Taquiarritmias ventriculares Flashcards
Taquiarritmias ventriculares
- Origem no miocárdio ventricular ou no sistema de His-Purkinje
- ESV
- Taquicardia ventricular (sustentada/não-sustentada)
- FV
(TV/TSV) frequentemente estão associadas a doença cardíaca estrutural e são uma importante causa de morte súbita
TV
Relembrar:
- Mas também podem acontecer em corações estruturalmente normais, sendo nesse caso benignas
Qual a apresentação electrocardiográfica que caracteriza as arritmias ventriculares
QRS largo >120ms (a condução do foco ventricular pelo miocárdio ventricular é mais lenta do que a activação dos ventrículos através do sistema de Purkinje)
Relembrar:
Normal <100-110bpm
Bloqueio ramo completo QRS>120ms
O que são extrassístoles ventriculares?
Batimentos ventriculares que acontecem antes do batimento supraventricular seguinte.
Podem ser:
- Unifocais: QRS sempre com a mesma morfologia, ESV origina do mesmo foco.
- Multifocais: QRS de morfologia diferente, ESV origina de focos diferentes.
- Couplets: 2 batimentos ventriculares consecutivos.
Taquicardia ventricular vs. Ritmo idioventricular
Ambos: 3 ou mais batimentos consecutivos antes do batimento supraventricular seguinte.
TV: FC >100bpm
Ritmo idioventricular: <100bpm
TV sustentada vs. não sustentada
Sustentada: >30s (termina por intervenção activa)
Não sustentada: cessa espontaneamente em <30s, geralmente monomórfica com FC <200bpm e dura menos de 8 batimentos.
Relembrar:
TV são 3 ou mais batimentos a uma FC >100bpm
A origem de uma TV monomórfica frequentemente sugere se é idiopática ou associada com doença cardíaca estrutural?
Sim
A origem de uma (?) frequentemente sugere se a arritmia é idiopática ou associada a doença cardíaca estrutural
TV (monomórfica)
TV monomórfica com origem no VD ou septo: ECG
Onda proeminente em V1
Padrão BRE-like
Relembrar: se origem na parede livre VE então onda R proeminente em V1 e padrão BRD-like
TV monomórfica com origem na parede livre VE: ECG
Onda R proeminente em V1
Padrão BRD-like
Flutter ventricular e TV sinusoidal lenta são tipos de..
TV monomórfica
Torsade des Pointes é uma TV (monomórfica/polimórfica)
Polimórfica
No Flutter Ventricular é possível distinguir o QRS da onda T?
Não
Etiologia da TV sinusoidal lenta
- HiperK
- Toxicidade bloqueadores canais Na incl. TCAS
- Isquemia miocárdica
TV monomórfica ou polimórfica podem degenerar em…
FV
Taquiarritmias ventriculares podem ser assintomáticas?
Sim (frequentemente encontradas no exame físico acidentalmente ou no ECG de rotina)
Síncope associada a arritmia ventricular frequentemente indica que existe risco significativo de…
Paragem cardíaca e morte súbita com a recorrência da arritmia
Causas benignas de síncope - mais comuns
- Síncope por reflexo neurocardiogénico (vasovagal)
- Hipotensão ortostática
TV sustentadas podem ser hemodinamicamente toleradas?
Ocasionalmente sim. Nesse caso, apresentam-se como diminuição da capacidade de exercício ou exacerbação da IC.
Relembrar: TV sustentada pode apresentar-se com paragem cardíaca, frequentemente com degeneração em FV.
TV: doentes com arritmias idiopáticas benignas normalmente têm um ECG (?) durante o ritmo sinusal
normal
Indivíduos em risco de TV monomórfica sustentada costumam ter (?) que são detectadas pela RMNC de realce tardio
Áreas de cicatrização ventricular
Mecanismos das ESVs
Automaticidade anormal ou reentrada
Etiologia das ESVs
- Tónus simpático aumentado
- Isquemia miocárdica
- Distúrbio HE (++ hipoK)
- Hipóxia
- Doença cardíaca subjacente
Em doentes com patologia cardíaca, uma maior frequência de ectopia ESVs e com maior complexidade (couplets, TV não-sustentada) associam-se a doença + severa, e nos doentes com IC a…
Aumento de mortalidade
Relembrar: supressão das ESVs com fármacos antiarritmicos não aumenta a sobrevida
ESVs com maior frequência e complexidade em doentes com IC associam-se a um aumento da mortalidade. Supressão destas arritmias com fármacos antiarritmicos têm efeito na sobrevida?
Não
Na ausência de doença cardíaca, ESV e TV não-sustentada têm um px…
Benigno (se bem que se muito frequentes, podem deprimir fx ventricular)
Durante a isquemia miocárdica ou em associação com outra doença cardíaca, as ESV podem ser precursoras de…
TV sustentada ou FV
ESV que ocorrem numa frequência bigeminal podem não gerar DC suficiente para criar pulso radial e consequentemente podemos registar FC que correspondem a (?) da verdadeira FC
1/2 (no exame físico só sentimos um dos dois pulsos porque a contração da ESV é fraquinha)
ESVs e TV não-sustentada: morfologia do QRS se foco ectópico no miocárdio normal vs. miocárdio doente
N: QRS de contornos lisos e contínuos com deflexões do QRS bruscas
Doente: deflexões QRS amplas, entalhadas e arrastadas
Relembrar: ISOLADAMENTE, a morfologia do QRS não é fiável como indicador de doença ou risco subjacente
ESVs e TV não-sustentada: isoladamente, a morfologia do QRS é fiável como indicador de doença ou risco subjacente?
Não
Relembrar:
Miocardio N: QRS de contornos lisos e contínuos com deflexões do QRS bruscas
Doente: deflexões QRS amplas, entalhadas e arrastadas
Local de origem mais frequente de TV idiopáticas (não-sustentadas)
Trato de saída VD
Relembrar:
- BRE-like
- Eixo direcionado inferiormente
ESVs e TV não-sustentada idiopáticas requerem tx?
Não. Excepções: sintomas significativos, depressão da fx ventricular pela arritmia.
Relembrar: origem + frequente de TV idiopáticas é no trato de saída do VD (BRE-like e eixo inferiormente direccionado)
Fármacos de 1ª linha no tx das ESVs e TV não-sustentada idiopáticas que requerem tratamento
(normalmente não requerem tratamento, excepto se significativamente sintomaticas ou estejam a deprimir fx ventricular)
BB ou BCC (Verapamil, Diltiazem)
Durante e logo após EAMCSST (arritmias - quais?) são comuns e podem ser uma manifestação precoce de isquemia e preceder uma possível FV
ESV e TV não-sustentada (<30s)
O que é que consegue reduzir o risco de FV após EAMCSST?
- BB
- Correção de hipoK e hipoMg
Relembrar: não se recomenda administrar antiarritmicos como a Lidocaina rotineiramente, uma vez que não diminui a mortalidade
Durante a recuperação de um EAM, ESV frequentes (>10/h), ESVs repetitivas com couplets e TV não-sustentada são marcadores de… (2 coisas)
- Depressão da fx ventricular
- Aumento da mortalidade
Relembrar: tratamento de rotina para suprimir com antiarritmicos não está recomendado.
ESVs e TV não-sustentada associadas a SCA: efeito da Fleicainida na mortalidade
Não, aumenta!!
Relembrar:
- BB e Amiodarona: reduzem morte súbita
- Amiodarona. sem efeito na mortalidade total
ESVs e TV não-sustentada: CDI reduz a mortalidade em certos grupos de alto risco?
Sim
Relembrar: não reduz a mortalidade quando implantado por rotina logo após o EAM (esperamos ou 40dias ou 5dias dias e vemos se doente tem indicação)
Indicações para CDI em doentes que sobrevivem >40d após EAM
FEV <30%
FEV <35% + IC sintomática (NYHA II/III)
Relembrar: em doentes que sobrevivem pelo menos 5 dias após EAM e:
- Redução FEV
- TV não-sustentada
- TV ou FV induzível por estudo EF
Doente >5dias após EAM com uma FEV reduzida tem indicação para CDI?
Sim (= TV não-sustentada, TV ou FV induzivel por estudo EF)
Relembrar: implantar CDI por rotina logo após EAM não reduz mortalidade. CDI reduz mortalidade em certos grupos de alto risco.
Implantar CDI por rotina logo após EAM reduz a mortalidade?
Não
ESVs e TV não-sustentada são comuns em doentes com depressão da função ventricular e IC?
Sim. E são marcadores de severidade, bem como de aumento da mortalidade.
Relembrar:
- FA também era um marcador de severidade da doença cardíaca.
ESVs e TV não-sustentada em doentes com diminuição da função ventricular e IC associam-se a aumento da mortalidade?
Sim (e são marcadores de severidade da doença).
ESVs e TV não-sustentada em doentes com diminuição da função ventricular e IC: tratamento com antiarritmicos melhora a sobrevida?
Não.
Antiarritmicos classe III (NENHUM AFECTA SOBREVIDA): Dofetilide; Amiodarona (reduz morte súbita)
Antiarritmicos classe I devem ser EVITADOS: aumentam mortalidade!
Relembrar:
O que é que reduz mortalidade? -> CDI! (20% ao longo de 5A)
ESVs e TV não-sustentada em doentes com diminuição da função ventricular e IC: CDI reduz a mortalidade em (?) ao longo de 5A
20%
Relembrar: tratamento com fármacos antiarritmicos não melhora sobrevida (classe I devem mesmo ser evitados na doença estrutural pois aumentam mortalidade).
ESVs e TV não-sustentada em doentes com diminuição da função ventricular e IC: indicação para CDI
CDI (previne morte súbita + reduz mortalidade): FEV <35% + NYHA classe II e III
Relembrar:
FEV <35% + NYHA classe II e III OU FEV<30% são indicações para CDI num doente que sobreviveu pelo menos 40d após EAMCSST (EAMCSST cicatrizado a partir do 29º dia)
Ectopia ventricular (associa-se/não se associa) a aumento da mortalidade em doentes com CMHO ou DCC associada a disfx ventricular
Associa-se.
Relembrar:
- Como nos outros casos, supressão farmacológica da arritmia não melhora mortalidade. CDIs são indicados em doentes de alto risco.
Ritmo idioventricular: o que é? Em que situações acontece?
- 3 ou mais batimentos ventriculares a uma FC <100bpm. Automaticidade é o mecanismo + provável.
- Durante EAM, durante bradicardia sinusal, doentes com cardiomiopatias, SAHOS, idiopático.
Ritmo idioventricular é comum durante o EAM?
Sim
Ritmo idioventricular pode surgir durante a bradicardia sinusal?
Sim
Extra-HPIM: alteração do ritmo benigna e bem
tolerada que acontece quando o foco ectópico
ventricular se torna mais rápido que o sinusal
Ritmo idioventricular é comum em pacientes com cardiomiopatias e SAHOS?
Sim
Relembrar: se assintomático, não precisa de tratamento específico. Se compromisso HD por dessincronia AV podemos dar Atropina para aumentar FC (ritmo idioventricular: acontece quando o foco ectópico
ventricular se torna mais rápido que o sinusal)
O que é um ritmo idioventricular idiopático?
3 ou mais batimentos ventriculares a uma FC <100bpm que surgem quando a frequência sinusal diminui durante o sono (o foco ectópico torna-se mais rápido que o sinusal)
TV monomórfica sustentada: origem do foco quando há vs. quando não há doença cardíaca estrutural
Se doença cardíaca estrutural: substrato é uma área de fibrose irregular (por enfarte, inflamação ou cirurgia prévia). His-Purkinje menos comum.
Se não há doença cardiaca estrutural: envolve uma porção do sistema de His-Purkinje.
TV monomórfica sustentada: quando a função do VE está deprimida ou há evidência de doença estrutural, a reentrada relacionada com (?) é o dx mais provável
Cicatrização (cicatrizes são sugeridas por ondas Q patológicas, alterações segmentares da motilidade e áreas de realce tardio com gadolínio)
DDx de TV monomórfica sustentada - QRS largo
- TSV c/ BRE ou BRD
- TSV associada a VA
- Pacing cardíaco por pacemaker ou CDI
Se doença cardíaca conhecida + taquicardia QRS largos = dx mais provável é TV (estabilidade HD não exclui TV)
Estabilidade HD exclui TV?
Não
DDx de QRS largo: na presença de doença cardíaca uma taquicardia de QRS largos, dx + provavel é…
TV
Relembrar:
- Estabilidade HD não exclui TV
- Dissociação AV é geralmente um marcador confiável de TV
Critérios relativamente específicos de TV no ECG
- Onda R monofásica ou complexos Rs em aVR
- Concordância de V1 a V6 de ondas R ou S monofásicas
Relembrar:
dissociação AV é geralmente um marcador confiável de TV
Onda P depois de cada QRS exclui TV?
Não, porque pode acontecer uma condução 1:1 do ventrículo -> aurícula
EAM (commumente/raramente) é causa de uma TV monomórfica sustentada
Raramente: elevações de Tn e CK-MB são mais provavelmente provocadas por dano miocárdico que é secundário à hipotensão e isquemia pela TV
TV monomórfica sustentada: elevações de Tn e CK-MB significam…?
- RARAMENTE são devido a EAM.
- Mais provável: dano miocárdico secundário à hipotensão e isquemia pela TV (TV -> ventrículos não bombeiam eficazmente sangue -> hipotensão -> perfusão comprometida miocárdio -> isquemia -> aumento MNM)