Vascularização do Membro Superior Flashcards
Situação e Trajeto da Artéria Axilar
A artéria axilar situa-se totalmente na região axilar, continuando a artéria subclávia. Esta, no momento onde alcança o bordo lateral da primeira costela e da primeira digitação do músculo serrátil anterior, penetra na fossa axilar e converte-se na artéria axilar. Começa ao nível do bordo posterior da clavícula e estende-se até ao bordo inferior do músculo teres maior (peitoral maior segundo o Rouvière e PINA Coração e Vasos), onde passa a chamar-se artéria braquial. Rouvière considera como limite distal da artéria axilar o bordo inferior do músculo peitoral maior.
No seu trajeto, e quando o braço está pendente ao longo do corpo, a artéria axilar dirige-se obliquamente para baixo, fora e trás, e descreve uma curva de concavidade ínfero-medial. É retilínea quando o braço se estende horizontalmente.
Dadas as suas relações com o músculo peitoral menor, pode ser dividida em três segmentos: um primeiro segmento em que é medial (proximal) ao músculo; um segundo segmento, em que lhe é posterior; e um terceiro segmento, em que é lateral (distal) ao músculo peitoral menor.
Situação e Trajeto da Artéria Braquial
A artéria braquial (artéria umeral) situa-se na região anterior do braço e do cotovelo. Estende-se desde o bordo inferior do músculo teres maior (peitoral maior segundo o Rouvière), onde continua a artéria axilar, até à fossa cubital (prega do cotovelo), onde se bifurca nos seus dois ramos terminais, as artérias radial e ulnar. A artéria braquial é quase retilínea e ligeiramente oblíqua para baixo e para fora. O seu trajeto pode ser representado por uma linha traçada do vértice da axila até à parte média da prega do cotovelo. Termina aproximadamente 1-2 cm inferiormente à articulação do cotovelo (sensivelmente ao nível do colo do rádio).
Situação e Trajeto da Artéria Radial
A artéria radial é o ramo de bifurcação lateral da artéria braquial. Estende-se sobre a face anterior do antebraço e sobre a face dorsal do punho, desde a prega do cotovelo até à região palmar.
Apresenta geralmente menor calibre do que o ramo de bifurcação medial da artéria braquial, a artéria cubital. Contudo, dado o seu trajeto, aparenta ser uma “continuação direta” da artéria braquial.
A artéria radial descende obliquamente para baixo e fora até à epífise inferior do rádio; depois contorna por fora a articulação do punho e alcança, sobre a face dorsal do carpo, a extremidade superior do 1º espaço interósseo; a artéria atravessa este espaço de posterior para anterior e penetra na região palmar, onde se anastomosa com o ramo arterial palmar profundo da artéria cubital, constituindo assim a arcada arterial palmar profunda.
Situação e Trajeto da Artéria Cubital
A artéria cubital, mais volumosa do que a artéria radial, corresponde ao ramo de bifurcação medial da artéria braquial. Situa-se na parte medial da região anterior do antebraço e estende-se da prega do cotovelo até à região palmar, onde termina ao formar a arcada palmar superficial (com o ramo palmar superior da artéria radial).
Desde a sua origem, a artéria cubital dirige-se primeiro obliquamente para baixo e para dentro, até à união do terço superior com os dois terços inferiores da face medial do antebraço. Descende depois verticalmente ao seguir um trajeto indicado por uma linha que reúne o vértice do epicôndilo medial ao bordo lateral do pisiforme, até ao bordo inferior do retináculo dos músculos flexores, onde se inclina ínfero-lateralmente para se continuar com a arcada palmar superficial. ((Atravessa o Canal de Guyon))
Ramos Colaterais da Artéria Axilar
Artéria torácica superior (1ª porção), artéria toracoacromial (com ramos peitorais, deltóide, clavicular e acromial) e artéria torácica lateral (2ª porção) e artéria subescapular (com ramos que correspondem às artérias toraco-dorsal e escapular circunflexa), artéria umeral circunflexa posterior e artéria umeral circunflexa anterior (3ª porção);
Ramos Colaterais da Artéria Braquial
Artéria braquial profunda (com o ramo deltóide e ramos que correspondem às artérias colateral radial e colateral média), artéria colateral ulnar superior, artéria colateral ulnar média (inconstante), artéria colateral ulnar inferior e artéria nutritiva do úmero.
De acordo com o Rouvière e Pina, existem 5 ramos colaterais: os ramos musculares que vão vascularizar os músculos deltóide, bicípete braquial, coracobraquial, braquial e a parte medial do músculo tríceps braquial, e destaca-se o ramo deltóide que é constante e menos variável relativamente aos restantes ramos musculares; a artéria nutritiva do úmero, a artéria braquial profunda, a artéria colateral ulnar superior e a artéria colateral ulnar inferior.
Ramos Colaterais da Artéria Radial
De acordo com o Rouvière, existem 6 ramos colaterais principais: a artéria recorrente radial, a artéria palmar do carpo, a artéria palmar superficial, a artéria principal do 1º dedo, a artéria dorsal do carpo e a artéria metacárpica dorsal do 1º espaço interósseo do metacarpo.
Ramos Colaterais da Artéria Cubital
- Artéria recorrente ulnar (recorrente ulnar anterior e recorrente ulnar posterior)
- artéria interóssea comum (interóssea anterior e interóssea posterior)
- ramo cárpico palmar
- ramo palmar profundo
- ramo cárpico dorsal.
- ramo anastomótico palmar profundo (inconstante, destaca-se da arcada palmar superficial)
Drenagem Venosa do Membro Superior
O membro superior é drenado por dois sistemas venosos distintos: um venoso superficial e outro venoso profundo, consoante se encontrem superficialmente ou profundamente à fáscia profunda do membro superior, respetivamente. Estes dois sistemas venosos comunicam entre si por numerosas anastomoses. A drenagem venosa é feita num sentido distal-proximal, tendo início nas várias vénulas digitais da mão; mais ainda, o sangue contido no sistema superficial terá de alcançar o sistema profundo de forma a regressar à circulação sistémica.
O sistema venoso superficial tem início numa rede venosa que se comunica com o sistema profundo; ascende depois enquanto veias basílica (medial) e cefálica (lateral) do antebraço, que se comunicam ao nível da fossa cubital pela veia cubital mediana, formando um H (70% dos casos - segundo o Netter). Nos restantes casos, não vai existir a veia cubital mediana, mas sim, uma veia mediana do antebraço que se vai dividir em dois ramos: a veia mediana cefálica e a veia mediana basílica. Estas vão se anastomosar com a veia cefálica e veia basílica, respectivamente. Isto vai dar origem ao famoso “M venoso do cotovelo” (ou em outros casos a um Y segundo o pina de vasos) que é, assim, constituído, de lateral para medial, pela veia cefálica, pela veia mediana cefálica, pela veia mediana basílica e pela veia basílica (a região do sangradouro).
Estas veias continuam-se com o nome de veia basílica e veia cefálica do braço, sendo que a veia cefálica se junta à veia axilar e a basílica primeiro à veia braquial quando passam a ser profundas.
O sistema venoso profundo drena os tecidos subfasciais - as veias profundas acompanham as artérias homónimas, existindo geralmente duas veias satélite por cada artéria, à exceção da artéria axilar, que é acompanhada por uma única veia (a veia axilar).
Drenagem Linfática do Membro Superior
À semelhança do que acontece com a drenagem venosa, a drenagem linfática faz-se por dois sistemas, um superficial e um profundo, sendo que o primeiro drena para o segundo, que, por sua vez, drena para o sistema venoso em locais variáveis (pode ser de maneira direta, isto é, os vasos eferentes dos gânglios profundos drenam diretamente para o ângulo de Pirogoff ou para uma das veias que o forma, ou de maneira indireta, ou seja, os vasos eferentes drenam para troncos comuns, podendo eles ser os troncos linfáticos jugular e subclávio (que resultam das anastomoses entre os vasos eferentes dos gânglios cervicais profundos e axilares apicais, respetivamente), o ducto linfático direito ou o ducto torácico (os troncos linfáticos drenam para os ductos, que se localizam entre as veias jugulares internas e externas do respetivo lado, que aí sim drenam para o sistema venoso)); ainda, a drenagem linfática faz-se também no sentido distal-proximal.
A drenagem linfática superficial começa então nas arcadas da mão, dividindo-se em três vias: medial (território medial do antebraço e mão), lateral (território lateral, anterior e posterior do antebraço e mão) e intermédia (território anterior do braço e territórios superficiais do ombro e dorso), que drenam para os gânglios supratrocleares, intraclaviculares ou delto-peitorais e posteriores da espádua, respetivamente. Estes gânglios vão, na sua generalidade, drenar para o grupo braquial dos gânglios axilares, cujos vasos eferentes drenam para os gânglios axilares centrais e apicais, para que se possa fazer a drenagem até ao sistema venoso. Os gânglios axilares já fazem parte do sistema linfático profundo, sistema este cujos vasos seguem os principais pedículos vásculo-nervosos (radial, ulnar, braquial e interósseo) do membro superior até aos gânglios linfáticos axilares, podendo haver alguns gânglios profundos braquiais e antebraquiais ao longo do seu percurso. Estes gânglios que se encontram ao longo do percurso dos vasos profundos drenam também para o grupo braquial dos gânglios axilares, exceto aqueles que acompanham a veia cefálica, que vão drenar para o grupo apical axilar.
Relações da Artéria Axilar (fossa axilar)
A artéria axilar situa-se totalmente na região axilar, continuando a artéria subclávia no ponto onde esta alcança o bordo lateral da primeira costela e da primeira digitação do músculo serrátil anterior e penetra na fossa axilar convertendo-se na artéria axilar.
Relações: Ao longo do seu trajeto, a artéria axilar relaciona-se:
Anteriormente: Com a fascia clavipeitoral e com os músculos que a recobrem, o músculo subclávio, o músculo peitoral menor e peitoral maior;
Posteriormente: cruza, de cima para baixo, os músculos subescapular, redondo maior e latíssimo do dorso.
Lateralmente: Com o músculo coracobraquial, bicípite braquial e a extremidade superior do sulco intertubercular do úmero.
Medialmente: com as 2 primeiras digitações do músculo serrátil anterior.
A artéria axilar é acompanhada em toda a sua extensão pela veia axilar e pelos ramos principais do plexo braquial.
Relações da Artéria Braquial (canal braquial e fossa cubital)
Canal braquial
A fascia profunda braquial e as expansões constituem sobre o lado medial do braço uma bainha fibrosa, conhecida por canal braquial (ou canal umeral de Cruveilhier), no qual caminha a artéria braquial, as suas veias satélites braquiais, o nervo mediano e, numa parte do seu trajeto, os nervos cubital e cutâneo medial do antebraço. Este canal braquial é então limitado anteriormente pelo revestimento fascial do músculo coracobraquial e do músculo bíceps braquial; posteriormente, pela fascia do músculo braquial e pelo septo intermuscular medial; medialmente, pela fascia braquial. O canal braquial comunica inferiormente com a goteira bicipital profunda medial da fossa cubital do cotovelo, que será descrita mais à frente.
Fossa cubital
A fossa cubital corresponde a uma depressão triangular da porção anterior da região do cotovelo. É limitada superiormente por uma linha que une ambos os epicôndilos umerais, medialmente pelo bordo lateral do músculo pronador teres, e lateralmente pelo bordo ou face medial do músculo braquioradial. É bissectada em dois compartimentos pelo tendão do bíceps braquial. A fascia profunda do antebraço constitui a sua parede anterior ou “tecto”. A aponevrose bicipital desloca-se pela porção medial e inferior da fossa, distribuindo-se pela fascia profunda e recobrindo os músculos flexores superficiais. Os músculos supinador e braquial encontram-se no pavimento da fossa.
Na fossa cubital, a artéria braquial descende na goteira bicipital profunda medial, limitada lateralmente pelo tendão do bíceps braquial, medialmente pelo grupo muscular epicondiliano medial (mais concretamente, pelo músculo pronador teres), e profundamente pelo músculo braquial. Nesta goteira, a artéria é recoberta pela fascia que reforça a expansão aponevrótica do músculo bíceps braquial. Profundamente, o músculo braquial separa a artéria braquial da articulação do cotovelo. O nervo mediano é agora medial à artéria braquial.
Nota: Inicialmente, a artéria é lateral aos nervos cubital e cutâneo medial do antebraço e medial ao nervo mediano. (O nervo radial é posterior à artéria sendo que atravessa o espaço axilar triangular inferior com a artéria braquial profunda, acompanhando-a medialmente). Ao longo do trajeto da artéria, o nervo mediano é o único que a acompanha até ao cotovelo, cruzando-a anteriormente (de superior para inferior e de lateral para medial), sendo que na fossa cubital, a artéria braquial é lateral ao nervo mediano
LIMITES DO CANAL BRAQUIAL [ANGIO KEEP CALM AND DONT STOP BEATING]
No braço encontra-se no canal braquial, limitado por:
• Anteriormente: com o bordo medial do músculo coracobraquial em cima, e com o bíceps braquial em baixo.
• Posteriormente: com a porção vasto medial do tríceps braquial e mais distalmente, com o músculo braquial.
• Medialmente: diretamente com a fascia braquial que a separa dos tegumentos.
• Lateralmente: superiormente com o músculo coracobraquial, e inferiormente com o interstício celuloso que separa o bíceps braquial do músculo braquial.
Relações da Artéria Radial (goteira radial e tabaqueira anatómica)
vai descender pela face anterior do antebraço e ao alcançar o processo estilóide do rádio vai para o dorso da mão; aí atravessa o primeiro espaço interósseo para alcançar a palma da mão onde se vai anastamosar com o ramo arterial palmar profundo da artéria ulnar, formando a arcada arterial palmar profunda;
Relações:
• posteriormente: (de sup para inf) tendão do bicipete braquial, pronador redondo, supinador, flexor superficial dos dedos, flexor longo do primeiro dedo e quadrado pronador;
• anteriormente: braquiorradial (sup e inf); percorre a goteira do pulso entre o tendão do braquiorradial (que se encontra lateralmente) e o flexor radial do carpo (medialmente);
Descrição da goteira radial: (é a goteira por onde passa a artéria radial)
->Limites:
Medial: Tendão do músculo flexor radial do carpo;
Lateral: Tendão do músculo braquirradial;
Posterior: Músculo Pronador Quadrado;
Descrição da tabaqueira anatómica:
->Limites:
Ântero-Lateral: tendões do músculo abdutor longo do 1º dedo (anteriormente) e curto extensor do 1º dedo (posteriormente);
Póstero-Medial: tendão do longo extensor do 1º dedo;
->Conteúdo:
• Artéria Radial;
• Veias Satélites;
• Artéria principal do 1º dedo;
• Veias satélites;
• Ramo arterial cárpico dorsal da artéria radial;
• Veias satélites;
• Tendão do longo radial (longo extensor radial do carpo);
• Tendão do curto radial (curto extensor radial do carpo);
• Podemos apalpar a apófise estilóide do rádio, a superfície convexa articular do escafóide, trapézio e base do 1º metacárpico);
Relações da Artéria Cubital (canal cubital de Guyon)
No sulco ulnar (entre o tendão do músculo flexor ulnar do carpo e o tendão do músculo longo palmar) passa o nervo e a artéria ulnar, mesmo antes de entrar no canal cubital de Guyon.
Descrição do Canal de Guyon:
Limites:
Parede anterior: expansão do retináculo dos extensores, expansão do tendão do flexor cubital do carpo;
Parede posterior: retináculo do flexores;
Parede medial: pisiforme;
É atravessado pela artéria cubital e nervo cubital (sempre medialmente).
Arcada Arterial Palmar Superficial Profunda da Mão
A arcada palmar superficial resulta da anastomose da artéria cubital com o ramo palmar superficial da artéria radial, apresentando como principal elemento a artéria cubital. A artéria cubital encontra-se no canal de Guyon e penetra depois na região palmar com o nervo cubital. Passa medialmente ao hâmulo do hamato para formar um arco convexo inferiormente. A artéria mediana, ramo da interóssea anterior, pode contribuir para a arcada palmar superficial de forma variável. Esta pode apresentar duas “variantes”: uma palmar e outra antebraquial. No caso da palmar, alcança a região palmar e termina geralmente como uma primeira artéria digital comum, como uma segunda artéria digital comum ou bifurca-se em ambas.
A arcada palmar superficial é a responsável pela irrigação da maior parte do território digital, originando 3 artérias digitais comuns, que vão originar artérias digitais palmares próprias