Nervos Cranianos I-VIII Flashcards

1
Q

Enumera todos os nervos cranianos e os orifícios a partir dos quais cada um deles sai
do crânio.

A

I Olfativo - Lâmina crivada (etmóide)

II Ótico - Canal óptico
III Motor ocular comum/oculomotor - Fenda esfenoidal/fissura orbitária superior
IV Patético/troclear - Fenda esfenoidal/fissura orbitária superior
V Trigémio
V1(Nervo oftálmico) - Fenda esfenoidal/fissura orbitária superior
V2 (Nervo maxilar) - Buraco grande redondo/redondo
V3 (Nervo mandibular) - Buraco oval
VI Motor ocular externo/abducente - Fenda esfenoidal/fissura orbitária superior
VII Facial - Canal auditivo interno + Aqueduto de Falópio/ Canal facial + Forame
estilo-mastoideu
VIII Auditivo/vestíbulo-coclear - Canal auditivo interno
IX Glossofaríngeo - Buraco lácero posterior/foramen jugular
X Pneumogástrico/vago - Buraco lácero posterior/foramen jugular
XI Espinhal/acessório - Buraco lácero posterior/foramen jugular
XII Grande hipoglosso - Canal condiliano anterior/canal do hipoglosso

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2
Q

Relativamente aos nervos responsáveis pelos movimentos do olho refere: a que nervos
cranianos correspondem e qual a sua origem aparente?

A

Os nervos responsáveis pelos movimentos do olho são o nervo oculomotor (III, que inerva os músculos oblíquo inferior, reto inferior, reto medial, reto superior, ou seja, todos os músculos extrínsecos do olho com exceção do oblíquo superior e reto lateral), troclear (IV, que inerva o músculo oblíquo superior) e abducente (VI, inerva o músculo reto lateral).
O nervo oculomotor tem origem aparente na fossa interpeduncular; o nervo troclear ao nível do véu medular superior (válvula de Vieussens) e o nervo abducente ao nível do sulco bulbo-protuberancial, medialmente ao nervo facial (VII).

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3
Q

Que particularidades conheces na origem e trajecto do IV nervo craniano?

A

Em relação à origem, o nervo troclear é o único par craniano cuja origem aparente é ao nível da face posterior do tronco cerebral (no véu medular superior) e cujas fibras decussam a linha média, isto é, as fibras do núcleo troclear direito inervam o músculo oblíquo superior esquerdo (e as fibras do núcleo troclear esquerdo inervam o músculo oblíquo superior direito).
Após deixar o mesencéfalo, o nervo contorna os pedúnculos cerebelosos dirigindo-se para fora/frente (lateral e anteriormente) e passa entre as artérias cerebelosa superior (inferior ao nervo) e cerebral posterior (superior ao nervo). É o nervo com o maior trajeto intracraniano, atravessa a fissura orbitária superior, lateralmente ao anel de Zinn e medialmente ao ramo frontal do nervo oftálmico, entra na cavidade orbitária e apenas inerva motoramente um músculo (músculo oblíquo superior).

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4
Q

Relativamente ao V nervo craniano, indica a sua classificação, origem aparente e quais os
3 ramos terminais (referindo que tipo de informação transporta cada um).

A

O nervo trigémeo é um nervo motor e sensitivo (misto), que tem origem aparente na protuberância/ponte, no limite entre a sua face inferior e os pedúnculos cerebelosos médios, mediante 2 raízes: uma motora e uma sensitiva. Os seus ramos terminais são o nervo oftálmico que é sensitivo; o nervo maxilar que é sensitivo e o nervo mandibular que é sensitivo-motor.

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5
Q

Sobre o nervo oftálmico (V1), indica o seu trajecto referindo por qual orifício sai do
crânio e função.

A

Dirige-se anteriormente ao longo da parede lateral do seio cavernoso e penetra na órbita pela fissura orbitária superior.
Emite 3 ramos terminais - nasociliar (dentro do anel de Zinn), frontal e lacrimal (fora, lateralmente).
A sua função é inervar sensitivamente a pele da testa, do nariz, da pálpebra superior, das .mucosas das cavidades nasais, dos seios frontal, esfenoidal, da córnea (reflexo da córnea). Conduz fibras vegetativas vindas do facial para inervar a glândula lacrimal e do oculomotor para a dilatação da pupila e a vasomotricidade do globo ocular.

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6
Q

Sobre o nervo maxilar superior/maxilar (V2), descreve os seus trajectos e função.

A

Desde a sua origem no bordo convexo do gânglio trigeminal (Gasser), entre as origens do nervo Oftálmico (V1) e do nervo Mandibular (V3), o nervo maxilar (V2) dirige-se .para a frente e para fora, atravessa o foramen Redondo e penetra na fossa pterigo-palatina. Nesta mesma fossa adquire uma direção oblíqua para a frente, para baixo e para fora, entrando no território da fossa Infratemporal. Atinge a cavidade orbitária através da fissura orbitária inferior e alcança a extremidade posterior do sulco infraorbitário.
O nervo maxilar (V2) percorre o sulco infraorbitário, escavado na face superior do processo zigomático da maxila, até sua extremidade anterior onde o sulco se continua pelo canal infraorbitário. O nervo percorre este canal até ao forame infraorbitário, situado na fossa canina, local onde o nervo se ramifica nos tegumentos da região geniana.
Inerva sensitivamente a pele das bochechas, da pálpebra inferior, da asa do nariz e do lábio superior. Os seus ramos profundos levam à sensibilidade da mucosa da parte inferior das cavidades nasais, das raízes dentárias e das gengivas maxilares. Também conduz fibras vegetativas do facial (VII), para as secreções lacrimal e nasal.

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7
Q

Sobre o nervo maxilar inferior/mandibular (V3), indica o seu trajecto, relações e função.

A

Trajeto + relações: As raízes sensitiva e motora dirigem-se ínfero-lateralmente e atravessam o buraco oval, onde se unem. No buraco oval o nervo mandibular relaciona-se com o ramo acessório da artéria meníngea média, que lhe é postero-lateral.
Poucos centímetros depois (um pouco inferiormente) deste orifício, agora já situado na fossa infratemporal, o nervo divide-se nos seus ramos terminais (anterior e posterior). Na fossa, o nervo encontra-se lateralmente à fáscia interpterigóide e medialmente ao músculo pterigóideo lateral e à fáscia pterigo-temporo-mandibular. À face medial do nervo está unido o gânglio ótico.1bv
Funções:
• O nervo mandibular conduz a sensibilidade recebida na pele da região temporal, geniana e mento.
• Os seus ramos profundos recebem a sensibilidade da mucosa bucal, face interna da região geniana, das gengivas e lábio inferior, da região anterior da língua, dos dentes inferiores e da mandíbula.
• Conduz as fibras sensitivas do nervo intermediário para a sensibilidade gustativa do vértice e das margens da língua. Fornece inervação proprioceptiva aos músculos da mímica.
• Os seus ramos intracranianos inervam as meninges do território da fossa cerebral média correspondente à artéria cerebral média.
• O nervo mandibular é o nervo mastigador (masseter e temporal), pois inerva os músculos que cumprem essa função. Por outro lado, induz a contração dos músculos tensor do véu do palato, tensor do tímpano, milo-hióideo e ventre anterior do músculo digástrico. Conduz as fibras vegetativas secretoras para a glândula parótida (do nervo glossofaríngeo) e para as glândulas submandibular e sublingual (do sistema secretor do nervo facial).
NOTA: a pele do ângulo da mandíbula é inervada pelo plexo cervical

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8
Q

Relativamente ao VII nervo craniano, indica a sua classificação, origem aparente e a
relação entre a raiz motora e sensitiva a esse nível.

A

O nervo facial (VII) é um nervo completo, com funções motora, sensitiva, sensorial e vegetativa. Ambas as raízes do nervo facial (VII) emergem da porção lateral do sulco bulbo-protuberancial (ou bulbopôntico), na fossa supra-olivar. A raiz motora é a mais importante e constitui o nervo facial propriamente dito, que emerge do sulco bulbo-protuberancial póstero-lateralmente ao nervo abducente. A raiz sensitiva, mais pequena, constitui o nervo intermédio (Wrisberg), que se encontra entre o nervo facial propriamente dito (medial) e o nervo vestíbulo-coclear (lateral).
O conjunto do nervo facial propriamente dito (raiz motora) e do nervo intermédio de Wrisberg (raiz sensitiva), constitui o 7º par craniano: o nervo facial (VII)..

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9
Q

Descreve o trajecto do VII nervo craniano.

A

Desde o sulco bulbopôntico as 2 raízes do nervo facial dirigem-se lateral, anterior e superiormente e introduzem-se no canal auditivo interno. Ao chegar ao fundo deste canal, as 2 raízes penetram o canal facial e recorrem em toda a sua extensão. O nervo apresenta 3 porções ou segmentos:
-o 1º segmento começa no orifício do canal facial, no fundo do canal auditivo interno; tem obliquidade ântero-lateral e é perpendicular ao eixo da porção petrosa do osso temporal;
-o 2º segmento tem obliquidade póstero-lateral e um pouco inferiormente, e está situado num plano horizontal quase paralelo ao eixo maior da porção petrosa do osso temporal;
-o 3º segmento é vertical, começa inferiormente na entrada do antro mastóide e termina na fossa estilomastoide.
Ao sair da porção petrosa do osso temporal penetra a parótida onde se divide nos seus ramos terminais: um ramo superior que é têmporo-facial e um ramo inferior que é cervico-facial.

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10
Q

Quais os ramos terminais do VII nervo e como se distribuem?

A

Ao sair da porção petrosa do osso temporal penetra a parótida onde se divide nos seus ramos terminais: um ramo superior que é têmporo-facial e um ramo inferior que é cervico-facial.
O nervo têmporo-facial dirige-se anteriormente, anastomosa com o nervo aurículo-temporal (ramo do nervo mandibular do trigémeo) e, seguidamente, divide-se em numerosos ramos destinados aos músculos cutâneos do crânio e da porção da face, situados superiormente ao orifício bucal. Os ramos terminais do ramo têmporo-facial deslizam no princípio entre os 2 lobos da parótida. Nesse ponto numerosas comunicações os unem entre si e também com o ramo cervico-facial, formando o plexo intraparotídeo. Os ramos saem da parótida ao longo dos seus bordos anterior e superior e divergem até ao seu território de inervação. Dos ramos terminais deste ramo temporo-facial destacam-se, de superior para inferior:
-ramos temporais destinados à inervação do músculo auricular anterior e aos músculos da face lateral da orelha;
-ramos frontais e palpebrais para o ventre frontal do músculo occipitofrontal, supraciliar, piramidal e orbicular do olho;
-ramos zigomáticos (infra-orbitários) destinados aos músculos zigomáticos maior e menor, elevador da asa do nariz e do lábio superior, milohioideo, porção transversa do músculo nasal e elevador do lábio superior e ângulo da boca e depressor do septo nasal;
-ramos bucais superiores para o músculo bucinador e para a metade superior do músculo orbicular da boca.
O nervo cervico-facial desliza entre os 2 lobos da parótida ínfero-ântero-lateralmente, comunica com o nervo auricular maior do plexo cervical e divide-se em numerosos ramos nas proximidades do ângulo da mandíbula, mas geralmente um pouco superior e posteriormente a este. Estes ramos são destinados à inervação dos músculos da face e do pescoço situados inferiormente ao orifício bucal:
-ramos bucais inferiores, destinados ao músculo risório e à metade inferior do músculo orbicular da boca;
-ramo marginal mandibular (ramos mentonianos) para os músculos depressores do ângulo da boca;
-ramo cervical para o músculo platisma ou subcutâneo do pescoço e que comunica com o nervo transverso do pescoço do plexo cervical.

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11
Q

Sobre o III nervo craniano, descreve o seu trajecto e relações desde que emerge do
sistema nervoso central até que atinge a cavidade orbitária.

A

O nervo oculomotor tem origem aparente na fossa interpeduncular, sendo que apresenta duas linhas de emergência: uma medial, ao longo do sulco entre o pedúnculo cerebral e a substância perfurada posterior, e outra lateral, na parte medial do pedúnculo cerebral. Estes dois filetes unem-se, formando o nervo oculomotor.
Desde a origem aparente, o nervo dirige-se anteriormente, passando entre a artéria cerebelosa superior (inferior ao nervo) e a artéria cerebral posterior (superior ao nervo). Dirige-se para a frente/fora/cima, passando superiormente ao dorso da sela turca, lateralmente ao processo clinóide posterior. Atinge a parede superior do seio cavernoso e percorre a sua parede lateral (no seio cavernoso está inicialmente súpero-lateralmente à artéria carótida interna e nervo abducente e superior aos nervos troclear e oftálmico do trigémio; depois é cruzado pelos nervos IV e V1 e dirige-se até à fissura orbitária superior, por onde sai para a cavidade orbitária.

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12
Q

Com base nas funções do III nervo craniano, que tipo de alterações se espera encontrar num doente com uma lesão unilateral do III nervo?

A

Num doente com lesão unilateral do nervo oculomotor é esperado observar ptose palpebral do olho afetado (devido à paralisia do músculo levantador da pálpebra superior). O olho afetado está direcionado para fora e para baixo (estrabismo divergente/lateral) devido às atividade intacta dos músculos reto lateral (nervo abducente) e oblíquo superior (nervo troclear). Não pode ser movido para cima, para baixo ou para dentro. Como o nervo oculomotor também controla a pupila, a pupila lesada deve aumentar (dilatar) e pode não constringir em resposta à luz (paralisia do músculo constritor da íris).

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13
Q

Descreve as relações das estruturas vasculares e nervosas que passam pelo seio
cavernoso.

A

No seio cavernoso passam (vista posterior):
• na espessura da lâmina fibrosa que separa as porções superficial e profunda do seio (aka parede lateral do seio cavernoso), de sup para inf: oculomotor (III), troclear (IV), oftálmico (V1 do trigémeo) e maxilar (V2 do trigémeo)
• na parte profunda, de sup para inf e de med para lat: artéria carótida interna e abducente (VI)
• Na porção intermédia do seio cavernoso, o nervo oculomotor vai ser cruzado pelos nervos troclear e oftálmico, sendo que, este último, na espessura anterior do seio, vai-se trifurcar nos seus ramos terminais: nervo nasociliar, frontal e lacrimal, que se introduzem na fissura orbitária superior

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14
Q

Descreve as relações das estruturas vasculares e nervosas que passam pela fenda esfenoidal/fissura orbitária superior.

A

Na fissura orbitária superior fora do anel tendinoso comum/anel de Zinn de lateral para medial atravessam a artéria recorrente meníngea, o nervo lacrimal ramo do nervo oftálmico, veia oftálmica superior, nervo troclear e o nervo frontal ramo do nervo oftálmico.
Dentro do anel de Zinn de lateral para medial atravessam ramo superior do nervo oculomotor, nervo abducente, o nervo nasociliar ramo do nervo oftálmico e o ramo inferior do nervo oculomotor e nervo ótico.

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15
Q

Indica a localização e relações do gânglio de Gasser/gânglio semi-lunar/gânglio trigeminal.

A

Situa-se na face ântero-superior da porção petrosa do temporal, está numa cavidade denominada cavidade trigeminal ou de Meckel resultante de um desdobramento da dura-máter.

  • A face superior adere fortemente à dura-máter;
  • A face inferior cruza a raiz motora do nervo trigémeo e relaciona-se com a impressão trigeminal. E relaciona-se com os nervos petrosos maior, menor e profundo. E na porção petrosa do temporal e inferiormente ao gânglio passa a artéria carótida interna.
  • O bordo póstero-medial é côncavo e está em continuidade com a raiz sensitiva do nervo trigémeo.
  • O bordo ântero-lateral é convexo e dá origem a 3 ramos do nervo trigémeo que são de anterior para posterior: os nervos oftálmico, maxilar e mandibular.
  • A extremidade anterior tem continuidade com a extremidade posterior do seio cavernoso e está relacionado com o plexo simpático carotídeo interno mediante alguns delgados filetes comunicantes.
  • A extremidade posterior corresponde ao bordo posterior da origem do nervo mandibular
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16
Q

Enumera os ramos terminais do nervo maxilar inferior/mandibular (V3). Sobre os nervos aurículo-temporal e lingual descreve o seu trajecto, relações e que tipo de informação transportam.

A

Os ramos terminais do nervo mandibular são:

  • ramos do tronco terminal anterior que são o nervo têmporo-bucal, o nervo temporal profundo médio e o nervo têmporo-massetérico;
  • ramos do tronco terminal posterior: o tronco-comum dos músculos pterigo medial, tensor do véu do palato e tensor do tímpano; o nervo auriculo-temporal (transporta fibras parassimpáticas do nervo petroso menor (do IX) e do nervo comunicante com o plexo timpânico (do VII) para a glândula parótida ; o nervo alveolar inferior; e o nervo lingual.
17
Q

Atendendo às funções do nervo maxilar inferior/mandibular (V3), que tipo de alterações se espera encontrar num doente com uma lesão unilateral isolada deste ramo do V nervo?

A

A função motora do trigémeo é testada palpando-se o músculo masseter, enquanto o paciente cerra firmemente os dentes, e pede-se para que abra a boca contra resistência. Quando o músculo pterigóide está fraco, a mandíbula desvia-se para o lado desse músculo.
• Fraqueza dos músculos da mastigação (masseter e temporal)
• A mandíbula desvia para o lado paralisado quando a boca se abre.
• Lesões unilaterais crônicas apresenta atrofia temporal unilateral

18
Q

Com que outro nervo craniano está o VII nervo intimamente relacionado no seu trajecto intracraniano e como é a relação entre eles até ao VII entrar no aqueduto de Falópio/canal do facial?

A

Com o nervo vestibulo-coclear (VIII). O nervo facial durante o trajeto craniano é acompanhado pelo nervo vestíbulo-coclear, a raiz motora do facial situa-se primeiro anteriormente e depois superiormente ao nervo vestíbulo-coclear e o nervo intermediário de Wrisberg posiciona-se entre a raiz motora do facial e o nervo vestíbulo-coclear. No canal auditivo interno o nervo facial passa na porção ântero-superior no canal facial; a porção coclear do vestíbulo-coclear na porção ântero-inferior do canal auditivo interno e a porção vestibular do vestíbulo-coclear passa na porção posterior do canal

19
Q

Enumera colaterais do VII nervo craniano. Sobre os nervos grande petroso superficial/petroso maior e corda do tímpano descreve o seu trajecto, relações e que tipo de informação transportam.

A

Os nervos colaterais do facial podem ser separados em intracranianos e extracranianos. Os intracranianos são 6: o nervo petroso maior, o ramo comunicante com o plexo timpânico, o nervo do músculo estapédio, o nervo corda do tímpano, o ramo sensitivo do meato acústico externo e o ramo comunicante com o nervo vago. Os extracranianos são apenas 4: o ramo anastomótico do glossofaríngeo/ansa de Haller, o ramo auricular posterior, o ramo do estilohioideo e do ventre posterior do digástrico e o ramo lingual.
Nervo petroso maior: nasce do nervo facial (intermédio) no vértice do gânglio geniculado, portanto, da primeira porção do canal do facial, transportando fibras parassimpáticas/vegetativas para secreção da glândula lacrimal. Dirige-se anteriormente, atravessa o hiato petroso maior e caminha sobre o sulco do nervo petroso maior na face ântero-superior do rochedo do temporal. Passa também inferiormente ao gânglio de Gasser e depois recebe o nervo petroso profundo e um filete anastomótico do plexo simpático peri-carotídeo, originando assim o nervo vidiano que passa pelo canal pterigoideu/vidiano, juntamente com a artéria pterigóide, até ao gânglio pterigopalatino. Deste gânglio emergem as fibras vegetativas transportadas pelo nervo petroso maior que se dirigem e juntam ao nervo zigomático do nervo maxilar do trigémeo. Este forma um arco comunicante com o nervo lacrimal por onde passam estas fibras para a secreção lacrimal da glândula lacrimal. Vai enervar também a mucosa buco-naso-faríngea.
Nervo da corda do tímpano: Transporta fibras sensoriais (aferentes viscerais especiais) responsáveis pelo paladar e fibras parassimpáticas (eferentes viscerais gerais) para as glândulas submandibular e sublingual. Nasce do nervo facial na sua 3ª porção, perto do canal estilomastoideo, e dirige-se para cima/fora/frente e entra no canal posterior da corda do tímpano até à caixa timpânica. Atravessa-a e sai desta pelo canal anterior da corda do tímpano e, pelo seu orifício anterior, sai do crânio. O trajeto extracraniano do nervo tem direção ântero-inferior até se unir ao nervo lingual do nervo mandibular do trigémeo. As fibras vegetativas provenientes do nervo da corda do tímpano dirigem-se até ao gânglio submandibular, do qual emergem ramos para as glândulas submandibular e sublingual. Por sua vez, as fibras sensoriais continuam o trajeto do nervo lingual até à língua, assegurando o paladar nos seus 2/3 anteriores

20
Q

Com base das funções do VII nervo craniano, que tipo de alterações se espera encontrar num doente que tenha uma lesão unilateral do VII nervo proximalmente à sua ramificação em ramos terminais?

A

Tendo em conta que os ramos terminais, nervos cérvico-facial e têmporo-facial, têm como função a inervação motora dos músculos da mímica inferior e superiormente ao orifício bucal, respetivamente, em caso de lesão unilateral do VII nervo proximalmente à sua ramificação em ramos terminais vamos ter uma lesão periférica, com paralisia total da hemiface homolateral:
• pálpebra inferior descaída (não consegue fechar totalmente o olho afetado homolateral à lesão)
• ângulo da boca descaído, sendo que a saliva tenderá a verter por aqui
• ausência de rugas na testa

21
Q

Como é feita a inervação da glândula lacrimal (de onde provêm as fibras vegetativas e
como chegam a esta glândula?

A

O nervo oftálmico (V1 do trigémeo), conduz fibras vegetativas provenientes do nervo facial: o nervo petroso maior (do facial) termina no gânglio pterigopalatino, ao qual se junta; deste gânglio parte o nervo zigomático (ramo do V2 do trigémeo) que, ao nível da passagem pela fissura orbitária inferior, comunica com o nervo petroso maior e, dessa ansa comunicante, saem ramos lacrimais que vão estimular a secreção da glândula lacrimal.

22
Q

Quais os limites do Porus crotafítico bucinatorius (de Hyrtl) e o que nele passa?

A

Limitado pelo ligamento inominado de Hyrtl, que é um espessamento da fáscia pterigotemporomandibular, e pela asa maior do esfenóide. Nele passa, de anterior para posterior, o nervo temporo-bucal, o nervo temporal profundo médio e o nervo temporo-masseteriano (estes três nervos são ramos do tronco terminal anterior do nervo mandibular - V3 do trigémeo)

23
Q

Relativamente ao aqueduto de Falópio/canal do facial, indica quantas porções tem e
quais as relações de cada uma delas.

A

O canal do facial divide-se em 3 porções/segmentos:
1º segmento: começa no orifício do canal facial, no fundo do meato acústico interno; as duas raízes distintas dirigem-se ântero-lateralmente, passando entre a cóclea (à frente) e o vestíbulo (atrás); na extremidade lateral deste segmento, o nervo muda de trajeto para continuar no 2º segmento do Canal, formando-se o 1º joelho do facial, logo atrás do hiato do nervo petroso maior; na face anterior do joelho, encontra-se o gânglio geniculado, no qual o nervo Intermediário de Wrisberg penetra, passando a partir daqui a existir um só cordão nervoso com ambas as raízes.
2º segmento: dirige-se póstero-ínfero-lateralmente ao longo da parede medial da caixa do tímpano (póstero-superiormente à fosseta da janela vestibular), terminando inferiormente à entrada do antro mastoideu, onde o canal se curva novamente formando o 2º joelho do facial.
3º segmento: vertical com trajeto ínfero-lateral, começa inferiormente na entrada do antro mastoideu e termina no foramen estilomastoideu; o nervo facial desce acompanhado pela artéria estilomastoideia (ramo da artéria auricular posterior) posteriormente ao músculo estapédio, na espessura da parede óssea que separa a caixa do tímpano (à frente) da antro mastoideu e das células mastoideias (atrás/cima).

24
Q

Como é feita a inervação das glândulas salivares parótida, submaxilar/submandibular e
sublingual (de onde provêm as fibras vegetativas e como chegam a cada glândula).

A

No espaço infratemporal, um pouco abaixo do foramen oval, o nervo mandibular (V3 do nervo trigémio V) divide-se em 2 troncos terminais, um anterior e outro posterior. Atentando no posterior vemos que ele se divide em 4 ramos, dentro dos quais constam: o nervo lingual e o nervo aurículo-temporal. Ora, este nervo desce à frente do nervo alveolar inferior e com o seu trajeto descreve uma curva côncava para ântero-medial. Na sua porção inicial está entre o músculo pterigoideu medial e a fáscia interpterigoideia (estão por dentro) e o músculo pterigoideu lateral e o ramo ascendente da mandibula (estão por fora). Assim, a este nível, o nervo recebe o nervo da corda do tímpano (VII) que transporta as fibras sensoriais responsáveis pelo paladar dos 2/3 anteriores da língua e as fitas vegetativas destinadas à secreção das glândulas sublingual e submaxilar. Ainda, ao longo do seu trajeto, o nervo lingual dá vários ramos colaterais, dentro dos quais uns vão para os gânglios submaxilar e sublingual. Desses gânglios depois partem filetes destinados às salivares correspondentes.
Falando do nervo aurículo-temporal, este transporta a inervação secretora/ vegetativa destinada à parótida.
A inervação vegetativa é do nervo petroso menor – une-se ao ramo comunicante do plexo timpânico e a um ramo simpático do plexo da artéria meníngea média, atravessam o canalículo inominado de Arnold (entre o foramen oval e o foramen espinhoso do esfenóide) e atingem o gânglio ótico (do trigémeo) – transporta fibras parassimpáticas para a glândula parótida (que lhe chegam transportadas pelo nervo aurículo-temporal do trigémeo).

25
Q

Quais os limites da botoeira retrocondiliana (de Juvara) e o que nela passa?

A

A Botoeira está compreendida entre o ligamento esfenomandibular (medialmente) e o colo do côndilo da mandíbula (inferior e lateralmente), dando passagem ao nervo aurículo-temporal e vasos maxilares mediais.