Aorta Flashcards
Aorta: anatomia
CONCEITOS:
- Maior artéria do corpo
SEGMENTOS PRINCIPAIS:
1. Raiz (segmento sinusal): da valva aórtica até a junção sino-tubular
2. Aorta torácica ascendente: da junção sino-tubular até a artéria inominada
3. Arco aórtico: da artéria inominada até a artéria subclávia esquerda
4. Aorta torácica descendente: da artéria subclávia esquerda até o diafragma
5 Aorta abdominal: do diafragma até a bifurcação aórtica
Aorta: histologia
CAMADAS:
1. Íntima: uma camada de células endoteliais dentro de uma matriz de tecido conjuntivo
2. Média (mais espessa): células musculares lisas, fibras elásticas, proteínas de colágeno e polissacarídeos em mais de 50 camadas (lamelas elásticas) - força e distensibilidade
3. Adventícia: tecido conjuntivo, fibroblastos, nervos e vasa vasorum (que perfundem a parede externa da aorta e uma porção substancial da média)
Aorta: zonas
- Zona 0: aorta ascendente e origem do TBC
- Zona 1: origem da ACCE
- Zona 2: origem da ASCE
- Zona 3: aorta torácica descendente proximal até corpo vertebral de T4 (primeiros 2 cm distais à origem da ASCE)
- Zona 4: final da zona 3 até aorta descendente média (T6)
- Zona 5: aorta descendente média (T6) até TC
- Zona 6: origem do TC
- Zona 7: origem da AMS
- Zona 8: origem das ARs até AAIR
- Zona 9: da AAIR à bifurcação aórtica
- Zona 10: AICs
- Zona 11: origem das AIEs
Síndromes aórticas agudas: definição, entidades e conceitos
Principais:
DEFINIÇÃO:
- Condições em que há uma violação da integridade da parede da aorta
ENTIDADES:
- Dissecção aórtica
- Hematoma intramural
- Úlcera aterosclerótica penetrante (UAP)
CONCEITOS:
- Todas podem levar à ruptura
- Mais comuns na aorta torácica
Dissecção de aorta: definição e conceitos
DEFINIÇÃO:
- Rasgo da camada íntima que permite que o sangue entre na camada média, criando um retalho de dissecção que divide o lúmen verdadeiro de um falso lúmen
CONCEITOS:
- O retalho de dissecção pode se propagar de forma anterógrada ou retrógrada
- O sangue que surge no falso lúmen pode romper de volta, através da íntima, para o lúmen verdadeiro, criando uma ruptura de reentrada
- Complicações com risco de vida: insuficiência aórtica aguda (IA), isquemia miocárdica, tamponamento cardíaco, AVE agudo, ruptura e isquemias
Dissecção de aorta: epidemiologia
- Homens: mais comumente afetados
- Incidência: 5 a 30 casos por milhão de pessoas por ano
- Tipo A: 70% / Tipo B: 30%
- Mais comum entre 50-70 anos
- Mais jovens: síndrome de Marfan, VAB, síndrome de Loeys-Dietz e síndrome vascular de Ehlers-Danlos
- Tipo A: alta mortalidade (IAM, tamponamento, AVE) - aumenta em 2% por hora
- Tipo B: mortalidade de 10% em 30 dias (pode chegar a 20-30% nos primeiros dias se existir complicações)
- SAA mais comum
Dissecção de aorta: classificação temporal
- Hiperaguda: até 24h (do início dos sintomas)
- Aguda: 1-14 dias
- Subaguda: 15-90 dias
- Crônica: > 90 dias
Dissecção de aorta: classificações tradicionais
DEBAKEY:
- Tipo I: Se origina na aorta ascendente com propagação distal (arco e aorta descendente)
- Tipo II: Aorta ascendente apenas
- Tipo III: Se origina na aorta torácica descendente (e, na maioria das vezes, se propaga distalmente)
— Tipo IIIa: Apenas aorta torácica descendente
— Tipo IIIb: Se estende para abaixo do diafragma
STANFORD:
- Tipo A (70%): Envolve aorta ascendente
- Tipo B (30%): Não envolve a aorta ascendente (pode envolver arco)
Dissecção de aorta: nova classificação
Dissecção de aorta: mecanismos de obstrução
FISIOLOGIA:
- Inicialmente, o lúmen verdadeiro colapsa e o falso se expande devido à perda de pressão transmural pelo flap e pela retração elástica das células musculares lisas
OBSTRUÇÃO ESTÁTICA:
- Retalho de dissecção se estende do lúmen aórtico até o óstio do ramo afetado, levando à trombose localizada do falso lúmen, ocluindo o lúmen verdadeiro
OBSTRUÇÃO DINÂMICA:
- Falsa luz torna-se persistentemente pressurizada e comprime a luz verdadeira, empurrando o retalho de dissecção contra o óstio do ramo do vaso afetado, reduzindo significativamente ou ocluindo seu fluxo (especialmente durante a sístole)
- Membro pode melhorar na diástole
- FLAP VAI MUDANDO NA TC (em função da fase do ciclo cardíaco)
Dissecção aguda de aorta: quadro clínico na emergência
EPIDEMIOLOGIA:
- Homens idosos
- HAS
- Tabagistas
- Manipulação recente aorta
- Marfan / Trauma / Drogas
CLÍNICA:
- Dor torácica súbita intensa em facada com irradiação dorsal
- Variação de pulso (palpar 6: carótidas, MMSS, femorais)
- Variação de PA (diferença entre MMSS e MMII: PAS >= 20 mmHg OU PAD >= 10 mmHg)
- Diferença de pulso ou PA entre membros superiores
- CUIDADO COM DX DIFERENCIAL ENTRE OAA EMBÓLICA E DISSECÇÃO → PALPAR PULSO AXILAR (SE PRESENTE, INDICA OAA EMBÓLICA)
COMPLICAÇÕES:
- Sopro sistólico aórtico (IA)
- Tamponamento cardíaco
- Hemotórax
- IAM
- AVEi / Síncope
- ISQUEMIA DE MEMBROS (pode ser dinâmica)
- ISQUEMIA MESENTÉRICA
- ISQUEMIA RENAL
Dissecção aguda de aorta: investigação na emergência
LABS:
- Hemograma e PCR
- CPK / Troponina / D-dímero (se < 500, pouco provável que seja dissecção)
- Função renal
- TGO e TGP, BT, FA e GGT e Glicose
- Gasometria com Lactato
- Eletrólitos
- DHL
- Coagulograma
ECG:
- Pesquisar SCA
RX Tórax:
- Alargamento de Mediastino e Aorta
- Tamponamento
AngioTC/RM:
- Imagem do duplo-lúmen (geralmente o maior é a dissecção)
- Estáveis
Eco TE:
- Instáveis
- ECO TT: Diferenciar Choque Hemorrágico de Tamponamento (não puncionar)
Dissecção de aorta: AngioTC
- MAIOR LUZ: FALSA
- TODA VEZ QUE UM VASO SAIR DA LUZ FALSA → DEVE EXISTIR UMA FENESTRA NESSA REGIÃO
OBSTRUÇÃO DINÂMICA:
- Luz falsa aumenta na sístole (isquemia do membro) e diminui na diástole (perfusão do membro)
Dissecção aguda de aorta: manejo clínico na emergência
GERAL:
- MONITORIZAÇÃO EM UTI + FDP + PAI + SVD
FC (≤ 60):
- Esmolol
— 500 mcg/kg EV ataque
— 25 a 50 mcg/kg/min após
— Titular até dose máxima (300 mcg/kg/min)
- Se BBs não forem tolerados: Verapamil ou Diltiazem
DOR:
- Morfina / Fentanil EV
PAS (alvo: 100-120):
- Após FC < 60 (NÃO USAR VASODILATADORES ANTES DE CONTROLAR A FC COM BBs!!)
- Nitroprussiato EV: 0,25-0,5 mcg/kg/min titulado até máximo de 10 mcg/kg/min
Detalhes:
- Se Hipotenso: Volume antes dos BB (Cristaloides +/- Drogas Vasoativas)
- Não anticoagular
Dissecção aguda de aorta: indicações de intervenção
STANFORD A:
- Sempre (CX aberta)
STANFORD B:
- Avaliar indicações de urgência
- Preferível EVAR
INDICAÇÕES DE URGÊNCIA:
- Rotura ou iminência de rotura
- Instabilidade
- Isquemia de órgão-alvo
- Isquemia de membros
- Refratariedade clínica
INDICAÇÕES AMBULATORIAIS RELATIVAS (fase subaguda - evita complicações):
→ Avaliação de critérios prognósticos
- Dor refratária
- Diâmetro (= aneurisma: > 5,5 no abdome e > 6 no tórax)
- Velocidade de crecimento
Dissecção de aorta Stanford B: intervenção
Conceitos:
- Aberto ou EVAR (preferência)
- Ocluir fenestras (comunicações entre vaso e dissecção - trombose da luz falsa)
- Se há isquemia de membro na fase aguda: evitar mexer na aorta (realizar ponte extra-anatômica)
- Evitar intervenção, especialmente na fase aguda (pior desfecho e alta mortalidade)
- Melhor fase: subaguda (na fase crônica, existe maior dificuldade técnica - septos mais rígidos)
Se conduta conservadora:
- Acompanhamento semestral / anual com AngioTC
- Controle rígido de comorbidades (principalmente HAS)
Hematoma intramural de aorta: conceitos
DEFINIÇÃO:
- Sangue dentro da camada média da parede aórtica, na ausência de ruptura evidente da íntima ou de falso lúmen
DX:
- AngioTC, AngioRM ou Eco
- Espessamento circular ou em crescente da parede aórtica > 5 mm, na ausência de fluxo sanguíneo detectável
CONCEITOS:
- O sangue pode surgir da ruptura dos vasa vasorum ou de pequenas fenestras da íntima não visualizadas
- 5-25% das SAA
- 10% resolve espontaneamente
- 16-47% progridem para dissecção
Úlcera penetrante de aorta: conceitos
DEFINIÇÃO:
- Ulceração de uma placa aterosclerótica -> Ruptura focal da íntima -> Sangue penetra na camada média
CONCEITOS:
- Frequentemente, associada a um hematoma intramural
- Geralmente, na aorta torácica descendente média ou distal
- Pode permanecer estável, aumentar ou progredir para hematoma intramural, dissecção, pseudoaneurisma ou ruptura
- Risco de ruptura: até 40%
Úlcera penetrante de aorta: epidemiologia e FR
EPIDEMIOLOGIA:
- 2% a 7% das SAA
- > 70 anos de idade
- Homens (em jovens: doença de tecido conjuntivo)
FR:
- Doença aterosclerótica (extensa e difusa envolvendo a aorta e as artérias coronárias)
- Outras comorbidades: HAS, tabagismo, DPOC, DRC
Dissecção aguda de aorta: investigação na emergência
LABS:
- Hemograma e PCR
- CPK / Troponina / D-dímero (se < 500, pouco provável que seja dissecção)
- Função renal
- TGO e TGP, BT, FA e GGT e Glicose
- Gasometria com Lactato
- Eletrólitos
- DHL
- Coagulograma
ECG:
- Pesquisar SCA
RX Tórax:
- Alargamento de Mediastino e Aorta
- Tamponamento
AngioTC/RM:
- Imagem do duplo-lúmen (geralmente o maior é a dissecção)
- Estáveis
Eco TE:
- Instáveis
Aneurisma de aorta: definição
ANEURISMA:
- Dilatação focal ≥ 1,5x do diâmetro do vaso (dilatação menor: dilatação/ectasia)
- Aortic size index e outras ferramentas
AORTA ABDOMINAL:
- Diâmetro máximo: 2 cm
- Aneurisma: ≥ 3 cm
- Colo: parte saudável da parede do vaso
RAIZ DA AORTA:
- Normal em homens de meia-idade: até 3,5 cm
- Definição de aneurisma não deve ser baseada na definição tradicional
AAA: classificações
TOPOGRÁFICA:
- Infrarrenal
- Justarrenal
- Pararrenal
- Suprarrenal / Toracoabdominal
MORFOLÓGICA:
- Fusiforme (mais comum - degeneração da parede da aorta)
- Sacular (maior risco de rotura - micóticos, inflamatórios, vasculites)
- Pseudoaneurisma: hematoma pulsátil que não contém todas as camadas, retido por tecido circundante
ETIOLÓGICA:
- DEGENERATIVO (mais comum): degeneração da matriz celular (metaloproteinases, elastases) -> Diminuição de colágeno III e elastina e aumento de colágeno I
- INFECCIOSO (micótico..)
- INFLAMATÓRIO / AUTOIMUNE
- CONGÊNITO
- TRAUMÁTICO (PSEUDOANEURISMA)