úlceras vasculares Flashcards
úlcera definição
solução de continuidade de uma superfície dérmica (ou mucosa), acompanhada de processo inflamatório. Úlcera crônica de perna é a que não cicatriza em 6 semanas
Causas
vasculares (75%), neurotrófica (15%), traumática (5%), tumoral (4%), infectoparasitárias (0,5%) e metabólica (0,5%)
úlcera venosa
Mais comum em adultos jovens, presente em 1% da população
Não dói, ao menos que esteja infectada ou com componente hipertensivo (úlcera mista)
Fisiopatologia: hipertensão venosa crônica → adesão de leucócitos → ativação leucocitária → lesão celular → isquemia e distrofia cutânea → trombose capilar. Além disso, a hipertensão venosa crônica eleva a pressão capilar formando exsudato e alteração linfática → edema → trombose capilar
Características: rasa, fundo limpo, bordas bem delimitadas (nítidas e sem cianose), localização medial. Acompanhada por dermatite ocre, atrofia da pele (lipodermatofibrose), indolor
CEAP 6 em pacientes com varizes e úlceras e CEAP 5 em pacientes com varizes e úlceras já cicatrizadas
úlcera arterial
Mais comum em idosos
Macroangiopática (aterosclerose): insuficiência arterial periférica, ausência de pulsos
Microangiopática (úlcera hipertensiva): insuficiência em arteríolas, pulsos presentes
Fisiopatologia: isquemia → infarto isquêmico da derme → trauma, pressão local e espontâneas
Características: limites mal definidos, fundo sujo, necrose, fibrina. Localizada em dorso do pé e ponta dos artelhos. Ausência de pulsos, temperatura baixa, dolorosa, palidez, cianose
úlcera hipertensiva
Fisiopatologia: HAS grave + arteriolosclerose. Artérias tronculares normais
Simpatectomia (retirada do sistema simpático) bilateral não deve ser feita em homens devido a ejaculação precoce
Características: limites mal definidos, fundo sujo (necrose, fibrina), localização lateral, muito dolorosa. Pulsos presentes e cursam com HAS
Vasculites
Pé diabético:
Isquêmico: doença arterial/úlcera isquêmica
Neuropático: boa perfusão, mas sensibilidade prejudicada
Infeccioso
Anamnese
Identificação: idade, sexo, procedência
Doenças associadas: DM, HAS, doenças reumáticas, anemia falciforme
Como se deu o surgimento da lesão: espontânea, pós-trauma
Evolução
Sintomas: dor (indica infecção), calor, vermelhidão, saída de secreção
Sintomas antes da lesão: claudicação, TVP, varizes
Exame físico
Geral
Vascular
Pulsos
Sinais de insuficiência arterial crônica: ausência de pilificação, unhas amareladas e quebradiças, frialdade, palidez
Sinais de insuficiência venosa crônica: edema, dermatite ocre, eczema, varizes
Características da úlcera: local, tamanho, pele ao redor, bordas, limites, cor, tecido de granulação, fibrina, necrose, secreção, odor
Tratamento ulcera venosa
Repouso em Trendelemburg: cintura pélvica acima da escapular (para favorecer o retorno venoso). Se o paciente ficar 1 mês de repouso, a ferida fecha, mas geralmente o paciente quer ficar de pé logo já que a úlcera não dói
Medicamentos → auxiliam, mas não tem comprovação
Venoativos: diosmina, rutosídeos, hesperidina
Se infecção sistêmica: ATB (se não tiver infecção e repercussão sistêmica, somente o cuidado local é suficiente)
Cirurgia convencional após cicatrização de lesão:
Varizes primárias: retirada das varizes, ligadura de perfurantes
Varizes secundárias: contenção elástica, cuidados com a pele
Escleroterapia com espuma na impossibilidade de cirurgia convencional: CEAP 5 e 6 (varizes com úlcera ativa ou cicatrizada)
Tratamento ulcera arterial
Avaliar grau de isquemia. O tempo para encher as veias é de 15-17 segundos. Se ficar um minuto e não encher as veias do pé, é uma isquemia muito grave. Essa isquemia é avaliada de modo que levanta o pé do paciente e esvazia as veias, depois abaixa o pé e vê quanto tempo demora o enchimento
Leve: repouso em posição de proclive + cuidados com a úlcera
Moderada a grave: cirurgia (simpatectomia e revascularização direta) ou endovascular
Não pode fazer simpatectomia bilateral em homem porque dá ejaculação precoce
tratamento ulcera hipertensiva
Controle da hipertensão
Procedimento cirúrgico: simpatectomia (retirada de 2 gânglios simpáticos da cadeia paraórtica)
Tratamento ulcera neuropática
Avaliar grau de isquemia, infecção
Cuidados com úlcera, calçados adequados
Cirurgia: desbridamento
Mal perfurante plantar - sem infecção = retalho VY / sem isquemia = terapia fotodinâmica
Tratamento ulcera por vasculite
Avaliar grau de isquemia
Cuidados com a úlcera
Tratar a doença de base (se for lúpus, por exemplo, encaminhar para o reumatologista)
Curativo
Limpeza:
Água + sabão neutro de glicerina ou soro fisiológico morno (cuidado com morno porque o indivíduo é diabético e com a sensibilidade diminuída ele pode queimar o pé), em jatos é melhor
Não utilizar antisséptico tópico
Quando tem fibrina, às vezes é preciso fazer um desbridamento, que pode ser mecânico, cirúrgico ou químico
O curativo dele isolar a ferida da infecção (ocluir)
Enfaixamento: para evitar infecções
Venosa: compressivo (para esvaziar as veias)
Arterial, hipertensiva e neuropática: frouxo
Não utilizar microporos na pele, porque pode machucar a pele na hora de tirar. Preferir gaze e atadura
Básico:
Meio:
Dersani: para reepitelização / ácidos graxos essenciais
Pomada fibrinolítica / ajuda a epitelizar e tem a capacidade de destruir fibrina
Gaze
Atadura elástica
Outros:
Bota de unna → ajuda retorno venoso (no caso da úlcera venosa)
Hidrocolóides: placa para reepitelização, mas a úlcera deve ser bem perfundida e limpa
Carvão ativado = úlcera que cheira ruim
Alginato de cálcio: ajuda úlceras infectadas
Para fechar uma úlcera, então, é preciso de conhecimento básico = saber se é arterial ou venosa, saber a etiologia, saber limpar e fazer o curativo