Síndrome do Intestino Irritável Flashcards
O que são doenças funcionais?
Doenças funcionais ou não orgânicas: não se percebe no exame de imagem ou laboratorial
Possuem um eixo da emoção (cérebro-intestino): muito intenso. Somatização da emoção é muito comum, causando doença funcional digestiva.
Esses são os diagnósticos funcionais mais comuns da gastroenterologia - maior motivo de consulta na gastroenterologia.
O que é a síndrome do intestino irritável?
Doença funcional relacionada ao desconforto abdominal e a alteração do trânsito intestinal, por conta de uma hiperssensibilidade visceral.
Distúrbio funcional mais comum, atrapalha a qualidade de vida e é difícil de ser notificada. Costuma custar caro aos sistemas de saúde pelo excesso de exames complementares.
Critérios diagnósticos de SII:
- dor abdominal
- mudança da frequência intestinal (diarreia, constipação, diarreia x constipação)
- sintomas nos últimos 3 meses
- história de sintomas com mais de 6 meses de evolução (sintomas são comumente recorrentes)
Fisiopatologia SII:
hipersensibilidade visceral com baixo limiar visceral + alteração da motilidade intestinal pelo eixo cérebro-intestino
Idade na qual se inicia o quadro de SII:
-frequentemente inicia antes dos 40 anos (acima disso pode ser uma doença orgânica)
Sinais de gravidade na investigação de SII:
-há sinais de gravidade (ex.: hematoquezia, anemia, perda ponderal, ausência de história de doenças inflamatórias intestinais, diarreia importante que causa distúrbio hidroeletrolítico)? Se sim fala a favor de doença orgânica, então precisa de investigação complementar (ex.: colonoscopia)
Como proceder caso chegue um paciente com queixas de SII?
Observar se ele preenche os crtérios, se sim, prosseguir com exames simples para descartar outras doenças como:
T4, THS (hipo ou hipertiroidismo alteram motilidade), parasitológico de fezes, VHS, PCR, albumina (diarréia crônica há anos com albumina normal fala a favor de doença funcional)
Tratamento SII:
É importante estabelecer uma boa relação médico-paciente.
Não existe remédio modificador da história natural da doença.
Sintomáticos no curso da crise, não usar durante a remissão: Anti-espasmódico de ação direta (hioscina é de ação sistêmica não é direto. São diretos: teimebutina), Pró-cinéticos, Antissecretores, Analgésicos
Analisar a dieta
Analisar a questão emocional: pacientes com transtornos não tratados (ex.: deprimidos, ansiosos, transtornos do humor) - avaliação psiquiátrica.
Modificadores do limiar de dor: antidepressivos triciclicos (amitriptilina), inibidores da receptação de serotonina (fluoxetina, sertralina)
Não fazer probiótico, não há comprovação científica.
Medicamentos para gases não fazem efeito!
Qual o tripé para formação das fezes?
Tripé da formação das fezes: Água para diluir as fezes, fibra para formar o boco fecal e prensa abdominal (exercícios físicos )
No caso de constipação intestinal, deve-se usar laxantes irritativos?
Não usar laxantes irritativo (ex.: 46) pois pode gerar hipertrofia da mm. lisa intestinal, gerando distúrbios de motilidade secundariamente. Usar osmóticos (puxa água para a luz intestinal) e emolientes (azeite, óleo mineral)
Definição de constipação funcional e secundária :
Evacuações infrequentes e/ou dificultosas, sem doença orgânica associada.
É considerada secundária quando há condições clínicas orgânicas associadas
Critérios para definir constipação funcional:
- Deve incluir pelo pelo menos 2 dos seguintes critérios:
Esforço
Fezes endurecidas ou em cíbalos
Sensação de evacuação incompleta
Manobras manuais para facilitar evacuação
Menis de 3 evacuações por semana - Fezes amolecidas raramente presentes (sem laxantes)
- Critérios insuficientes para SII
Deve-se avaliar se os critérios estão presentes nos últimos 3 meses e iniciados a 6 meses ou mais
Tratamento constipação funcional:
Tratamento da constipação intestinal:
Tripé da formação das fezes: Água para diluir as fezes, fibra para formar o boco fecal e prensa abdominal (exercícios físicos )
Uso de laxantes osmóticos/emolientes em uso agudo
Agonistas de 5HT4 - tegaserode/prucaloprida em casos graves
Probioticos, Lubiprostona, toxina botulínica são reservadas para casos específicos
Fatores de risco para constipação funcional:
São fatores de risco: sexo feminino, idosos, sedentarismo, ingestão inadequada de fibras e líquidos, fatores psicológicos, medicamentos, doenças neurológicas limitantes.
Causas de constipação secundária:
Causas de constipação secundária: medicamentos, tumores obstrutivos do cólon, estenoses por DII ou procedimentos, diabetes mellitus por conta da alteração da inervação intestinal, colopatia chagásica, doença de parkinson, hipotireoidismo, esclerose múltipla, lesão da medula espinal.
Quais os sinais de alarme na investigação de SII?
Sangue oculto nas fezes Hematoquezia Febre recorrente Perda ponderal Anemia Diarreia crônica História familiar de CA de cólon, DII ou doença celíaca
Como proceder com a investigação de alteração de trânsito intestinal e dor abdominal em caso de sinais de alarme?
Investigação com colonosopia, calprotectina fecal e TC ou ressonãncia do abdome.
A colonoscopia permite diagnóstico histopatológico do câncer de cólon. Colonografia por TC não permite biópsias e fica reservada apenas para situações de exceção, quando colonoscopia tem alto risco e está contra-indicada. O CEA não fica positivo em todos os tumores de cólon e portanto não serve para descartar esse diagnóstico. TC de abdome deve ser usada para estagiamento no câncer de cólon após diagnóstcio histopatológico.
A colonoscopia serve também para diagnóstico da doença inflamatória estenosante e imagem de abdome (TC ou ressonância) para melhor estudo da topografia da estenose e planejamento terapêutico. A calprotectina fecal é marcador da atividade da doença inflamatória intestinal e pode ser um bom parâmetro de acompanhamento.
Quais os critérios de Roma IV para SII?
Dor abdominal recorrente, pelo menos um dia por semana nos últimos três meses, associada a dois ou mais dos seguintes: - Relação com evacuação; - Associada à mudança na frequência das evacuações; - Associada à mudança na forma (aparência geral) das fezes.
Exames complementares simples na investigação de DII sem sinais de alarme:
Na investigação de pacientes com SII tipo diarreia devemos avaliar hemograma, teste de tolerância lactose, pesquisa de parasitoses intestinais, pesquisa de doença celíaca e história de uso de medicamentos que possam justificar presença de dor abdominal e diarreia como consequência. na ausência destes e de critérios de alarme, podemos fazer diagnóstico de SII