Nervos Cranianos I-VIII Flashcards
Enumera todos os nervos cranianos e os orifícios a partir dos quais cada um deles sai
do crânio.
I Olfativo - Lâmina crivada (etmóide)
II Ótico - Canal óptico
III Motor ocular comum/oculomotor - Fenda esfenoidal/fissura orbitária superior
IV Patético/troclear - Fenda esfenoidal/fissura orbitária superior
V Trigémio
V1(Nervo oftálmico) - Fenda esfenoidal/fissura orbitária superior
V2 (Nervo maxilar) - Buraco grande redondo/redondo
V3 (Nervo mandibular) - Buraco oval
VI Motor ocular externo/abducente - Fenda esfenoidal/fissura orbitária superior
VII Facial - Canal auditivo interno + Aqueduto de Falópio/ Canal facial + Forame
estilo-mastoideu
VIII Auditivo/vestíbulo-coclear - Canal auditivo interno
IX Glossofaríngeo - Buraco lácero posterior/foramen jugular
X Pneumogástrico/vago - Buraco lácero posterior/foramen jugular
XI Espinhal/acessório - Buraco lácero posterior/foramen jugular
XII Grande hipoglosso - Canal condiliano anterior/canal do hipoglosso
Relativamente aos nervos responsáveis pelos movimentos do olho refere: a que nervos
cranianos correspondem e qual a sua origem aparente?
Os nervos responsáveis pelos movimentos do olho são o nervo oculomotor (III, que inerva os músculos oblíquo inferior, reto inferior, reto medial, reto superior, ou seja, todos os músculos extrínsecos do olho com exceção do oblíquo superior e reto lateral), troclear (IV, que inerva o músculo oblíquo superior) e abducente (VI, inerva o músculo reto lateral).
O nervo oculomotor tem origem aparente na fossa interpeduncular; o nervo troclear ao nível do véu medular superior (válvula de Vieussens) e o nervo abducente ao nível do sulco bulbo-protuberancial, medialmente ao nervo facial (VII).
Que particularidades conheces na origem e trajecto do IV nervo craniano?
Em relação à origem, o nervo troclear é o único par craniano cuja origem aparente é ao nível da face posterior do tronco cerebral (no véu medular superior) e cujas fibras decussam a linha média, isto é, as fibras do núcleo troclear direito inervam o músculo oblíquo superior esquerdo (e as fibras do núcleo troclear esquerdo inervam o músculo oblíquo superior direito).
Após deixar o mesencéfalo, o nervo contorna os pedúnculos cerebelosos dirigindo-se para fora/frente (lateral e anteriormente) e passa entre as artérias cerebelosa superior (inferior ao nervo) e cerebral posterior (superior ao nervo). É o nervo com o maior trajeto intracraniano, atravessa a fissura orbitária superior, lateralmente ao anel de Zinn e medialmente ao ramo frontal do nervo oftálmico, entra na cavidade orbitária e apenas inerva motoramente um músculo (músculo oblíquo superior).
Relativamente ao V nervo craniano, indica a sua classificação, origem aparente e quais os
3 ramos terminais (referindo que tipo de informação transporta cada um).
O nervo trigémeo é um nervo motor e sensitivo (misto), que tem origem aparente na protuberância/ponte, no limite entre a sua face inferior e os pedúnculos cerebelosos médios, mediante 2 raízes: uma motora e uma sensitiva. Os seus ramos terminais são o nervo oftálmico que é sensitivo; o nervo maxilar que é sensitivo e o nervo mandibular que é sensitivo-motor.
Sobre o nervo oftálmico (V1), indica o seu trajecto referindo por qual orifício sai do
crânio e função.
Dirige-se anteriormente ao longo da parede lateral do seio cavernoso e penetra na órbita pela fissura orbitária superior.
Emite 3 ramos terminais - nasociliar (dentro do anel de Zinn), frontal e lacrimal (fora, lateralmente).
A sua função é inervar sensitivamente a pele da testa, do nariz, da pálpebra superior, das .mucosas das cavidades nasais, dos seios frontal, esfenoidal, da córnea (reflexo da córnea). Conduz fibras vegetativas vindas do facial para inervar a glândula lacrimal e do oculomotor para a dilatação da pupila e a vasomotricidade do globo ocular.
Sobre o nervo maxilar superior/maxilar (V2), descreve os seus trajectos e função.
Desde a sua origem no bordo convexo do gânglio trigeminal (Gasser), entre as origens do nervo Oftálmico (V1) e do nervo Mandibular (V3), o nervo maxilar (V2) dirige-se .para a frente e para fora, atravessa o foramen Redondo e penetra na fossa pterigo-palatina. Nesta mesma fossa adquire uma direção oblíqua para a frente, para baixo e para fora, entrando no território da fossa Infratemporal. Atinge a cavidade orbitária através da fissura orbitária inferior e alcança a extremidade posterior do sulco infraorbitário.
O nervo maxilar (V2) percorre o sulco infraorbitário, escavado na face superior do processo zigomático da maxila, até sua extremidade anterior onde o sulco se continua pelo canal infraorbitário. O nervo percorre este canal até ao forame infraorbitário, situado na fossa canina, local onde o nervo se ramifica nos tegumentos da região geniana.
Inerva sensitivamente a pele das bochechas, da pálpebra inferior, da asa do nariz e do lábio superior. Os seus ramos profundos levam à sensibilidade da mucosa da parte inferior das cavidades nasais, das raízes dentárias e das gengivas maxilares. Também conduz fibras vegetativas do facial (VII), para as secreções lacrimal e nasal.
Sobre o nervo maxilar inferior/mandibular (V3), indica o seu trajecto, relações e função.
Trajeto + relações: As raízes sensitiva e motora dirigem-se ínfero-lateralmente e atravessam o buraco oval, onde se unem. No buraco oval o nervo mandibular relaciona-se com o ramo acessório da artéria meníngea média, que lhe é postero-lateral.
Poucos centímetros depois (um pouco inferiormente) deste orifício, agora já situado na fossa infratemporal, o nervo divide-se nos seus ramos terminais (anterior e posterior). Na fossa, o nervo encontra-se lateralmente à fáscia interpterigóide e medialmente ao músculo pterigóideo lateral e à fáscia pterigo-temporo-mandibular. À face medial do nervo está unido o gânglio ótico.1bv
Funções:
• O nervo mandibular conduz a sensibilidade recebida na pele da região temporal, geniana e mento.
• Os seus ramos profundos recebem a sensibilidade da mucosa bucal, face interna da região geniana, das gengivas e lábio inferior, da região anterior da língua, dos dentes inferiores e da mandíbula.
• Conduz as fibras sensitivas do nervo intermediário para a sensibilidade gustativa do vértice e das margens da língua. Fornece inervação proprioceptiva aos músculos da mímica.
• Os seus ramos intracranianos inervam as meninges do território da fossa cerebral média correspondente à artéria cerebral média.
• O nervo mandibular é o nervo mastigador (masseter e temporal), pois inerva os músculos que cumprem essa função. Por outro lado, induz a contração dos músculos tensor do véu do palato, tensor do tímpano, milo-hióideo e ventre anterior do músculo digástrico. Conduz as fibras vegetativas secretoras para a glândula parótida (do nervo glossofaríngeo) e para as glândulas submandibular e sublingual (do sistema secretor do nervo facial).
NOTA: a pele do ângulo da mandíbula é inervada pelo plexo cervical
Relativamente ao VII nervo craniano, indica a sua classificação, origem aparente e a
relação entre a raiz motora e sensitiva a esse nível.
O nervo facial (VII) é um nervo completo, com funções motora, sensitiva, sensorial e vegetativa. Ambas as raízes do nervo facial (VII) emergem da porção lateral do sulco bulbo-protuberancial (ou bulbopôntico), na fossa supra-olivar. A raiz motora é a mais importante e constitui o nervo facial propriamente dito, que emerge do sulco bulbo-protuberancial póstero-lateralmente ao nervo abducente. A raiz sensitiva, mais pequena, constitui o nervo intermédio (Wrisberg), que se encontra entre o nervo facial propriamente dito (medial) e o nervo vestíbulo-coclear (lateral).
O conjunto do nervo facial propriamente dito (raiz motora) e do nervo intermédio de Wrisberg (raiz sensitiva), constitui o 7º par craniano: o nervo facial (VII)..
Descreve o trajecto do VII nervo craniano.
Desde o sulco bulbopôntico as 2 raízes do nervo facial dirigem-se lateral, anterior e superiormente e introduzem-se no canal auditivo interno. Ao chegar ao fundo deste canal, as 2 raízes penetram o canal facial e recorrem em toda a sua extensão. O nervo apresenta 3 porções ou segmentos:
-o 1º segmento começa no orifício do canal facial, no fundo do canal auditivo interno; tem obliquidade ântero-lateral e é perpendicular ao eixo da porção petrosa do osso temporal;
-o 2º segmento tem obliquidade póstero-lateral e um pouco inferiormente, e está situado num plano horizontal quase paralelo ao eixo maior da porção petrosa do osso temporal;
-o 3º segmento é vertical, começa inferiormente na entrada do antro mastóide e termina na fossa estilomastoide.
Ao sair da porção petrosa do osso temporal penetra a parótida onde se divide nos seus ramos terminais: um ramo superior que é têmporo-facial e um ramo inferior que é cervico-facial.
Quais os ramos terminais do VII nervo e como se distribuem?
Ao sair da porção petrosa do osso temporal penetra a parótida onde se divide nos seus ramos terminais: um ramo superior que é têmporo-facial e um ramo inferior que é cervico-facial.
O nervo têmporo-facial dirige-se anteriormente, anastomosa com o nervo aurículo-temporal (ramo do nervo mandibular do trigémeo) e, seguidamente, divide-se em numerosos ramos destinados aos músculos cutâneos do crânio e da porção da face, situados superiormente ao orifício bucal. Os ramos terminais do ramo têmporo-facial deslizam no princípio entre os 2 lobos da parótida. Nesse ponto numerosas comunicações os unem entre si e também com o ramo cervico-facial, formando o plexo intraparotídeo. Os ramos saem da parótida ao longo dos seus bordos anterior e superior e divergem até ao seu território de inervação. Dos ramos terminais deste ramo temporo-facial destacam-se, de superior para inferior:
-ramos temporais destinados à inervação do músculo auricular anterior e aos músculos da face lateral da orelha;
-ramos frontais e palpebrais para o ventre frontal do músculo occipitofrontal, supraciliar, piramidal e orbicular do olho;
-ramos zigomáticos (infra-orbitários) destinados aos músculos zigomáticos maior e menor, elevador da asa do nariz e do lábio superior, milohioideo, porção transversa do músculo nasal e elevador do lábio superior e ângulo da boca e depressor do septo nasal;
-ramos bucais superiores para o músculo bucinador e para a metade superior do músculo orbicular da boca.
O nervo cervico-facial desliza entre os 2 lobos da parótida ínfero-ântero-lateralmente, comunica com o nervo auricular maior do plexo cervical e divide-se em numerosos ramos nas proximidades do ângulo da mandíbula, mas geralmente um pouco superior e posteriormente a este. Estes ramos são destinados à inervação dos músculos da face e do pescoço situados inferiormente ao orifício bucal:
-ramos bucais inferiores, destinados ao músculo risório e à metade inferior do músculo orbicular da boca;
-ramo marginal mandibular (ramos mentonianos) para os músculos depressores do ângulo da boca;
-ramo cervical para o músculo platisma ou subcutâneo do pescoço e que comunica com o nervo transverso do pescoço do plexo cervical.
Sobre o III nervo craniano, descreve o seu trajecto e relações desde que emerge do
sistema nervoso central até que atinge a cavidade orbitária.
O nervo oculomotor tem origem aparente na fossa interpeduncular, sendo que apresenta duas linhas de emergência: uma medial, ao longo do sulco entre o pedúnculo cerebral e a substância perfurada posterior, e outra lateral, na parte medial do pedúnculo cerebral. Estes dois filetes unem-se, formando o nervo oculomotor.
Desde a origem aparente, o nervo dirige-se anteriormente, passando entre a artéria cerebelosa superior (inferior ao nervo) e a artéria cerebral posterior (superior ao nervo). Dirige-se para a frente/fora/cima, passando superiormente ao dorso da sela turca, lateralmente ao processo clinóide posterior. Atinge a parede superior do seio cavernoso e percorre a sua parede lateral (no seio cavernoso está inicialmente súpero-lateralmente à artéria carótida interna e nervo abducente e superior aos nervos troclear e oftálmico do trigémio; depois é cruzado pelos nervos IV e V1 e dirige-se até à fissura orbitária superior, por onde sai para a cavidade orbitária.
Com base nas funções do III nervo craniano, que tipo de alterações se espera encontrar num doente com uma lesão unilateral do III nervo?
Num doente com lesão unilateral do nervo oculomotor é esperado observar ptose palpebral do olho afetado (devido à paralisia do músculo levantador da pálpebra superior). O olho afetado está direcionado para fora e para baixo (estrabismo divergente/lateral) devido às atividade intacta dos músculos reto lateral (nervo abducente) e oblíquo superior (nervo troclear). Não pode ser movido para cima, para baixo ou para dentro. Como o nervo oculomotor também controla a pupila, a pupila lesada deve aumentar (dilatar) e pode não constringir em resposta à luz (paralisia do músculo constritor da íris).
Descreve as relações das estruturas vasculares e nervosas que passam pelo seio
cavernoso.
No seio cavernoso passam (vista posterior):
• na espessura da lâmina fibrosa que separa as porções superficial e profunda do seio (aka parede lateral do seio cavernoso), de sup para inf: oculomotor (III), troclear (IV), oftálmico (V1 do trigémeo) e maxilar (V2 do trigémeo)
• na parte profunda, de sup para inf e de med para lat: artéria carótida interna e abducente (VI)
• Na porção intermédia do seio cavernoso, o nervo oculomotor vai ser cruzado pelos nervos troclear e oftálmico, sendo que, este último, na espessura anterior do seio, vai-se trifurcar nos seus ramos terminais: nervo nasociliar, frontal e lacrimal, que se introduzem na fissura orbitária superior
Descreve as relações das estruturas vasculares e nervosas que passam pela fenda esfenoidal/fissura orbitária superior.
Na fissura orbitária superior fora do anel tendinoso comum/anel de Zinn de lateral para medial atravessam a artéria recorrente meníngea, o nervo lacrimal ramo do nervo oftálmico, veia oftálmica superior, nervo troclear e o nervo frontal ramo do nervo oftálmico.
Dentro do anel de Zinn de lateral para medial atravessam ramo superior do nervo oculomotor, nervo abducente, o nervo nasociliar ramo do nervo oftálmico e o ramo inferior do nervo oculomotor e nervo ótico.
Indica a localização e relações do gânglio de Gasser/gânglio semi-lunar/gânglio trigeminal.
Situa-se na face ântero-superior da porção petrosa do temporal, está numa cavidade denominada cavidade trigeminal ou de Meckel resultante de um desdobramento da dura-máter.
- A face superior adere fortemente à dura-máter;
- A face inferior cruza a raiz motora do nervo trigémeo e relaciona-se com a impressão trigeminal. E relaciona-se com os nervos petrosos maior, menor e profundo. E na porção petrosa do temporal e inferiormente ao gânglio passa a artéria carótida interna.
- O bordo póstero-medial é côncavo e está em continuidade com a raiz sensitiva do nervo trigémeo.
- O bordo ântero-lateral é convexo e dá origem a 3 ramos do nervo trigémeo que são de anterior para posterior: os nervos oftálmico, maxilar e mandibular.
- A extremidade anterior tem continuidade com a extremidade posterior do seio cavernoso e está relacionado com o plexo simpático carotídeo interno mediante alguns delgados filetes comunicantes.
- A extremidade posterior corresponde ao bordo posterior da origem do nervo mandibular