ALEITAMENTO MATERNO Flashcards
RECOMENDAÇÕES DO ALEITAMENTO MATERNO
- Aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses
- Aos 6 meses: alimentação complementar
Aleitamento Materno Exclusivo: Leite Materno ou Leite humano e nada mais (pode medicações, vitaminas, minerais).
Aleitamento Materno Predominante: LM + Líquidos (chá/sucos…) outros leites não entram nessa definição, não há recomendação para esse tipo de prática, isso diminui a ingestão de leite materno e corre o risco de infecção pelo alimento. Suco < 1 ano é PROIBIDO.
Aleitamento Materno Complementado: Leite Humano + sólidos/semissólidos, manter até 2 anos no mínimo.
- Evitar sal (já tem quantidade de sódio suficiente para necessidade diária)
- Não oferecer alimentos peneirados ou liquidificados
COMPOSIÇÃO DO LEITE MATERNO
- PROTEÍNAS - quanto menor melhor
- Caseína: MENOR quantidade no LM / maior quantidade no leite da vaca
- Proteína do soro: MAIOR quantidade no LM / menor quantidade no leite da vaca
- Beta-lactoglobulina Presente apenas no leite da vaca (altamente alergênica)
- LEITE HUMANO
- Devido a <% de proteínas então tem menor sobrecarga renal;
- Maior digestibilidade (+ proteína do soro)
- Menos alergênico (Alfa-lactoalbumina)
- Menos eletrólitos (Sódio e Calcio)
- Mais lactose (carboidrato- glicose+lactose) levando a fezes mais amolecidas (por isso é comum leite de vaca produzir prisão de ventre, por ter menos lactose).
- LH é rico em gordura (colesterol e LC-PUFA), o colesterol diminui o risco de dislipidemia no futuro
- LC-PUFA (ARA/DHA) são fundamentais para a formação da retina e para terminar a mielinização do SNC.
- O Ferro é semelhante entre o LH eLV, o que muda é a biodisponibilidade maior do leite humano (lactoferrina).
- FATORES PROTETORES
- Imonoglobulina (IgA secretória): fator de proteção altamente específico para a criança amamentada, específicos para os patógenos em contato com a mãe e filho.
- Lisozima:: enzima que destrói MO, e aumenta a partir dos 6 meses de lactação.
- Lactoferrina: ação bacteriostática, pois impede que bactérias utilizem a molécula de ferro para seu crescimento.
- Fator bífido: glicoproteína utilizada no metabolismo da flora saprófita, impedindo a proliferação de flora patogênica.
- Lactoperoxidase: proteína que destrói certas bactérias.
- Calcio: o leite humano tem menos cálcio, mas a sua absorção é maior que a do leite de vaca.
MODIFICAÇÕES NO LEITE MATERNO
Durante a lactação:
- Colostro: secretado entre 3º e 5º dia da criança, + proteínas, + eletrólitos, > quantidade de vitamina A - lipossolúvel (coloração amarelada).
- Leite intermediário: intervalo entre o colostro e maduro
- Leite maduro: secretado por volta do 10º ao 14º dia de vida da criança, + lactose, + gordura.
Durante a MAMADA:
- Leite anterior
- Leite Posterior: + gordura
Por isso se deve manter a criança no peito até o momento de esvaziar a mama, para que consuma o leite posterior que tem + gordura e produz maior saciedade e ganho de peso.
Durante o dia: aumenta a gordura, ou seja, pela noite há mais gordura no leite
ARMAZENAMENTO DO LEITE MATERNO
DDD:
- Duas horas (fora da geladeira)
- Doze horas (na geladeira)
- Duas semanas - 15dias (no freezer)
FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO (Lactogenese)
Gestação: Estrogênio e progesterona (preparo das mamas): progesterona estimula a proliferação dos alvéolos mamários, estrogênio estimula a proliferação dos ductos (estrogênio-escoa leite).
Prolactina (ação inibida durante a gestação)
Após nascimento: estágio 2 da Lactogênese, quando a placenta sai ocorre a apojadura (fim da inibição da Lactogênese), produção de leite independente de estímulos.
Durante a lactação: Estágio 3, nesta fase necessita de 2 estímulos, sucção da mama e esvaziamento mamário. A sucção do complexo mamilo-alveolar leva estímulos a hipófise anterior que produz mais prolactina e leva a formação de mais leite, também através desse mesmo estímulo faz com que a hipófise posterior produza ocitocina que leva a ejeção do leite através das células mioepiteliais. O esvaziamento é necessário para aumentar a sensibilidade do alvéolo a prolactina.
Estímulos adrenérgicos atrapalham na liberação de ocitocina, impedindo o correto esvaziamento da mama, estímulos como dor, estresse.
ALTERNATIVAS AO LEITE MATERNO
Fórmula infantil: a criança não deve receber leite de vaca no primeiro ano de vida.
Quando inevitável: LV
- < 4 meses: diluído, acrescentar óleo (cozinha)
- > 4 meses: não diluído, NÃO COLOCAR açúcar (depois dos 2 anos), achocolatado
TÉCNICA DE AMAMENTAÇÃO
Posicionamento:
- Criança bem apoiada
- Cabeça e tronco no mesmo eixo
- Corpo próximo ao da mãe (barriga com barriga)
- Rosto de frente para a mama.
Pega:
- Boca bem aberta
- Labio inferior evertido
- Aréola mais visível acima da boca
- Queixo toca a mama
COMO SABER SE A CRIANÇA ESTÁ BEM ALIMENTADA
- Choro X (parâmetro ruim)
- Peso (o ganho ponderal é um marcador de nutrição) - lembrar que nos primeiros dias de vida a criança pode perder até 10% do peso de nascimento
- Diurese (bem alimentada = bem hidratada e com diurese satisfatória; 6 - 8 vezes ao dia
Queixas comuns de técnica incorreta:
- Fissuras: boca no mamilo em vez da aréola, corrigir através da pega correta, mudança de posição, ordenhar antes da mamada (estimular o reflexo de ejeção para que a criança faça uma mamada mais suave), aplicação do leite sob a fissura (Ministério da saúde não reconhece). - Expor a mama ao sol ou raios ultravioletas artificiais melhora a cicatrização.
- Ingurgitamento: Grande acúmulo de leite na mama, pode ser patológico causando edema na mama (aumentada difusamente, hiperemiada, pele brilhosa), conduta é esvaziar a mama com aleitamento em livre demanda, ordenhar antes da mamada para facilitar a pega, esvaziar as mamas em caso da mama se manter com o volume muito aumentado, e intervalos de mamadas compressas frias (crioterapia-discreta vasoconstrição)
- Mastite: reação inflamatória mais localizada em um quadrante da mama, pode ser inflamatório ou infeccioso, conduta é esvaziar a mama mantendo o aleitamento com a técnica correta, se houver infecção ATB (aureus- cefalexina, amoxi-clavulanato), antibiótico fazer se não haver melhora pós-esvaziamento, ou se houver indícios de manifestação sistêmica (febre alta, calafrios), o quadro pode evoluir em abscesso sendo necessário a drenagem.
- “Leite fraco”: avaliação objetiva (se há boa alimentação ou não), avaliar ganho ponderal de peso (lembrando que RN perde até 10% de seu peso nos primeiros dias de vida), se estiver com peso satisfatório mantenha a amamentação e avalia técnica correta. Se há peso diminuído avaliar se está havendo aleitamento em livre demanda, se a mulher está esvaziando a mama garantindo que a criança está recebendo o leite posterior
CONTRAINDICAÇÃO DE ALEITAMENTO MATERNO
DOENÇAS MATERNAS
- ABSOLUTAS:
- HIV
- HTLV
- PSICOSE PUERPERAL GRAVE
Obs.: a mulher com psicose puerperal poderia manter a amamentação desde que com supervisão (e isso inclusive poderia ajudar no tratamento da puérpera)
- OCASIONAIS:
- HERPES: se lesão herpética em atividade (o risco de transmissão do vírus para a criança se estabelece quando a criança tem o contato direto com lesões em atividade) - lesões vesiculares, geralmente agrupadas sobre base hiperemiada.
- CITOMEGALIA (< 32 sem): quando a mulher tem infecção aguda pelo CMV existe a possibilidade de que o vírus saia pelo leite e infecte a criança. Caso a criança tenha mais de 32 sem, isso não terá nenhum problema, pois não apresentará nenhuma repercussão clínica; já, caso a criança tenha < 32 sem, o quadro de infecção pelo CMV pode ser grave. Caso deve ser avaliado e cabe a mãe decidir a amamentação ou não.
- NÃO CONTRAINDICAM:
- TUBERCULOSE: o problema não é a secreção da micobactéria pelo leite, mas sim o contato da criança com as secreções respiratórias - mesmo a mulher bacilífera pode amamentar: basta que a amamentação seja em local arejado e com máscara - além disso, o RN deve receber isoniazida e a BCG adiada
- HEPATITE B: além de dar vacina, a criança também receberá a imunoglobulina - assim a criança pode ser amamentada
- HEPATITE A/C
DOENÇAS DO LACTENTE
- GALACTOSEMIA: erro inato no metabolismo da galactose (não consegue metabolizar), de maneira que esta acaba se acumulando em vários tecidos. Não pode: leite humano e nenhum outro tipo de leite que contenha galactose em sua composição. É uma das raras exceções em que crianças < 6 meses são alimentadas com leite de soja
- FENILCETONÚRIA: erro inato no metabolismo de um aminoácido (fenilalanina), não convertendo em tirosina, com acúmulo de FEN em vários tecidos corporais e desenvolvimento de sequelas irreversíveis (por isso a fenilcetonúria faz parte da triagem neonatal). Mesmo quem tem fenilcetonúria precisa receber uma pequena quantidade de FEN em sua dieta (pois é um aa essencial), assim ele receberá pequena quantidade de LM + fórmula isenta de FEN + monitorização de níveis séricos do aminoácido
USO DE MEDICAMENTOS
- SAIS DE OURO
- AMIODARONA
- IMUNOSSUPRESSORES e CITOTÓXICOS
- RADIOFÁRMACOS
- GANCICLOVIR E LINEZOLIDA
- VACINA DA FEBRE AMARELA - suspender aleitamento por min 10 dias após vacinação
BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO
PARA A MULHER
- Prevenção de osteoporose
- Prevenção de doenças cardiovasculares
- Diminuição da incidência de câncer de mama, ovários e endométrio
- Redução do sangramento no pós parto
- Aceleração da perda de peso
PARA A CRIANÇA
- Diminui pneumonia
- Diminui doença pelo virus sirsisial respiratório
- Diminui dermatite atópica
- Menos probabilidade de apresentar obesidade e doenças crônicas
ORIENTAÇÕES SOBRE ALIMENTAÇÃO APÓS 6 MESES DE VIDA
- Carnes podem ser preparadas de diversas formas, tendo-se apenas o cuidado de estarem bem cozidos, nunca mal passados ou crus. Não há necessidade alguma de triturar e muito menos peneirar a carne, pelo contrário, fazendo isso a oferta de ferro, zinco e vitamina B12 é prejudicada.
- As frutas são ótimas fontes de fibras e devem ser oferecidas sem adição de açúcar. Elas podem ser raspadas ou amassadas com garfo e/ou ofertadas em pedaços para que a criança possa segurar com suas próprias mãos.
- Recomenda-se que não sejam oferecidos sucos de frutas à criança menor de 1 ano, mesmo aqueles feitos somente com fruta. Até essa idade deve- se oferecer a fruta ao invés de suco, pois a fruta tem mais fibras, estimula a mastigação e não necessita de adição de açúcar, sendo muito mais saudável para a criança.
- Durante muito tempo foi recomendado evitar carne de porco, peixe e clara de ovo na alimentação no primeiro ano de vida. No entanto, hoje já se sabe que dos 6 meses até 1 ano de vida existe uma janela imunológica, momento ideal para ser ofertado alimentos de alto potencial alergênico. Há vários estudos que comprovam que tendo o primeiro contato com esses alimentos nesse período o bebê tem menos chances de uma alergia alimentar futura. Por isso, atualmente é recomendado a oferta desses alimentos para crianças a partir dos 6 meses
QUANTIDADE DIÁRIA RECOMENDADA DE SUCO PARA >2ANOS
100-120 ML AO DIA