nos mesmos moldes deverá ser divulgado o direito de resposta. Essa previsão da lei irá gerar muitas discussões. Isso porque pode acontecer de, em uma reportagem longa, o nome da pessoa ofendida ser citada apenas uma vez, no entanto, ela poderá considerar que toda a matéria fez menções indiretas a ela, de forma a exigir o direito de resposta em tempo igual ao da reportagem inteira e não apenas do trecho na qual foi textualmente citada. Se o agravo tiver sido divulgado, publicado, republicado, transmitido ou retransmitido em mídia escrita ou em cadeia de rádio ou televisão para mais de um Município ou Estado, será conferido proporcional alcance à divulgação da resposta ou retificação (§ 1º do art. 4º). A resposta ou retificação cuja divulgação, publicação ou transmissão não obedeça às regras da Lei nº 13.188/2015 será considerada inexistente (§ 3º do art. 4º).

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172
Q

Quando surge o direito de resposta?

A

O direito de resposta surge quando o veículo de comunicação social distribuir, publicar ou transmitir por qualquer meio ou plataforma (ex: jornal impresso, internet, rádio, TV etc.) matéria (reportagem, nota ou notícia) cujo conteúdo seja ofensivo à pessoa.

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173
Q

O que é um conteúdo ofensivo para fins de direito de resposta?

A

É aquela que, ainda que por equívoco de informação, atenta contra a honra, a intimidade, a reputação, o conceito, o nome, a marca ou a imagem de pessoa física ou jurídica identificada ou passível de identificação.

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174
Q

Existe direito de resposta por conta de comentários feitos por usuários da internet em sites? Ex: ao final da matéria divulgada em um portal de notícias (G1, UOL, R7 etc), existe uma seção de comentários dos leitores; se um desses comentários for ofensivo à honra de determinada pessoa, esta poderá pedir direito de resposta com base na Lei nº 13.188/2015?

A

NÃO. A Lei nº 13.188/2015 afirma expressamente que são excluídos da definição de “matéria”, para fins de direito de resposta, os comentários realizados por usuários da internet nas páginas eletrônicas dos veículos de comunicação social (§ 2º do art. 2º). Assim, o fato de ter sido feita uma manifestação depreciativa na seção de comentários do site não enseja direito de resposta por parte do ofendido. Se entender pertinente, o ofendido poderá publicar um novo comentário refutando o anterior.

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175
Q

Imagine que determinado jornal publica uma informação inverídica e ofensiva sobre João. Logo após o jornal ir às ruas, o editor percebe que a nota publicada é falsa, razão pela qual no dia seguinte, antes que o ofendido peça direito de resposta, o jornal publica nova nota, no mesmo espaço, se retratando e retificando a notícia divulgada. Mesmo assim, João poderá pleitear direito de resposta e ajuizar ação de indenização por danos morais contra o jornal?

A

SIM. A retratação ou retificação espontânea, ainda que a elas sejam conferidos os mesmos destaque, publicidade, periodicidade e dimensão do agravo, não impedem o exercício do direito de resposta pelo ofendido nem prejudicam a ação de reparação por dano moral (§ 3º do art. 2º). Vale ressaltar, no entanto, que o fato de o jornal ter voluntariamente se retratado servirá como parâmetro para que o juiz reduza o valor da indenização por danos morais.

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176
Q

Existe um prazo para que o ofendido exerça seu direito de resposta?

A

SIM. O direito de resposta ou retificação deve ser exercido no prazo decadencial de 60 dias, contados da data de cada divulgação, publicação ou transmissão da matéria ofensiva (art. 3º). No caso de divulgação, publicação ou transmissão continuada e ininterrupta da mesma matéria ofensiva, o prazo será contado da data em que se iniciou o agravo (§ 3º do art. 3º).

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177
Q

Quem deverá requerer o direito de resposta?

A

Em regra, o ofendido. No entanto, o direito de resposta ou retificação poderá ser exercido, também, conforme o caso:

I - pelo representante legal do ofendido incapaz ou da pessoa jurídica;

II - pelo cônjuge, descendente, ascendente ou irmão do ofendido que esteja ausente do País ou tenha falecido depois do agravo, mas antes de decorrido o prazo de decadência do direito de resposta ou retificação.

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178
Q

Existe alguma forma por meio da qual o direito de resposta deverá ser solicitado?

A

SIM. O direito de resposta deverá ser requerido por meio de correspondência com aviso de recebimento encaminhada diretamente ao veículo de comunicação social (art. 3º). Se o veículo de comunicação social não for constituído como pessoa jurídica (ex: um blog), o direito de resposta será requerido da pessoa física que por ele responda.

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179
Q

O direito de resposta deve ser requerido da pessoa que assina a matéria ou do veículo de comunicação?

A

Do veículo de comunicação. O ofendido não precisa se preocupar com quem tenha sido o autor intelectual do agravo, devendo requerer o direito de resposta diretamente do veículo de comunicação social ou da pessoa física responsável pelo veículo.

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180
Q

Depois que o veículo de comunicação recebeu o pedido de direito de resposta, ele possui um prazo divulgá-lo?

A

SIM. O veículo de comunicação social possui um prazo de 7 dias, contados do recebimento do respectivo pedido, para divulgar, publicar ou transmitir a resposta ou retificação (art. 5º). Se o veículo não fizer nesse prazo, ou antes de ele esgotar já avisar o ofendido que não irá fazê-lo, o ofendido poderá ajuizar ação pedindo judicialmente o direito de resposta.

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181
Q

Em vez de primeiro requerer do veículo de comunicação, o ofendido poderá propor, desde logo, ação judicial pedindo o direito de resposta?

A

NÃO. Se o ofendido propuser a ação pedindo o direito de resposta sem antes tê-la requerido do veículo de comunicação, o juiz deverá extinguir o processo sem resolver o mérito por falta de interesse processual (art. 267, VI, do CPC 1973 / art. 485, VI, do CPC 2015).

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182
Q

Qual será o foro competente para a ação pedindo direito de resposta?

A

O ofendido terá duas opções para ajuizar a ação:

01) no juízo do domicílio do ofendido; ou
02) no juízo do lugar onde o agravo tenha apresentado maior repercussão.

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183
Q

O autor intelectual do agravo é parte legítima para figurar no pólo passivo da ação?

A

Não.

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184
Q

Quais são às vedações processuais na ação judicial para o exercício do direito de resposta?

A

São vedados na ação de direito de resposta (art. 5º, § 2º):

I - a cumulação de pedidos (ex: em regra, não se pode pedir direito de resposta mais indenização por danos morais; deverá ser ajuizada uma ação para o direito de resposta e outra distinta para a indenização).

II - a reconvenção;

III - o litisconsórcio, a assistência e a intervenção de terceiros.

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185
Q

Recebido o pedido de resposta ou retificação, o juiz, dentro de 24 horas, mandará citar o responsável pelo veículo de comunicação social?

A

Sim, para que:

I - em igual prazo (ou seja, 24h), apresente as razões pelas quais não o divulgou, publicou ou transmitiu;

II - no prazo de 3 dias, ofereça contestação.

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186
Q

O veículo de comunicação poderá alegar que não concedeu o direito de resposta em virtude de ser verdadeiro o fato que foi divulgado a respeito do interessado. Esse argumento, contudo, não poderá ser invocado caso a matéria publicada pelo veículo de imprensa tenha sido injuriosa?

A

Correto. O agravo consistente em injúria não admitirá a prova da verdade.

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187
Q

O juiz, nas 24 horas seguintes à citação, tenha ou não se manifestado o responsável pelo veículo de comunicação, conhecerá do pedido e, havendo prova capaz de convencer sobre a verossimilhança da alegação ou justificado receio de ineficácia do provimento final, fixará desde logo as condições e a data para a veiculação, em prazo não superior a 10 dias, da resposta ou retificação?

A

Sim. O juiz poderá, a qualquer tempo, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, bem como modificar-lhe o valor ou a periodicidade, caso verifique que se tornou insuficiente ou excessiva (§ 3º do art. 7º). Para a efetivação da tutela específica de que trata esta Lei, poderá o juiz, de ofício ou mediante requerimento, adotar as medidas cabíveis para o cumprimento da decisão (§ 4º do art. 7º). Essa multa não prejudica nem interfere no valor da indenização que poderá ser fixado na ação de indenização por danos morais ou materiais (§ 2º do art. 12).

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188
Q

O juiz não admitirá a divulgação, publicação ou transmissão de resposta ou retificação que não tenha relação com as informações contidas na matéria a que pretende responder?

A

Certo.

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189
Q

Se a ofensa tiver sido pela TV ou rádio, a pessoa ofendida poderá gravar um vídeo ou áudio exercendo seu direito de resposta e exigir que seja exibido ou transmitido pela emissora?

A

NÃO. No projeto aprovado havia essa possibilidade, mas o dispositivo (§ 3º do art. 5º) foi vetado pela Presidente da República. Assim, mesmo que a ofensa tenha sido transmitida por veículo de mídia televisiva ou radiofônica, o ofendido deverá produzir um texto escrito que será lido por um apresentador ou locutor da própria emissora.

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190
Q

Na ação de direito de resposta, o juiz prolatará a sentença no prazo máximo de 30 dias, contado do ajuizamento da ação?

A

Sim, salvo na hipótese de conversão do pedido em reparação por perdas e danos (art. 9º).

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191
Q

Em regra, a ação de direito de defesa é gratuita, ou seja, o autor não precisará pagar custas processuais?

A

Sim.

Exceção: se o juiz entender que a ação era manifestamente improcedente a ponto de ser caracterizada como uma ação temerária (irresponsável), ele condenará o autor a pagar as custas processuais e os ônus da sucumbência.

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192
Q

É possível que o autor proponha ação pedindo o direito de resposta e mais a indenização?

A

Em regra, não (art. 5º, § 2º, I). Assim, em regra, os pedidos de reparação ou indenização por danos morais, materiais ou à imagem deverão ser deduzidos em ação própria. Exceção: o autor poderá pedir direito de resposta e também a indenização, na mesma ação, desde que desista expressamente do procedimento especial previsto pela Lei nº 13.188/2015, desistindo, inclusive, da decisão do juiz que poderá conceder tutela específica no prazo de 24 horas após a citação. Se o autor optar por ajuizar tudo junto o pedido de direito de resposta com o requerimento de indenização, neste caso o processo seguirá pelo rito ordinário (art. 12).

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193
Q

O ajuizamento de ação cível ou penal contra o veículo de comunicação ou seu responsável com fundamento na divulgação, publicação ou transmissão ofensiva prejudica o exercício administrativo ou judicial do direito de resposta ou retificação?

A

Não.

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194
Q

Importante esclarecer que, se a ofensa envolver candidato, partido ou coligação política, o direito de resposta não será regido pela Lei nº 13.188/2015, mas sim pelos arts. 58 e 58-A, da Lei nº 9.504/97, que continuam em vigor?

A

Sim.

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195
Q

A Lei nº 13.188/2015 (regulamentação do direito de resposta) alterou o Código Penal. O que ela inovou?

A

A Lei nº 13.188/2015 acrescenta mais um requisito para que a retratação tenha efeitos penais: exige-se agora, de forma expressa, que a retratação ocorra, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa:

Art. 143. (…) Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.

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196
Q

O novo CPC manteve a possibilidade de abertura do inventário de ofício pelo juiz como constava do art. 989 do CPC/1973?

A

Não.

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197
Q

As primeiras declarações podem ser prestadas mediante petição, firmada por procurador com poderes especiais?

A

Sim.

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198
Q

O que é o arrolamento sumário?

A

O arrolamento sumário é uma forma abreviada de inventário e partilha de bens, havendo concordância de todos os herdeiros, desde que maiores e capazes. Não importa os valores dos bens a serem partilhados. Procedimento judicial simplificado de inventário e partilha e ocorre quando as partes são capazes e podem transigir, estiverem representadas e acordarem sobre a partilha dos bens, qualquer que seja o valor.

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199
Q

Quando será cabível o arrolamento comum?

A

Quando o valor dos bens do espólio for igual ou inferior a 1.000 (mil) salários-mínimos, o inventário processar-se-á na forma de arrolamento, cabendo ao inventariante nomeado, independentemente de assinatura de termo de compromisso, apresentar, com suas declarações, a atribuição de valor aos bens do espólio e o plano da partilha.

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200
Q

É possível o arrolamento comum para o inventário, ainda que haja incapaz?

A

Sim. O inventário processar-se-á também na forma do art. 664, ainda que haja interessado incapaz, desde que concordem todas as partes e o Ministério Público.

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201
Q

O espólio tem a obrigação de prestar alimentos àquele a quem o de cujus devia, mesmo vencidos após a sua morte?

A

A jurisprudência do STJ afirma que a transmissão da obrigação alimentar ao espólio somente ocorre nos casos em que, antes de a pessoa morrer, já havia sido estipulado, por sentença judicial ou acordo, a pensão alimentícia:

  • (…) A obrigação de prestar alimentos só se transmite ao espólio quando já constituída antes da morte do alimentante. (…) (STJ. 3ª Turma. AgRg no AREsp 271.410/SP, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 23/04/2013).
  • (…) Inexistindo condenação prévia do autor da herança, não há por que falar em transmissão do dever jurídico de prestar alimentos, em razão do seu caráter personalíssimo e, portanto, intransmissível (…) (STJ. 3ª Turma. AgRg no REsp 981.180/RS, Rel. Min. Paulo De Tarso Sanseverino, julgado em 07/12/2010).

Em suma, o espólio só teria a obrigação de pagar pelos alimentos se:

01) eles já estivessem fixados antes da morte; e
02) apenas até os limites das forças da herança.

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202
Q

A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis constitui bem de família para efeito de penhora?

A

Não.

Súmula 449-STJ.

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203
Q

O que diferencia o estado de perigo da coação e da lesão?

A

01) No estado de perigo, diferentemente do que ocorre na coação, o beneficiário não empregou violência psicológica ou ameaça para que o declarante assumisse obrigação excessivamente onerosa. O perigo de não salvar-se, não causado pelo favorecido, embora de seu conhecimento, é que determinou a celebração do negócio prejudicial;
02) O estado de perigo traduz uma situação em que o declarante, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa próxima, realiza o negócio jurídico, assumindo prestações excessivamente onerosas. Busca evitar, pois, a concretização de um perigo de dano físico ou pessoal. Tal não ocorre na lesão, em que o contraente, por razões essencialmente econômicas ou por sua evidente inexperiência (ou leviandade), é levado, inevitavelmente, a contratar, prejudicando-se.

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204
Q

A impugnação do ato anulável dá-se por meio de ação anulatória de negócio jurídico, cujo prazo decadencial é de quatro anos?

A

Sim.

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205
Q

Qual é o quórum para modificar estatuto de fundação?

A

Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação.

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206
Q

A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso?

A

Sim.

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207
Q

Acerca da distinção entre direitos pessoais e reais, o que pregam as correntes realistas e as correntes personalistas?

A

01) Corrente denominada realista - Direito real é aquele que afeta a coisa direta e imediatamente, sob todos ou sob certos respeitos, e a segue em poder de quem quer que a detenha. O direito pessoal é o direito contra determinada pessoa; Real é o direito que traduz o poder jurídico direto de uma pessoa sobre uma coisa, submetendo-a em todos (propriedade) ou em alguns de seus aspectos (usufruto, servidão, superfície etc.);

02) Corrente personalista - não se poderia reconhecer a existência jurídica de uma relação travada entre um homem e uma coisa; Toda relação jurídica, obtemperavam os seus adeptos, exigiria a convergência de, no mínimo, duas pessoas, de maneira que até mesmo para os direitos reais haveria que
corresponder uma obrigação passiva universal imposta a todas as pessoas de se absterem de qualquer ato lesivo ao titular do direito.

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208
Q

A um dos credores solidários pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros?

A

Não.

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209
Q

Quais são as teorias acerca do vínculo obrigacional?

A

01) TEORIA MONISTA OU UNITÁRIA: a relação obrigacional baseia-se no conceito de prestação (Orlando Gomes, Caio Mário da Silva Pereira);
02) TEORIA DUALISTA: origem alemã; a relação obrigacional baseia-se em dois conceitos:
(i) Débito – dever jurídico obrigacional. Debitum (latim), Schuld (alemão);
(ii) Responsabilidade – obligatio (latim), Haftung (alemão);

Se a obrigação for cumprida nos exatos termos do pactuado, somente tem-se o Schuld, sem a responsabilidade. A responsabilidade civil ou contratual só surge no momento em que o débito não é atendido ou cumprido pelo devedor.

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210
Q

De acordo com a teoria dualista, é possível haver débito sem responsabilidade?

A

Sim. Existe a dívida mas esta não pode ser exigida. Obrigação incompleta ou obrigação natural – pagamento de dívida prescrita, empréstimo de dinheiro a menor, dívida de jogo, entre outras.

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211
Q

De acordo com a teoria dualista, é possível responsabilidade sem débito?

A

Sim. Ex.: fiança – o contrato é perante o credor. A responsabilidade é para com o credor, mas a dívida é do devedor, não do fiador.

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212
Q

O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar?

A

Sim, mas não se sub-roga nos direitos do credor. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento.

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213
Q

O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação?

A

Não. Evitar a ação de pessoas inescrupulosas que intentam prejudicar ainda mais o devedor. Seria uma espécie de obrigação natural atípica que surgiria para o devedor, haja vista que não precisará, juridicamente, quitar o que, na prática, deve. Portanto, é indispensável que o devedor tenha conhecimento e não se oponha ao terceiro que adimplir a sua dívida, sob pena deste ficar sem o seu ressarcimento.

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214
Q

Quando há necessidade de autorização judicial para a doação de órgãos e quando ela é desnecessária?

A

É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes

01) SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL: em cônjuge ou parentes consangüíneos até o quarto grau, inclusive, na forma do § 4o deste artigo (deverá autorizar, preferencialmente por escrito e diante de testemunhas, especificamente o tecido, órgão ou parte do corpo objeto da retirada);
02) COM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL: ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial;

OBS: independente do destinatário, o específico transplante de MEDULA ÓSSEA dispensa autorização judicial.

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215
Q

Importa aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança, aos demais co-herdeiros?

A

Não.

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216
Q

Qual é a diferença entre dívida quesível/quérable e portável/portable?

A

Tudo depende do local aonde a obrigação deverá ser concretizada:

01) QUESÍVEL/QUÉRABLE: o credor é o responsável por procurar o devedor para perceber o seu pagamento;
02) PORTÁVEL/PORTABLE: o devedor precisará procurar o credor para se isentar da obrigação.

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217
Q

Quais obrigações prescrevem em UM ANO de acordo com o CC?

A

Em um ano:

I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos;

II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:

a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;

III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários;

IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o laudo;

V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade.

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218
Q

Quais obrigações prescrevem em DOIS ANOS de acordo com o CC?

A

Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem.

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219
Q

Quais obrigações prescrevem em TRÊS ANOS de acordo com o CC?

A

Em três anos:

I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;

II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias;

III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;

IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;

V - a pretensão de reparação civil;

VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;

VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo:

a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação;

VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;

IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.

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220
Q

Quais obrigações prescrevem em QUATRO ANOS de acordo com o CC?

A

Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas.

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221
Q

Quais obrigações prescrevem em CINCO ANOS de acordo com o CC?

A

Em cinco anos:

I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;

II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;

III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.

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222
Q

O STJ vem dando prioridade ao critério biológico para o reconhecimento da filiação naquelas circunstâncias em que há dissenso familiar, onde a relação sócio-afetiva desapareceu ou nunca existiu?

A

Sim.

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223
Q

O que são impedimentos impedientes (no casamento)?

A

São sinônimos de causas suspensivas do casamento.

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224
Q

Ao cônjuge casado pelo regime de comunhão parcial de bens é devida à meação das verbas trabalhistas pleiteadas judicialmente durante a constância do casamento?

A

Sim.

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225
Q

Qual lei se aplica no caso de regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família?

A

A lei do domicílio da pessoa.

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226
Q

Qual lei se aplica aos direitos sucessórios?

A

A lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.

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227
Q

Qual o lapso temporal exigido para a abertura da sucessão provisória dos bens do possível de cujus?

A

01 ANO APÓS A ARRECADAÇÃO DOS BENS DO AUSENTE - quando não houver representante ou procurador;

03 ANOS APÓS A ARRECADAÇÃO DOS BENS DO AUSENTE - quando houver representante ou procurador;

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228
Q

A sentença que abre a sucessão provisória tem efeito imediato?

A

Não, só após 180 dias. Mas estão não impede a abertura do testamento, do inventário e da partilha.

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229
Q

Todos os herdeiros devem apresentar garantias para se imitirem na posse dos bens do ausente provisoriamente?

A

Não. Ascendente, descendente e cônjuge não precisam.

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230
Q

Quando se autoriza a abertura da sucessão definitiva?

A

01) 10 anos após o trânsito em julgado da sentença que concede a abertura da sucessão provisória. OU
02) provando-se que o ausente tem mais de 80 anos e que a 5 não se tem notícia dele.

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231
Q

É necessário autorização judicial para transplante de órgãos?

A

Sim, exceto se for para familiar ou for transplante de medula óssea (art. 9 da Lei 10.211/01). O Ministério Público deve ser comunicado previamente (exigência do Decreto 2268/97).

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232
Q

Quem são os absolutamente incapazes?

A

São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. Modificação feita pelo Estatuto da Pessoa Com Deficiência - Lei nº 13.146/15.

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233
Q

Quando será possível a emancipação?

A

I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;

II - pelo casamento;

III - pelo exercício de emprego público efetivo;

IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

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234
Q

Quando é possível ser declarada a morte presumida sem decretação de ausência?

A

I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;

II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.

A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

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235
Q

Quais são as teorias explicativas da natureza jurídica da pessoa jurídica?

A

TEORIAS NEGATIVISTAS: não é sujeito de direito; mero patrimônio destinado a um fim (mera aparência);

TEORIAS AFIRMATIVISTAS: reconhecem a personalidade própria da pessoa jurídica (necessidade + progresso material); Dentre estas: TEORIA DA FICÇÃO: mera criação da lei; - TEORIA DA REALIDADE OBJETIVA: existência própria, real e social (corpus + animus); - TEORIA DA REALIDADE TÉCNICA: é a técnica jurídica que exige que tenham personalidade (+ aceita).

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236
Q

Quando surge a pessoa jurídica?

A

SISTEMA DA DISPOSIÇÃO NORMATIVA: não basta a vontade humana criadora; deve haver o registro dos atos constitutivos de acordo com a lei.

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237
Q

Quais são as 04 etapas necessárias para a criação de uma fundação?

A

01 - AFETAÇÃO DOS BENS LIVRES POR ATO DE DOTAÇÃO PATRIMONIAL (TESTAMENTO OU ESCRITURA PÚBLICA);

02 - ELABORAÇÃO DOS ESTATUTOS (INSTITUIDOR, TERCEIRO OU MP, APÓS 180 DIAS DA DOTAÇÃO);

03 - APROVAÇÃO DOS ESTATUTOS (MP, COM RECURSO AO JUIZ SE NECESSÁRIO);

04 - REGISTRO CIVIL.

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238
Q

É possível alterar o estatuto de uma fundação?

A

Sim, desde que:

01 - ASSIM DELIBERE 2/3 DA GESTÃO;

02 - RESPEITE-SE A FINALIDADE;

03 - SEJA APROVADO PELO MP COMPETENTE (OU JUIZ, SE HOUVER ZOEIRA). Ainda assim, se a votação não for unânime, a minoria poderá impugnar a porra toda em 10 dias.

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239
Q

O que são pertenças?

A

As pertenças são “coisas acessórias destinadas a conservar ou facilitar o uso das coisas principais, sem que destas sejam parte integrante” (ex.: as máquinas utilizadas em uma fábrica, os implementos agrícolas, as provisões de combustível, os aparelhos de ar condicionado. Tal categoria foi consagrada expressamente no Novo Código Civil, art. 93: “São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro”. São caracteres da pertença: um vínculo, material ou ideal, mas sempre intencional, estabelecido por quem faz uso da coisa e o fim em virtude do qual a põe a serviço da coisa principal; um destino não transitório da coisa principal; uma destinação de fato e concreta da pertença colocada a serviço do bem principal.

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240
Q

A decadência pode ser declarada de ofício?

A

A decadência não pode ser declarada de ofício se for estipulada convencionalmente (através de negócio jurídico). Já a decadência legal, sim.

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241
Q

Quais são as hipóteses de responsabilização civil objetiva do terceiro?

A

Tem-se que são também responsáveis pela reparação civil:

I — os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;

II — o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;

III — o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;

IV — os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;

V — os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.

Tais pessoas responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos ainda que não haja culpa de sua parte. Trata-se de enumeração numerus clausus, de forma que não se poderá estender a situações não previstas.

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242
Q

Quando os pais serão civilmente responsabilizados, de forma objetiva, pelos atos dos seus filhos menores?

A

Pela ordem natural da vida, os pais — biológicos ou adotivos, pouco importa — são responsáveis por toda a atuação danosa atribuída aos seus filhos menores. Com a entrada em vigor do novo Código Civil, a mudança de tratamento legal da matéria foi significativa. Previu que são também responsáveis pela reparação civil os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia. Por outro lado, aparentemente, optou por restringir a responsabilidade ao pai ou à mãe que tivesse o menor “em sua companhia”, o que pode não se afigurar justo, na medida em que a ambos os detentores do poder familiar compete o dever de educar.

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243
Q

É vedado às partes reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção, pois decorre de lei?

A

Não.

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244
Q

O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor?

A

Sim.

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245
Q

Na assunção de dívida, o novo devedor pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo?

A

Não.

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246
Q

Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal abrangem as pertenças?

A

Não, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.

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247
Q

A conduta de agressão verbal de um adulto contra um adolescente configura elemento caracterizador da espécie do dano moral in re ipsa?

A

Sim.

ARG.01: as crianças, mesmo da mais tenra idade, fazem jus à proteção irrestrita dos direitos da personalidade, assegurada a indenização pelo dano moral decorrente de sua violação, nos termos dos arts. 5º, X, in fine, da CF e 12, caput, do CC/02.

ARG.02: A Constituição Brasileira e o Estatuto da Criança e do Adolescente introduziram na nossa cultura jurídica uma nova percepção, inspirada pela concepção da criança e do adolescente como sujeitos de direitos e cuidados especiais.

ARG.03: Nesse sentido, os arts. 227 da CF/88 e 17 da Lei n. 8.069/90, asseguram a primazia do interesse das crianças e dos adolescentes, com a proteção integral dos seus direitos. Sob outro viés, a sensibilidade ético-social do homem comum na hipótese, permite concluir que os sentimentos de inferioridade, dor e submissão, sofridos por quem é agredido injustamente, verbal ou fisicamente, são elementos caracterizadores da espécie do dano moral in re ipsa.

ARG.04: Logo, a injustiça da conduta da agressão, verbal ou física, de um adulto contra uma criança ou adolescente, independe de prova e caracteriza atentado à dignidade dos menores.

STJ. 3ª Turma. REsp 1.642.318/MS, rel. Min. Nancy Andrighi, j. 07.02.2017

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248
Q

Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor?

A

Sim.

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249
Q

Na assunção de débito, o novo devedor pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo?

A

Não.

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250
Q

As arras só impedem indenização suplementar na modalidade penitencial?

A

Sim.

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251
Q

O proprietário de uma construção-base poderá ceder a superfície superior ou inferior de sua construção a fim de que o titular da laje mantenha unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo?

A

Sim.

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252
Q

O direito a adjudicação compulsória se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis?

A

Não.

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253
Q

É absoluto o impedimento relativo ao casamento dos colaterais até o terceiro grau?

A

Não. Casamento avuncular é o nome que se dá ao casamento entre tios e sobrinhos, ou seja, entre parentes colaterais em terceiro grau; embora proibido pelo Código Civil, é admitido por grande parte dos doutrinadores em função da exceção prevista no DL 3200/41. Essa norma autoriza o casamento se os pretendentes, através de um procedimento judicial, pedirem a um juiz a nomeação de dois médicos que para avaliar se a união implica em riscos à futura prole e, se não forem verificados, o casamento será autorizado.

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254
Q

É necessária a prévia oitiva do Ministério Público e homologação judicial para a alteração do regime de bens na união estável?

A

Não. Inclusive, pode ser feita por contrato.

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255
Q

O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação?

A

Sim.

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256
Q

Como se procede o reconhecimento de filhos havidos fora do casamento?

A

O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:

I - no registro do nascimento;

II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;

III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;

IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém.

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257
Q

O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes?

A

Sim.

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258
Q

Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado?

A

Sim.

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259
Q

Quando ocorre a novação subjetiva passiva?

A

Quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor. Pode ser por extromissão ou por delegação:

01) EXTROMISSÃO: a substituição ocorre independentemente da vontade do devedor anterior, ocorrendo por simples vontade do credor, aceitando o novo devedor;
02) DELEGACÃO: o devedor anterior participa do ato novatário.

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260
Q

Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu?

A

Correto. A mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé.

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261
Q

Os provedores de pesquisa podem ser obrigados a eliminar do seu sistema os resultados derivados da busca de determinado termo ou expressão, assim como os resultados que apontem para uma foto ou texto especifico?

A

ESSE ENTENDIMENTO JÁ FOI RELATIVIZADO EM VÁRIAS OCASIÕES - TOMAR CUIDADO COM O CASO CONCRETO

Não. Não se pode, sob o pretexto de dificultar a propagação de conteúdo ilícito ou ofensivo na
web, reprimir o direito da coletividade à informação. Sopesados os direitos envolvidos e o risco potencial de violação de cada um deles, o fiel da balança deve pender para a garantia da liberdade de informação assegurada pelo art. 220, § 1º, da CF/88, sobretudo considerando
que a Internet representa, hoje, importante veículo de comunicação social de massa.

STJ. 3ª Turma. REsp 1.316.921-RJ, Rei. Min. Nancy Andrlghi,julgado em 26/6/2012 (lnfo 500).

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262
Q

De acordo com a Lei n. 9.278/96, reconhece-se como entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família?

A

Sim.

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263
Q

De acordo com a Lei n. 9.278/96, dissolvida a união estável por morte de um dos conviventes, o sobrevivente terá direito real de habitação, enquanto viver ou não constituir nova união ou casamento, relativamente ao imóvel destinado à residência da família?

A

Sim.

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264
Q

Nos termos da Lei n. 5.478/68, o credor de alimentos, pessoalmente, ou por intermédio de advogado, dirigir-se-á ao juiz competente, qualificando-se, e exporá suas necessidades, provando, apenas o parentesco ou a obrigação de alimentar do devedor, indicando seu nome e sobrenome, residência ou local de trabalho, profissão e naturalidade, quanto ganha aproximadamente ou os recursos de que dispõe?

A

Sim.

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265
Q

No procedimento especial da ação de alimentos, o escrivão, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá ao devedor a segunda via da petição ou do termo, juntamente com a cópia do despacho do juiz, e a comunicação do dia e hora da realização da audiência de conciliação e julgamento?

A

Sim. Na designação da audiência, o juiz fixará o prazo razoável que possibilite ao réu a contestação da ação proposta e a eventualidade de citação por edital.

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266
Q

No procedimento especial da ação de alimentos, Autor e Réu comparecerão à audiência acompanhados de suas testemunhas, 3 (três) no máximo, apresentando, nessa ocasião, as demais provas?

A

Sim. Aberta a audiência, lida a petição ou o termo, e a resposta, se houver, ou dispensada a leitura, o juiz ouvirá as partes litigantes e o representante do Ministério Público, propondo conciliação. Não havendo acordo, o juiz tomará o depoimento pessoal das partes e das testemunhas, ouvidos os peritos se houver, podendo julgar o feito sem a mencionada produção de provas, se as partes concordarem.

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267
Q

Os alimentos provisórios serão devidos até a decisão final, inclusive o julgamento do recurso extraordinário?

A

Sim.

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268
Q

A decisão judicial sobre alimentos não transita em julgado e pode a qualquer tempo ser revista, em face da modificação da situação financeira dos interessados?

A

Sim.

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269
Q

No que consiste os alimentos gravídicos, nos termos da Lei n. 11.804/08?

A

Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes.

Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das despesas que deverá ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela mulher grávida, na proporção dos recursos de ambos.

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270
Q

Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré?

A

Sim. Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão.

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271
Q

Compete à direção nacional do Sistema Único de Saúde definir as normas gerais de planejamento familiar?

A

Sim.

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272
Q

A realização de experiências com seres humanos no campo da regulação da fecundidade somente será permitida se previamente autorizada, fiscalizada e controlada pela direção nacional do Sistema Único de Saúde e atendidos os critérios estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde?

A

Sim.

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273
Q

Para o exercício do direito ao planejamento familiar, serão oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção e contracepção cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, garantida a liberdade de opção?

A

Sim.

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274
Q

De acordo com a Lei n. 9.236/96 (planejamento familiar), quando é permitida a esterilização VOLUNTÁRIA?

A

Somente é permitida a esterilização voluntária nas seguintes situações:

I - em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de vinte e cinco anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de sessenta dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencorajar a esterilização precoce;

II - risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado em relatório escrito e assinado por dois médicos.

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275
Q

É condição para que se realize a esterilização o registro de expressa manifestação da vontade em documento escrito e firmado, após a informação a respeito dos riscos da cirurgia, possíveis efeitos colaterais, dificuldades de sua reversão e opções de contracepção reversíveis existentes?

A

Sim. Não será considerada a manifestação de vontade, na forma do § 1º, expressa durante ocorrência de alterações na capacidade de discernimento por influência de álcool, drogas, estados emocionais alterados ou incapacidade mental temporária ou permanente.

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276
Q

É vedada a esterilização cirúrgica em mulher durante os períodos de parto ou aborto?

A

Sim, exceto nos casos de comprovada necessidade, por cesarianas sucessivas anteriores.

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277
Q

A esterilização cirúrgica como método contraceptivo somente será executada através da laqueadura tubária, vasectomia ou de outro método cientificamente aceito, sendo vedada através da histerectomia e ooforectomia?

A

Sim.

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278
Q

Na vigência de sociedade conjugal, a esterilização depende do consentimento expresso de ambos os cônjuges?

A

Sim.

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279
Q

Quando poderá ocorrer a esterilização cirúrgica em pessoas absolutamente incapazes?

A

A esterilização cirúrgica em pessoas absolutamente incapazes somente poderá ocorrer mediante autorização judicial, regulamentada na forma da Lei (TAL REGRA PARECE TER PERDIDO A EFICÁCIA)

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280
Q

É vedada a indução ou instigamento individual ou coletivo à prática da esterilização cirúrgica?

A

Sim.

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281
Q

É crime realizar esterilização cirúrgica em desacordo com o estabelecido no art. 10 desta Lei?

A

Sim. Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, se a prática não constitui crime mais grave.

    Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço se a esterilização for praticada:

    I - durante os períodos de parto ou aborto, salvo o disposto no inciso II do art. 10 desta Lei.

    II - com manifestação da vontade do esterilizado expressa durante a ocorrência de alterações na capacidade de discernimento por influência de álcool, drogas, estados emocionais alterados ou incapacidade mental temporária ou permanente;

    III - através de histerectomia e ooforectomia;

    IV - em pessoa absolutamente incapaz, sem autorização judicial;

    V - através de cesária indicada para fim exclusivo de esterilização.
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282
Q

É crime induzir ou instigar dolosamente a prática de esterilização cirúrgica?

A

Sim. Se o crime for cometido contra a coletividade, caracteriza-se como genocídio, aplicando-se o disposto na Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956.

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283
Q

A curatela é instituto social de proteção dos absolutamente incapazes para a prática de atos da vida civil?

A

Não, também se presta a proteger relativamente incapazes, tais como os pródigos.

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284
Q

A prestação de contas da fundação, caso não aprovada pelo MP, pode ser suprida pelo juiz?

A

Não. O que pode ser suprida pelo Juiz é a APROVAÇÃO ou REFORMA do estatuto da fundação, a qual deve ser aprovada pelo Ministério Público e, somente em caso de não aprovação pelo “Parquet”, poderá o Juiz suprir essa aprovação (art. 65 e 68, ambos do CC).

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285
Q

Na hipótese em que a ação de investigação de paternidade post mortem tenha sido ajuizada após o trânsito em julgado da decisão de partilha de bens deixados pelo de cujus, o termo inicial do prazo prescricional para o ajuizamento de ação de petição de herança é a data do trânsito em julgado da sentença que julgou a ação de inventário?

A

Não, do trânsito em julgado da do trânsito em julgado da ação de investigação de paternidade.

STJ. 3ª Turma. REsp 1.475.759/DF, rel. Min. João Otávio de Noronha, j. 17.05.2016.

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286
Q

Aplica-se o princípio da saisine à herança jacente?

A

Não. O STJ entende, há vários anos, que o princípio da saisine não se aplica à herança jacente. “Ao ente público não se aplica o princípio da saisine. Segundo entendimento firmado pela C. Segunda Seção, a declaração de vacância é o momento em que o domínio dos bens jacentes se transfere ao patrimônio público.” (STJ. 4ª Turma. REsp 164.196, rel. Min. Barros Monteiro, j. 3.09.1998).

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287
Q

Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários?

A

Sim.

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288
Q

A declaração de ausência não presume a morte, logo não basta para receber o seguro de vida?

A

Certo. Estabelecida pela a lei a presunção da morte natural da pessoa desaparecida, é o contrato de seguro de vida alcançado por esse reconhecimento, impondo-se apenas que se aguarde pelo momento da morte presumida e a abertura da sucessão definitiva.

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289
Q

A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, NÃO impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios?

A

Certo.

ARG.01: No campo do direito de família, a dignidade da pessoa humana confere ao indivíduo a possibilidade de que ele escolha o formato de família que ele quiser, de acordo com as suas relações afetivas interpessoais, mesmo que elas não estejam previstas em lei.

ARG.02: O chamado “direito à busca da felicidade” está estritamente ligado à dignidade da pessoa humana. Transportando-se para o Direito de Família, o direito à busca da felicidade funciona como um escudo do ser humano em face das tentativas do Estado de enquadrar a sua realidade familiar em modelos pré-concebidos pela lei. “É o direito que deve se curvar às vontades e necessidades das pessoas, não o contrário, assim como um alfaiate, ao deparar-se com uma vestimenta em tamanho inadequado, faz ajustes na roupa, e não no cliente.” Deve-se garantir também que a pessoa seja feliz com suas escolhas existenciais. Isso inclui a proteção e o reconhecimento, pelo ordenamento jurídico, de modelos familiares diversos da concepção tradicional.

ARG.03: Não há hierarquia entre a filiação biológica e a afetiva. O Direito deve acolher tanto os vínculos de filiação originados da ascendência biológica (filiação biológica) como também aqueles construídos pela relação afetiva (filiação socioafetiva).

ARG.04: O fato de o legislador no Brasil não prever expressamente a possibilidade de uma pessoa possuir dois pais (um socioafetivo e outro biológico) não pode servir de escusa para se negar proteção a situações de pluriparentalidade.

ARG.05: Paternidade responsável. Haveria uma afronta ao princípio da paternidade responsável (art. 226, § 7º, da CF/88) se fosse permitido que o pai biológico ficasse desobrigado de ser reconhecido como tal pelo simples fato de o filho já ter um pai socioafetivo.

STF. Plenário. RE 898060/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21 e 22/09/2016 (Info 840).

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290
Q

Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso?

A

Sim.

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291
Q

A responsabilidade civil é sempre independente da criminal?

A

Em regra, sim, mas não se pode questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.

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292
Q

O que se entende por obrigação in solidum?

A

Neste tipo de obrigação, os devedores estão vinculados ao mesmo fato, embora não exista solidariedade entre eles. Na chamada obrigação in solidum você tem devedores vinculados ao credor pelo mesmo fato, mas não há solidariedade entre eles. Se unem pelo mesmo fato, sem solidariedade. Ambas as dívidas decorrem do mesmo fato, mas não há solidariedade entre eles.

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293
Q

Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário?

A

Sim, salvo se a obrigação for indivisível.

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294
Q

Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais. E se a culpa for de só um dos devedores?

A

Neste caso, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.

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295
Q

A autoridade competente, havendo urgência, poderá dispensar a publicação do edital de proclamas?

A

Sim. No entanto, inexistindo urgência, a regra é que seja publicado por 15 dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver.

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296
Q

Qual é o prazo para anular casamento de menor em idade núbil sem anuência do seu representante legal?

A

O casamento do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal, só poderá ser anulado se a ação for proposta em cento e oitenta dias, por iniciativa do incapaz, ao deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou de seus herdeiros necessários.

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297
Q

Se forem designados dois ou mais lugares para o pagamento, a escolha caberá ao CREDOR?

A

Sim. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.

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298
Q

Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios?

A

Sim.

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299
Q

Com a declaração da vacância o Estado tem apenas a propriedade resolúvel dos bens. A propriedade passa a ser definitiva apenas cinco anos após a abertura da sucessão, não havendo a habilitação de qualquer herdeiro?

A

Sim.

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300
Q

No concurso de credores, a discussão entre os credores pode versar QUER SOBRE a preferência entre eles disputada, QUER SOBRE a nulidade, simulação, fraude, ou falsidade das dívidas e contratos?

A

Sim.

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301
Q

A resolução do contrato em razão da onerosidade excessiva e imprevisível retroage à DATA DA CITAÇÃO ou à DATA DA CELEBRAÇÃO DO NEGÓCIO?

A

Data da citação. Art. 478/CC.

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302
Q

Se por um lado, no âmbito da ação penal, a aferição do grau de culpa do agente ou da eventual concorrência culposa é medida irrelevante, na ação de reparação civil, ao revés, é ela imprescindível. Afinal, deve-se considerar que nesta o dever de indenizar pode resultar da culpa grave, leve ou levíssima e, ainda, que determinado fato pode advir da concorrência de culpas do autor, da vítima e, eventualmente, de terceiros. Tudo devendo ser considerado pelo julgador no momento de dimensionar a extensão da indenização?

A

Sim.

REsp 1.474.452/SC, Relator Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, DJe 18/09/2015.

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303
Q

O cônjuge separado há mais de dois anos não é herdeiro, salvo se ele (cônjuge sobrevivente) provar que não teve culpa pela separação?

A

Sim.

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304
Q

O parentesco por afinidade na linha colateral cessa com o término do relacionamento familiar anterior?

A

Sim, o que possibilita o casamento e união estável entre ex-cunhados; só remanesce o impedimento na linha reta com os afins.

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305
Q

Tão somente a prova do vínculo biológico não é suficiente para desconstituir uma paternidade, devendo ser averiguada a existência de liame socioafetivo?

A

Sim.

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306
Q

Quais são as causas de anulabilidade do casamento?

A

As causas de anulabilidade estão previstas no artigo 1550:

I - de quem não completou a idade mínima para casar;

II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;

III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;

IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;

V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;

VI - por incompetência da autoridade celebrante.

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307
Q

O menor de 16 anos jamais poderá casar?

A

Não, o que se concretizou a partir do advento da Lei n. 13.811/19, extinguindo as hipóteses de casamento infantil. Confira-se as redações antiga e nova do art. 1.520:

ANTES DA LEI N. 13.811/19: Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil (art. 1517), para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.

DEPOIS DA LEI N. 13.811/19: Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código.

308
Q

No que consiste o casamento nuncupativo?

A

Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau.

309
Q

É necessário a concordância para alienar ou gravar de ônus real imóveis que pertençam a um só cônjuge no regime de comunhão parcial de bens?

A

Sim, haja vista que os frutos desse bem entram na comunhão.

310
Q

O rol dos legitimados para propor ação de interdição está descrito no art. 1.177 do CPC 1973 (art. 747 do CPC 2015). Esse rol é preferencial?

A

Não. A ordem de legitimados para o ajuizamento de ação de interdição NÃO é preferencial. O inciso II do art. 1.177 do CPC 1973 (art. 747 do CPC 2015) fala em “parente”. Isso abrange também os parentes por afinidade? SIM. Qualquer pessoa que se enquadre no conceito de parente do Código Civil é parte legítima para propor ação de interdição. Como afinidade gera relação de parentesco (art. 1.595 do CC), nada impede que os afins requeiram a interdição e exerçam a curatela.

STJ. 3ª Turma. REsp 1.346.013-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 13/10/2015 (Info 571).

311
Q

Quais são os elementos caracterizadores da união estável?

A
  1. UNIÃO ENTRE PESSOAS;
  2. ESTABILIDADE;
  3. PUBLICIDADE;
  4. CONTINUIDADE;
  5. ÂNIMO DE CONSTITUIR FAMÍLIA (CONVIVÊNCIA MARITAL);
  6. AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS.
312
Q

O que se entende por tríplice critério de parentalidade?

A

Tríplice critério de parentalidade: parentalidade biológica (consanguinidade); parentalidade registral (decorrente do assento de nascimento, sendo presumível a parentalidade que conste do registro); e parentalidade socioafetiva (vínculo estabelecido pela relação de carinho, respeito, solidariedade, etc, entre pessoas que se tratam, reciprocamente, como parentes). É interessante que todos esses critérios de parentesco coincidam; contudo, isto nem sempre irá acontecer, não sendo possível afirmar qual deles deve prevalecer, sendo uma tarefa casuística.

313
Q

Quais são os três critérios utilizados para determinar a filiação?

A

Três critérios para a determinação da filiação:

01) Critério legal ou jurídico – fundado na presunção relativa de paternidade;
02) Critério biológico – decorre do vínculo genético (comprovado por DNA);
03) Critério socioafetivo – estabelecido pelo laço de afeto (amor, solidaried.).

314
Q

Como funciona o critério afetivo (filiação socioafetiva)?

A

Reconhecimento de que a figura do pai é funcionalizada, decorrendo de um papel construído cotidianamente – e não meramente da transmissão de carga genética. O essencial para a formação de uma pessoa, para torna-lo um sujeito capaz socialmente, é que alguém ocupe, em seu imaginário, o lugar simbólico de pai e mãe, mesmo não estabelecendo com eles, necessariamente, um vínculo biológico. A função paterna e materna pode ser exercida por outras pessoas que não os genitores. Assim, a filiação decorreria de uma função exercida e não de um vínculo genético. Pais são aqueles que exercem a função de pais. Quando a função de pai é exercida por uma pessoa que não transmitiu os caracteres biológicos estar-se-á diante de uma hipótese de filiação socioafetiva, merecedora de idêntica proteção.

315
Q

A responsabilidade civil do incapaz pela reparação dos danos é subsidiária, condicional, mitigada e equitativa. Os incapazes (ex: filhos menores), quando praticarem atos que causem prejuízos, terão responsabilidade subsidiária, condicional, mitigada e equitativa, nos termos do art. 928 do CC?

A

Sim.

316
Q

A responsabilidade civil dos pais dos filhos menores será substitutiva, exclusiva e não solidária?

A

Sim.

STJ. 4ª Turma. REsp 1.436.401-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 2/2/2017

317
Q

O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação?

A

Sim.

318
Q

Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso?

A

Sim.

319
Q

A usucapião pró-família dispensa o requisito do animus domini?

A

Sim, esta é a primeira e única espécie de usucapião em que despicienda é a investigação quanto à intenção do possuidor de ter a coisa para si, pois o que importa é perscrutar a culpa daquele que abandonou o lar.

320
Q

Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha?

A

Sim. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão.

321
Q

A obrigação de prestar alimentos é solidária entre os membros da família?

A

Não, mas divisível. Existem coobrigados. Havendo mais de uma pessoa coobrigada à prestação, não pode o credor cobrar o valor integralmente de uma só, mas apenas a cota que aquele codevedor puder prestar, respeitadas as suas possibilidade. Distribuir-se-á a obrigação de acordo com as condições econômicas de cada coobrigado. A solidariedade deve estar prevista em lei, o que não é o caso. Daí o entendimento de ser esta divisível. É divisível porque permite seu fracionamento sem que isso atente contra a sua substância.

322
Q

O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da prova a favor do titular dos dados quando, a seu juízo, for verossímil a alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de prova ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe excessivamente onerosa?

A

Sim.

323
Q

As ações de reparação por danos coletivos que tenham por objeto a responsabilização podem ser exercidas coletivamente em juízo, observado o disposto na legislação pertinente?

A

Sim.

324
Q

Quais são as causas de exclusão de responsabilidade dos agentes de tratamento de dados pessoais?

A

Os agentes de tratamento só não serão responsabilizados quando provarem:

I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes é atribuído;

II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pessoais que lhes é atribuído, não houve violação à legislação de proteção de dados; ou

III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos dados ou de terceiro.

325
Q

As hipóteses de violação do direito do titular de dados pessoais no âmbito das relações de consumo permanecem sujeitas às regras de responsabilidade previstas na legislação pertinente?

A

Sim.

326
Q

Quais são os prazos para anulação de casamento por erro e por coação?

A

01) ERRO = 3rro = 3 anos;

02) COAÇÃO = CO4Ç4O = 4 anos.

327
Q

Cessa o direito a alimentos se o credor tiver procedimento indigno em relação ao devedor?

A

Sim.

328
Q

Merecem tutela jurídica CONCOMITANTE, para todos os fins de direito, os vínculos parentais de origem afetiva e biológica, a fim de prover a mais completa e adequada tutela aos sujeitos envolvidos, ante os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III) e da paternidade responsável (art. 226, § 7º)?

A

Certo.

ARG.01: No campo do direito de família, a dignidade da pessoa humana confere ao indivíduo a possibilidade de que ele escolha o formato de família que ele quiser, de acordo com as suas relações afetivas interpessoais, mesmo que elas não estejam previstas em lei.

ARG.02: O chamado “direito à busca da felicidade” está estritamente ligado à dignidade da pessoa humana. Transportando-se para o Direito de Família, o direito à busca da felicidade funciona como um escudo do ser humano em face das tentativas do Estado de enquadrar a sua realidade familiar em modelos pré-concebidos pela lei. “É o direito que deve se curvar às vontades e necessidades das pessoas, não o contrário, assim como um alfaiate, ao deparar-se com uma vestimenta em tamanho inadequado, faz ajustes na roupa, e não no cliente.” Deve-se garantir também que a pessoa seja feliz com suas escolhas existenciais. Isso inclui a proteção e o reconhecimento, pelo ordenamento jurídico, de modelos familiares diversos da concepção tradicional.

ARG.03: Não há hierarquia entre a filiação biológica e a afetiva. O Direito deve acolher tanto os vínculos de filiação originados da ascendência biológica (filiação biológica) como também aqueles construídos pela relação afetiva (filiação socioafetiva).

ARG.04: O fato de o legislador no Brasil não prever expressamente a possibilidade de uma pessoa possuir dois pais (um socioafetivo e outro biológico) não pode servir de escusa para se negar proteção a situações de pluriparentalidade.

ARG.05: Paternidade responsável. Haveria uma afronta ao princípio da paternidade responsável (art. 226, § 7º, da CF/88) se fosse permitido que o pai biológico ficasse desobrigado de ser reconhecido como tal pelo simples fato de o filho já ter um pai socioafetivo.

STF. Plenário. RE 898060/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21 e 22/09/2016 (Info 840).

329
Q

A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694?

A

Sim. Letra de lei do art. 1700/CC.

330
Q

Quais são os requisitos da usucapião pro-familia?

A

Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

331
Q

O bem de família CONVENCIONAL/VOLUNTÁRIO é impenhorável e inalienável enquanto conservar aquela condição?

A

Sim.

332
Q

Em quais ocasiões a impenhorabilidade do bem família CONVENCIONAL/VOLUNTÁRIO não é oponível?

A

O bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua instituição, salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de condomínio.

333
Q

Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de MENOR valor, salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis?

A

Sim.

334
Q

Quais são as exceções à impenhorabilidade do bem de família legal?

A

A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:

I - REVOGADO

II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;

III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida;

IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar;

V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar;

VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.

VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.

335
Q

A impotência coeundi ou instrumental é causa elisiva absoluta da presunção de paternidade?

A

Não, apenas a impotência para GERAR ilide a presunção da paternidade.

336
Q

Os direitos patrimoniais do autor perduram por setenta anos contados de 1° DE JANEIRO DO ANO SUBSEQUENTE ao de seu falecimento, obedecida a ordem sucessória da lei civil?

A

Sim.

337
Q

No caso de falta de autorização, a eficácia de ato do tutor depende da aprovação ulterior do juiz?

A

Sim.

338
Q

O tutor pode se eximir do encargo imotivadamente a cada dois anos?

A

Sim. Se não se manifestar com antecedência de 10 dias, haverá a recondução no encargo.

339
Q

Entram na comunhão parcial de bens as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge?

A

Sim, assim como os seus frutos.

340
Q

A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus?

A

Sim.

341
Q

Para o período posterior à vigência da nova lei que cria novo padrão monetário, ainda que em referência contratos anteriores, é possível a incidência do novo padrão de correção, já que de aplicabilidade imediata se cuida e não existe direito adquirido a regime jurídico?

A

Sim.

STF, RE 211.304, Pleno, Teori Zavascki, DJ 03/08/2015

342
Q

A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido?

A

Sim. É competente o foro da situação dos bens, se o autor da herança não possuía domicílio certo. É competente o foro do lugar em que ocorreu o óbito, se o autor da herança não tinha domicílio certo e possuía bens em lugares diferentes.

343
Q

Como importante restrição à cessão de direitos hereditários, exige-se a formalidade da escritura pública, que, se não preenchida, gerará a nulidade absoluta do ato, por desrespeito à forma e à solenidade?

A

Sim. Ademais, tratando-se de bens imóveis, além da escritura pública, faz-se necessário o registro do ato, sob pena de sua ineficácia perante terceiros ou erga omnes.

344
Q

No caso da herança vacante, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio definitivo do Município ou do Distrito Federal?

A

Sim. Com a declaração da vacância o Estado tem apenas a propriedade resolúvel dos bens. A propriedade passa a ser definitiva apenas cinco anos após a abertura da sucessão, não havendo a habilitação de qualquer herdeiro.

345
Q

Quais fatos da pessoa natural são sujeitos a registro?

A

Dica: São registrados - A pessoa NASCE(nascimento), CRESCE (emancipação), CASA (casamento), FICA LOUCA (interdição) e MORRE (óbito/morte presumida).

346
Q

É inválida a cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança considerado singularmente?

A

Não, é ineficaz, assim como o é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade.

347
Q

O que difere lesão e dolo?

A

O dolo ocorre quando a outra parte (ou um terceiro) utiliza artifício malicioso para prejudicar a vítima deste defeito. Vale dizer, o dolo é um erro provocado de má-fé.

Lesão = lesado… ou seja, o indivíduo, por leseira, inexperiência (ou necessidade) realiza o negócio.

348
Q

O poder familiar se extingue pela emancipação?

A

Sim, permitindo o andamento do prazo prescricional.

349
Q

A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á por qualquer ato, JUDICIAL OU EXTRAJUDICIAL, que constitua em mora o devedor?

A

Não, nessa hipótese, só judicial.

350
Q

A guarda compartilhada não exclui a fixação do regime de convivência e não implica ausência do pagamento de pensão alimentícia?

A

Certo.

351
Q

A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e subsidiária, somente se configurando no caso de impossibilidade TOTAL OU PARCIAL de seu cumprimento pelos pais?

A

Sim. Súmula 596/STJ.

352
Q

Qual é o prazo decadencial para demandar a indignidade e a deserdação?

A

04 anos.

353
Q

A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro?

A

Sim.

354
Q

É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória?

A

Sim.

355
Q

De acordo com a LINDB, a regra é a que a sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens?

A

Sim, mas há uma exceção: a sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. No mesmo sentido, a previsão constitucional no art. 5, XXXI. Logo, em regra, aplica-se a lei do domicílio do defunto. Mas, excepcionalmente, caso haja cônjuge ou filhos brasileiros, aplica-se a lei brasileira, desde que seja mais benéfica.

356
Q

Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente?

A

Sim.

357
Q

A Lei nº 13.715/2018 também alterou o Código Civil, inserindo um parágrafo único no art. 1.638 (perda do poder familiar). O que ele prevê?

A

Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que:

I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar: a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher; b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão;

II – praticar contra filho, filha ou outro descendente: a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher; b) estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão.

Se você observar bem, todas as hipóteses previstas neste novo parágrafo único do art. 1.638 do Código Civil já são contempladas pelo novo inciso II do art. 92 do Código Penal. Em outras palavras, todas as situações trazidas pelo Código Civil já ensejariam a perda do poder familiar como efeito da condenação criminal. Rogério Sanches, de forma muito percuciente, encontra sentido e utilidade para o dispositivo afirmando que, se a situação se enquadrar em uma das hipóteses do parágrafo único do art. 1.638 do CC o autor do crime perderá o poder familiar mesmo antes de eventual sentença penal condenatória. As hipóteses do parágrafo único do art. 1.638 do CC são, portanto, autônomas e não dependem de sentença penal condenatória, podendo a perda do poder familiar ser decretada por decisão do juízo cível.

358
Q

Quando os netos, representando os seus pais, sucederem aos avós, serão obrigados a trazer à colação, ainda que não o hajam herdado, o que os pais teriam de conferir?

A

Sim.

359
Q

Toda e qualquer pessoa pode arguir a ocorrência de uma causa suspensiva?

A

Não, as causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consangüíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consangüíneos ou afins.

360
Q

Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz?

A

Sim.

361
Q

Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação obrigações nulas ou extintas?

A

Certo.

362
Q

Os negócios jurídicos nulos não podem ser CONFIRMADOS, ainda que contenham os requisitos de outro?

A

Certo, não seria o caso de confirmação (próprio dos negócios jurídicos anuláveis), mas sim de CONVERSÃO: aplicação da teoria da conversão substancial do negócio jurídico. Aplicação do art. 170 do CC.

363
Q

Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua vontade?

A

Sim.

364
Q

Na repristinação há o retorno de vigência de lei anteriormente revogada pela revogação de sua lei revogadora, desde que, nos termos do art. 2º , § 3º , da Lei de Introdução ao Código Civil , houver expressa previsão. Assim, a lei anterior volta a ter vigência somente a partir da revogação de sua lei revogadora, que se dá com a publicação desta última. Logo, o efeito é ex nunc?

A

Sim, não se confunde com o efeito repristinatório, advindo, por exemplo, da declaração de inconstitucionalidade da norma revogadora, caso em que os efeitos são ex tunc.

365
Q

A interrupção da prescrição por um credor aproveita aos outros?

A

REGRA: Não;

EXCEÇÃO: A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros.

366
Q

A pessoa casada, mas separada de fato, pode constituir união estável?

A

Sim, a existência de casamento válido não obsta o reconhecimento da união estável, desde que haja separação de fato ou judicial entre os casados.

367
Q

São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo TAMBÉM considerados tais os DESTINADOS À ALIENAÇÃO?

A

Sim.

368
Q

Para a configuração do estado de perigo, deve ser demonstrado o dolo de aproveitamento?

A

Sim. Configura-se estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano CONHECIDO PELA OUTRA PARTE (dolo de aproveitamento), assume obrigação excessivamente onerosa.

369
Q

O legado de alimentos, abrange o sustento, a cura, o vestuário e a casa, enquanto o legatário viver, além da educação, SE ELE FOR MENOR?

A

Sim.

370
Q

Quais são os requisitos da desapropriação judicial?

A

Os requisitos previstos pelo artigo 1.228, §4º, do CC, quais sejam

(i) extensa área;
(ii) posse ininterrupta e de boa-fé;
(iii) 5 anos de posse;
(iv) considerável número de pessoas;
(v) realização de obras de relevância econômica ou social.

371
Q

A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima para solicitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos?

A

Sim, superação legislativa do entendimento da jurisprudência acerca da prestação de contas; Lei n. 13.058/14.

372
Q

Nos termos do art. 938 do CC, se a coisa cair ou for lançada de condomínio edilício, não sendo possível identificar de qual unidade, responderá o condomínio, assegurado o direito de regresso?

A

Sim.

373
Q

A confissão é IRREVOGÁVEL, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação?

A

Sim.

374
Q

A modalidade de usucapião prevista no art. 1.240-A do Código Civil (usucapião pro-família) pressupõe a propriedade comum do casal e compreende todas as formas de família ou entidades familiares, inclusive homoafetivas?

A

Sim.

375
Q

Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral, ou proibido por lei. No caso deste artigo, o que se deu reverterá em favor de estabelecimento local de beneficência, a critério do juiz?

A

Sim.

376
Q

A transação, por ser negócio jurídico bilateral, que implica concessões recíprocas, não constitui ato de mera administração a autorizar o pai a praticá-la em nome dos filhos menores independentemente de autorização judicial. São indispensáveis a autorização judicial e a intervenção do Ministério Público em acordo extrajudicial firmado pelos pais dos menores, em nome deles, para fins de receber indenização por ato ilícito?

A

Sim.

EREsp n. 292.974-SP, Rel. Min. SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, Segunda Seção, DJ 15/9/2003.

377
Q

O dever de prestar alimentos cessa com o casamento ou a união estável do credor, assim como no caso de o credor portar-se de maneira indigna contra o alimentante?

A

Sim.

378
Q

Diferencie a compra e venda de ascendente para descendente da doação de ascendente para descendente.

A

(1) Compra e venda de ascendente para descendente: aplica-se o art. 496, CC, que diz que é anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido, dispensando-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória (p.ú). Não há antecipação de herança, pois o bem que vale $ 10 é vendido por $ 10, não gerando desfalque no patrimônio do vendedor, que apenas troca bem por dinheiro. Em razão da possibilidade de o ascendente vender o bem por preço irrisório (fingindo uma doação) é que a lei fala que o negócio pode ser anulável;
(2) Doação de ascendente para descendente: aplica-se o art. 544, CC, que diz que a doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança. Se o doador não quiser que a doação seja considerada adiantamento de herança, será necessário que ele informe que o bem saiu de sua parte disponível (os 50% de livre disposição). O doador pode doar o que bem entender, não precisando da concordância de ninguém, pois isso, lá na frente, quando o doador morrer, será considerado ato de antecipação de herança, o que deverá ser considerado na colação de bens.

379
Q

A sentença que julgar procedente a ação de investigação produzirá os mesmos efeitos do reconhecimento; mas poderá ordenar que o filho se crie e eduque fora da companhia dos pais ou daquele que lhe contestou essa qualidade?

A

Sim.

380
Q

O que difere o constituto possessório da tradição brevi manu?

A

Constituto possessório, também conhecido como cláusula constituti, é uma operação jurídica que altera a titularidade na posse, de maneira que aquele que a possuía em nome próprio, passa a possuí-la em nome alheio. Ex: vendo uma casa que possuía em nome próprio, e coloco no contrato de compra e venda uma cláusula que prevê minha permanência na casa na condição de locatário, ou seja, passo a possuir a casa em nome alheio. Essa cláusula é a contituti. O inverso do constituto possessório ocorre quando a pessoa que a possui em nome alheio passa a possuir em nome próprio. Ex: o locatário que possui a casa em nome alheio a compra, passando a possuí-la em nome próprio, neste caso a cláusula será da traditio brevi manu.

381
Q

Se o rio teve seu curso alterado por ingerência do Poder Público, e não por fato exclusivo da natureza, pertence ao expropriante a fração de terra correspondente ao álveo abandonado?

A

Sim.

STJ, 3ª T, AgRg no REsp 431698/SP. Rel. Min. Nancy Andrighi., j. em 27.8.02, DJ 30.9.02.

382
Q

Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia AINDA QUE a aquisição se tenha realizado em HASTA PÚBLICA?

A

Sim.

383
Q

O ato do herdeiro renunciar a herança prejudicando os seus credores é considerado ato nulo ou anulável?

A

Uma primeira corrente (minoritária) entende que o ato é anulável, cabendo ação pauliana, de natureza desconstitutiva. Uma outra corrente, também minoritária, entende que o ato também é anulável, mas os efeitos só atingem o autor da ação pauliana, ou seja, a ação possui eficácia limitada. No entanto, o entendimento que prevalece, adotado no REsp 1.100.525/RS (2013), é de que o ato é válido, mas parcialmente ineficaz: a ideia aqui é evitar a nulidade total do ato, mas a sentença apenas declarada a ineficácia em relação ao credor prejudicado.

384
Q

A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder?

A

Sim.

385
Q

De acordo com a Lei n. 5.478/68 (Ação de Alimentos), na ação de alimentos, o Juiz ao despachar o pedido fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita?

A

Sim.

386
Q

O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, DESDE QUE não seja permanente nem geral?

A

Sim.

387
Q

O termo inicial da prescrição nas ações de indenização é a data do fato, e não a data em que restar constatada a lesão ou seus efeitos, em observância ao princípio da actio nata?

A

Não. Segundo o Código Civil (art. 189) começa a correr da data da violação do direito; PORÉM, para o STJ começa a correr da data do conhecimento da violação (teoria da actio nata). O CDC também segue a teoria da actio nata.

388
Q

A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança. Essa regra também vale para colaterais?

A

Não.

389
Q

Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura?

A

Sim.

390
Q

Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, NEM O DE LEVANTAR as voluptuárias?

A

Certo.

391
Q

Os primos estão impedidos de contrair matrimônio entre si?

A

Não, o impedimento do casamento dos colaterais limita-se até o terceiro grau. Logo, não há impedimento para casamento entre primos, pois eles são parentes de quarto grau.

392
Q

Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso?

A

Sim.

393
Q

Da inalienabilidade resulta a impenhorabilidade do usufruto. O direito não pode, portanto, ser penhorado em ação executiva movida contra o usufrutuário; apenas o seu exercício pode ser objeto de constrição, mas desde que os frutos advindos dessa cessão tenham expressão econômica imediata?

A

Sim. Se o imóvel se encontra ocupado pela própria devedora, que nele reside, não produz frutos que possam ser penhorados. Por conseguinte, incabível se afigura a pretendida penhora do exercício do direito de usufruto do imóvel ocupado pela recorrente, por ausência de amparo legal.

STJ. REsp 883.085/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/08/2010, DJe 16/09/2010.

394
Q

Quais são as fases de constituição de uma fundação privada?

A

1ª) Dotação dos bens: É a destinação dos bens para criação da fundação. É feito por meio de escrituração pública ou testamento ( art. 62 do CC).

2ª) Elaboraçao dos estatutos: Conforme o art. 65, parágrafo único do CC, se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.

3ª) Aprovaçao dos estatutos: O estatuto submeterá a aprovação do Ministério Público. Caso o Ministério Público não o aprove, poderá passar pela apreciação do Juiz, para que seja suprida a aprovação do Ministério Público (art. 65 do CC e 764 do CPC).

4ª) Registro: Assim como as demais pessoas jurídicas de direito privado (associação, sociedade simples …), a fundação deverá ser registrada no Cartório do Registro das Pessoas Jurídicas. (art. 45 do CC e art. 144, I da Lei 6.15/73).As fundações como pessoas jurídicas de direito privado (art. 44, III do CC), inicia a sua existência legal com a inscrição do ato constitutivo no Registro Civil de Pessoas Jurídicas (art. 45 do CC e artigo 119 da Lei 6015/73).

395
Q

A prestação alimentícia poderá ser fixada tomando por base o salário mínimo?

A

Sim, exceção.

396
Q

A concessão de emancipação pelos pais exige instrumento público ou particular?

A

Instrumento público, independentemente de homologação judicial.

397
Q

O ajuizamento de ação contra o foreiro, na qual se pretende usucapião do domínio útil do bem (ex: enfiteuse em terreno de marinha), viola a regra de que os bens públicos não se adquirem por usucapião?

A

Não.

STF. E 82.106, RTJ 87/505.” (RE 218.324-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 20-4-2010, Segunda Turma, DJE de 28-5-2010.

398
Q

Quais são as diferenças entre os costumes secundum legem, praeter legem e contra legem?

A

01) Costumes secundum legem: incidem quando há referência expressa aos costumes no texto legal. Quando da sua aplicação não há integração, mas subsunção, eis que a própria norma jurídica é que é aplicada;
02) Costumes praeter legem: aplicados quando a lei for omissa, sendo denominado costumes integrativo, eis que ocorre a utilização propriamente dita dessa ferramenta de correção do sistema;
03) Costumes contra legem: incidem quando a aplicação dos costumes contraria o que dispõe a lei. Não é admitido.

399
Q

Sobrevindo descendente sucessível ao testador, que não o tinha ou não o conhecia quando testou, rompe-se o testamento em todas as suas disposições, se esse descendente sobreviver ao testador?

A

Sim. Mas não se rompe o testamento, se o testador dispuser da sua metade, não contemplando os herdeiros necessários de cuja existência saiba, ou quando os exclua dessa parte.

400
Q

SALVO SE houver justa causa, declarada no testamento, NÃO PODE o testador estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade, sobre os bens da legítima?

A

Certo.

401
Q

É admissível a prisão civil por inadimplemento de obrigação de alimentos indenizatórios?

A

Não.

402
Q

O direito de superfície autoriza obra no subsolo?

A

Não, salvo se for inerente ao objeto da concessão.

403
Q

Na aplicação do direito estrangeiro em conformidade com a LNDB, o que preconiza a teorias do reenvio, retorno ou devolução e a teoria da referência ao direito material estrangeiro?

A

Como as normas de direito internacional vigentes nos diferentes Países não apresentam uma uniformidade surgem os conflitos, uma vez que as leis de um País podem ordenar a aplicação de determinado direito material a certa relação jurídica, ao passo que as de outro Estado podem dar outra solução para o mesmo fato. Para resolver esses conflitos, existem duas correntes doutrinárias: a) do reenvio, retorno ou devolução: vislumbra no reenvio uma vantagem para o País que o admite, uma vez que seus magistrados estatuem como teria feito a jurisdição nacional do estrangeiro; b)referência ao direito material estrangeiro: a norma de direito internacional remete o aplicador para reger dada relação jurídica ao direito estrangeiro. O Brasil adotou a segunda teoria, conforme prescreve o art. 16, LINDB (“Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei”.). Assim, quando um juiz brasileiro tiver que apreciar a capacidade de um brasileiro domiciliado no estrangeiro (ex.: Portugal), deve aplicar a lei do domicílio desta pessoa (no caso Portugal, por força do art. 7°, LINDB), pouco importando se a lei de Portugal venha a se submeter (em retorno ou reenvio) à lei brasileira. Portanto, pela corrente adotada pelo Brasil, o juiz deverá atender exclusivamente à norma (de direito internacional privado) de seu País, sem se preocupar com a de outro Estado. Resumindo: a Teoria do Retorno (reenvio ou devolução) é uma forma de interpretação de normas do Direito Internacional Privado, em que há a substituição da lei nacional pela lei estrangeira. Despreza-se a ordenação nacional, dando preferência ao ordenamento jurídico estrangeiro. Nesse sentido, o art. 16, LINDB, proíbe o juiz nacional de aplicar o retorno, cabendo apenas a aplicação do Direito Internacional Privado brasileiro para determinar o direito material cabível.

404
Q

Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes (sobrinhos) e, não os havendo, os tios?

A

Sim, sobrinhos excluem os tios.

405
Q

A invalidade do negócio jurídico por fraude a credores decorre do exercício de direito pessoal do credor, mediante interposição de ação pauliana, no prazo de quatro anos contados DO DIA DA CELEBRAÇÃO?

A

Sim.

406
Q

A nulidade decorrente da incapacidade RELATIVA do agente não é absoluta, não podendo ser reconhecida de ofício?

A

Certo, a incapacidade civil absoluta pode ser reconhecida de ofício.

407
Q

Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário?

A

Sim, salvo se a obrigação for INDIVISÍVEL.

408
Q

O reconhecimento da paternidade ou maternidade socioafetiva somente poderá ser realizado de forma UNILATERAL e NÃO IMPLICARÁ o registro de mais de dois pais e de duas mães no campo FILIAÇÃO no assento de nascimento?

A

Certo. Provimento n. 63/CNJ.

OBS: esse entendimento não mais se coaduna com o ordenamento jurídico, dadas as decisões que passaram a admitir a multiparentalidade.

409
Q

O reconhecimento espontâneo da paternidade ou maternidade socioafetiva obstaculizará a discussão judicial sobre a verdade biológica?

A

Não.

410
Q

A paternidade socioafetiva, DECLARADA OU NÃO EM REGISTRO PÚBLICO, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios?

A

Certo.

STF, RE 898.060.

411
Q

O pedido do pagamento de indenização à seguradora suspende o prazo de prescrição até que o segurado tenha ciência da decisão?

A

Sim. Súmula n. 229/STJ.

412
Q

Instituído por lei prazo decadencial para o exercício de determinado direito, anteriormente não sujeito a decadência, é correto afirmar que este prazo decadencial poderá incidir sobre os direitos adquiridos antes da sua vigência, sem com isso implicar em retroatividade ou ofensa a direito adquirido?

A

Sim, entendimento do STF.

413
Q

É nula ou anulável a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento?

A

Nula.

414
Q

É nula ou anulável a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador?

A

Nula.

415
Q

São responsáveis pela reparação civil os que, gratuita ou onerosamente, houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia?

A

Não, somente os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia; onerosamente não.

416
Q

O casamento putativo pode ser reconhecido ex officio?

A

Sim.

417
Q

Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, SE NÃO ESTIVER MANIFESTO que a obteve de alguma das outras por modo vicioso?

A

Sim.

418
Q

O que difere o termo essencial e não essencial?

A

O termo pode ser ainda essencial e não-essencial. Diz-se que é essencial quando o efeito pretendido deva ocorrer em momento bem preciso, sob pena de, verificado depois, não ter mais valor. Exemplo: em um contrato que determine a entrega de um vestido para uma cerimônia, se o vestido for entregue depois, não tem mais a utilidade visada pelo credor. A contrario sensu, portanto, termo não essencial é aquele cujo efeito pretendido não precisa ocorrer em momento preciso, pois continuará tendo valor se verificado depois.

419
Q

O imóvel vinculado ao sistema financeiro de habitação pode ser objeto de usucapião?

A

Não.

420
Q

De acordo com o Código Civil, o prazo decadencial para anular o ato constitutivo, que padecer de defeito, das pessoas jurídicas de direito privado começa a ser contado da inscrição do referido ato no respectivo registro?

A

Não. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da PUBLICAÇÃO de sua inscrição no registro.

421
Q

Se o pai ou a mãe forem os devedores dos alimentos, a prescrição não começa a correr quando o filho se torna relativamente capaz (aos 16 anos), porque, por expressa disposição de lei, a prescrição não corre entre ascendentes e descendentes durante o poder familiar (art. 197, II, CC). Em suma, em casos tais, a prescrição de dois anos só se inicia, em regra, quando o menor se tornar capaz aos 18 anos, salvo as hipóteses de emancipação?

A

Sim.

422
Q

Segundo a atual orientação do STJ, a reparação pela lesão extrapatrimonial deve seguir o método denominado bifásico?

A

Sim. Por outras palavras, na primeira etapa, deve-se estabelecer um valor básico para a indenização, considerando o interesse jurídico lesado, com base em grupo de precedentes jurisprudenciais que apreciaram casos semelhantes. Já numa segunda etapa, devem ser consideradas as circunstâncias do caso, para fixação definitiva do valor da indenização, atendendo a determinação legal de arbitramento equitativo pelo juiz”.MÉTODO BIFÁSICO (em síntese): 1ª fase: fixação do valor básico conforme a jurisprudência do Tribunal; 2ª fase: avaliação das circunstâncias particulares do caso concreto.

STJ; Resp 1152541/RS, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, julgado em 13/09/2011, DJe 21/09/2011

423
Q

Se o suposto pai não atender no prazo de trinta dias, a notificação judicial, ou negar a alegada paternidade, o juiz remeterá os autos ao representante do Ministério Público para que intente, havendo elementos suficientes, a ação de investigação de paternidade?

A

Sim.

424
Q

O pedido do pagamento de indenização à seguradora SUSPENDE o prazo de prescrição até que o segurado tenha ciência da decisão?

A

Sim. Súmula n. 229/STJ.

425
Q

Decai EM TRÊS ANOS o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro?

A

Sim.

426
Q

Se o estatuto da FUNDAÇÃO não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público?

A

Sim.

427
Q

O silêncio nos negócios jurídicos importa anuência? Em que circunstâncias?

A

Sim, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.

428
Q

Quando a condição será ilícita/inválida e quando ela será inexistente?

A

01) INVÁLIDA: Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas; II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; III - as condições incompreensíveis ou contraditórias;
02) INEXISTENTE: Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível.

429
Q

A decisão que reconhece a aquisição da propriedade de bem imóvel por usucapião prevalece sobre a hipoteca judicial que anteriormente tenha gravado o referido bem?

A

Sim. Isso porque, com a declaração de aquisição de domínio por usucapião, deve desaparecer o gravame real constituído sobre o imóvel, antes ou depois do início da posse “ad usucapionem”, seja porque a sentença apenas declara a usucapião com efeitos “ex tunc”, seja porque a usucapião é forma originária de aquisição de propriedade, não decorrente da antiga e não guardando com ela relação de continuidade.

STJ. REsp 620.610-DF, Rei. Min. Raul Araújo, j. 3.9.2013. 4ª T. (lnfo 527).

430
Q

No âmbito da alienação fiduciária de imóveis em garantia, o contrato, que serve de base para a existência da garantia, não se extingue por força da consolidação da propriedade, mas, sim, pela alienação em leilão público do bem objeto da alienação fiduciária, a partir da LAVRATURA DO AUTO DE ARREMATAÇÃO?

A

Sim, sendo que, a partir de tal momento, o devedor não conseguirá mais purgar a mora.

STJ; REsp 1.433.031-DF, Terceira Turma, DJe 18/6/2014. REsp 1.462.210-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 18/11/2014.

431
Q

O que define a responsabilidade pelo pagamento das obrigações condominiais não é o registro do compromisso de compra e venda, mas a relação jurídica material com o imóvel, representada pela imissão na posse pelo promissário comprador e pela ciência inequívoca do condomínio acerca do negócio?

A

Sim.

STJ; Repetitivos - Tema 886.

432
Q

A melhor interpretação do parágrafo 2º do artigo 787 do Código Civil* é que a confissão ou a transação não retiram do segurado de boa-fé e que tenha agido com probidade o direito à indenização e ao reembolso, sendo os atos “apenas ineficazes perante a seguradora”.Desse modo, a perda da garantia securitária só se dará nas situações de prejuízo efetivo ao ente segurador, “como em caso de fraude ou de ressarcimento de valor exagerado ou indevido, resultantes de má-fé do próprio segurado”?

A

Certo, STJ tempera a aplicação deste dispositivo quando de boa-fé o segurado.

433
Q

São indispensáveis a autorização judicial e a intervenção do Ministério Público em acordo extrajudicial firmado pelos pais dos menores, em nome deles, para fins de receber indenização por ato ilícito?

A

Sim.

STJ; EREsp n. 292.974-SP, Rel. Min. SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, Segunda Seção, DJ 15/9/2003.

434
Q

No caso de responsabilidade contratual, os juros e a correção correm a partir da citação, que é quando o devedor é constituído em mora (art. 405 do Código Civil). No caso de responsabilidade extracontratual (aquiliana), os juros e a correção correm a partir da data do evento danoso (Súmulas 43 e 54 do STJ)?

A

Certo.

435
Q

De acordo com o Código Civil, a possibilidade legal de redução equitativa da indenização pelo juiz é aplicável às hipóteses de responsabilidade subjetiva e objetiva?

A

Não, pois o parágrafo único do artigo 944 deixa ao juiz a possibilidade de reduzir equitativamente a indenização nos casos em que há desproporção entre a gravidade da culpa e o dano. Logo, a culpa é o parâmetro da equidade não havendo o que se falar, portanto, em cabimento do caso à responsabilidade objetiva. A rigor, o CC não prevê expressamente que a redução equitativa, nos casos de excessiva desproporção entre a culpa e o dano, alcança também a responsabilidade objetiva. A doutrina majoritária, entretanto, acolhe essa tese (Enunciado 380 do CJF).

436
Q

O que é interversão da posse (interversio possessionis)?

A

É a transformação ou inversão no titulo da posse, que se opera quando o possuidor direto afronta o proprietário ou possuidor indireto, rompendo o princípio da confiança, caracterizando animus domini.

437
Q

O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública?

A

Sim.

438
Q

Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição?

A

Sim.

439
Q

A sentença proferida no processo de usucapião possui natureza meramente declaratória, e não constitutiva?

A

Certo, e o registro da usucapião no cartório de imóveis serve não para constituir, mas para dar publicidade à aquisição originária (alertando terceiros).

STJ - REsp: 118360 SP 1997/0007988-0, Relator: Ministro VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), Data de Julgamento: 16/12/2010, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 02/02/2011).

440
Q

Desde qual momento é devida a correção monetária?

A

Regra: a partir da data do efetivo prejuízo (Súmula 43/STJ).

Exceção: dano moral - desde a data do arbitramento (Súmula 362/STJ).

441
Q

Desde qual momento são devidos juros moratórios?

A

01) Responsabilidade “C”ontratual: desde a “C”itação inicial;
02) Responsabilidade “E”xtracontratual: a partir do “E”vento danoso.

442
Q

O roubo de carga mediante grave ameaça e emprego de arma de fogo constitui força maior e exclui a responsabilidade da transportadora, quando adotadas todas as cautelas necessárias para o transporte da carga?

A

Sim.

ARG.01: O Tribunal de origem, com fundamento nas provas produzidas nos autos, concluiu que a transportadora adotou as cautelas necessárias para o transporte das mercadorias mediante contratação de seguro de carga e de serviço de monitoramento e rastreamento de veículo.

STJ. AgInt no AREsp 1232877/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 27/11/2018, DJe 04/12/2018.

443
Q

O que difere o estado de perigo da lesão?

A

ESTADO DE PERIGO TEM QUE TER DOLO DE APROVEITAMENTO, JÁ A LESÃO NÃO. Perigo: sinto cheiro de aproveitamento! Tem que ter dolo no Estado de Perigo, pois o Estado de Perigo é mais sério!! Estado de perigo: situação de perigo conhecido da outra parte; lesão: premente necessidade ou inexperiência. O estado de perigo é mais grave do que a lesão. Nesta, a pessoa atua por inexperiência; no estado de perigo, a pessoa está desesperada e atua para se salvar ou salvar pessoa próxima.

444
Q

No contrato de seguro de automóvel, o reconhecimento da responsabilidade, a confissão da ação ou a transação retiram do segurado de boa-fé o direito à indenização e ao reembolso, pois são prejudiciais à seguradora, a menos que haja prévio e expresso consentimento desta?

A

Não. A melhor interpretação do parágrafo 2º do artigo 787 do Código Civil é que a confissão ou a transação não retiram do segurado DE BOA-FÉ e que tenha agido com probidade o direito à indenização e ao reembolso, sendo os atos APENAS INEFICAZES perante a seguradora. Desse modo, a perda da garantia securitária só se dará nas situações de prejuízo efetivo ao ente segurador, como em caso de fraude ou de ressarcimento de valor exagerado ou indevido, resultantes de má-fé do próprio segurado.

STJ, REsp 1133459/RS, DJe 03/09/2014 - Info 548.

445
Q

O que difere posse ad interdicta e posse ad usucapionem?

A

01) Posse ad interdicta - constituindo regra geral, é a posse que pode ser defendida pelas ações possessórias diretas ou interditos possessórios;
02) Posse ad usucapionem - exceção à regra, é a que se prolonga por determinado lapso de tempo previsto na lei, admitindo-se a aquisição da propriedade pela usucapião, desde que obedecidos os parâmetros legais.

446
Q

Se concorrerem à herança somente filhos de irmãos falecidos, HERDARÃO POR CABEÇA?

A

Sim.

447
Q

Se concorrem filhos de irmãos bilaterais com filhos de irmãos unilaterais, cada um destes herdará a metade do que herdar cada um daqueles?

A

Sim. Mas se todos forem filhos de irmãos bilaterais, ou todos de irmãos unilaterais, herdarão por igual.

448
Q

O negócio jurídico acometido por dolo ACIDENTAL é anulável?

A

Não. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.

449
Q

O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos?

A

Sim.

450
Q

Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano CONHECIDO PELA OUTRA PARTE, assume obrigação excessivamente onerosa?

A

Sim.

451
Q

Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato?

A

Sim. 02 anos.

452
Q

Nas obrigações de dar coisa incerta, antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito?

A

Sim.

453
Q

Perde a qualidade de INDIVISÍVEL a obrigação que se resolver em perdas e danos?

A

Sim, ao contrário da solidariedade; convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a SOLIDARIEDADE.

454
Q

Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado?

A

Sim. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.

455
Q

Quais são os requisitos exigidos para a configuração do estado de perigo?

A

01) Situação de necessidade de salvar a si ou a pessoa de sua família;
02) Iminência de grave dano atual e grave, capaz de transmitir o receio de que, se não for afastado, as consequências temidas ocorrerão. O risco de dano pessoal pode ser: perigo de vida, lesão à saúde, integridade física, psíquico ou moral (honra);
03) Nexo de causalidade entre a declaração e o perigo de grave dano; e
04) Conhecimento do perigo pela outra parte, que se aproveita para tirar alguma vantagem (é o chamado DOLO DE APROVEITAMENTO).
05) Obrigação assumida excessivamente onerosa, ou seja, desproporcional, causando grande desequilíbrio contratual. Lembrando que se a onerosidade é razoável, o negócio pode ser considerado como válido.

456
Q

O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autêntico, conforme previsto no parágrafo único do art. 1.729 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle judicial do ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei?

A

Certo. Na apreciação do pedido, serão observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última vontade, se restar comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em melhores condições de assumi-la.

457
Q

O dono ou o possuidor do prédio inferior é obrigado a receber as águas que correm naturalmente do superior, não podendo realizar obras que embaracem o seu fluxo; porém a condição natural e anterior do prédio inferior não pode ser agravada por obras feitas pelo dono ou possuidor do prédio superior?

A

Certo. Ademais, quando Quando as águas, ARTIFICIALMENTE levadas ao prédio superior, ou aí colhidas, correrem dele para o inferior, poderá o dono deste reclamar que se desviem, ou se lhe indenize o prejuízo que sofrer.

458
Q

No caso de danos materiais por morte, a jurisprudência do STJ “tem condenado o autor do ilícito a pagar um valor a título de danos emergentes e uma pensão aos pais do falecido como lucros cessantes. Esta indenização encontra fundamento legal no art. 948 do CC. Segundo o STJ, em se tratando de família de baixa renda, presume-se que o filho contribuiria para o sustento de seus pais, quando tivesse idade para passar a exercer trabalho remunerado, dano este passível de indenização, na forma do inciso II do art. 948”. Normalmente, no tocante ao valor da pensão, o STJ utiliza quais critérios?

A

Normalmente, no tocante ao valor da pensão, o STJ utiliza os seguintes critérios:

01) No período em que o filho falecido teria entre 14 a 25 anos: os pais devem receber pensão em valor equivalente a 2/3 do salário mínimo;
02) No período em que o filho falecido teria acima de 25 anos até 65 anos: os pais devem receber pensão em valor equivalente a 1/3 do salário mínimo”.

Tais parâmetros de idade são utilizados pela jurisprudência, pois, presume-se que:

  • 14 anos é a idade em que a pessoa pode começar a trabalhar, como aprendiz, segundo a CF/88 (art. 7º, XXXIII). Antes disso, ela não poderia ter nenhuma atividade laborativa remunerada.
  • 25 anos é a idade em que a jurisprudência arbitrou na qual normalmente as pessoas se casam e, com isso, constituem novo núcleo familiar e, em razão deste fato, passam a ajudar menos financeiramente os pais.
  • 65 anos é a expectativa de vida considerada pela jurisprudência.
459
Q

O que são testamentos conjuntivos nas modalidades simultânea, recíproca ou correspectiva?

A

O testamento conjuntivo é apresentado no art. 1830 do CC e considerado proibido em qualquer das suas modalidades: recíproco, simultâneo e correspectivo. O testamento conjuntivo simultâneo é quando dois testadores fazem disposições em favor de terceiro. Já o recíproco, é quando um testador favorece o outro. Por fim, o correspectivo, além de haver reciprocidade, um beneficia o outro na mesma proporção que este o tiver beneficiado. Pela teoria das nulidades, independentemente de ser recíproco, simultâneo ou correspectivo, é nulo de pleno direito o testamento conjuntivo.

460
Q

Quais são os requisitos necessários para se alterar estatuto de uma fundação?

A

Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:

I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;

II - NÃO CONTRARIE ou DESVIRTUE o fim desta;

III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.

461
Q

O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo ou de outro credor?

A

Sim.

462
Q

O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais o conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, TRÊS ANOS DEPOIS, à propriedade do Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas circunscrições?

A

Sim. Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere este artigo, quando, cessados os atos de posse, deixar o proprietário de satisfazer os ônus fiscais.

463
Q

Se o devedor dos alimentos morre, essa obrigação sempre irá se transmitir para o espólio?

A

Não. Nem sempre. É necessário distinguir as situações:

01) se o credor de alimentos é herdeiro do falecido (exemplo mais comum: filho/filha). Neste caso, o espólio terá obrigação de pagar os alimentos;
02) se o credor de alimentos não é herdeiro do falecido (exemplo: ex-companheira). Neste caso, o espólio não deverá continuar pagando a pensão fixada.

464
Q

Os direitos de personalidade puros e nas relações de família, admite-se a aposição de termo?

A

Não. Os direitos da personalidade assim como os direitos decorrentes da relação de parentesco (alimentos, deveres de educação, convivência familiar etc.), são direitos fundamentais irrenunciáveis, inalienáveis e imprescritíveis. Logo, não estão sujeitos a termo ou condição que limite sua eficácia.

465
Q

A instituição de guarda compartilhada não se sujeita à transigência (concordância) dos genitores ou à existência de naturais desavenças entre os cônjuges separados?

A

Certo.

ARG.01: No mundo ideal, para que a guarda seja proveitosa para os filhos, seria imprescindível que existisse entre os pais uma relação marcada pela harmonia e pelo respeito, na qual não se identificassem disputas nem conflitos. Porém, por óbvio, tal realidade não é usual nos litígios envolvendo questões de família. Assim, a guarda compartilhada passou a ser a regra, independentemente de concordância entre os genitores acerca de sua necessidade.

ARG.02: É relevante que o filho do ex-casal receba o carinho e atenção de ambos os genitores, que devem buscar as medidas possíveis para permitir a convivência harmoniosa e próxima com o infante, o que é importante referencial para a sua formação. O que se deve almejar, em qualquer conflito dessa natureza, é o engajamento mútuo dos pais no atendimento aos deveres e direitos inerentes ao poder familiar.

ARG.03: A guarda compartilhada é a regra no ordenamento jurídico brasileiro, conforme disposto no art. 1.584 do Código Civil, em face da redação estabelecida pelas Leis nºs 11.698/2008 e 13.058/2014, ressalvadas eventuais peculiariedades do caso concreto aptas a inviabilizar a sua implementação, porquanto às partes é concedida a possibilidade de demonstrar a existência de impedimento insuperável ao seu exercício, o que não ocorreu na hipótese dos autos.

STJ. 3ª Turma. REsp 1.591.161/SE, rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j. 21.02.2017.

466
Q

Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, SE QUISER, a maneira de administrá-la?

A

Sim, somente se quiser.

467
Q

Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente perante o cartório do registro de imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por advogado?

A

Sim.

468
Q

Em caso de impugnação do pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, apresentada por qualquer um dos titulares de direito reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, por algum dos entes públicos ou por algum terceiro interessado, o oficial de registro de imóveis remeterá os autos ao juízo competente da comarca da situação do imóvel, cabendo ao requerente emendar a petição inicial para adequá-la ao procedimento comum?

A

Sim.

469
Q

Os ascendentes e colaterais estão sujeitos à colação?

A

Não. A lei só obriga que tragam o valor dos bens doados à colação os descendentes, estando livres disso os ascendentes e o cônjuge sobrevivente.

470
Q

No que consiste a colação de bens?

A

Ato do descendente que declara aquilo que recebeu em vida sob pena de ser considerado sonegado. Tem o condão de igualar a legítima. Como regra a colação é feita em substância (entrega o bem), mas poderá ocorrer por estimação de valor (já alienado o bem). Aquele que renunciou também deverá colacionar. O doador poderá dispensar o donatário da colação, desde que essas saiam da parte disponível, devendo constar expressamente no título. Não serão computados os gastos ordinários dos ascendentes com os descendentes (roupa, alimentação, saúde, doações remuneratórias de serviços prestados ao ascendente e etc).

471
Q

Na CESSÃO DE CRÉDITO, o devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente?

A

Sim, já que ele não teve nenhuma participação no ato, não sendo modificada a sua situação anterior; OBS: já na ASSUNÇÃO DE DÍVIDA, o novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo; aqui houve voluntariedade por parte do novo devedor.

472
Q

O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, AINDA QUE provado depois que não era credor?

A

Sim.

473
Q

A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o DEVEDOR PRINCIPAL e os FIADORES?

A

Sim.

474
Q

A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento deste?

A

Sim.

475
Q

Na novação subjetiva, se o novo devedor for insolvente, tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro?

A

Não. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro, SALVO se este obteve por má-fé a substituição.

476
Q

O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor. Por outro lado, não havendo termo, como deve se constituir a mora?

A

Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial.

477
Q

Para exigir a pena convencional (cláusula penal), é necessário que o credor alegue prejuízo?

A

Não.

478
Q

Quais são as principais críticas dirigidas ao direito ao esquecimento?

A

a) o acolhimento do chamado direito ao esquecimento constituiria um atentado à liberdade de expressão e de imprensa;
b) o direito de fazer desaparecer as informações que retratam uma pessoa significa perda da própria história, o que vale dizer que o direito ao esquecimento afronta o direito à memória de toda a sociedade;
c) o direito ao esquecimento teria o condão de fazer desaparecer registros sobre crimes e criminosos perversos, que entraram para a história social, policial e judiciária, informações de inegável interesse público;
d) é absurdo imaginar que uma informação que é lícita se torne ilícita pelo simples fato de que já passou muito tempo desde a sua ocorrência;
e) quando alguém se insere em um fato de interesse coletivo, mitiga-se a proteção à intimidade e privacidade em benefício do interesse público.

479
Q

O sucessor UNIVERSAL CONTINUA de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor SINGULAR É FACULTADO UNIR a sua posse à do antecessor, para os efeitos legais?

A

Sim.

480
Q

O dolo acidental não anula o negócio jurídico e, portanto, não gera direito à indenização?

A

Errado. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.

481
Q

A lesão pode anular o negócio jurídico ainda que a desproporção das prestações se manifeste posteriormente à celebração do negócio?

A

Não. Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. Logo, não pode ser avaliada posteriormente à celebração do negócio.

482
Q

Qual é a diferença entre prescrição do fundo de direito (prescrição nuclear) e prescrição progressiva (prescrição de obrigações de trato sucessivo)?

A

01) PRESCRIÇÃO DO FUNDO DE DIREITO: Ocorre quando o direito subjetivo é violado por um ato único, começando, aí, a correr o prazo prescricional que a pessoa lesada tem para exigir do devedor a prestação. Esgotado esse prazo, extingue-se a pretensão e o credor não mais poderá exigir nada do devedor. Em palavras mais simples, é aquela que atinge a exigibilidade do direito como um todo. Ex: o devedor combinou de pagar a dívida em uma só vez, em fev/2008. Se ele não pagou, iniciou-se o prazo prescricional, que terminou em fevereiro/2013;
02) PRESCRIÇÃO PROGRESSIVA: Ocorre quando a obrigação do devedor é de trato sucessivo, ou seja, contínua. Em outras palavras, o devedor, periodicamente, deve fornecer aquela prestação ao credor. Toda vez que não o faz, ele viola o direito do credor e este tem a pretensão de exigir o cumprimento. Em palavras mais simples, é aquela que atinge apenas as parcelas (e não o direito como um todo). Ex: o devedor combinou de pagar uma indenização ao credor até o fim de sua vida. Essa verba é paga em prestações (fev/2008, fev/2010, fev/2012 etc.). Imagine que ele não tenha pagado nenhuma. A prescrição quanto a fev/2008 e fev/2010 já ocorreu. Persistem, no entanto, as prestações de fev/2012 e as seguintes.

483
Q

Antes da escolha, NÃO poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, AINDA QUE por força maior ou caso fortuito?

A

Certo.

484
Q

O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, NA ÉPOCA EM QUE SE EVENCEU, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial?

A

Sim. Subsiste para o alienante esta obrigação, AINDA QUE a coisa alienada esteja deteriorada, EXCETO havendo dolo do adquirente.

485
Q

Em matéria de responsabilidade civil, no que consiste a tese da culpa contra a legalidade (culpa da legalidade)?

A

Segundo a tese da culpa contra a legalidade (ou culpa da legalidade), deve-se reconhecer a culpa presumida do agente que violar dever jurídico imposto em norma jurídica regulamentar. Assim, por exemplo, o condutor que tiver descumprido uma norma de trânsito será considerado presumivelmente culpado pelo acidente, devendo indenizar a vítima, salvo se comprovar uma causa excludente do nexo causal. Vale ressaltar que se trata de uma presunção relativa (presunção iuris tantum). Há, portanto, uma inversão do ônus da prova, considerando que ele (agente que descumpriu a norma) é quem terá que comprovar a causa excludente. Se não conseguir isso, será condenado a indenizar.

486
Q

Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste?

A

Certo.

487
Q

O ato de reconhecimento de filho é nulo quando feito sob condição ou termo?

A

Não, é ineficaz.

488
Q

Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu absoluta ou relativamente incapaz?

A

Sim.

489
Q

O abandono AFETIVO decorrente da omissão do genitor no dever de cuidar da prole constitui elemento suficiente para caracterizar dano moral compensável?

A

Sim.

ARG.01: O non facere que atinge um bem juridicamente tutelado, no caso, o necessário dever de cuidado (dever de criação, educação e companhia), importa em vulneração da imposição legal, gerando a possibilidade de pleitear compensação por danos morais por abandono afetivo.

ARG.02: Não há restrições legais à aplicação das regras relativas à responsabilidade civil e ao consequente dever de indenizar no Direito de Família e que o cuidado como valor jurídico objetivo está incorporado no ordenamento pátrio não com essa expressão, mas com locuções e termos que manifestam suas diversas concepções, como se vê no art. 227 da CF.

ARG.03: O descumprimento comprovado da imposição legal de cuidar da prole acarreta o reconhecimento da ocorrência de ilicitude civil sob a forma de omissão. É que, tanto pela concepção quanto pela adoção, os pais assumem obrigações jurídicas em relação à sua prole que ultrapassam aquelas chamadas necessarium vitae. É consabido que, além do básico para a sua manutenção (alimento, abrigo e saúde), o ser humano precisa de outros elementos imateriais, igualmente necessários para a formação adequada (educação, lazer, regras de conduta etc.).

ARG.04: O cuidado, vislumbrado em suas diversas manifestações psicológicas, é um fator indispensável à criação e à formação de um adulto que tenha integridade física e psicológica, capaz de conviver em sociedade, respeitando seus limites, buscando seus direitos, exercendo plenamente sua cidadania.

ARG.05: Não se discute o amar - que é uma faculdade - mas sim a imposição biológica e constitucional de cuidar, que é dever jurídico, corolário da liberdade das pessoas de gerar ou adotar filhos.

STJ. 3ª Turma. REsp 1.159.242-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 24/4/2012.

490
Q

Se o suposto pai não atender no prazo de trinta dias, a notificação judicial, ou negar a alegada paternidade, o juiz remeterá os autos ao representante do Ministério Público para que intente, havendo elementos suficientes, a ação de investigação de paternidade?

A

Sim. No entanto, é dispensável o ajuizamento de ação de investigação de paternidade pelo Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para adoção.

491
Q

É vedado legitimar e reconhecer filho na ata do casamento?

A

Sim, é vedado.

492
Q

Sempre que na sentença de primeiro grau se reconhecer a paternidade, nela se fixarão os alimentos provisionais ou definitivos do reconhecido que deles necessite?

A

Sim.

493
Q

O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da DATA DE SUA CELEBRAÇÃO?

A

Sim.

494
Q

Se, decorridos DOIS ANOS após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos herdeiros legítimos?

A

Sim.

495
Q

É anulável a cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança considerado singularmente?

A

Não, é ineficaz.

496
Q

O usufrutuário - na condição de possuidor direto do bem - pode valer-se das ações possessórias contra o possuidor indireto (nu-proprietário) e - na condição de titular de um direito real limitado (usufruto) - também tem legitimidade/interesse para a propositura de ações de caráter petitório, tal como a reivindicatória, contra o nu-proprietário ou contra terceiros?

A

Sim.

STJ, REsp n. 1.202.843/PR.

497
Q

Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida?

A

Sim. Todos devedores pagam a dívida + juros se houver. O devedor que deu causa ao atraso vai pagar o acréscimo aos demais devedores.

498
Q

A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior?

A

Certo.

499
Q

Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito?

A

Sim, por equidade não.

500
Q

É possível reconhecer a usucapião do domínio útil de bem público sobre o qual tinha sido, anteriormente, instituída enfiteuse, pois, nesta circunstância, existe apenas a substituição do enfiteuta pelo usucapiente, não trazendo qualquer prejuízo ao Estado?

A

Certo.

STJ. AgInt no REsp 1642495/RO, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 23/05/2017, DJe 01/06/2017.

501
Q

Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal abrangem, como regra, as pertenças?

A

Não, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.

502
Q

O que diferencia as benfeitorias necessárias, úteis e voluptuárias?

A

01) São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore;
02) São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem;
03) São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.

503
Q

Consideram-se benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem SEM A INTERVENÇÃO do proprietário, possuidor ou detentor?

A

Não.

504
Q

Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei?

A

Certo.

505
Q

O silêncio importa anuência?

A

Somente quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.

506
Q

Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. O que mais deve ser avaliado pela interpretação de um negócio jurídico?

A

A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que:

I - for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio;

II - corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio;

III - corresponder à boa-fé;

IV - for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e

V - corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as informações disponíveis no momento de sua celebração.

507
Q

As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de preenchimento de lacunas e de integração dos negócios jurídicos diversas daquelas previstas em lei?

A

Sim.

508
Q

É nulo ou anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou?

A

Sim, anulável. É de 180 dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo.

509
Q

O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito?

A

Certo, diferentemente da condição.

510
Q

O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, SALVO QUANDO expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como CONDIÇÃO SUSPENSIVA?

A

Certo.

511
Q

O falso motivo vicia a declaração de vontade?

A

O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.

512
Q

De acordo com a lei, o que difere o estado de perigo da lesão?

A

01) ESTADO DE PERIGO: quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa;
02) LESÃO: quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.

513
Q

Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante?

A

Sim, fraude contra credores.

514
Q

A ação pauliana, decorrente da fraude contra credores, pode ser proposta em face de quem?

A

A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra:

01) o devedor insolvente;
02) a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta;
03) ou terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé.

515
Q

A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade?

A

Certo.

516
Q

A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder provar-se por outro meio?

A

Certo.

517
Q

SUSPENSA a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível?

A

Certo, a obrigação deve ser indivisível. Por outro lado, a interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros.

518
Q

Existem obrigações, em sentido estrito, que decorrem de um direito real sobre determinada coisa, aderindo a essa e, por isso, acompanhando-a nas modificações do seu titular?

A

Sim, obrigações in rem, ob rem ou propter rem, também conhecidas como obrigações reais, mistas ou ambulatórias. É uma figura híbrida entre os direitos reais e pessoais.

519
Q

A relação obrigacional é composta por três elementos fundamentais. Quais?

A

a) subjetivo ou pessoal: — sujeito ativo (credor) — sujeito passivo (devedor)
b) objetivo ou material: a prestação;
c) ideal, imaterial ou espiritual: o vínculo jurídico.

520
Q

No âmbito das obrigações, no que consiste a prestação?

A

Elemento objetivo da relação obrigacional consistente na atividade do devedor direcionada à satisfação do crédito. Poderá ser positiva (dar, fazer) ou negativa (não fazer).

521
Q

Quais as características da família na atualidade?

A

A arquitetura da sociedade moderna impõe um modelo familiar descentralizado, democrático, igualitário e desmatrimonializado. Superação do perfil patrimonialista e patriarcal de família. Família eudemonista. A família pós-moderna funda-se em sua feição jurídica e sociológica no afeto, na ética, na solidariedade recíproca entre os seus membros e na preservação da dignidade deles. Deixa de ser um núcleo econômico e reprodutivo para ser um núcleo socioafetivo. Caráter instrumental da família: meio de promoção da pessoa humana.

522
Q

A família cumpre um papel funcionalizado, servindo de ambiente para a promoção da dignidade e a realização da personalidade de seus membros?

A

Sim. Família eudemonista que se pauta na busca pela felicidade solidária e individual de cada um de seus membros.

523
Q

Quais são as modalidades de revogação de uma lei?

A

TOTAL: Ab-rogação (ABsoluta);

PARCIAL: Derrogação.

524
Q

A emancipação voluntária, diversamente da operada por força de lei, não exclui a responsabilidade civil dos pais pelos atos praticados por seus filhos menores?

A

Certo.

ARG.01: Em caso de emancipação do filho, cabe distinguir-se: se é a legal, advinda por exemplo do casamento, os pais estão liberados; mas a emancipação voluntária não os exonera, porque um ato de vontade não elimina a responsabilidade que provém da lei.

ARG.02: Tratando-se de atos ilícitos, a emancipação, ao menos a que decorra da vontade dos pais, não terá as mesmas consequências que dela advêm quando se cuide da prática de atos com efeitos jurídicos queridos.

STJ. AgRg no Ag 1239557/RJ, Rel. Ministra Maria Isabel Galotti, 4a Turma, julgado em 09/10/2012.

525
Q

A servidão pode ser removida, de um local para outro, pelo dono do prédio serviente e à sua custa, se em nada diminuir as vantagens do prédio dominante, ou pelo dono deste e à sua custa,se houver considerável incremento da utilidade e não prejudicar o prédio serviente?

A

Certo.

526
Q

A usucapião pro-família se aplica para cônjuges e companheiros?

A

Sim.

527
Q

Qual é a lógica do regime de participação final nos aquestos?

A

No regime de participação final nos aqüestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento. Durante o casamento, cada cônjuge mantém um patrimônio próprio, individual e livremente administrado; contudo, quando dissolvido o casamento, cada um deles terá direito à meação sobre os bens que o outro adquiriu, a título oneroso, na constância da convivência.

528
Q

Quando é possível a penhora do bem de família CONVENCIONAL/VOLUNTÁRIO?

A

O bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua instituição, salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de condomínio.

529
Q

Quais foram as fases de tutela da união estável no direito brasileiro?

A

01) Rejeição (ausência de tutela);
02) Tolerância (tutela de natureza previdenciária);
03) Aceitação como fato social (tutela de natureza obrigacional); e
04) Valorização (prestígio constitucional).

530
Q

A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação?

A

Certo.

OBS: diferente da confissão no processo penal, no qual ela é divisível e retratável.

531
Q

Quem não pode ser admitido como testemunha?

A

DE ACORDO COM O CC:
01) os menores de dezesseis anos;

02) o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes; e
03) os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o terceiro grau de alguma das partes, por consangüinidade, ou afinidade.

NO ENTANTO: para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz admitir o depoimento das pessoas a que se refere este artigo.

DE ACORDO COM O CPC:
Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas.

532
Q

A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados?

A

Sim, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.

533
Q

Nas obrigações alternativas, se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar?

A

Sim. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.

534
Q

Perde a qualidade de INDIVISÍVEL a obrigação que se resolver em perdas e danos. Como se dá a responsabilidade dos devedores havendo culpa de todos ou de um só dos devedores?

A

01) Se houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais;
02) Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.

535
Q

Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores SOLIDÁRIOS, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado?

A

Certo. Ademais, todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.

536
Q

Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios?

A

Sim.

537
Q

Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante?

A

Sim.

538
Q

E, tratando-se de testamento, é lícita a deixa ao filho do concubino, quando também o for do testador?

A

Sim.

539
Q

Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, MAIS as despesas do contrato?

A

Certo.

540
Q

A interrupção (da prescrição) operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, SENÃO quando se trate de obrigações e direitos INDIVISÍVEIS?

A

Certo.

541
Q

No que consistem os direitos da personalidade?

A

Perspectiva civil dos direitos fundamentais. Conceituam-se os direitos da personalidade como aqueles que têm por objeto os atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa em si e em suas projeções sociais. Esfera extrapatrimonial do indivíduo, em que o sujeito tem reconhecidamente tutelada pela ordem jurídica uma série indeterminada de valores não redutíveis pecuniariamente, como a vida, a integridade física, a intimidade, a honra, entre outros.

542
Q

No que consiste o fato jurídico em sentido amplo e como ele se subdivide?

A

Fato jurídico, em sentido amplo, seria todo acontecimento natural ou humano capaz de criar, modificar, conservar ou extinguir relações jurídicas. Subdivide-se em:

01) Fato jurídico em sentido estrito (ordinário ou extraordinário);
02) Ato-fato jurídico;
03) Ação humana (lícita/ato jurídico em sentido amplo - ato jurídico em sentido estrito/não negocial ou negócio jurídico - ou ilícita - ato ilícito.

543
Q

O que é um ato-fato jurídico?

A

O ato-fato jurídico nada mais é do que um FATO JURÍDICO qualificado pela atuação humana. No ato-fato jurídico, o ato humano é realmente da substância desse fato jurídico, mas não importa para a norma se houve, ou não, intenção de praticá-lo. O que se ressalta, na verdade, é a consequência do ato, ou seja, o fato resultante, sem se dar maior significância se houve vontade ou não de realizá-lo. Ex: Um homem está escavando uma parte do seu terreno para fazer alguma construção, quando por acaso ele encontra petróleo. Não houve vontade da parte dele de encontrar o petróleo, porém, ele o encontrou, e para essa teoria é isso o que importa.

544
Q

O que é um ato jurídico em sentido estrito?

A

Constitui simples manifestação de vontade, sem conteúdo negocial, que determina a produção de efeitos legalmente previstos. Não existe propriamente uma declaração de vontade manifestada com o propósito de atingir, dentro do campo da autonomia privada, os efeitos jurídicos pretendidos pelo agente (como no negócio jurídico), mas sim um simples comportamento humano deflagrador de efeitos previamente estabelecidos por lei. Ex: reconhecimento de filho.

545
Q

No que consiste o negócio jurídico?

A

É a declaração de vontade, emitida em obediência aos seus pressupostos de existência, validade e eficácia, com o propósito de produzir efeitos admitidos pelo ordenamento jurídico pretendidos pelo agente.

546
Q

Na perspectiva do princípio da boa-fé e da própria teoria da aparência, não podem ser prejudicados aqueles que, amparados na legítima expectativa da qualidade de herdeiro, firmam com este uma relação negocial juridicamente possível?

A

Certo, por incidência da teoria do herdeiro aparente. O terceiro inocente que, por exemplo, celebra com o herdeiro (indigno) contrato de prestação de serviços para a conservação de bens da herança, faz jus à remuneração contratada. Da mesma forma, se, mediante autorização judicial, determinado bem, componente do acervo hereditário, é vendido pelo herdeiro e inventariante (indigno) a um terceiro de boa-fé, a alienação é válida.

547
Q

Quais foram as fases da tutela da união estável no direito brasileiro?

A
  1. Rejeição (ausência de tutela);
  2. Tolerância (tutela de natureza previdenciária);
  3. Aceitação como fato social (tutela de natureza obrigacional); e
  4. Valorização (prestígio constitucional).
548
Q

Quais são os prazos para anulação do casamento?

A

01) NULIDADE ABSOLUTA: não tem prazo;
02) DO INCAPAZ DE CONSENTIR: 180 dias;
03) INCOMPETÊNCIA DA AUTORIDADE CELEBRANTE: 02 anos;
04) ERRO: 03 anos;
05) COAÇÃO: 04 anos.

549
Q

No que consiste o princípio da saisine?

A

O “droit de saisine” consiste numa das das regras fundamentais do Direito das Sucessões, tida por muitos juristas como verdadeiro princípio jurídico sucessório. De acordo com ele, com o óbito do hereditando, seus herdeiros recebem por efeito direto da lei (son saisis de plein droit), as suas obrigações, a sua propriedade de coisas móveis e imóveis e os seus direitos. Trata-se de efeito jurídico que se irradia a partir do óbito do de cujus.

550
Q

Quais os conceitos de herança jacente e vacante?

A

01) HERANÇA JACENTE: situação de uma herança estabelecida, mas ainda sem um destinatário conhecido; o aquela em que o falecido não deixou testamento ou herdeiros notoriamente conhecidos. A herança literalmente “jaz” enquanto não se apresentam herdeiros para reclamá-la, ignorando-se quem seja, do ponto de vista ideal, o novo titular do patrimônio deixado. Enquanto não surgem herdeiros, o curador dado à herança jacente deve providenciar a regularização de ativos e passivos da massa patrimonial. E se não aparecerem quaisquer herdeiros? É o momento da conversão da herança jacente em vacante, conforme preceitua o art. 1.820 do CC/2002;
02) HERANÇA VACANTE: trata-se de um sucedâneo da noção de herança jacente; considera-se vacante a herança que não teve qualquer habilitação de herdeiro, seja por ser desconhecido, seja porque aqueles de que se têm notícias renunciaram-na. Vale dizer, a vacância somente é reconhecida quando não houve qualquer habilitação de herdeiros para a herança, sendo a jacência um estado meramente provisório. Verifica-se após o interstício de um ano após a arrecadação dos bens do de cujus. No entanto, não há uma incorporação imediata dos bens pelo Estado, após a declaração de vacância, dada a previsão de um lapso temporal de cinco anos, a partir da abertura da sucessão, para que o domínio público, efetivamente, se consolide, em virtude da ausência de herdeiros conhecidos e habilitados.

551
Q

No que consiste o usufruto vidual do cônjuge?

A

Trata-se de instituto jurídico utilizado no regime do CC de 1916, hoje extinto com a vigência do CC/02. Tratava-se, pois, de um usufruto concedido ao cônjuge sobrevivente (que houvesse sido casado sob regime que não fosse o de comunhão universal), enquanto durasse a sua viuvez, incidente sobre 25% dos bens do falecido, se houvesse prole comum ou exclusiva, ou sobre 50% da herança, se não houvesse filhos, ainda que existissem ascendentes. Em seu lugar, passou-se a prever o direito real de habitação.

552
Q

Quando o casamento será nulo e quando ele será anulável?

A

01) NULO: É nulo o casamento contraído por infringência de impedimento.
02) ANULÁVEL: É anulável o casamento:

I - de quem não completou a idade mínima para casar;

II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;

III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558 (vícios e erro quanto à pessoa);

IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;

V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;

VI - por incompetência da autoridade celebrante.

553
Q

Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor?

A

Sim, é o que prescreve o CC.

554
Q

O direito de visita estende-se a qualquer dos avós, a critério do juiz, observados os interesses da criança ou do adolescente?

A

Sim.

555
Q

As disposições relativas à guarda e prestação de alimentos aos filhos menores estendem-se aos maiores incapazes?

A

Sim.

556
Q

O parentesco por afinidade limita-se aos ASCENDENTES, aos DESCENDENTES e aos IRMÃOS do cônjuge ou companheiro?

A

Sim.

557
Q

Quais são as hipóteses de extinção do poder familiar?

A

Extingue-se o poder familiar:

I - pela morte dos pais ou do filho;

II - pela emancipação, nos termos do art. 5o, parágrafo único;

III - pela maioridade;

IV - pela adoção;

V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638.

558
Q

Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha?

A

Sim. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão.

559
Q

Quais são as hipóteses de extinção judicial do poder familiar?

A

01) Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:

I - castigar imoderadamente o filho;

II - deixar o filho em abandono;

III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;

IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.

V - entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção. único.

02) Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que:

I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar: a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher; b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão;

II – praticar contra filho, filha ou outro descendente: a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher; b) estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão.

560
Q

Quando será obrigatória a adoção do regime de separação legal de bens?

A

É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:

I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;

II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos;

III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.

561
Q

São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra. A pequena e média propriedade rural, de igual forma, também são impenhoráveis?

A

Não, somente é impenhorável a a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família. Não se aplica a mesma restrição imposta em caso de desapropriação para fins de reforma agrária.

562
Q

No que consiste a Cláusula de Stoppel?

A

Trata-se de um desdobramento do princípio da boa-fé objetiva observável no plano do direito internacional. Com ela, busca-se preservar a boa-fé/confiança e, com isso, a segurança das relações jurídicas internacionais. Consiste, em síntese, na vedação do comportamento contraditório no plano do Direito Internacional. Ex: Um exemplo pode ser vislumbrado no imbróglio entre Brasil e Bolívia, no caso da exploração de petróleo pela Petrobrás, em que houve quebra do pactuado, mesmo tendo sido autorizada a realização de vultosos investimentos: a Bolívia criou a legítima expectativa no Governo Brasileiro, por meio da Petrobras, para investir naquele País, e, em seguida, baixou ato contrário ao esperado, rompendo a norma ética que se traduz na Cláusula de Stoppel.

563
Q

Quais bens se excluem da comunhão no regime da comunhão parcial de bens?

A

Excluem-se da comunhão:

I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;

II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;

III - as obrigações anteriores ao casamento;

IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;

V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;

VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;

VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.

564
Q

Quais bens se entram na comunhão no regime da comunhão parcial de bens?

A

Entram na comunhão:

I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;

II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;

III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;

IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;

V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.

565
Q

Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia?

A

Sim.

566
Q

Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide?

A

Sim.

567
Q

A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar SEPARADA DE FATO ou JUDICIALMENTE?

A

Certo.

568
Q

As crianças e os adolescentes cujos pais forem desconhecidos, falecidos ou que tiverem sido suspensos ou destituídos do poder familiar no terão tutores nomeados pelo Juiz ou serão incluídos em programa de colocação familiar, na forma prevista pela Lei 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente?

A

Sim.

569
Q

O tutor é obrigado a servir por espaço de dois anos?

A

Sim, 02 anos.

570
Q

O Supremo Tribunal Federal julgou inconstitucional a distinção de regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros, devendo ser aplicado, em ambos os casos, o regime estabelecido para os cônjuges. Tal entendimento, por contemplar inconstitucionalidade, que tem efeito ex tunc, é aplicável aos inventários judiciais mesmo com o trânsito em julgado da sentença de partilha?

A

Não. Com a finalidade de preservar a segurança jurídica, o entendimento ora firmado é aplicável apenas aos inventários judiciais em que não tenha havido trânsito em julgado da sentença de partilha, e às partilhas extrajudiciais em que ainda não haja escritura pública.

STF. RE 878694. Rel. Min. Roberto Barroso. Tribunal Pleno, julgado em 10/05/2017.

571
Q

No que consiste a tomada de decisão apoiada?

A

A tomada de decisão apoiada É O PROCESSO pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade.

572
Q

Havendo HERDEIROS NECESSÁRIOS, o testador só poderá dispor da metade da herança?

A

Sim.

573
Q

INEFICAZ é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade?

A

Sim.

574
Q

O co-herdeiro, a quem não se der conhecimento da cessão, poderá, depositado o preço, haver para si a quota cedida a estranho, se o requerer até CENTO E OITENTA DIAS após a transmissão?

A

Sim, 180 dias é o prazo decadencial.

575
Q

São NULAS as disposições testamentárias em favor de pessoas não legitimadas a suceder, ainda quando simuladas sob a forma de contrato oneroso, ou feitas mediante interposta pessoa?

A

Sim. Presumem-se pessoas interpostas os ascendentes, os descendentes, os irmãos e o cônjuge ou companheiro do não legitimado a suceder.

NO ENTANTO, HÁ UMA EXCEÇÃO: é lícita a deixa ao filho do concubino, quando também o for do testador.

576
Q

O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário (INDIGNIDADE) extingue-se em quatro anos, contados da abertura da sucessão?

A

Sim.

577
Q

A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que legalmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados em território federal?

A

Certo. Por outro lado, não se habilitando até a declaração de vacância, os COLATERAIS ficarão excluídos da sucessão.

578
Q

São eficazes as alienações feitas, a título oneroso, pelo herdeiro aparente a terceiro de boa-fé?

A

Sim. Relevância no âmbito da petição de herança.

579
Q

O nascituro legitima-se a suceder desde que concebido quando da abertura da sucessão?

A

Sim.

580
Q

Como se sabe, a interrupção da prescrição é, como regra, pessoal, não afetando cocredores ou codevedores (art. 204, caput). Contudo, a interrupção prejudica os codevedores quando houver solidariedade?

A

Sim, art. 204, §1º.

581
Q

O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei?

A

Sim. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.

582
Q

A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido, dentre outras hipóteses, por TER SIDO ADQUIRIDO com produto de crime ou PARA EXECUÇÃO DE SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens?

A

Sim.

583
Q

Quando a residência familiar constituir-se em imóvel rural, a impenhorabilidade (DO BEM DE FAMÍLIA) restringir-se-á à sede de moradia, com os respectivos bens móveis, e, nos casos do art. 5º, inciso XXVI, da Constituição, à área limitada como pequena propriedade rural?

A

Sim.

584
Q

Se a prestação, devido à mora, se tornar INÚTIL ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos?

A

Sim.

585
Q

Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica BENEFICIADOS DIRETA OU INDIRETAMENTE PELO ABUSO?

A

Certo. Os não beneficiados não serão prejudicados.

586
Q

Nas obrigações solidárias, todos os devedores respondem pelos JUROS DE MORA, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o CULPADO RESPONDE AOS OUTROS pela obrigação acrescida?

A

Sim.

OBS: CONTUDO, impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.

587
Q

Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam SEPARADOS JUDICIALMENTE, nem SEPARADOS DE FATO HÁ MAIS DE DOIS ANOS, SALVO prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente?

A

Sim.

588
Q

Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a LEGÍTIMA?

A

Sim.

589
Q

Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes NA ABERTURA DA SUCESSÃO, abatidas as dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em seguida, o valor dos bens sujeitos a colação?

A

Sim, na abertura, de acordo com a letra de lei do CC.

590
Q

Extingue-se em quanto tempo o direito de impugnar a validade do TESTAMENTO?

A

Em 05 (cinco) anos, contado o prazo da data do seu registro.

591
Q

São NULAS OU ANULÁVEIS as disposições testamentárias inquinadas de erro, dolo ou coação?

A

Anuláveis. Ademais, extingue-se em 04 (quatro) anos o direito de anular a disposição, contados de quando o interessado tiver conhecimento do vício.

592
Q

Quais são os princípios que nortearam a elaboração do Código Civil de 2002?

A

Os princípios da eticidade (compatibilização dos valores com valores éticos), socialidade (contraposição à ideologia individualista e patrimonialista; preservar o sentido de coletividade) e operabilidade(concessão de maiores poderes hermenêuticos ao magistrado, verificando, no caso concreto, as efetivas necessidades a exigir a tutela jurisdicional; cláusulas gerais, conceitos jurídicos indeterminados, etc).

593
Q

Quais são as teorias que controvertem acerca do momento em que a pessoa adquire personalidade jurídica?

A

01) Teoria natalista: ocorre a partir do nascimento com vida - instante em que principia o funcionamento do aparelho cardiorrespiratório, clinicamente aferível pelo exame de docimasia hidrostática de Galeno; o nascituro possuiria mera expectativa de direito;
02) Teoria da personalidade condicional: o nascituro possui direitos sob condição suspensiva. pois há nele uma personalidade condicional que surge, na sua plenitude, com o nascimento com vida e se extingue no caso de não chegar o feto a viver;
03) Teoria concepcionista: o nascituro adquiriria personalidade jurídica desde a concepção, sendo, assim, considerado pessoa.

594
Q

O que difere o nascituro e o “nondum conceptus”?

A

Nascituro é aquele ente concebido, embora ainda não nascido. Já o “nondum conceptus” trata da prole eventual da pessoa existente por ocasião da morte do testador, quando há disposição testamentária a seu favor. Trata-se de um “sujeito de direito”, sem ser pessoa (como o nascituro), previsto nos arts. 1.799 e 1.800 do CC/2002.

595
Q

Admite-se a morte presumida, quanto aos ausentes, nos casos em que lei autoriza a abertura da sucessão definitiva?

A

Sim.

596
Q

Quais são as características dos direitos da personalidade?

A
  1. Caráter absoluto;
  2. Generalidade;
  3. Extrapatrimonialidade;
  4. Indisponibilidade;
  5. Imprescritibilidade;
  6. Impenhorabilidade;
  7. Vitaliciedade.
597
Q

A doação feita em contemplação do merecimento do donatário NÃO PERDE o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto?

A

Certo.

598
Q

Qual é a diferença entre confusão, comistão e adjunção?

A

A lei civil prevê a confusão, comistão e adjunção como formas de aquisição da propriedade móvel. A confusão é a mistura de coisas líquidas; a comistão é a mistura de coisas sólidas ou secas; enquanto a adjunção é a justaposição de uma coisa móvel a outra.

599
Q

No que consiste a especificação?

A

Transformação da coisa em uma espécie nova, diante do trabalho do especificador, não sendo mais possível o retorno à forma anterior. Ex. escultura em relação à pedra, da pintura em relação à tela, da poesia em relação ao papel.

600
Q

Qual é a diferença entre famílias paralelas/simultâneas e famílias poliafetivas?

A

Nessas duas modalidades de família, há dois ou mais relacionamentos simultâneos/paralelos. A grande diferença entre elas se dá pelo fato de que nas Famílias Poliafetivas há de fato um consentimento entre todos os participantes e, em muitos casos, moram todos sob o mesmo teto. Por outro lado, as uniões paralelas/simultâneas, não há bem um consentimento pelo companheiro (a)/cônjuge, mas sim quase sempre uma “traição”; um dos companheiros (as) ou cônjuges ou ambos não sabe da existência da relação paralela de seu parceiro. Em caso de famílias paralelas, há decisões esparsas conferindo alguns direitos ao (à) amante, principalmente no caso de putatividade da união estável. 12Mas o entendimento pacífico até então dos tribunais superiores é no sentido de inadmitir relações paralelas, conferindo efeitos jurídicos apenas para a 1ª relação estabelecida.

601
Q

A guarda de que trata os arts. 33 e seguintes do ECA é a guarda de não filhos, sendo que o regime jurídico da guarda de filhos, decorrente do poder familiar (art. 1.634, II, do CC), é previsto no Código Civil (arts. 1.583 a 1.590)?

A

Certo.

602
Q

No que consiste a pessoa jurídica?

A

Agrupamento humano, criado na forma da lei, e dotado de personalidade jurídica própria, para a realização dos fins comuns propostos. Enquanto sujeito de direito, poderá a pessoa jurídica, por seus órgãos e representantes legais, atuar no comércio e sociedade, praticando atos e negócios jurídicos em geral.

603
Q

Quais são as teorias que buscam explicar a natureza jurídica da pessoa jurídica?

A

01) TEORIAS NEGATIVISTAS: mero patrimônio, sem personalidade jurídica, destinado a um fim; forma de condomínio ou propriedade coletiva; não possuiria personalidade jurídica própria, pois os próprios associados (pessoas físicas) seriam considerados em conjunto; tal teoria não possui muita aceitação;

02) TEORIAS AFIRMATIVISTAS: reconhecimento de personalidade jurídica da pessoa jurídica; subdivide-se em três vertentes:
a) TEORIA DA FICÇÃO: mera criação da lei, pessoas por ficção legal;
b) TEORIA DA REALIDADE OBJETIVA: existência própria, real, social, como os indivíduos; análogos à pessoa natural;
c) TEORIA DA REALIDADE TÉCNICA: existência real, não obstante a sua personalidade ser conferida pelo direito; a personificação desses grupos é construção da técnica jurídica

604
Q

Quais são os pressupostos de existência da pessoa jurídica?

A

a) a vontade humana criadora;
b) a observância das condições legais para a sua instituição;
c) a licitude de seu objetivo.

605
Q

Nas sociedades irregulares ou de fato, a responsabilidade dos sócios é ilimitada?

A

Sim, devendo-se observar que os credores particulares dos sócios só podem executar a participação que o devedor possuir na sociedade, se não tiver outros bens desembargados, ou, se depois de executados, os bens que ainda tiver não forem suficientes para o pagamento.

606
Q

No que consistem os grupos ou entes despersonalizados?

A

Os grupos despersonalizados ou com personificação anômala constituem um conjunto de direitos e obrigações, de pessoas e de bens sem personalidade jurídica e com capacidade processual, mediante representação. São entes que se formam independentemente da vontade dos seus membros ou em virtude de um ato jurídico que vincula as pessoas físicas em torno de bens que lhes suscitam interesses, sem lhes traduzir affectio societatis. Ex: massa falida, espólio, condomínio.

607
Q

Quais são as pessoas jurídicas de direito privado?

A
  1. As associações;
  2. As sociedades;
  3. As fundações;
  4. As organizações religiosas;
  5. Os partidos políticos;
  6. As empresas individuais de responsabilidade limitada.
608
Q

No âmbito dos bens reciprocamente considerados, qual é a diferença entre frutos e produtos?

A

01) Os frutos podem ser definidos como utilidades que a coisa principal periodicamente produz, cuja percepção não diminui a sua substância (ex.: a soja, a maçã, o bezerro, os juros, o aluguel). Se a percepção da utilidade causar a destruição total ou parcial da coisa principal, não há que se falar, tecnicamente, em frutos;
02) Os produtos são utilidades que a coisa principal produz, cuja percepção ou extração diminui a sua substância (ex.: pedras e metais que se extraem das minas e das pedreiras). A alterabilidade da substância principal é o ponto distintivo entre os frutos e os produtos.

609
Q

Salvo disposição legal em contrário, NÃO se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição?

A

Certo.

610
Q

Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato?

A

Sim, 02 anos.

611
Q

Constituído o usufruto em favor de duas ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em relação a cada uma das que falecerem, SALVO se, por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente?

A

Certo.

612
Q

Incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais?

A

Não. Súmula 498/STJ.

OBS: A natureza de reparação dos danos morais, e não de ressarcimento, é o que justifica a não incidência de imposto de renda sobre o valor recebido a título de compensação por tal espécie de dano.

613
Q

O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, AINDA QUE ACIDENTAIS, SALVO SE provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante?

A

Certo.

614
Q

A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de SUCESSÃO DEFINITIVA?

A

Sim.

615
Q

As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo?

A

Sim, art. 43 do CC.

616
Q

Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, QUANDO NECESSÁRIO, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo?

A

Sim.

617
Q

De acordo com o CC, para fins de desconsideração da personalidade jurídica, no que consiste o desvio de finalidade e a confusão patrimonial?

A

01) Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza;
02) Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por:

I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa;

II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e

III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.

618
Q

Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso?

A

Sim. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.

619
Q

No que consiste a obrigação natural?

A

A obrigação natural é um debitum em que não se pode exigir, judicialmente, a responsabilização patrimonial (obligatio) do devedor, mas que, sendo cumprido, não caracterizará pagamento indevido. É, pois, um débito sem responsabilidade. Sendo dívida, a ela se aplicam, a priori, todos os elementos estruturais de uma obrigação, com a peculiaridade, porém, de não poder ser exigida a prestação, embora haja a irrepetibilidade do pagamento. Distingue-se da obrigação civil por não ser dotada de exigibilidade por decorrência de algum óbice legal. Ex: dívida prescrita; dívida de jogo; etc.

620
Q

No que consistem as obrigações propter rem ou ob rem?

A

Trata-se de uma figura híbrida, situando-se no intermédio entre direitos pessoais e reais. existem obrigações, em sentido estrito, que decorrem de um direito real sobre determinada coisa, aderindo a essa e, por isso, acompanhando-a nas modificações do seu titular. São as chamadas obrigações in rem, ob rem ou propter rem, também conhecidas como obrigações reais ou mistas. Ao contrário das obrigações em geral, que se referem ao indivíduo que as contraiu, as obrigações propter rem se transmitem automaticamente para o novo titular da coisa a que se relacionam. Ex: pagamento de condomínio; reparação de danos ambientais, etc.

621
Q

Conforme entendimento do STJ, é possível a constituição de mandatário com poderes expressos para renunciar a herança, admitindo-se que a outorga dos referidos poderes seja conferida por instrumento público ou particular?

A

Não. A renúncia da herança é ato solene, exigindo o art. 1.806 do CC – para o seu reconhecimento – que conste “expressamente de instrumento público ou termo judicial”, sob pena de nulidade (CC, art. 166, IV), não produzindo qualquer efeito, sendo que “a constituição de mandatário para a renúncia à herança deve obedecer à mesma forma, não tendo validade a outorga por instrumento particular”.

STJ. REsp 1.236.671/SP.

622
Q

Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à herança, poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante dentro de qual prazo?

A

A habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias seguintes ao conhecimento do fato.

623
Q

Quais são as principais características dos direitos reais?

A

01) ABSOLUTISMO: concedem a seu titular verdadeira situação se dominação sobre um objeto (absolutismo). Este poder é oponível erga omnes. Mas há limitações a esse absolutismo impostas pela constitucionalização do direito privado (ex: função social da propriedade);
02) SEQUELA: Os direitos reais aderem à coisa, sujeitando-a imediatamente ao poder de seu titular, com oponibilidade erga omnes. O titular pode perseguir a coisa em poder de terceiros onder quer que se encontre. Dessa característica decorre o princípio da aderência, no sentido de que o direito real adere a coisa, permitindo a sua perseguição;
03) PREFERÊNCIA: Privilégio do titular de direito real em obter o pagamento de um débito com o valor do bem aplicado exclusivamente à sua satisfação. Predominante nos direitos reais de garantia;
04) TAXATIVIDADE: Destinando-se a operar contra toda a coletividade, não pode qualquer direito real ser reconhecido juridicamente se não houver prévia norma que sobre ele faça previsão. Regime de ordem pública. São numerus clausus, de enumeração taxativa, localizados no rol do artigo 1225 e em leis especiais diversas. Não respeitado o modelo jurídico legal, o NJ realizado se limitará a produzir eficácia obrigacional.

624
Q

No que consiste a posse?

A

Trata-se de uma situação de fato em que uma pessoa, que pode ou não ser a proprietária, exerce sobre uma coisa atos e poderes ostensivos, conservando-a e defendendo-a, exercitando sobre ela ingerência socioeconômica (fins sociais – exigência humana integradora). Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.

625
Q

Qual é a natureza jurídica da posse?

A

A posse é um direito subjetivo dotado de estrutura peculiar. Trata-se de um direito autônomo à propriedade, que representa o efetivo aproveitamento econômico dos bens para o alcance de interesses sociais e existenciais merecedores de tutela. As teorias sociológicas da posse procuram demonstrar que a posse não é um apêndice da propriedade, ou a sua mera aparência e sombra. Compreensão da posse de acordo com os valores sociais nela impregnados, como um poder fático de ingerência socioeconômica sobre determinado bem da vida, mediante a utilização concreta da coisa. A posse ingressa no Direito através de três vias: real, obrigacional e fática – configuração tridimensional da posse.

626
Q

No que consiste o desdobramento da posse?

A

Trata-se de fenômeno que se verifica quando o proprietário, efetivando uma relação jurídica negocial com terceiro, transfere-lhe o poder de fato sobre a coisa; apesar de não mais se manter na apreensão da coisa, o proprietário continuará sendo reputado possuidor, só que indireto. Assim, por força de uma relação jurídica travada entre o proprietário e um terceiro, detecta-se o desdobramento da posse em direta e indireta. Ex: locação, usufruto, comodato, etc. O desdobramento da posse só se verifica quando faculdades que integram o domínio são transferidas a outra pessoa, para que utilize como decorrência de uma relação jurídica de direito real ou obrigacional.

627
Q

No que consiste a detenção?

A

É uma posse degradada, juridicamente desqualificada pelo ordenamento vigente. O legislador entendeu que, em determinadas situações, alguém possui poder fático sobre a coisa sem que sua conduta alcance repercussão jurídica, a ponto de ser-lhe negada a tutela possessória. Ou seja, a lei desqualifica a posse, transformando-a em mera detenção conforme o caso.

Ocorre em quatro hipóteses:

01) Fâmulos ou servidores da posse;
02) Atos de permissão e tolerância;
03) Atos de violência e clandestinidade;
04) Atuação em bens públicos.

628
Q

Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País?

A

Sim, 30 salários-mínimos.

629
Q

Como deve ser interpretado o negócio jurídico?

A

A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que:

I - for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio;

II - corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio;

III - corresponder à boa-fé;

IV - for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e

V - corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as informações disponíveis no momento de sua celebração.

630
Q

No que consiste a condição?

A

Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.

631
Q

O termo inicial suspende o EXERCÍCIO, mas não a aquisição do direito?

A

Certo.

632
Q

Qual é a diferença entre estado de perigo e lesão?

A

01) ESTADO DE PERIGO: Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de GRAVE DANO CONHECIDO PELA OUTRA PARTE, assume OBRIGAÇÃO EXCESSIVAMENTE ONEROSA;
02) LESÃO: Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob PREMENTE NECESSIDADE, ou por INEXPERIÊNCIA, se obriga a PRESTAÇÃO MANIFESTAMENTE DESPROPORCIONAL ao valor da prestação oposta.

633
Q

Quais são as duas hipóteses legais que permitem o reconhecimento da fraude contra credores?

A

01) Os negócios de TRANSMISSÃO GRATUITA de bens ou REMISSÃO de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos;
02) Serão igualmente anuláveis os CONTRATOS ONEROSOS do devedor insolvente, quando a INSOLVÊNCIA FOR NOTÓRIA, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.

634
Q

Quais são as hipóteses de nulidade do negócio jurídico?

A

É nulo o negócio jurídico quando:

I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;

II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;

III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;

IV - não revestir a forma prescrita em lei;

V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;

VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;

VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.

AINDA: É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.

635
Q

No que consiste o ato ilícito?

A

01) Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito;
02) Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

636
Q

É possível a separação por escritura pública?

A

Sim. O divórcio consensual, a SEPARAÇÃO CONSENSUAL e a EXTINÇÃO CONSENSUAL DE UNIÃO ESTÁVEL, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública.

637
Q

Qual a diferença entre honra objetiva e subjetiva?

A

01) Honra objetiva: correspondente à reputação da pessoa, compreendendo o seu bom nome e a fama de que desfruta no seio da sociedade;
02) Honra subjetiva: correspondente ao sentimento pessoal de estima ou à consciência da própria dignidade.

638
Q

O que são bens?

A

Bem é tudo quanto corresponde à solicitação de nossos desejos. Para o Direito, a noção de bem possui uma funcionalidade própria. Embora mais extensa do que a acepção meramente econômica — que se limita à suscetibilidade de apreciação pecuniária —, os bens jurídicos podem ser definidos como toda a utilidade física ou ideal, que seja objeto de um direito subjetivo. Em geral, bem significa toda utilidade em favor do ser humano, conceito que não interessa diretamente ao Direito. Já em sentido jurídico, lato sensu, bem jurídico é a utilidade, física ou imaterial, objeto de uma relação jurídica, seja pessoal ou real.

639
Q

Quando ocorre o arrolamento sumário?

A

Ocorre em três hipóteses:

a) quando todos os herdeiros forem maiores e capazes e estiverem de acordo quanto à partilha;
b) quando houver interessado incapaz, desde que concordem todas as partes e o Ministério Público;
c) quando houver herdeiro único.

OBS: Não importa o valor do patrimônio transmitido.

640
Q

A ausência de registro da hipoteca em cartório de registro de imóveis afasta a exceção à regra de impenhorabilidade prevista no art. 3º, V, da Lei n. 8.009/1990, a qual autoriza a penhora de bem de família dado em garantia hipotecária na hipótese de dívida constituída em favor de entidade familiar?

A

Não.

ARG.01: O art. 3º da Lei nº 8.009/90 traz as hipóteses em que o bem de família legal pode ser penhorado. O inciso V afirma que o imóvel poderá ser penhorado, mesmo sendo bem de família, se ele foi dado como hipoteca (garantia real) de uma dívida em favor da entidade familiar e esta, posteriormente, não foi paga. Neste caso, o bem de família poderá ser alienado e seu produto utilizado para satisfazer o credor.

ARG.02: O registro da hipoteca no cartório de Registro de Imóveis é indispensável para que ela se constitua como direito real. Isso está previsto no art. 1.227 do CC. É essa inscrição no RI que confere à hipoteca a eficácia de direito real oponível erga omnes. No entanto, apesar disso, a hipoteca convencional já tem validade inter partes, como direito pessoal, desde o momento da assinatura do contrato.

ARG.03: Desse modo, a ausência de registro da hipoteca não a torna inexistente, mas apenas válida inter partes como crédito pessoal. Logo, o fato de a hipoteca não ter sido registrada não pode ser utilizado como argumento pelo devedor para evitar a penhora do bem de família, incidindo a exceção prevista no art. 3º, V, da Lei nº 8.009/90.

STJ. 3ª Turma. REsp 1.455.554-RN, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 14/6/2016 (Info 585).

641
Q

A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal?

A

Certo.

642
Q

No que consiste a teoria do adimplemento substancial?

A

A Teoria do Adimplemento Substancial trata de uma doutrina derivada do direito inglês, que sustenta que não se deve considerar extinta uma obrigação quando a atividade do devedor, embora não tenha atingido plenamente o fim proposto (prestação imperfeita), aproximou-se consideravelmente do seu resultado final. O normal, em caso de descumprimento de obrigação contratual é que a parte lesada pelo inadimplemento peça a extinção do contrato, além da indenização por perdas e danos. Entretanto, segundo essa teoria, o credor fica impedido de rescindir o contrato caso haja cumprimento de parte essencial da obrigação assumida. No entanto, não se perde o direito de obter o restante do crédito, inclusive eventuais indenizações, podendo ajuizar ação de cobrança para tanto.

643
Q

No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de morte, o capital estipulado não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera herança para todos os efeitos de direito?

A

Certo.

644
Q

A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até DOIS ANOS depois de dissolvida a sociedade conjugal?

A

Sim.

645
Q

Como se pode decompor o fato jurídico em sentido amplo para fins de classificação?

A

01) Fato jurídico em sentido estrito;
a) ordinário;
b) extraordinário;

02) Ato-fato jurídico;

03) Ação humana;
a) lícita (ato jurídico em sentido amplo); - ato jurídico em sentido estrito (não-negocial); - negócio jurídico;
b) ilícita (ato ilícito).

646
Q

No âmbito da teoria dos negócios jurídicos, a vontade é um elemento absoluto?

A

01) A vontade, dentro da concepção racionalista que nos legou o individualismo francês, a par de continuar sendo a pedra de toque de todo negócio jurídico, perdeu a sua conotação absoluta, moldada, sobretudo, pelo surgimento do pensamento iluminista, na medida em que passou a ser condicionada, paulatinamente, por normas de ordem pública;
02) O Direito contemporâneo reconheceu que os agentes emissores da vontade não podiam ser considerados sempre partes iguais em uma dada relação jurídica, sob pena de se coroarem situações de inegável injustiça. A igualdade formal, rótulo hipócrita justificador de violências sociais, cedeu lugar aos princípios da igualdade material e da dignidade da pessoa humana, o que representou a modificação do próprio eixo interpretativo do negócio jurídico (e da sua principal espécie: o contrato);
03) Necessidade de constitucionalizar o estudo do Direito Civil, libertando-nos de formalismos legais inúteis. Nesse diapasão, urge reconhecer que a declaração de vontade, sopro vivificador do negócio jurídico, para ser válida e legítima — e por que não falar em legitimidade no Direito Civil? —, deve, atualmente, não apenas corresponder ao arcabouço de preceitos validantes do Código, mas, principalmente, respeitar os ditames constitucionais e os superiores princípios de respeito à ordem pública e de solidarismo social;
04) A limitação normativa da vontade, desde que respeitados direitos fundamentais, significa humanização nas manifestações da autonomia privada e respeito à individualidade e condição social de cada contratante. Com tudo que se disse, não se defendeu — é bom que se frise — a aniquilação da vontade individual, mas apenas, e tão somente, a socialização das relações negociais em prol do bem comum.

647
Q

No que consiste o negócio jurídico?

A

Trata-se de declaração de vontade, emitida em obediência aos seus pressupostos de existência, validade e eficácia, com o propósito de produzir efeitos admitidos pelo ordenamento jurídico pretendidos pelo agente.

648
Q

Quais são os pressupostos de validade do NJ previstos pela doutrina?

A

Qualificando os elementos constitutivos (existenciais), pode-se apresentar o seguinte quadro esquemático dos pressupostos gerais de validade do negócio jurídico:

a) manifestação de vontade livre e de boa-fé;
b) agente emissor da vontade capaz e legitimado para o negócio;
c) objeto lícito, possível e determinado (ou determinável);
d) forma adequada (livre ou legalmente prescrita).

Sabendo-se os elementos constitutivos do negócio, chega-se, facilmente, aos seus pressupostos de validade, bastando, para tanto, qualificar ou adjetivar os primeiros.

649
Q

Quais são as duas espécies de coação?

A

São dois os tipos de coação:

a) física (“vis absoluta”); age diretamente sobre o corpo da vítima; doutrina entende que este tipo de coação neutraliza completamente a manifestação de vontade, tornando o negócio jurídico inexistente, e não simplesmente anulável;
b) moral (“vis compulsiva”); aquela que incute na vítima um temor constante e capaz de perturbar seu espírito, fazendo com que ela manifeste seu consentimento de maneira viciada; Por não tolher completamente a liberdade volitiva, é causa de invalidade (anulabilidade) do negócio jurídico, e não de inexistência.

650
Q

Quais são os NJ nulos?

A

O Novo Código Civil, em seus arts. 166 e 167, adotando diretriz semelhante do CC/16, com algumas modificações, considera nulo o negócio jurídico quando:

a) for celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
b) for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
c) o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
d) não revestir a forma prescrita em lei;
e) preterir alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
f) tiver por objeto fraudar a lei imperativa;
g) a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção;
h) tiver havido simulação.

651
Q

Qual é a diferença entre a confirmação e a conversão do negócio jurídico?

A

01) A confirmação, que alguns preferem denominar ratificação, consoante já se anotou, é medida sanatória voluntária, própria dos atos anuláveis, e consistente em uma declaração de vontade que tem por objetivo validar um negócio jurídico defeituoso por erro, dolo, coação, lesão, estado de perigo ou fraude contra credores, desde que já se encontre escoimado o vício de que padecia. Em tal hipótese, se um determinado contrato foi firmado por força de ameaça (coação moral), e, posteriormente, verifica-se que a avença acabou favorecendo o coagido, pode este confirmar o negócio, renunciando, por conseguinte, ao direito de anulá-lo;
02) A conversão, figura muito bem desenvolvida pelo Direito Processual Civil, constitui, no Direito Civil, à luz do princípio da conservação, uma importante medida sanatória dos atos nulo e anulável. Consiste no expediente técnico de aproveitar-se como outro ato jurídico válido aquele inválido, nulo ou anulável, para o fim a que foi realizado. Trata-se, portanto, de uma medida sanatória, por meio da qual aproveitam-se os elementos materiais de um negócio jurídico nulo ou anulável, convertendo-o, juridicamente, e de acordo com a vontade das partes, em outro negócio válido e de fins lícitos.

652
Q

O não cumprimento do encargo gera a invalidade da avença?

A

Não. Não suspendendo os efeitos do negócio jurídico, o não cumprimento do encargo não gera, portanto, a invalidade da avença, mas sim apenas a possibilidade de sua cobrança judicial, ou a posterior revogação do negócio.

653
Q

Qual é o único requisito necessário para a concessão de alimentos gravídicos?

A

Convencido da existência de INDÍCIOS DE PATERNIDADE, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré.

654
Q

VIOLADO O DIREITO, nasce para o titular a PRETENSÃO, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206?

A

Certo.

655
Q

A interrupção da prescrição produzida contra o principal devedor PREJUDICA o fiador?

A

Sim.

656
Q

Em se tratando de obrigação de fazer, se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo RECUSA OU MORA deste, sem prejuízo da indenização cabível?

A

Sim. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.

657
Q

Qual é a razão da existência da limitação temporal de direitos e pretensões, que legitimam os instituto da prescrição e decadência?

A

O maior fundamento da existência do próprio direito é a garantia de pacificação social. O ordenamento jurídico deve buscar prever, na medida do possível, a disciplina das relações sociais, para que todos saibam — ou tenham a expectativa de saber — como devem se portar para o atendimento das finalidades — negociais ou não — que pretendam atingir. Não é razoável, para a preservação do sentido de estabilidade social e segurança jurídica, que sejam estabelecidas relações jurídicas perpétuas, que podem obrigar, sem limitação temporal, outros sujeitos, à mercê do titular.

658
Q

O que é a prescrição?

A

É a perda da pretensão de reparação do direito violado, em virtude da inércia do seu titular, no prazo previsto pela lei; a obrigação jurídica prescrita converte- se em obrigação natural, que é aquela “que não confere o direito de exigir seu cumprimento, mas, se cumprida espontaneamente, autoriza a retenção do que foi pago”. Tem por objeto direitos subjetivos patrimoniais e disponíveis, não afetando, por isso, direitos sem conteúdo patrimonial direto como os direitos personalíssimos, de estado ou de família, que são irrenunciáveis e indisponíveis.

659
Q

O que é a decadência?

A

Há direitos que, por sua própria natureza, possuem prazo predeterminado para o seu exercício. O transcurso desse prazo, aliado à inércia do seu titular, caracteriza a decadência ou caducidade - perda efetiva de um direito potestativo, pela falta de seu exercício, no período de tempo determinado em lei ou pela vontade das próprias partes. Sendo, literalmente, a extinção do direito, é também chamada, em sentido estrito, consoante já se disse, de caducidade, não remanescendo qualquer sombra de direito em favor do titular, que não terá como exercer mais, de forma alguma, o direito caduco. Envolve direitos potestativos, de qualquer espécie (disponíveis ou não).

660
Q

De acordo com a corrente realista, quais são as principais diferenças entre direitos reais e pessoais?

A

Seguindo a corrente realista, eis as principais diferenças:

a) Legalidade ou tipicidade - os direitos reais somente existem se a respectiva figura estiver prevista em lei;
b) Taxatividade - a enumeração legal dos direitos reais é taxativa;
c) Publicidade - primordialmente para os bens imóveis;
d) Eficácia erga omnes - os direitos reais são oponíveis a todas as pessoas, indistintamente;
e) Inerência ou aderência - o direito real adere à coisa, acompanhando-a em todas as suas mutações;
f) Sequela - como consequência da característica anterior, o titular de um direito real poderá perseguir a coisa afetada, para buscá-la onde se encontre, e em mãos de quem quer que seja.

661
Q

Como se classificam as fontes mediatas das obrigações?

A

01) os atos jurídicos negociais (o contrato, o testamento, as declarações unilaterais de vontade);
02) os atos jurídicos não negociais (o ato jurídico stricto sensu, os fatos materiais — como a situação fática de vizinhança etc.);
03) os atos ilícitos (no que se incluem o abuso de direito e o enriquecimento ilícito).

662
Q

A valorização patrimonial dos imóveis ou das cotas sociais de sociedade limitada, adquiridos antes do casamento ou da união estável, não deve integrar o patrimônio comum a ser partilhado quando do término do relacionamento, visto que essa valorização é decorrência de um fenômeno econômico que dispensa a comunhão de esforços do casal?

A

Certo.

STJ. Jurisprudência em Teses, em EDIÇÃO N. 113.

663
Q

Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, SALVO se o causador do dano for DESCENDENTE seu, ABSOLUTA OU RELATIVAMENTE incapaz?

A

Certo, não basta ser apenas descendente.

664
Q

Nos termos do novo Código de Processo Civil, a legitimidade do Ministério Público para promover interdição em caso de doença mental grave é SUBSIDIÁRIA e EXTRAORDINÁRIA, funcionando como substituto processual e intervirá como fiscal da ordem jurídica nas ações de interdição que não propõe?

A

Certo.

665
Q

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao PLENO DESENVOLVIMENTO DA PESSOA, seu PREPARO PARA O EXERCÍCIO DA CIDADANIA e sua QUALIFICAÇÃO PARA O TRABALHO?

A

Sim.

666
Q

É facultado ao cônjuge sobrevivente, ou a qualquer parente em linha reta ou colateral ATÉ O QUARTO GRAU, exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade de pessoa já falecida, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei?

A

Certo.

667
Q

As pessoas consideradas responsáveis por ato de terceiro, enumeradas no artigo 932 do Código Civil, possuem responsabilidade SOLIDÁRIA ou SUBSIDIÁRIA?

A

São SOLIDARIAMENTE responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932.

668
Q

Qual é a classificação básica das obrigações?

A

Apreciadas segundo a prestação que as integra: POSITIVA: - Dar (coisa certa ou incerta); - Fazer; NEGATIVA - Não fazer.

669
Q

Quanto ao risco de PERECIMENTO do objeto de uma obrigação de dar coisa certa (OBRIGAÇÃO DE DAR-DAR, OU SEJA, TRANSFERINDO A PROPRIEDADE), quem arcará com as consequências de sua concretização?

A

a) Se a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição (da entrega da coisa), ou pendente condição suspensiva (o negócio encontra-se subordinado a um acontecimento futuro e incerto: o casamento do devedor, por exemplo), fica resolvida a obrigação para ambas as partes, suportando o prejuízo o proprietário da coisa que ainda não a havia alienado;
b) Se a coisa se perder, por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente (valor da coisa), mais perdas e danos.

670
Q

Quanto ao risco de perecimento/deterioração, as obrigações de restituir coisa certa (OBRIGAÇÃO DE DAR-RESTITUIR, OU SEJA, DEVOLVER A POSSE DO BEM A QUEM DE DIREITO), por sua vez, merecem tratamento específico?

A

Sim:

01) Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. Subsiste a regra de que a coisa perece para o dono (credor), que suportará o prejuízo, sem direito a indenização, considerando-se a ausência de culpa do devedor. Em caso de simples deterioração, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização;
02) Se a coisa se perde por culpa do devedor, que não poderá mais restituí-la ao credor, deverá responder pelo equivalente (valor do objeto), mais perdas e danos; Se, todavia, a coisa restituível apenas se deteriora, a solução da lei é no sentido de se aplicar a mesma regra acima citada (art. 239), ou seja, a imposição ao devedor de responder pelo equivalente (valor do objeto) mais perdas e danos. Nada impede, todavia, a despeito de o Novo Código ser silente a respeito, que o credor de coisa restituível, deteriorada por culpa do devedor, opte por ficar com a coisa, no estado em que se encontra, com direito a reclamar a indenização pelas perdas e danos correspondentes à deterioração.

671
Q

Quais as consequências do descumprimento de uma obrigação de fazer?

A

01) Se a prestação do fato torna-se impossível sem culpa do devedor, resolve-se a obrigação, sem que haja consequente obrigação de indenizar;
02) Se a impossibilidade decorrer de culpa do devedor, este poderá ser condenado a indenizar a outra parte pelo prejuízo causado.

672
Q

O que são obrigações solidárias?

A

Mais importante categoria do Direito Obrigacional. Existe solidariedade quando, na mesma obrigação, concorre uma pluralidade de credores, cada um com direito à dívida toda (solidariedade ativa), ou uma pluralidade de devedores, cada um obrigado à dívida toda (solidariedade passiva). Existe unidade objetiva da obrigação (o objeto é único), embora concorram mais de um credor ou devedor, cada um deles com direito ou obrigação, respectivamente, a toda a dívida. Ocorre quando a relação se constitui de modo que um dos vários credores tenha a faculdade de receber tudo, tal como se fosse o único credor, ou quando cada um dos vários devedores deva pagar tudo, como fosse o único devedor.

673
Q

O que é a responsabilidade subsidiária?

A

No livro do Direito das Obrigações não se observa nenhuma referência à ideia de responsabilidade subsidiária. No entanto, uma análise sistemática do CC e da jurisprudência aponta para a sua existência neste campo o Direito Civil. Nada mais é do que uma forma especial de solidariedade, com benefício ou preferência de excussão de bens de um dos obrigados. Na responsabilidade subsidiária, uma das pessoas tem o débito originário e a outra tem apenas a responsabilidade por esse débito. Por isso existe uma preferência (dada pela lei) na ordem de excussão. Sendo assim, não há que se falar em obrigação subsidiária, mas sim, em uma responsabilidade subsidiária.

674
Q

Qual é a relevância da proteção judicial da posse?

A

O direito do possuidor de defender a sua posse contra terceiros – incluindo-se aí o proprietário – é uma consequência jurídica produzida pela necessidade geral de respeito a uma situação fática consolidada, na qual necessidades humanas fundamentais são satisfeitas. A posse é um modelo jurídico autônomo à propriedade, sendo que a razão de seu acautelamento pela ordem jurídica provém primordialmente do valor dado ao uso dos bens através do trabalho e do seu aproveitamento econômico. O não aproveitamento de um bem representa inegavelmente um dano social. A posse será tutelada como uma situação de fato capaz de satisfazer a necessidade fundamental de moradia e fruição da coisa. O possuidor merece amparo por ser aquele que retira as utilidades do bem e lhe defere destinação econômica, sem que haja qualquer conexão com a situação jurídica de ser ou não o titular da propriedade. A proteção a esta situação se efetivará, seja ou não o possuidor o portador do título ou mesmo que se coloque em situação de oposição ao proprietário. A ordem jurídica acautela o possuidor como forma de preservação de seu elementar direito ao desenvolvimento dos atributos de sua personalidade, pois o uso e fruição de bens têm em vista a satisfação das necessidades essenciais e acesso aos bens mínimos pela pessoa ou entidade familiar. Qualquer demanda possessória deve girar em torno de uma agressão material a uma relação possessória preexistente, sem qualquer vinculação com relações jurídicas que confiram eventual titularidade.

675
Q

Qual é a distinção entre o juízo possessório e o juízo petitório?

A

01) No juízo possessório, são exercitadas as faculdades jurídicas oriundas da posse em si mesma, não se cogitando de qualquer relação jurídica subjacente. De fato, nada impede que uma pessoa submeta uma coisa a seu poder, sem que a posse seja justificada por qualquer título jurídico e, mesmo assim, mereça proteção pelo sistema. Em síntese, tutela-se a posse com base no fato jurídico da posse. A posse é o poder fático que visualiza poderes inerentes à propriedade. Sendo poder de fato, não se permite na pesquisa de sua efetivação qualquer questão de direito que possa nela influenciar. Assim, o jus possessionis (possessório) tutela o direito de possuir pelo simples fato de uma posse preexistente hostilizada por uma ofensa concreta, sem qualquer discussão no tocante ao fenômeno jurídico da propriedade. A tutela possessória pressupõe uma situação anterior de poder fático sobre o bem, tenha sido ela emanada de um ato-fato (ocupação do bem), de um direito real (usufruto) ou obrigacional (locação), ou mesmo do próprio direito de propriedade. Em qualquer dos casos, o titular da relação jurídica fundamentará a pretensão com base na posse que afirma exercer e não na qualidade de seu título, pois não há posse onde o fato não existe. O jus possidendi (petitório) é matéria estranha e alheia a essa discussão, abstraindo-se do exame da lide possessória a discussão acerca do direito subjacente ao que aconteceu no mundo dos fatos. Caso o possuidor A venha a ser agredido pelo proprietário B, poderá servir-se do juízo possessório, sendo que toda a fundamentação da demanda será embasada na defesa de sua situação fática anterior à lesão ao direito subjetivo;
02) No juízo petitório, a proteção da posse decorre do direito de propriedade ou de outro direito dela derivado. Busca-se a posse com fundamento na titularidade formal. O titular pleiteia a posse por ter consigo as faculdades de uso e fruição da coisa, em razão de portar um direito obrigacional ou real. No jus possidendi (petitório), pretende-se alcançar o direito à posse como um dos atributos consequentes a um direito de propriedade ou negócio jurídico transmissivo de direito real ou obrigacional.

OBS: Na ação possessória, não é permitida a discussão de propriedade, pois a causa de pedir e o pedido versam apenas sobre posse. O enfrentamento dos títulos de propriedade só ocorrerá no universo do petitório, local adequado para que o magistrado defira o direito à posse a quem trouxer o melhor título. Os planos jurídicos de nascimento, estrutura e finalidade da posse e propriedade são diversos, merecem, portanto, soluções diversas. Inutilizada estaria a tutela da posse se possível fosse ao proprietário esbulhador responder ao possuidor esbulhado com a ação petitória. O máximo que conseguiria o possuidor seria a medida liminar do interdito, pois, propondo o proprietário, em seguida, a reivindicatória, os dois feitos seriam reunidos por conexão e o julgamento da lide forçosamente seria em favor do proprietário pela óbvia prevalência do domínio sobre a posse. Portanto, ao momento em que for proferida a sentença que reconheça como procedente o juízo possessório, o seu comando exigirá a imediata retirada do proprietário, restituindo-se o autor à posse, sancionando o exercício arbitrário das próprias razões e reconstituindo a situação arbitrariamente violada. Nasce a coisa julgada formal e material na esfera possessória. Nesse instante, prestigiada a tutela à função social da posse, estará autorizado o proprietário a ajuizar a ação petitória, respeitando o due process of law. Via de consequência, por mais que o proprietário tenha direito à posse, somente poderá litigar sobre ela após restituir a coisa ao status quo, mediante a devolução do bem injustamente obtido por esbulho. Destarte, cessada a agressão e reposto o possuidor ofendido na situação fática originária, poderá o eventual proprietário tentar alcançar a posse por meio da ação reivindicatória, de natureza petitória

676
Q

A pendência de ação possessória impede a alegação de usucapião?

A

Não. Esse novo enfoque do campo das ações possessórias não impede a arguição de usucapião em defesa. Quando a Súmula 237 do Supremo Tribunal Federal permite a alegação de exceção de usucapião na contestação, não restringe seu campo à defesa do réu nas ações petitórias. Não há vedação à afirmação da usucapião em defesa nas ações possessórias. A finalidade única da exceção de usucapião é a de gerar a improcedência da pretensão que a ela se opõe com base no domínio adquirido pelo possuidor em decorrência de sua longa posse. Por isso, não se cogita de reconvenção ou ação declaratória incidental quanto à prescrição aquisitiva, pois a ação especial de usucapião (art. 941 do CPC) não pode ser substituída por outros modelos procedimentais. Em outras palavras, não se permite a exceptio proprietatis, mas nada impede a exceptio dominis como defesa nas ações possessórias. Muitas vezes, a pessoa do proprietário não se identifica com aquele que exerce o domínio, pois o titular formal não mais exercita os poderes de ingerência econômica sobre a coisa. Sendo certo que ninguém pode reivindicar aquilo que não mais se encontra em seu domínio, com muito mais razão não poderá se reintegrar em uma posse que há muito se perdeu. A alegação de usucapião em defesa não embaralha o possessório com o petitório, pois neste a causa de pedir é a propriedade, na usucapião a causa petendi é a própria posse.

677
Q

Em se tratando de responsabilidade civil, a única hipótese em que poderá haver responsabilidade solidária do menor de 18 anos com seus pais é ter sido emancipado nos termos do art. 5º, parágrafo único, inc. I, do novo Código Civil?

A

Certo.

Enunciado n. 40/CJF.

678
Q

Quando, por MOTIVOS IMPREVISÍVEIS, sobrevier DESPROPORÇÃO MANIFESTA entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação?

A

Certo.

679
Q

Quando se dá o pagamento com sub-rogação legal?

A

A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:

I - do credor que paga a dívida do devedor comum;

II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;

III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.

680
Q

Na novação subjetiva passiva, o que ocorre se o novo devedor for insolvente?

A

Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição.

681
Q

A compensação efetua-se entre dívidas LÍQUIDAS, VENCIDAS e de COISAS FUNGÍVEIS?

A

Sim.

682
Q

O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso?

A

Sim, salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada.

683
Q

Como se constitui em mora o devedor?

A

01) O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor;
02) Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial;
03) Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou.

684
Q

O que é a cessão de crédito pro solvendo?

A

Quando o cedente se responsabiliza pela solvência do devedor. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais do que daquele recebeu do cessionário, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança.

OBS: Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor.

685
Q

O que é o pagamento?

A

Trata-se do cumprimento voluntário da obrigação devida, seja ela de qual espécie for (dar, fazer ou não fazer). É sinônimo de adimplemento, solução, cumprimento, execução, etc. O pagamento é a forma clássica de extinção de uma obrigação. Ao lado do pagamento, existem ainda formas especiais de extinção das obrigações, como por exemplo: consignação em pagamento; novação; compensação; compromisso; confusão; etc.

686
Q

Existem outras formas especiais de extinção das obrigações, as quais a doutrina costuma denominar pagamentos especiais ou indiretos?

A

Sim. Se o pagamento é a “morte natural” de uma obrigação, não podemos deixar de reconhecer que, juridicamente, há outras formas de “morte” de uma obrigação, sem que se siga a via ordinária concebida genericamente para todas as formas de vida. Ocorrida uma dessas modalidades de extinção obrigacional, o devedor se eximirá de responsabilidade, embora nem sempre o crédito haja sido plenamente satisfeito. Conclui-se, portanto, que a extinção da obrigação não necessariamente significará satisfação do credor.

687
Q

Quais são as formas especiais de extinção da obrigação?

A

a) consignação em pagamento;
b) pagamento com sub-rogação;
c) imputação do pagamento;
d) dação em pagamento;
e) novação;
f) compensação;
g) transação;
h) compromisso (arbitragem);
i) confusão;
j) remissão.

688
Q

O que é a consignação em pagamento?

A

Trata-se a consignação em pagamento do instituto jurídico colocado à disposição do devedor para que, ante o obstáculo ao recebimento criado pelo credor ou quaisquer outras circunstâncias impeditivas do pagamento, exerça, por depósito bancário ou judicial da coisa devida, o direito de adimplir a prestação, liberando-se do liame obrigacional. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.

689
Q

Quais são as hipóteses que autorizam a consignação em pagamento?

A

Não é um rol taxativo. A própria lei estabelece outras hipóteses em dispositivos esparsos. Mas o CC prevê os seguintes:

01) se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
02) se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
03) se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
04) se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
05) se pender litígio sobre o objeto do pagamento.

690
Q

O que é o pagamento com sub-rogação?

A

Sub-rogar é ato pelo qual se substitui uma pessoa ou coisa em lugar de outra. Ideia de substituição, ou seja, o fato de uma pessoa tomar o lugar da outra, assumindo a sua posição e a sua situação. Sendo assim, o pagamento com sub-rogação, modo especial de extinção das obrigações, traduz a ideia de cumprimento da dívida por terceiro, com a consequente substituição de sujeitos na relação jurídica obrigacional originária: sai o credor e entra o terceiro que pagou a dívida ou emprestou o necessário para que o devedor solvesse a obrigação.

691
Q

Quando ocorre o pagamento com sub-rogação legal?

A

A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:

01) do credor que paga a dívida do devedor comum;
02) do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;
03) do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte; Hipótese mais comum: terceiro juridicamente interessado (fiador, etc).

692
Q

Quando ocorre o pagamento com sub-rogação convencional?

A

01) quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos; Situação muito semelhante à cessão de crédito, sendo-lhe, inclusive, aplicadas as mesmas regras;
02) quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.

693
Q

Quando a sentença penal fará coisa julgada em relação ao juízo civil?

A

01) Se a decisão for condenatória: irá influenciar na decisão cível; Um dos efeitos da condenação é tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime (art. 91, I do CP). Logo, o juízo cível não poderá dizer que o fato não existiu ou que o condenado não foi o seu autor;
02) Absolutória que reconhece a inexistência do fato ou que o réu não concorreu para a infração penal;
03) Absolutória que reconhece ter o réu praticado a conduta em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

694
Q

Existe direito de preferência na aquisição do direito de laje em caso de sua alienação?

A

Sim. No caso de alienação de qualquer das unidades sobrepostas, terão direito de preferência, em igualdade de condições com terceiros, os titulares da construção-base e da laje, nessa ordem.

695
Q

Toda causa excludente de ilicitude reconhecida pelo juízo penal obsta a sua discussão em ação civil ex delicto?

A

Não. Nem tudo que é penalmente lícito o é também civilmente. Em alguns casos, mesmo sendo a sentença absolutória, permite-se a formação de título executivo judicial. É o caso do estado de necessidade agressivo, que atinge terceiros inocentes, que não causaram a situação de perigo. Também o aberratio ictus no contexto da legítima defesa, quando fere inocentes.

696
Q

É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado, no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade?

A

Sim, 04 anos.

697
Q

Legitimam-se a suceder as pessoas NASCIDAS ou JÁ CONCEBIDAS no momento da abertura da sucessão?

A

Sim.

698
Q

O prazo para anular a venda direta entre ascendente e descendente é de 2 anos, a contar da conclusão do ato?

A

Sim, art. 179 do CC.

699
Q

Quando ocorre o inadimplemento relativo da obrigação?

A

O inadimplemento relativo ocorre quando a prestação, ainda passível de ser realizada, não foi cumprida no tempo, lugar e forma convencionados, remanescendo o interesse do credor de que seja adimplida, sem prejuízo de exigir uma compensação pelo atraso causado. Este retardamento culposo no cumprimento de uma obrigação ainda realizável caracteriza a mora, que tanto pode ser do credor (mora accipiendi), como também, com mais freqüência, do devedor (mora solvendi ou debendi). Não se verifica somente quando o devedor retarda a solução do débito; também incorrerá em mora o credor que se recusar a receber a prestação no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.

700
Q

Quais são os requisitos para a verificação da mora do devedor?

A
  1. EXISTÊNCIA DE DÍVIDA LÍQUIDA E CERTA - O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor;
  2. VENCIMENTO OU EXIGIBILIDADE DA DÍVIDA - Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial. A citação válida constitui o devedor em mora. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou;
  3. CULPA DO DEVEDOR - Deve decorrer de uma conduta humana.
701
Q

Quais são as consequências da mora do devedor?

A

Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos. Ou seja, o devedor tem responsabilidade civil pelo prejuízo causado, cuja compensação pode vir prevista no próprio título da obrigação ou aferida em procedimento autônomo. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso (perpetuatio obligationis). Salvo se provar isenção de culpa (no que diz respeito a mora), ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada.

702
Q

O que prega a teoria dos danos em ricochete?

A

DANOS EM RICOCHETE: quando atinge terceiros; não se confunde com dano indireto e mediato; são também indenizáveis por derivarem diretamente da atuação ilícita do infrator.

703
Q

O que é a cláusula penal?

A

A cláusula penal é um pacto acessório, pelo qual as partes de determinado negócio jurídico fixam, previamente, a indenização devida em caso de descumprimento culposo da obrigação principal, de alguma cláusula do contrato ou em caso de mora. Serve para:

01) PRÉ-LIQUIDAR DANOS: indenizar previamente a parte prejudicada pelo inadimplemento;
02) INTIMIDAR: âmbito psicológico do devedor; fazer com que ele não deixe de solver o débito.

704
Q

Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado?

A

Correto. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.

OBS: No entanto, a penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.

705
Q

Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou?

A

Sim.

706
Q

O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso?

A

Em regra, sim, salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada.

707
Q

Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar?

A

Sim. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.

708
Q

No que consiste o enriquecimento sem causa?

A

Quando uma das partes de determinada relação jurídica experimenta injustificado benefício, em detrimento da outra, que se empobrece, inexistindo causa jurídica para tanto.

709
Q

Qual é a ordem preferencial dos créditos no CC?

A

Temos a seguinte ordem de preferência no Código Civil brasileiro:

a) crédito real;
b) crédito pessoal privilegiado especial;
c) crédito pessoal privilegiado geral;
d) crédito pessoal simples (quirografário).

710
Q

Para exigir a pena convencional, é necessário que o credor alegue prejuízo e demonstre prejuízo?

A

Não.

711
Q

Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória?

A

Sim, instituto das arras penitenciais. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.

712
Q

A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato?

A

Sim.

713
Q

Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão contratual?

A

Sim.

714
Q

Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de PROBIDADE e BOA-FÉ?

A

Sim.

715
Q

No que consiste o vício redibitório?

A

A coisa recebida em virtude de CONTRATO COMUTATIVO pode ser enjeitada por VÍCIOS OU DEFEITOS OCULTOS, que a tornem IMPRÓPRIA AO USO a que é destinada, ou lhe DIMINUAM O VALOR.

OBS.01: É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.

716
Q

Nos CONTRATOS ONEROSOS, o alienante responde pela evicção?

A

Sim.

OBS: Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.

717
Q

Pode o adquirente demandar pela evicção, SE SABIA que a coisa era alheia ou litigiosa?

A

Não.

718
Q

Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de COMPROMETER ou TORNAR DUVIDOSA a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la?

A

Sim.

719
Q

Nos contratos de EXECUÇÃO CONTINUADA OU DIFERIDA, se a prestação de uma das partes SE TORNAR EXCESSIVAMENTE ONEROSA, com EXTREMA VANTAGEM PARA A OUTRA, em virtude de ACONTECIMENTOS EXTRAORDINÁRIOS E IMPREVISÍVEIS, poderá o devedor pedir a resolução do contrato?

A

Sim. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.

720
Q

Quais são as hipóteses de ingratidão do donatário que legitimam a revogação da doação?

A

Podem ser revogadas por ingratidão as doações:

I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele;

II - se cometeu contra ele ofensa física;

III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;

IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava.

721
Q

Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo?

A

Sim.

722
Q

Haverá obrigação de reparar o dano, INDEPENDENTEMENTE DE CULPA, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem?

A

Sim.

723
Q

Quando o incapaz responderá pelos prejuízos que causar?

A

O incapaz responde pelos prejuízos que causar:

01) se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo; ou
02) não dispuserem de meios suficientes.

OBS: A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.

724
Q

O dano moral coletivo não se confunde com o somatório das lesões extrapatrimoniais singulares, por isso não se submete ao princípio da reparação integral (art. 944, caput, do CC/02), cumprindo, ademais, funções específicas?

A

Certo.

STJ. 3ª Turma. REsp 1.737.412/SE, Rei. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/02/2019 (Info 641).

725
Q

Para a teoria da causalidade alternativa ou responsabilidade coletiva, quando não é possível identificar o verdadeiro causador do dano que faz parte de um grupo de pessoas, este grupo é obrigado a indenizar?

A

Sim. Todos os membros de um grupo, pela adoção da teoria da causalidade alternativa, podem ser responsabilizados, quando não seja possível determinar, dentre eles, quem deu causa à lesão.

Ex: “Art. 938, CC: “Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido”.

726
Q

É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado, no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade?

A

Sim, 04 anos.

727
Q

Qual é o conceito pós-moderno de contrato?

A

Constitui a relação jurídica subjetiva, nucleada na solidariedade constitucional, destinada à produção de efeitos jurídicos existenciais e patrimoniais, não só entre os titulares subjetivos da relação, como também perante terceiros. É negócio jurídico impregnado de valores constitucionais. Eficácia externa da função social dos contratos. Como projeção natural da vontade e do consenso, o contrato é inerente à própria subsistência da sociedade moderna.

728
Q

Quais são, em suma, os principais princípios contratuais do ordenamento jurídico brasileiro?

A

01) Autonomia privada;
02) Função social dos contratos;
03) Força obrigatória dos contratos;
04) Boa-fé objetiva;
05) Relatividade dos efeitos contratuais.

729
Q

Em se tratando de contratos, o que prega o princípio da autonomia privada?

A

O exercício da vontade é uma das grandes premissas contratuais. O NJ é um instrumento da liberdade humana, tendo sua raiz na vontade. Respeito à palavra dada. Herança dos contratos romanos. O princípio da autonomia privada se subdivide em liberdade de contratar e liberdade contratual:

01) LIBERDADE DE CONTRATAR: Percebe-se no mundo negocial plena liberdade para a celebração dos pactos e avenças com determinadas pessoas. Está relacionada com a escolha da pessoa com quem o negócio será celebrado. Em regra, uma liberdade plena;
02) LIBERDADE CONTRATUAL: conteúdo do NJ; limitações maiores à liberdade da pessoa humana. Dessa dupla liberdade é que decorre a autonomia privada, que constitui a liberdade que a pessoa tem para regular os próprios interesses.

730
Q

De acordo com a teoria geral dos contratos, pode-se afirmar que a autonomia privada é absoluta?

A

Não. Encontra limitações em normas de ordem pública. Superação da autonomia da vontade pelo princípio da autonomia privada: adoção do princípio da função social do contrato. Autonomia privada é o poder que os particulares têm de regular o exercício de sua própria vontade, as relações que participam, estabelecendo-lhe o conteúdo e a respectiva disciplina jurídica. Projeção, no direito, do personalismo ético. Vinculação dessa autonomia à função social do contrato.

731
Q

A função social do contrato elimina totalmente a autonomia privada?

A

Não, mas apenas atenua ou reduz seu alcance em prol de valores de ordem superior, mormente em face da dignidade da pessoa humana.

732
Q

O que prega o princípio da função social dos contratos?

A

A liberdade contratual só pode ser exercida em consonância com os fins sociais do contrato, implicando os valores primordiais da boa-fé e da probidade. Elemento essencial para a adequação das normas particulares à concreção ética da experiência jurídica. Os contratos devem ser interpretados de acordo com a concepção do meio social onde estão inseridos, não trazendo onerosidade excessiva às partes contratantes, garantindo que a igualdade entre elas seja respeitada, mantendo a justiça contratual e equilibrando a relação onde houver preponderância da situação de um dos contratantes sobre a do outro. A REAL FUNÇÃO DO CONTRATO NÃO É A SEGURANÇA JURÍDICA, MAS SIM ATENDER OS INTERESSES DA PESSOA HUMANA.

733
Q

Por que o princípio da função social do contrato é dotado de uma dupla eficácia?

A

Dupla eficácia: externa e interna – entre as partes contratantes e para além das partes contratantes.

01) INTERNA: mitigação da força obrigatória do contrato; proteção da parte vulnerável; vedação da onerosidade excessiva; conservação contratual; proteção da dignidade humana; nulidade de cláusulas contratuais abusivas. Etc.
02) EXTERNA: proteção de direitos difusos e coletivos; proteção dos efeitos externos do contrato, que atingem a sociedade; etc.

734
Q

Em relação aos contratos, a boa-fé passou a ser entendida como um dever de conduta leal dos contratantes, trazendo uma série de deveres anexos e ínsitos a qualquer NJ, despicienda a previsão contratual?

A

Sim. Trata de um verdadeiro processo de colaboração entre as partes contratantes. A quebra desses deveres gera a violação positiva do contrato, com responsabilização civil daquele que desrespeita a boa-fé objetiva.

735
Q

O que prega o princípio da relatividade dos efeitos contratuais?

A

O NJ celebrado, em regra, somente atinge as partes contratantes, não prejudicando ou beneficiando terceiros estranhos a ele. No entanto, é possível afirmar que o contrato também gera efeitos perante terceiros, firmando-se a exceção.

736
Q

Quais são as espécies de rescisão contratual?

A

São espécies de rescisão: resolução (descumprimento) e resilição (vontade bilateral ou unilateral, reconhecimento de um direito potestativo).

737
Q

O que é o adimplemento substancial?

A

ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL: ocorre quando o incumprimento da obrigação é de somenos importância/gravidade, não chegando a retirar a utilidade e função da contratação; decorre dos princípios da boa-fé objetiva e da função social do contrato. NÃO CABERIA, PORTANTO, A RESOLUÇÃO DO CONTRATO, MAS SIM QUALQUER OUTRO EFEITO JURÍDICO, VISANDO SEMPRE A MANUTENÇÃO DA AVENÇA. JURISPRUDÊNCIA ADOTOU TAL TEORIA. O cumprimento relevante deve ser observado caso a caso.

738
Q

O que prega a teoria da imprevisão?

A

Trata-se de um socorro aos prejudicados por uma alteração substancial da realidade em que se encontravam quando da celebração do contrato, colocados então em situação de desigualdade contratual grave, por fato superveniente e imprevisível para as partes e que justifique a sua revisão, com o reajustamento das prestações. Nos pactos de execução continuada e dependentes do futuro, entendem-se como se as coisas permanecessem como quando da celebração. Em realidade, o contrato só pode permanecer como está se assim permanecerem os fatos. Tal cláusula, chamada de rebus sic stantibus, consagra a teoria da imprevisão, usual na doutrina e corriqueira na jurisprudência. Grande utilização no mundo prático.

739
Q

Quais são os requisitos para admitir-se a revisão judicial dos contratos?

A

Na doutrina de Maria Helena Diniz, para se admitir a ocorrência da revisão judicial do contrato é necessário analisar a ocorrência do seguinte:

01) Vigência de um contrato comutativo de execução continuada;
02) Alteração radical das condições econômicas no momento da execução;
03) Onerosidade excessiva para um dos contratantes e benefício exagerado para o outro;
04) Imprevisibilidade e extraordinariedade daquela modificação (fora do curso habitual das coisas).

740
Q

Até dois anos após a entrada em vigor deste Código, os prazos estabelecidos no parágrafo único do art. 1.238 e no parágrafo único do art. 1.242 (USUCAPIÃO) serão acrescidos de dois anos qualquer que seja o tempo transcorrido na vigência do anterior?

A

Sim.

741
Q

Segundo o Código Civil (art. 189), em relação ao termo inicial da prescrição, esta começa a correr da data da violação do direito?

A

Sim. NO ENTANTO, para o STJ começa a correr da data do conhecimento da violação (teoria da actio nata). Para o CDC (arts. 26 e 27) é a teria da actio nata também.

742
Q

O ato do herdeiro renunciar a herança prejudicando os seus credores é considerado VÁLIDO, mas será considerado INEFICAZ em relação aos credores?

A

Sim. Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à herança, poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante.

743
Q

Quais atos devem ser objeto de registro no registro civil das pessoas naturais?

A

Serão registrados no registro civil de pessoas naturais:

I - os nascimentos;

II - os casamentos;

III - os óbitos;

IV - as emancipações;

V - as interdições;

VI - as sentenças declaratórias de ausência;

VII - as opções de nacionalidade;

VIII - as sentenças que deferirem a legitimação adotiva.

744
Q

Todo nascimento que ocorrer no território nacional deverá ser dado a registro, no lugar em que tiver ocorrido o parto ou no lugar da residência dos pais, dentro do prazo de QUINZE DIAS, que será ampliado em ATÉ TRÊS MESES para os lugares distantes mais de 30 QUILÔMETROS da sede do cartório?

A

Certo.

745
Q

O nome do pai constante da Declaração de Nascido Vivo constitui prova ou presunção da paternidade?

A

Não, somente podendo ser lançado no registro de nascimento quando verificado nos termos da legislação civil vigente.

746
Q

Nos nascimentos frutos de partos sem assistência de profissionais da saúde ou parteiras tradicionais, a Declaração de Nascido Vivo será emitida pelos Oficiais de Registro Civil que lavrarem o registro de nascimento, sempre que haja demanda das SECRETARIAIS ESTADUAIS OU MUNICIPAIS para que realizem tais emissões?

A

Certo.

747
Q

Os oficiais do registro civil não registrarão prenomes suscetíveis de expor ao ridículo os seus portadores. Quando os pais não se conformarem com a recusa do oficial, este submeterá por escrito o caso, independente da cobrança de quaisquer emolumentos, à decisão do Juiz competente?

A

Certo.

OBS.01: O interessado, no primeiro ano após ter atingido a maioridade civil, poderá, pessoalmente ou por procurador bastante, alterar o nome, desde que não prejudique os apelidos de família, averbando-se a alteração que será publicada pela imprensa;

OBS.02: A alteração posterior de nome, somente por exceção e motivadamente, após audiência do Ministério Público, será permitida por sentença do juiz a que estiver sujeito o registro, arquivando-se o mandado e publicando-se a alteração pela imprensa, ressalvada a hipótese do art. 110 desta Lei.

748
Q

O registro do nascimento do menor abandonado, sob jurisdição do Juiz de Menores, poderá fazer-se por iniciativa deste, à vista dos elementos de que dispuser?

A

Sim.

749
Q

O casamento religioso, celebrado sem a prévia habilitação, perante o oficial de registro público, poderá ser registrado desde que apresentados pelos nubentes, com o requerimento de registro, a prova do ato religioso e os documentos exigidos pelo Código Civil, suprindo eles eventual falta de requisitos nos termos da celebração?

A

Certo.

750
Q

Quem pretender que se restaure, supra ou retifique assentamento no Registro Civil, requererá, em petição fundamentada e instruída com documentos ou com indicação de testemunhas, que o Juiz o ordene, ouvido o órgão do Ministério Público e os interessados, no prazo de cinco dias, que correrá em cartório?

A

Sim. POR OUTRO LADO, o oficial retificará o registro, a averbação ou a anotação, de ofício ou a requerimento do interessado, mediante petição assinada pelo interessado, representante legal ou procurador, independentemente de prévia autorização judicial ou manifestação do Ministério Público, nos casos de:

I - erros que não exijam qualquer indagação para a constatação imediata de necessidade de sua correção;

II - erro na transposição dos elementos constantes em ordens e mandados judiciais, termos ou requerimentos, bem como outros títulos a serem registrados, averbados ou anotados, e o documento utilizado para a referida averbação e/ou retificação ficará arquivado no registro no cartório;

III - inexatidão da ordem cronológica e sucessiva referente à numeração do livro, da folha, da página, do termo, bem como da data do registro;

IV - ausência de indicação do Município relativo ao nascimento ou naturalidade do registrado, nas hipóteses em que existir descrição precisa do endereço do local do nascimento;

V - elevação de Distrito a Município ou alteração de suas nomenclaturas por força de lei.

751
Q

A recusa do réu em se submeter ao exame de código genético - DNA gerará a PRESUNÇÃO DA PATERNIDADE, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório?

A

Sim.

752
Q

O que é um vício redibitório?

A

Defeitos ocultos que desvalorizam a coisa alienada ou a tornam imprópria para o uso; dá ao adquirente ação para redibir o contrato. O CC prevê uma garantia legal contra os vícios redibitórios nos contratos bilaterais sinalagmáticos, onerosos e comutativos, bem como no caso de doações onerosas.

753
Q

O que pode pleitear o adquirente em face de um vício redibitório?

A

uando frente a tais vícios, de acordo com o CC, o adquirente poderá tomar as seguintes providências:

  1. PLEITEAR O ABATIMENTO PROPORCIONAL DO PREÇO - Ação quanti minoris ou ação estimatória;
  2. REQUERER A RESOLUÇÃO DO CONTRATO - Devolve-se a coisa e recebe-se de volta a quantia em dinheiro que desembolsou (independentemente de boa ou má-fé do alienante).

OBS: Para obter as PERDAS E DANOS, o adquirente deverá comprovar a má-fé do alienante.

754
Q

O que é a evicção?

A

Consiste na perda da coisa adquirida por meio de contratos onerosos diante de uma decisão judicial ou de um ato administrativo que a atribui a um terceiro, de modo que o alienante responde pela evicção. A lei diz que somente haverá evicção em razão de decisão judicial. Mas a jurisprudência do STJ consolidou que há evicção também em casos de apreensão administrativa.

755
Q

O que pode pleitear o evicto?

A
  1. RESTITUIÇÃO INTEGRAL DO PREÇO PAGO: O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial;
  2. INDENIZAÇÃO DOS FRUTOS QUE TIVER SIDO OBRIGADO A RESTITUIR;
  3. INDENIZAÇÃO PELAS DESPESAS DO CONTRATO E PELOS PREJUÍZOS QUE RESULTAREM DA EVICÇÃO;
  4. CUSTAS JUDICIAIS E OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DO ADVOGADO POR ELE CONSTITUÍDO.
756
Q

Quais são os elementos da responsabilidade civil?

A

Os elementos básicos da responsabilidade civil decorrem da leitura do artigo 186 do Código Civil. A análise deste dispositivo permite concluir que são três os elementos ou pressupostos gerais da responsabilidade civil:

  1. CONDUTA HUMANA (POSITIVA OU NEGATIVA)
  2. DANO OU PREJUÍZO
  3. NEXO CAUSAL.

OBS: A culpa não é um elemento básico da responsabilidade civil, visto que esta, com a vigência do CC/02, e já com a pacífica jurisprudência, se divide em duas espécies: objetiva e subjetiva. E a culpa é elemento qualificador de apenas uma delas, qual seja, a responsabilidade civil subjetiva; portanto, não é elemento básico, mas sim, qualificador.

757
Q

A ilicitude sempre está presente na conduta humana apta a gerar responsabilidade civil?

A

Em regra, sim. Mas há exceções nas quais, mesmo quando o sujeito atua licitamente, há a responsabilidade civil, sendo, assim, dispensável o quesito ilicitude da conduta humana. Ex: atos de tolerância quanto ao direito de propriedade, etc.

758
Q

O dano/prejuízo é indispensável para a caracterização da responsabilidade civil?

A

Sim. O dano decorre da lesão a um interesse jurídico tutelado – patrimonial ou não -, causado por ação ou omissão do sujeito infrator. Sem a ocorrência do dano não haveria o que indenizar, e, consequentemente, responsabilidade. É o grande vilão da responsabilidade civil; sua causa genética.

759
Q

Quais são os requisitos do dano indenizável?

A

Todos os danos devem ser ressarcíveis, eis que, mesmo impossibilitada a determinação judicial do retorno ao status quo ante, sempre se poderá fixar uma importância em pecúnia, a título de compensação. Mas só serão indenizáveis aqueles que deterem os seguintes requisitos:

  1. VIOLAÇÃO DE UM INTERESSE JURÍDICO PATRIMONIAL OU EXTRAPATRIMONIAL DE UMA PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA;
  2. CERTEZA DO DANO;
  3. SUBSISTÊNCIA DO DANO.
760
Q

O incapaz responde pelos prejuízos que causar?

A

Somente quando as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.

761
Q

Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, SALVO SE o causador do dano for descendente seu, ABSOLUTA OU RELATIVAMENTE incapaz?

A

Sim.

762
Q

Na reparação civil, como se mensura a indenização?

A

A indenização mede-se pela EXTENSÃO DO DANO.

OBS.01: Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização;

OBS.02: Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.

763
Q

Considera-se possuidor todo aquele que TEM DE FATO o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade?

A

Sim.

764
Q

É JUSTA a posse que não for violenta, clandestina ou precária?

A

Sim.

765
Q

É de BOA-FÉ a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa?

A

Sim.

766
Q

No contexto das sucessões, no que consiste o direito de acrescer?

A

O direito de acrescer consiste no direito de o herdeiro ou legatário também receber, respeitada a proporção do número de contemplados no testamento, a parte que caberia a um outro herdeiro ou legatário que não pôde ou não quis receber sua herança ou legado. O CC/02 regula o assunto nos art. 1.941 a 1.946. Dispõe o art. 1.941 do CC que quando vários herdeiros, pela mesma disposição testamentária, forem conjuntamente chamados à herança em quinhões não determinados, e qualquer deles não puder ou não quiser aceitá-la, a sua parte acrescerá à dos co-herdeiros, salvo o direito do substituto.

767
Q

A par de consagrar a garantia institucional do direito de propriedade no art. 5º, XXII, a CF determina que a propriedade atenderá a sua função social?

A

Correto. A função social da propriedade – e, portanto, sua vinculação social – assume relevo no estabelecimento da conformação ou limitação do direito.