Aula 5- Morfologia das células bacterianas. Técnicas de coloração. Flashcards
Microrganismos prototróficos:
Crescem em ambiente mínimo, precisam apenas de 1 fonte de carbono e alguns cristais. EX: e. coli
Microrganismos auxotróficos:
Dizem-se auxotróficos para uma molécula, que precisam que seja acrescentada ao meio mínimo. Muitas vezes estes microrganismos sofreram mutações que o fazem precisar dessa molécula, exemplo de molécula é o grupo Heme
Microrganismos fastidiosos:
Proliferam lentamente e com muitas necessidades, que não conhecemos bem, usam-se meios com soros e/ou sangue.
Microrganismos parasitas obrigatórios:
Só conseguem proliferar num ambiente intracelular, têm de ser cultivados em co cultura com o hospedeiro. EX: Legionella, Mycobacterium leprae
Microrganismo “não cultiváveis”:
Grande parte dos microrganismos ainda não conseguiram ser cultivados em laboratório.
Como se caracteriza a morfologia das colónias?
As colónias diferem no relevo, margem, forma, textura (colónias mais brilhantes têm uma maior quantidade de água, o que tem a ver com a presença de cápsula nessas bactérias), cor (está relacionada com a produção de determinados pigmentos), tamanho (tem a ver com o no de replicações que ocorreram, em consequência do tempo de incubação, pelo que é necessário ter cuidado ao utilizar este critério para identificação e diferenciação das espécies presentes no meio de cultura).
Como se caracteriza a morfologia individual (das células) ?
- Coco: forma de esfera, dos mais comuns. Podem ser organizados em diplococos, estreptococos, tétradas, sárcina e estafilococos
- Coco bacilo
- Vibrio
- Bacilo: forma bastonete ou bacilo, formas mais comuns. Podem ser organizados em diplobacilos (2
bacilos juntos), estreptobacilos (em cadeia) e palissadas (meias paralelas) - Espirilo: forma espiral, difíceis de ver, pois são muito finas, recorre-se a fluorescência
- Espiroqueta
Diz quais são as três técnicas de sementeira em meios sólidos.
estriamento, espalhamento, embedição.
Difere os dois tipos de estriamento que existem.
Estriamento por quadrantes não quantitativo: Isolamento em cultura pura após repicagem
Estriamento quantitativo: Ansa de inoculação calibrada; Inoculação de uma quantidade controlada de amostra
Sementeira por espalhamento pode ser feita de forma quantitativa?
Sim :D
Para que servem as colorações na observação microscópica de bactérias?
-Aumentam a visibilidade dos microrganismos -Acentuam as suas características morfológicas -Permitem a preservação das amostras.
(faz-se DEPOIS de fixar)
O que é a fixação?
Antes da coloração é necessário realizar a fixação, que é o processo pelo qual organismos são mortos e firmemente ligados à lâmina de vidro, permitindo que as estruturas internas e externas sejam preservadas e mantidas nas suas posições originais.
Que tipos de fixação existem?
Esta fixação pode ocorrer por calor, preserva a morfologia geral, mas não as estruturas internas é grosseiras, mas possível ser usada para procariotas (preparação deve secar antes de passar na chama), ou por fixação química, protege as estruturas subcelulares e a morfologia em geral, em organismos mais delicados, pode ser realizada com aldeídos ou álcoois (metanol).
O que é uma coloração simples? Quais existem?
É utilizado 1 único corante. Após a fixação a preparação é coberta pelo corante durante um curto período de tempo, o excesso é removido com água e a lâmina é deixada a secar. As colorações simples permitem determinar o tamanho, a forma e o arranjo dos microrganismos.
Azul de metileno - Azul
Violeta de Cristal- Roxo
Carbolfucsina- Vermelho
O que é uma coloração negativa?
O fundo é corado mas as bactérias não. As células aparecem como pontos brilhantes num fundo negro. Não entra nas 3 categorias.
O que são as colorações diferenciais?
Permitem distinguir os organismos com base nas suas propriedades de coloração.
Como funciona a coloração diferencial de Gram?
As colorações diferenciais vão dar cores diferentes para diferentes bacterias. Dentro dos diferenciais temos as colorações por Gram, em que primeiro usa-se um corante primário, que entra em todas as células, neste caso violeta de cristal. Depois usa-se iodo (ou lugol) como mordente, para estabilizar o corante primário. De seguida um descorante, como acetona ou etanol, que solubilizam lípidos e retiram o violeta de cristal das bacterias Gram-negativo (as Gram positivas mantÊm-se coradas). E por fim usa-se a safranina, como contraste, para colorar as células descoloradas no passo anterior.
GRAM POSITIVAS- violetas
GRAM NEGATIVAS- rosa
O que é e como funciona a coloração ácido resistente? (coloração diferencial) (Zihel Neelsen
A coloração ácido-resistente é uma técnica laboratorial utilizada para identificar bacilos ácido-resistentes, como os agentes causadores da tuberculose e hanseníase. O processo envolve três etapas principais:
- Fucsina Carbólica Aquecida: Nesta fase, as amostras são submetidas à fucsina carbólica aquecida, um corante vermelho. As células ácido-resistentes absorvem este corante intensamente.
- Ácido-Álcool: Em seguida, as amostras são expostas ao ácido-álcool, que descora as células que não são ácido-resistentes. As células ácido-resistentes mantêm a cor vermelha devido à sua resistência ao descoramento.
- Azul de Metileno: Finalmente, as amostras são coradas com azul de metileno. As células não ácido-resistentes adquirem uma coloração azul, enquanto as células ácido-resistentes permanecem vermelhas.
Este método permite uma distinção clara entre células ácido-resistentes (vermelhas), como os bacilos da tuberculose, e células não ácido-resistentes (azuis). Essa técnica é crucial no diagnóstico e estudo dessas doenças bacterianas.
O que é e como funciona a coloração estrutural de endosporo?
A técnica de coloração de esporos bacterianos é um método estrutural usado para detectar e caracterizar esporos bacterianos, que são estruturas resistentes à coloração por técnicas tradicionais. O procedimento consiste em três etapas principais:
- Verde Malaquita Aquecido: As amostras são submetidas ao verde malaquita aquecido, um corante verde.
- Água: Em seguida, as amostras são lavadas com água para remover o excesso de corante.
- Safranina: Finalmente, as amostras são coradas com safranina. Os esporos bacterianos coram-se de verde, enquanto o restante da célula assume uma coloração rosa.
Essa coloração diferencial é crucial para a identificação e estudo de esporos bacterianos, uma vez que eles possuem uma resistência à coloração por métodos tradicionais.
Tipos de forma bacterianas:
Esfera: “cocos”
Bastonete ou cilindro: “bacilos”
Espiral: “espirilos” (rigidos); “espiroquetas”
(flexíveis)
Vírgula: “vibriões”
Pleomórfica (variável)
A forma da célula bacteriana é determinada pela parede celular.
Diz três bactérias com interesse médico. Explica as suas formas.
Staphylococcus aureus: Presente nas mucosas nasais e na pele; bactérias esféricas; aparecem em aglomerados.
Bacillus anthracis: Forma de bacilo; quando estão em cadeia denominam-se por estreptobacilos.
Mycobacterium tuberculosis: Forma de bacilo.
Diz um exemplo de espiroquetas.
As espiroquetas constituem uma morfologia bacteriana encontrada menos frequentemente.
Treponema denticola: Bactéria comensal presente na boca.
O que são Actinomycetes?
Bactérias com tendência a formar filamentos.
Vibriões. O que são?
O género Vibrio existe sobretudo em meio aquático. Um exemplo é a espécie Vibrio cholerae. Têm a forma de vírgula.
Como se dividem as bactérias?
As bactérias dividem-se sempre por fissão binária. Em alguns casos, as células filhas podem ficar associadas durante algum tempo - é o caso dos estreptobacilos. Quando isto não acontece, diz-se que crescem em palissada: Diplobacilos e diplococos crescem aos pares.
Quais são os três planos de divisão?
1 plano de divisão
-Diplococos
-Estreptococos
2 planos de divisão
-Tétradas
3 planos de divisão
Sarcina (forma de cubo)
Estafilococos
Nota: Descrever a morfologia das bactérias como estafilococos é diferente da classificação taxonómica Staphylococcus. O género é escrito em maiúscula, a espécie em minúscula. A sua classificação taxonómica tem de estar em itálico ou sublinhado.
O que são diplococos e tétradas?
Diplococos são 2 bactérias com a forma de coco associadas. A maior parte dos cocos são Gram positivas. (exceção: N. gonorrhoeae)
Exemplos de bactérias da forma Estreptococos.
Género Streptococcus (LOL), inclui muitas bactérias comensais, mas também patogénicas.
Estafilococos e sarcina:
Estafilococos: A maior parte das bactérias são comensais.
Porque é que em coloração de gram as bactérias gram positivas se mantêm coradas?
O descorante não consegue atravessar a malha de peptidoglicano das bactérias Gram positivo, razão pela qual estas retêm a coloração violeta.
No caso das bactérias Gram negativo, uma vez que têm uma camada lipídica externa, os lípidos dissolvem-se pela ação da acetona. A destabilização da membrana faz com que estas bactérias não consigam reter a coloração de Gram.
Distingue as paredes celulares da célula procariota.
Gram positivo: Por cima dos 2 folhetos da membrana plasmática, existe uma camada mais espessa de peptidoglicano. Ácidos teicoicos e lipoteicoicos são polímeros de glicerol ou ribitol, ligados por grupos fosfato, pelo que possuem muitas cargas negativas e ajudam no ancoramento de enzimas.
A membrana citoplasmática encontra-se separada do peptidoglicano pelo espaço periplasmático. As gram positivo secretam exoenzimas, que desempenham muitas das funções das enzimas periplasmáticas em gram negativo.
Gram negativo: Um folheto de membrana plasmática (interna), seguida de uma camada de peptidoglicano mais fina, seguida de um folheto de membrana plasmática (externa). A membrana externa é assimétrica com folheto diferente, com presença de lipopolissacarideos (LPS). Estes possuem 3 partes, o antigénio O (interage com anticorpos do hospedeiro), polissacarídeo central e lípido A (endotoxina que permite interação com hospedeiro). Os LPS dão carga negativa a superfície celular (polissacarídeo central), são uma defesa contra o sistema imune (antigénio O), permitem a estabilização da parede (lípido A), da resistência aos sais biliares e pode atuar como endotoxina (lípido A).
Diz um bom exemplo de uma bactéria álcool-ácido resistente.
Um dos melhores exemplos de bactérias álcool-ácido resistentes é a micobactéria. Estas bactérias tem uma parede com peptidoglicano (de espessura intermédia entre Gram positivo e Gram negativo) e, por cima da camada de peptidoglicano, uma camada de arabinogalactano (polissacarídeo). A camada de ácidos micólicos que está na parte mais exterior é muito hidrofóbica, razão pela qual o corante não entra dentro da célula.