Síndromes Gastrointestinais Flashcards
• Volume fecal > 10 ml/kg/dia em lactentes.
• Três ou mais evacuações líquidas em um
período de 24 horas (em lactentes jovens,
considerar a mudança na consistência
habitual das fezes).
Diarreia
Diarreia com duração de até 14 dias (etiologia
infecciosa é a principal).
AGUDA
Diarreia com duração de 14 dias ou mais.
Persistente:
Diarreia com duração superior a 30 dias.
Crônica:
Tipo de diarreia que cursa com gap osmolar fecal alto, diarreia menos volumosa, melhora com o jejum.
Diarreia osmótica
Tipo de diarreia que cursa com gap osmolar fecal baixo, diarreia volumosa, persiste mesmo durante o jejum.
Diarreia secretora
O que é o gap osmolar fecal?
Nada mais é do que uma forma de estimarmos
a contribuição de eletrólitos e não eletrólitos
para a retenção de água no lúmen intestinal.
Deve ser feita a dosagem de Na+ e K+ nas
fezes e o cálculo é feito pela seguinte fórmula:
290 – 2 x (Na+ + K+)
Qual é o significado gap osmolar fecal?
Na diarreia osmótica, os solutos da dieta são
os responsáveis pela força osmótica que mantém
a água dentro do lúmen intestinal. Logo,
os eletrólitos estão diluídos e o gap osmolar
fecal é alto (tipicamente > 125 mOsm/kg).
Já na diarreia secretória, ocorre a secreção
de eletrólitos para o lúmen intestinal. Isto faz
com que as fezes tenham alta concentração
de eletrólitos, com um gap osmolar fecal baixo
(< 50 mOsm/kg).
Mãe traz seu filho com uma semana de vida
para consulta, em aleitamento materno exclusivo.
A queixa é a de que “toda vez que mama,
evacua’’. Sua conduta é:
a) Suspender o aleitamento, dar soro oral e
agendar retorno em 24 horas.
b) Suspender o aleitamento materno e prescrever
uma fórmula isenta de lactose.
c) Trocar o aleitamento materno para o leite
de vaca diluído acrescido de creme de arroz.
d) Manter o aleitamento materno e prescrever
soro oral no intervalo das mamadas.
e) Manter o aleitamento materno e tranquilizar
a mãe.
E
Etiologia: é a principal causa de doença diarreica grave
em menores de dois anos; mecanismo osmótico e secretor.
ROTAVÍRUS
O mecanismo osmótico decorre da destruição
dos enterócitos apicais das microvilosidades
do intestino delgado, com prejuízo na
absorção de lactose e também diminuição
na absorção de sódio e água. O mecanismo
secretor envolve a proteína viral NSP4, que
atua como uma enterotoxina
Etiologia: diarreia dos viajantes; principal causa de diarreia bacteriana em países em desenvolvimento.
E. coli Enterotoxigênica
Etiologia: pode causar diarreia
persistente em menores de dois anos.
E. coli Enteropatogênica
Etiologia: pode causar disenteria
E. coli Enteroinvasiva
Etiologia: pode causar disenteria sem febre; associa-se com síndrome hemolítico-urêmica (é a principal causa desta síndrome).
E. coli Êntero-hemorrágica
Etiologia: causa diarreia aguda aquosa ou disenteria; pode causar doença disseminada em grupos de risco (< três meses, imunodeprimidos, portadores de anemia
falciforme).
Salmonella
Etiologia: causa disenteria; pode causar síndrome hemolítico-urêmica. Causa diversas
manifestações neurológicas.
Shigella
Etiologia: associação com síndrome de Guillain-Barré.
Campylobacter
Avaliação do estado de hidratação e tratamento:
• OMS: avaliar condição, olhos, sede e sinal da prega.
Sem desidratação:
PLANO A: tratamento domiciliar com aumento na ingestão de líquidos; uso de zinco; dieta habitual; orientação sobre sinais de gravidade.
Avaliação do estado de hidratação e tratamento:
• OMS: avaliar condição, olhos, sede e sinal da prega.
Tem desidratação
PLANO B: terapia de reidratação oral na Unidade de Saúde; 75 ml/kg de Solução de Reidratação Oral em
4 horas; não oferecer alimentos durante a reidratação (apenas o leite materno é permitido). Alta quando hidratado com plano A.
Avaliação do estado de hidratação e tratamento:
• OMS: avaliar condição, olhos, sede e sinal da prega.
Tem desidratação grave
PLANO C: hidratação venosa; ringer lactato (ou SF 0,9%), 100 ml/kg em 3 horas (maiores de um ano) ou 6 horas (menores de um ano).
Quando suspeitar de diarreia por etiologia Viral?
De um modo geral, a apresentação clínica dos
agentes virais é marcada pela presença de
náuseas, vômitos e, eventualmente, febre.
As fezes são líquidas e não contêm sangue
ou pus. Podem ocorrer de forma epidêmica e
são processos autolimitados.
Período de incubação do rotavirus
< 48 horas (varia de um a sete dias).
Clínica: vômitos e febre, seguidos de diarreia líquida. Pode haver intolerância transitória à lactose. Os vômitos e a febre costumam desaparecer no segundo dia de doença, mas a diarreia pode continuar por cinco a sete dias.
Diarreia cuja etiologia é
ROTAVÍRUS
Etiologia viral: são responsáveis pela principal causa de surtos de gastroenterite associados à contaminação alimentar.
Calicivírus
Os norovírus e os sapovírus fazem parte da
família Caliciviridae.
Etiologia viral: Associam-se com surtos de diarreia em ambiente hospitalar e comunidades fechadas (como creches e quarteis).
Astrovírus
Em plena madrugada, o telefone toca no apartamento
de um pediatra e a vizinha implora
ajuda, pois seu garoto menor chegou da escola
com febre e acordara há pouco com cólicas,
vômitos e diarreia. Com paciência, ele
se dispôs a examiná-lo e, pensando em gastroenterite
viral, medicou-o e pediu um imunoensaio
nas fezes. Como havia um DNA-vírus
entérico no material enviado, dentre os
abaixo, ele só poderia ser um:
a) Rotavírus. c) Sapovírus.
b) Norovírus. d) Adenovírus.
D
• Causa diarreia endêmica nos menores de
dois anos.
• Apenas os sorotipos 40 e 41 são causa de
gastroenterite aguda (embora existam relatos
de outros sorotipos identificados em
alguns casos).
• São formados por DNA de dupla hélice.
Adenovírus entérico
São bactérias Gram-negativas, que podem ser transmitidas tanto pela ingestão de alimentos contaminados quanto pelo contato interpessoal. Basta um pequeno inóculo para que a infecção ocorra.
Clínica: febre alta, dor abdominal intensa,
náusea, vômito, disenteria, tenesmo e urgência
para defecar.
Shigella
São bacilos Gram-negativos móveis. que podem ser causa de diarreia aguda. A transmissão ocorre pela ingestão de alimentos contaminados (ovos, frango,
leite não pasteurizado e outros). Clínica: a manifestação clínica mais comum é a enterite aguda. Há início abrupto de náuseas, vômitos e dor abdominal, inicialmente localizada em região periumbilical e depois localizada em quadrante inferior direito. A diarreia é inicialmente aquosa,
também podendo ser mucossanguinolenta (disenteria).
Salmonella
Criança com 2 anos de idade, com diarreia,
evacuações líquidas com muco, sangue e tenesmo
associados. Apresenta crise convulsiva
tônico-clônica generalizada. Hemograma com
leucopenia e desvio à esquerda, eletrólitos normais,
liquor normal. O agente etiológico provavelmente
responsável pelo quadro acima é:
a) Rotavírus.
b) Giardia lamblia.
c) Toxocara canis.
d) Shigella flexneri.
e) Entamoeba coli.
D
Um lactente de seis meses apresenta disenteria
há três dias e é trazido ao pronto-socorro
por crise convulsiva tônico-clônica generalizada.
O paciente estava afebril e a investigação
laboratorial não mostrou distúrbios eletrolíticos.
O quadro foi causado provavelmente
por uma neurotoxina do seguinte agente:
a) Yersinia. c) Campylobacter.
b) Shigella. d) Salmonella.
B
Associa-se com grandes epidemias de diarreia, que podem ocasionar centenas de mortes em curto espaço de tempo. A transmissão ocorre pela ingestão de água e alimentos contaminados (principalmente peixe e frutos do mar).
• Mecanismo: secreção de uma potente enterotoxina
que estimula o AMPc e aumenta a secreção intestinal.
• Clínica: causa diarreia aquosa muito volumosa, que pode levar à morte por desidratação em algumas horas. As fezes contém grande quantidade de água, sendo chamadas de fezes em “água de arroz”.
Vibrio cholerae
Mecanismo: tem capacidade invasora, principalmente
nas células da placa de Peyer,
proliferando nos folículos linfoides e penetrando
na lâmina própria.
• Clínica: diarreia, febre, dor abdominal e leucocitose.
As fezes costumam ser aquosas ou
conter leucócitos; raramente, há presença
evidente de sangue e muco. Pode levar à
adenite mesentérica, simulando um quadro
de apendicite.
Yersinia
• Epidemiologia: é uma das principais causas
de diarreia aguda em todo o mundo.
• Clínica: há pródromos com febre, cefaleia e
mialgia, seguidos pelo surgimento de diarreia
aquosa que, eventualmente, pode conter
sangue (disenteria).
• Complicações: associa-se à síndrome de
Guillain-Barré, artrite reativa, eritema nodoso,
anemia hemolítica e nefropatia por IgA.
Campylobacter jejuni
• Faixa etária: a incidência aumenta com a
idade.
• Clínica: 90% dos casos assintomáticos. Pode
levar a disenteria, abscesso hepático, megacólon
tóxico, peritonite e perfuração intestinal.
Entamoeba histolytica
• Faixa etária: crianças entre um e cinco anos.
• Clínica: diarreia aguda autolimitada em imunocompetentes.
Diarreia volumosa, aquosa
e com cólicas intensas em imunodebilitados.
Cryptosporidium
Glomerulonefrite, nefropatia por lgA, síndrome
de Guillain-Barré, eritema nodoso e anemia
hemolítica são complicações extraintestinais,
relacionadas ao seguinte patógeno:
a) Clostridium difficile. c) Shigella.
b) Salmonella. d) Campylobacter.
D