Abdómen e Bacia: Paredes Flashcards
Divisão dos Músculos em Largos e Longos
Na dimensão que é predominante (largura ou altura).
Vamos ter três músculos largos (oblíquo externo, oblíquo interno, transverso abdominal) e dois longos (reto abdominal e piramidal) sendo que piramidal é inconstante
Músculos Largos
Dispõem-se no grupo ântero-lateral do abdómen. No plano profundo, encontra-se o transverso abdominal, no plano médio, o oblíquo interno e no plano
superficial, o oblíquo externo
Limites do Trígono Lombar Superior (quadriláterio de Grynfelt)
É limitado:
- Medialmente- massa comum dos músculos eretores da coluna
- Anteriormente (e antero-inferiormente) - margem posterior do oblíquo interno
- Póstero-superiormente- serrátil póstero-inferior
- Antero-superiormente- margem inferior 12ª costela.
É ocupado pela aponevrose posterior do transverso do abdómen (reforçado medialmente pelo quadrado lombar) em relação à fascia toracolombar e tambem e ocupado pelo aponervrose do obliquo interno
Limite do Trígono Lombar Inferior (Jean-Louis-Petit)
Este triângulo é limitado:
- Posteriormente - latíssimo do dorso
- Anteriormente - oblíquo externo
- Inferiormente - crista ilíaca
- área do triângulo → ocupada pela fáscia de revestimento do oblíquo interno e pelo transverso do abdomen
Em termos de conteúdo, neste triângulo, podemos frequentemente encontrar, superiormente à crista ilíaca, um ramo glúteo do nervo iliohipogástrico, acompanhado por um ramo da quarta artéria lombar.
Disposições Anatómicas que podem dar origem a um ponto fraco
Pela disposição dos diversos planos musculares sobrepostos entre si, pela existência de vários orifícios vásculo-nervosos que atravessam esses vários planos, ou por vezes devido a alterações congénitas, a parede abdominal apresenta diversas zonas de menor resistência que podem permitir a passagem de estruturas ou vísceras intraabdominais – tratam-se de verdadeiros “pontos fracos” da parede abdominal.
ppw teóricas
• Sobreposição imperfeita do plano músculo-aponevrórtico;
• Interseção aponevrótica
• Zonas da parede abdominal atravessadas por vísceras (região inguinal)
• Parede abdominal atravessada por elementos vásculo-nervoso (TODAS)
Verdadeiro Ponto Fraco da Região Inguinal
Buraco músculo-pectíneo:
Este orifício é limitado, segundo Couinaud: lateralmente, pelo músculo psoas ilíaco, recoberto pela fáscia ilíaca; medialmente, pelo músculo recto abdominal e sua bainha, inseridos sobre a superfície angular do púbis; inferiormente, pelo ramo horizontal do púbis; e superiormente, pelo bordo inferior do oblíquo interno desde a fáscia ilíaca até ao folheto anterior da bainha. É bissectado topograficamente pelo ligamento inguinal, sendo dividido em dois orifícios secundários: o orifício inguinal superiormente, e o orifício femoral inferiormente. Pelo orifício inguinal passa o canal inguinal, pelo orifício femoral passam os vasos femorais. Vai ser encerrado anteriormente pelo plano do músculo oblíquo externo cujo bordo inferior se vai relacionar intimamente com a fáscia iliaca e com a fascia lata. Segundo couinaud o ligamento inguinal nao constitui de todo o limite inferior do abdomen mas apenas divide o buraco musculo pectineo em duas porçoes uma porçao superior em que ha hernias inguinais e uma porçao infeiror (a femoral) em que ha hernias crurais, no entanto ambas abandonam o abdomen por uma zona comum de herniaçao o buraco musculo pectieno. O verdadeiro limite inferior do abdomen e o ligamento de cooper(que é uma dependencia do de gimbernat e que vai desde o tuberculo pubico ate a eminencia iliopubica).
Linha Semi-lunar de Spiegel
Os músculos oblíquo externo, oblíquo interno e transverso abdominal terminam a alguma distância do bordo lateral do reto abdominal por uma larga aponevrose (cruza o bordo lateral deste músculo um pouco acima do umbigo), que forma a bainha dos retos, atraves dos folhetos anteriores e posteriores de cada uma desta aponevroses.
A origem destas aponevroses não é feita ao mesmo nível para os três músculos.
De lateral para medial, a do oblíquo externo é a primeira a ser formada, anteriormente’ à espinha ilíaca ântero-superior. De seguida é a do oblíquo interno.
Por fim, a do transverso abdominal, descrevendo uma curva sinuosa, com uma concavidade medial ao nível do umbigo, e convexidades mediais superiormente e inferiormente à concavidade desenhada.
A linha semilunar de Spiegel corresponde apenas à linha de transição músculo-aponevrótica do músculo transverso do abdómen.
O termo “área semilunar” é preferível ao de “linha”, correspondendo à zona de transição entre as fibras músculo-aponevróticas do transverso, e o bordo lateral da bainha do reto lateral.
A chamada hérnia de Spiegel corresponde a uma protrusão através de um defeito congénito ou adquirido na área de Spiegel, mais frequentemente na zona de interseção desta linha com a linha arcuata de Douglas.
Peças Ósseas da Bacia Óssea
A pelve, ou bacia, define o anel esquelético formado pelos ilíacos e pelo sacro, à cavidade dentro deles e à região em que o tronco e os membros inferiores se encontram, como um todo.
Cada ilíaco tem três partes: ílio, ísquio e púbis. Estas partes ligam-se umas às outras através de cartilagem (na juventude), mas são unidas como um osso único no adulto. A união principal é no acetábulo. O ílio inclui a parte superior do acetábulo e a área que se expande acima dele; o ísquio inclui a parte inferior do acetábulo e a região óssea postero-inferior a ele; o púbis forma a parte anterior do acetábulo (separando o ílio do ísquio) e a região mediana anterior a qual os dois púbis se encontram.
A face sinfisial do púbis é alongada e oval, articulando-se com o outro ilíaco através da sínfise púbica. (ver mais em TOP GUNNER p.353)
A articulação sacroilíaca é uma artrodia e os meios de união são a cápsula articular e ligamentos (ver mais em TOP GUNNER p.355)
Trígonos Perineais (anal e uro-genital)
O períneo é delimitado por marcos osteofibrosos formando um losango, portanto anteriormente é composto pela margem inferior da sínfise púbica ântero-lateralmente é composto pelos ramos isquio-púbicos e pelas tuberosidades isquiaticas, e posteriormente pelo vértice do cóccix e ligamentos sacrotuberais. É dividido em 2 triângulos, por uma linha que atravessa as duas tuberosidades isquiáticas, formando os (Rouvière):
• trígono uro-genital (metade anterior do períneo):
músculo transverso superficial do períneo, ísquio cavernoso, bulbo-esponjoso e constritor da vulva (no caso do sexo feminino)
• trígono anal: grupo posterior do plano superficial do períneo- músculo esfíncter externo do ânus
Músculos do Trígono Anal do Períneo
Todos os músculos do plano profundo (levantador do ânus e ísquio-coccígeo) + o
esfíncter externo do ânus
Bainha dos Músculos Retos Abdominais
Reveste o músculo reto do abdómen e a sua constituição é diferente superior e inferiormente, resulta do entrelaçamento das aponevroses dos músculos largos da parede ântero-lateral do abdómen.
A saber que a porçao posterior da bainha dos retos é totalmente posterior nos ⅔ superiores do reto e desaparece no ⅓ inferior. Esta transiçao pode ocorrer de forma gradual ou de forma abrupta, marcada por uma linha horizontal de concavidade inferior denomindada arcada de douglas
Nos ⅔ mais superiores está dividida em dois folhetos:
· Folheto anterior: É formado pela aponevrose do obliquo externo e pela folha anterior da aponevrose do obliquo interno. Este folheto está reforçado na sua parte mais superior por fibras tendinosas do músculo peitoral maior.
· Folheto posterior: É formado pela aponevrose do transverso do abdómen e pela folha posterior da aponevrose do obliquo interno.
No seu ⅓ mais inferior, o folheto posterior da bainha dos retos deixa de ser constituído pela aponevrose dos músculos oblíquo interno e transverso do abdómen, sendo que as aponevroses convergem todas anteriormente. Assim, posteriormente ao músculo reto do abdómen encontra-se a fáscia transversalis e o peritoneu, sendo os únicos constituintes do folheto posterior da bainha dos retos nesta zona.
Inserções e Ações do Oblíquo Externo
Inserções:
Superior ou costal : Digitações musculares e tendinosas nas 7 ou 8 últimas costelas; linha alba, vai ter interdigitações superiormente com o serrátil anterior superior e inferiormente com o latíssimo do dorso, vai se inserir também na crista ilíaca, onde vai formar o limite anterior do triângulo de jean louis petit vai se inserir ainda na espinha ilíaca antero superior e no tubérculo púbico através do seu bordo inferior que constitui é espesso e que vai formar o ligamento inguinal
Inferior ou púbica:
Pilar Lateral - tubérculo púbico (normalmente)
Pilar Medial - face anterior da pubis e por vezes no tuberculo pubico oposto
Pilar posterior - é o ligamento reflexo ou de colles que constitui uma reflexao para medial da extremidade medial do ligamento inguinal e que passa posteriormente a aponevrose do obliquo extrerno e ao anel inguinal superficial para se ir inserir no tuberculo pubico oposto.
O anel inguinal superficial e formado infero medialmente pelo pilar posterior, lateralmente pelo pilar lateral, medialmente pelo pilar medial e superiormente pelas firas arciformes de gillis ou fibras intercrurais que ligam os pilares medial e lateral.
Ação: Contribui para a manutenção do tónus muscular; flete o tórax e comprime os órgãos abdominais; flexão lateral contra a resistência e baixa as costelas
NOTA (Rouvi): O anel inguinal superficial corresponde a um intervalo triangular, limitado pelos pilares de inserção inferior, que se transforma num orifício quase circular através do ligamento reflexo//lig. de Colles. Estas açõe são possibilitadas pela direção antero inferior das fibras do músculo.
Defesas Posteriores do Buraco Músculo-Pectíneo
As defesas posteriores, correspondem, de anterior para posterior:
• Plano musculo aponevrotico profundo que segundo couinaud e espessado pela aponervrose do transverso pela fita iliopubica de thompspn que reforça o bordo posterior do ligamento inguinal e pelo ligamento de henle que e uma expansao lateral do tendao lateral do reto abdominal que se vai inserir na critsa pubica e que vai reforçar a fascia transversalis.
• Lamina celulo vascular profunda que e constituida pelo pediculo epigastrico e pelo iliaco circunflexo profundo.
• Fascia umbilico pre vesical que sao tres cordoes que ascendem a partir da pelvis ate ao umbico pela face posterior da parede abdomnial
• peritoneu, que e um membrana serosa que recobre as visceras abdominais
Limites e Conteúdo do Anel Femoral (onde ocorrem as hérnias femorais?)
O anel femoral tem uma orientação anterior e inferior e vai ser formado por 4 paredes:
-uma parede superior formada principalmente pelo ligamento inguinal;
-uma parede póstero-inferior formada pelo músculo pectíneo e ligamento pectíneo (de Cooper);
-uma parede lateral formada pela fita ilío-pectínea (espessamento da fascia iliaca/ilipsoas)
-uma parede medial formada pelo ligamento lacunar de Gimbernat. O ligamento lacunar consiste num conjunto de fibras provenientes da aponevrose de inserção do músculo oblíquo externo que se refletem para se inserir na crista pectínea e na linha pectinea e vão formar este ligamento triangular, cujo bordo lateral é livre e que vai encerrar medialmente o anel femoral.
O anel femoral pode dividir-se em dois compartimentos:
O compartimento vascular que dá passagem à artéria e veia femoral;
O compartimento linfático onde encontramos, na maioria das vezes, um gânglio muito importante: o gânglio de Cloquet que recebe a totalidade da linfa proveniente do membro inferior. O compartimento linfático é aquele que está menos reforçado. Como tal, é o compartimento mais suscetível a dar passagem a hérnias.
As hérnias que passam no anel femoral designam-se de hérnias femorais e são mais frequentes no sexo feminino, principalmente nas grávidas.
ATENÇÃO: O nervo femoral não passa no anel femoral. Como já vimos, o limite lateral do anel femoral é a fita ilío-pectínea e o nervo encontra-se lateralmente à fita ilio-pectínea! Portanto, ele passa inferiormente ao ligamento inguinal mas por fora do anel femoral. Não esquecer isto. Passa juntamente com as fibras musculares do músculo iliopsoas.
Elementos que atravessam o anel umbilical no desenvolvimento embrionário
As duas artérias e a veia umbilical, o canal vitelino, alantóide.