tut 4 febre,meningite e itu Flashcards
Febre
É definida como elevação da temperatura
corpórea em resposta a uma variedade de estímulos
Os valores geralmente utilizados para considerar
febre são:
- Temperatura retal > 38,3 °C
- Temperatura oral > 38 °C
- Temperatura axilar > 37,8 °C
O quadro clínico da febre caracteristicamente inclui
extremidades frias, ausência de sudorese, sensação de frio e eventualmente tremores, taquicardia e
taquipneia.
Hipertermia
Nos casos em que a elevação da
temperatura corporal é decorrente da dificuldade em
perder calor (excesso de roupa, ambiente aquecido)
ou mesmo pela produção exagerada de calor
(exercícios intensos) chamamos de hipertermia.
quadro clínico de hipertermia
ocorrendo vasodilatação periférica com
consequente presença de extremidades quentes,
sudorese intensa, sensação de calor e ausência de
tremores.
A intensidade da febre nem sempre se
correlaciona com a gravidade da doença subjacente.
Avaliação da criança febril
Frequência Cardíaca
Frequência Respiratória
Saturação de oxigênio
Avaliar o tempo de enchimento capilar, alerta se > 3 segundos;
Atenção para o grau de hidratação, avaliar mucosas e turgor da pele;
Tratamento da febre
Antitérmicos:
Quando usar – Não existe um valor fixo de
temperatura para administrar antitérmicos. Devem
ser usados quando a febre está associada a
desconforto evidente (choro intenso, irritabilidade, redução da atividade, redução do apetite, distúrbio do sono) e não baseado em um número
predeterminado.
Mecanismo de ação – É o mesmo em todos os antitérmicos, inibem a ação das enzimas
cicloxigenases COX1 e COX2 de modo não seletivo.
Com isso reduzem a produção da PgE2, a
prostaglandina responsável pela elevação da temperatura no termostato hipotalâmico.
Associação de antitérmicos – Como todos os
antitérmicos têm o mesmo mecanismo de ação, não
há indicação para se usar a combinação de dois deles
Três antitérmicos estão
disponíveis no Brasil:
paracetamol, ibuprofeno e
dipirona.
*O uso do ácido acetilsalicílico não é recomendado
pelo risco de Síndrome de Reye.
*O paracetamol é o único antitérmico recomendado
para febre em menores de 1 mês, sendo sua dose
ajustada segundo a idade gestacional.
dipirona (acao, tempo de acao, inicio de acao, reacoes adversas e dosagem)
Tem ação antitérmica e analgésica, sem efeitos antiinflamatórios. O seu início de ação é de 30 a 60 minutos e duração de 4 a 6 horas.
Entre as reações adversas, urticária e rash cutâneo,
anafilaxia, broncoespasmo e agranulocitose,
destacamos a hipotensão, muito frequente na rotina
pediátrica → deve-se principalmente ao uso
incorreto da dose farmacológica.
A dosagem recomendada é de 10 a 20 mg/Kg.
vem como : Dipirona monohidratada 500 mg/mL
Cada 1 mL deste medicamento equivale a 20 gotas e
1 gota equivale a 25 mg
Dose – 1 gota por kg.
Intervalo – 4 vezes ao dia, ou seja, de 6 em 6 horas.
Dose máxima – não ultrapassar 40 gotas!
Ex.: criança de 50kg → 50 gotas? NÃO → use a dose
máxima → 40 gotas
Ibuprofeno
É um derivado do ácido propiônico.
Quando se deseja uma ação antitérmica e/ou
analgésica o ibuprofeno deve ser utilizado em doses
de 5 a 10 mg/kg/dose, a ação anti-inflamatória será
observada ao se administrar o ibuprofeno em doses
de 15 a 20 mg/kg.
Suspensão oral 100 mg/ml em frasco com 20 ml
Cada ml equivale a 10 gotas
1 gota equivale a 10mg
Dose – A partir de 6 meses é de 1 gota/Kg de peso.
Intervalo – Intervalos de 6 a 8 horas, ou seja, de 3 a 4
vezes ao dia.
Dose máxima – Em crianças com mais de 30 Kg é de
20 gotas (200 mg) e a dose máxima permitida por dia
é de 80 gotas (800 mg).
Paracetamol
É um derivado do para-aminofenol, com ação
analgésica e antitérmica, sem ação anti-inflamatória.
Sua dose terapêutica varia de 10 a 15mg/kg/dose, e a
dose máxima diária é de 75mg/kg.
A dose tóxica é de 120mg/kg em crianças e 6,5g em
adultos → tem sido associado à doença hepática
tóxica
Paracetamol 200 mg/mL
Cada mL equivale a 15 gotas, assim, cada gota
possui 13,3 mg de paracetamol
Dose – Crianças menores de 12 meses, 1 gota/kg.
Intervalo – Intervalos de 4 a 6 horas entre cada
administração.
Dose máxima – A dosagem máxima é de 35 gotas
por dose. Não exceda 5 administrações em um
período de 24 horas.
Dica: ignore o paracetamol e ibuprofeno e grave apenas a dipirona :)
Febre
sem sinais localizatórios
Febre sem sinais localizatórios (FSSL) é definida como
a ocorrência de febre com menos de 7 dias demduração, em criança na qual a história clínica completa e o exame físico cuidadoso não revelam a
causa da febre.
É importante ressaltar que FSSL não é sinônimo de
febre com exame físico normal, porque a elucidação
de sua causa pode estar na história e não no exame
físico, por exemplo, numa criança com disenteria e
febre. Nesse caso, o exame físico pode estar
completamente normal, mas a história revela a causa
da febre.
A maioria dessas crianças tem uma doença infecciosa
autolimitada ou está na fase prodrômica de uma
doença infecciosa benigna, mas algumas têm uma
infecção bacteriana grave (IBG), nas quais atrasos no
diagnóstico podem acarretar risco de morbidade ou
até de mortalidade.
Infecção bacteriana grave
Infecção bacteriana grave (IBG) é toda infecção
bacteriana que acarreta risco de morbidade ou
mortalidade, caso ocorra atraso no seu diagnóstico.
O conceito de IBG inclui bacteremia, infecção
urinária, pneumonia, meningite, artrite séptica,
osteomielite, celulite e sepse.
Bacteremia oculta
Refere-se à presença de
hemocultura positiva em criança que está com febre,
sem infecção localizada, em bom estado geral e que
apresenta pouco ou nenhum achado clínico.
Muitos episódios de bacteremia oculta podem ter
resolução espontânea. Entretanto, a bacteremia
pode evoluir para quadros graves como meningite, IT oculta
pneumonia, artrite séptica, osteomielite e sepse.
A incidência de bacteremia oculta em crianças com
FSSL depende muito da situação vacinal para
Haemophilus influenzae tipo b e Streptococcus
pneumoniae.
Infecção urinária oculta
– É a infecção bacteriana mais
comum como causa de FSSL. Os principais grupos de
risco são as meninas menores de 24 meses de idade,
os meninos não circuncidados menores de 12 meses
de idade e os meninos circuncidados menores de 6
meses de idade.
Pneumonia oculta
Na avaliação clínica a suspeita de
pneumonia é realizada através da anamnese com
dados de tosse, falta de ar, desconforto respiratório e
no exame físico pela frequência respiratória,
dificuldade respiratória, alterações na propedêutica
pulmonar e queda de saturação de O2.
Entretanto, algumas crianças com pneumonia podem
se apresentar sem nenhum desses achados de
história e de exame clínico. Esses casos são chamados
pneumonia oculta.
Os principais fatores de risco para esses casos são a
febre elevada (> 39oC) e número aumentado de
leucócitos no hemograma (acima de 20.000/mm3),
mesmo em crianças vacinadas para pneumococo e
hemófilo.
Avaliação das crianças com FSSL
Estado geral
Idade
Crianças < 3 meses, chamadas de lactentes jovens,
têm risco aumentado e nesse grupo há um subgrupo
de risco maior ainda, que são os recém-nascidos.
Nessa idade, além da imaturidade imunológica, as
manifestações clínicas são muito inespecíficas e as
infecções bacterianas podem evoluir muito
rapidamente para sepse. Por essa razão, todos os
protocolos de atendimento de crianças com FSSL
recomendam condutas mais invasivas e agressivas
nos lactentes jovens.
Entre 3 e 36 meses de idade o risco de IBG é
semelhante e acima de 36 meses o risco cai bastante
→ todos os protocolos de atendimento de crianças
com FSSL se restringem às crianças de 0 a 36 meses
de idade.
Temperatura
Situação vacinal – A situação vacinal para
pneumococo e hemófilo muda bastante a avaliação
de uma criança com FSSL, uma vez que as crianças
que já receberam pelo menos duas doses das vacinas
para pneumococo e hemófilo têm risco muito menor
de bacteremia oculta e assim podem ter uma
avaliação menos invasiva.