Traqueostomia Flashcards
Indicações e contraindicações da traqueostomia
Indicações:
- Entubações Orotraqueais Prolongadas (>7-10 dias) > evitar estenose tardia
- Manter via área pérvia (sem obstrução de tumores, traumas, processos inflamatórios, corpos estranhos)
- Permitir higiene pulmonar
- Ventilação em pacientes com debilidade muscular
Complicações da traqueostomia
Principais:
- hemorragia de grandes vasos
- obstrução da cânula
- deslocamento da cânula
Morbidade: 4-10%
Mortalidade: 1%
Intraoperatórias:
- Parada respiratória (hipoventilação no procedimento)
- Edema agudo de pulmão
- Hemorragia de vasos tireoideanos ou cervicais (carótida, jugular interna, laríngeos superior e recorrente)
- Lesão do laríngeo recorrente (lesão de cordas vocais)
- Broncoaspiração de sangue
- Lesão do esôgafo (coloca a cânula de mal jeito)
- Falso trajeto
- Pneumotórax
Pós operátorias precoces (até 6 dias)
- Hemorragias ou formação de hematomas (lesão de veia jugular inferior ou istmo da tireóide)
- Infecção
- Falso trajeto por deslocamento da cânula traqueal
- Obstrução da cânula por rolhas ou secreção
- Pneumomediastino
Pós op. tardias (após 1 semana)
- Hemorragias: trauma direto da cânula em grandes vasos, traqueo realizada abaixo do 4° anel
- Fístula traqueoesofágica e traqueocutânea
- Estenose subglótica ou traqueal
- Traqueomalácea (estenose)
- Cicatriz hipertrófica
- Disturbios de deglutição (laringe não consegue se elevar. Pode causar pneumo aspirativa e aspiração)
Indicações e contraindicações da cricotireoidostomia
- Emergências
- Politraumas
- Lesões maxilofaciais graves
Contraindicações
- crianças menores de 10 anos (risco de lesão de cordas vocais)
- não deve ser feita de forma eletiva
Complicações da cricotireoidostomia
- Sangramento por HAS, tosse
- Obstrução por sangue e
secreção - Infeccção
- Deslocamento do tubo com falso trajeto
- Enfisema subcutâneo
- Atelectasia por tubo inapropriado
- Estenose subglótica (3%-30%)
- Distúrbio de deglutição
- Granuloma com efeito de válvula
Vantagens e desvantagens da traqueostomia sobre a entubação orotraqueal
Vantagens:
- Facilita a alimentação do paciente (TOT não consegue se alimentar)
- Facilita a aspiração de secreções da traqueia e a mobilização dessas secreções, trazendo maior conforto
- Promove o retorno precoce da fala- melhor comunicação do pct
- Facilitar a respiração, por diminuir o espaço morto e a resistência ao fluxo aéreo.
- Diminuir esforço respiratório e aspiração
Desvantagens:
- Complicações da traqueo
- Formação de microbolhas que pode provocar obstrução de canais dos bronquiolos, diminuir o espaço efetivo de resp e aumentar chance de infecção
- Compromete mecanismo de tosse
- Redução da uminificação do ar inspirado
- Redução da limpeza broncopulmonar
Estruturas anatômicas que podem ser lesadas durante uma traqueostomia
- Grandes vasos (carótida comum e veia jugular interna)
- Nervo laríngeo recorrente (na parte inferior) e laríngeo superior
- Veias jugulares anteriores
- Tireoide
- Tronco braquiocefálico (post ao esterno)
- Art. e veias tireoideanas inferiores ]
- Arts subclavias
- Art carotida externa
Referenciais anatômicos da traqueostomia
- Incisão: Borda inferior da cartilagem tireoide
- Membrana cricotireóidea
- Cartilagem cricóide
- Fúrcula external
Cuidados pré-operatórios traqueostomia
1) Coagulação sanguinea
2) Monitorização (oximetro)
3) Local de cirurgia (sala cirurgica ou CTI)
4) Avaliação das condições respiratórias do pct
5) Escolha da cânula (material + calibre)
Analisar situações:
1) Pescoço curto ou obeso
2) Massas pulsáteis
3) Inflamações
4) Neoplasias
5) Impossibilidade de estender a coluna
Tipos de cânula
- Tem metálicas, sintéticas, de nylon e silicone
- Diametro: 7 (M), 8 (H)
- Quando a traqueostomia é temporária usa-se material plastico. Quando é definitivo se usa de metal (mais fácil de limpar).
- Número de cuffs
- Mandril
Referenciais anatômicos da cricotireoidostomia
Incisão: na membrana cricotireoideana (entre as cartilagens cricoide e tireoide)
Palpar o dedo na proeminência laríngea e desde sentido caudal até a borda inferior da cartilagem tireoidea
Anestesia: abaixo do nível da cartilagem cricoide
Tempos cirurgicos da cricotireoidostomia
- Paciente em decúbito dorsal, com elevação do tronco e extensão do pescoço.
- Antissepsia rápida.
- Anestesia local se o estado do paciente exigir.
- Palpação da membrana cricotireóidea localizada entre a cartilagem tireoide e cricóide.
- Incisão sob a região palpada atingindo pele, tela subcutânea, membrana cricotireóidea
até alcançar a luz traqueal. - Dilatação do orifício com auxílio de pinça hemostática curva.
- Introdução de cânula de pequeno calibre.
- Fixação da cânula por meio de cadarços.
Mudança do referencial anatomico em quais pcientes?
- obesos
- cifoticos
- idosos
Consequencias da lesao do n. laringeo recorrente
- unilateral: lesao das cordas vocais, rouquidao
- bilateral: fecha a laringe > edema de glote > insuf resp
Tempos cirúrgicos da traqueostomia
- Paciente em decúbito dorsal, elevação do tronco a 30°, com hiperextensão cervical (quando possível)
- Antissepsia (da borda inferior da mandíbula até a região peitoral e até a borda lateral dos mm. Esternocleidomastóideos) e colocação dos campos estéreis
- Marcação dos reparos anatômicos
Borda inferior da cartilagem tireoide
Membrana cricotireoidea
Cartilagem cricoide
Fúrcula esternal. - Escolha da cânula
- Anestesia
- Incisão longitudinal da pele, tecido subcutâneo e m. platisma na linha mediana, entre 2° e 3° anéis traqueais 7. Abertura da fáscia cervical superficial seguida do afastamento dos músculos pré-traqueais com afastadores de Farabeuf (mm. esterno-hioide e esterno-tireoide), expondo a cartilagem cricoide, o istmo da tireoide e a fáscia pré-traqueal.
- Separação ou secção do istmo da tireoide, com hemostasia rigorosa.
- Colocação de 2 pontos de reparo com fio não absorvível no anel traqueal a ser aberto
- Abertura do anel traqueal com bisturi, sob tensão dos pontos de reparo, em tamanho suficiente para passagem da cânula
- Dilatação da abertura por divulsão com pinça hemostática curva ou retirada de pequena parte do anel traqueal
- Introdução da cânula com mandril na luz traqueal, seguida da retirada do mandril e permanência da cânula.
- Insuflação do cuff da cânula caso seja necessário conexão ao respirador
- Síntese parcial da pele para evitar enfisema subcutâneo
- Curativo simples com gaze estéril 16. Fixação da cânula em volta do pescoço com cadarço