Síndrome de Má Absorção e DII: Parte I Flashcards

1
Q

Qual é a definição de diarreia?

A

Aumento do conteúdo líquido das fezes com 3 ou mais evacuações / dia.

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2
Q

Como as diarreias podem ser classificadas quanto à sua localização (2)?

A
  1. Diarreia alta (delgado)
  2. Diarreia baixa (cólon)
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3
Q

Qual a característica do volume das fezes na diarreia alta? E na diarreia baixa?

A
  1. Diarreia alta: alto volume.
  2. Diarreia baixa: baixo volume
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4
Q

Qual a média do n° de evacuações/dia na diarreia alta? E na diarreia baixa?

A
  1. Diarreia alta: 3-5 evacuações/dia
  2. Diarreia baixa: 8-10 evacuações/dia
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5
Q

Como a diarreia alta acontece no intestino delgado, onde ocorre a absorção dos alimentos, o que pode estar presente nas fezes quando há diarreia alta?

A

Restos alimentares podem estar presentes.

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6
Q

Quais manifestações clínicas são características da diarreia baixa (2)?

A
  1. Tenesmo
  2. Urgência evacuatória
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7
Q

Como as diarreias podem ser classificadas quanto à invasão da mucosa (2)?

A
  1. Diarreia invasiva
  2. Diarreia não invasiva
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8
Q

O que pode ser encontrado nas fezes quando há diarreia invasiva (3)? Quais são as principais causas desse tipo de diarreia (2)?

A

Podem estar presentes: muco e/ou sangue e/ou pus. As principais causas são doenças infecciosas e doenças inflamatórias (ex: DII).

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9
Q

Como as diarreias podem ser classificadas quanto ao tempo de evolução (3)?

A
  1. Diarreia aguda
  2. Diarreia subaguda (ou protraída)
  3. Diarreia crônica
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10
Q

Quanto tempo dura a diarreia classificada como aguda? E a crônica? E a subaguda?

A
  1. Diarreia aguda: <= 2 semanas
  2. Diarreia crônica: > 4 semanas
  3. Diarreia subaguda: 2-4 semanas
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11
Q

Qual é a principal causa da diarreia aguda?

A

Infecção

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12
Q

Qual é a principal causa da diarreia crônica?

A

Varia com o país! (pode ser infecção, DII, SII, deficiência de lactase)

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13
Q

Quais os mecanismos “fisiopatológicos” que podem desencadear uma síndrome disabsortiva (2)?

A
  1. Problema na ABSORÇÃO do que foi digerido (ex: lesão na mucosa do intestino delgado, onde ocorre a absorção dos nutrientes)
  2. Problema na DIGESTÃO, de forma que os alimentos não são transformados em nutrientes para serem absorvidos.
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14
Q

Qual é a principal manifestação clínica da síndrome disabsortiva?

A

Esteatorreia (presença de gordura nas fezes, que se manifesta como fezes oleosas, brilhantes, que grudam no vaso)

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15
Q

Além da anmnese e do exame físico, que auxiliam no diagnóstico da síndrome disabsortiva, é necessário confirmar que há disabsorção (por meio da comprovação da esteatorreia). Quais exames podem ser utilizados para esse fim (3)?

A
  1. Teste quantitativo de gordura fecal (colher fezes por 3 dias após dieta hiperlipídica e pesar a quantidade de gordura ao final)
  2. Teste qualitativo de gordura fecal (com apenas 1 amostra de fezes, utiliza-se o corante Sudan III para identificar partículas de gordura nas fezes.
  3. Teste semiquantitativo: esteatócrito (avalia a relação entre gordura e fezes em 1 única amostra).
    Obs: o esteatócrito é o mais utilizado.
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16
Q

No teste quantitativo de gordura fecal, qual o peso de gordura que indica a presença de esteatorreia?

A

> 7 g/dia

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17
Q

Uma vez que a esteatorreia foi confirmada por um dos exames complementares citados anteriormente, qual deve ser o próximo passo?

A

Diferenciar se o problem está na digestão ou na absorção

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18
Q

Qual o teste utilizado para fazer essa diferenciação?

A

O teste da D-xilose urinária

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19
Q

Em que consiste esse teste?

A

A xilose é oferecida para ser ingerida pelo paciente (cerca de 25g). Essa substância NÃO precisa ser digerida para ser absorvida, logo, se a mucosa estiver normal, ela será absorvida mesmo que haja problema na digestão. Uma vez absorvida, ela é eliminada na urina na forma de D-xilose.

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20
Q

O que é considerado um teste de D-xilose urinária normal? O que isso significa?

A

[D-xilose] na urina > 5g é considerada NORMAL. Isso significa que não há problema na mucosa do delgado, uma vez que a D-xilose foi propriamente absorvida e eliminada. Logo, a causa da esteatorreia é um problema na DIGESTÃO (ex: pancreatite crônica)

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21
Q

O que é considerado um teste de D-xilose urinária anormal? O que isso significa (2)?

A

[D-xilose] na urina < 5g é considerada ANORMAL. Isso pode ter 2 significados:
1. Ha alteração na mucosa do delgado, que está causando problema na absorção.
OU
2. Há um supercrescimento bacteriano que impede que a D-xilose seja propriamente absorvida, mesmo com a mucosa do delgado íntegra.
Logo, um teste de D-xilose anormal pode significar problema na absorção (na mucosa do delgado) ou supercrescimento bacteriano.

22
Q

Uma das doenças que cursam com síndrome disabsortiva é a doença de Wipple. Qual é a causa dessa doença?

A

A infecção pela bactéria Thopheryma wipplei.

23
Q

Qual é a epidemiologia clássica (sexo e faixa etária mais acometidos) da doença de Wipple?

A

Homens em torno de 50 anos

24
Q

Onde vive a bactéria Thopheryma wipplei? Logo, em qual grupo de pacientes essa infecção é mais encontrada?

A

A bactéria Tropheryma wipplei vive no solo. Logo, essa doença é mais encontrada em pacientes que vivem em zona rural (1/3 dos casos) ou que tiveram exposição a zona rural ou a animais rurais (2/3 dos casos).

25
Quais as manifestações clínicas clássicas da doença de Wipple (3)?
1. **Síndrome disabsortiva** (esteatorreia, pode ter restos alimentares nas fezes) 2. **Artralgia/artrite** (a bactéria se dissemia por todo o corpo) 3. **Miorritmia oculomastigatória**
26
Destes, qual achado é **patognomônico** dessa doença?
A **miorritmia oculomastigatória** (convergência ocular durante a mastigação)
27
Qual exame é feito para o **diagnóstico** da doença de Wipple? Qual achado dessa exame dá o diagnóstico?
A **biópsia duodenal**, que evidencia **macrófagos PAS positivos** (que se coram com o corante PAS)
28
O tratamento da doença de Wipple é dividido em **fase de ataque** e **fase de manutenção**, tendo em vista que a bactéria se espalha por todo o corpo. Qual o antibiótico utilizado na **fase de ataque** e por quanto tempo ele deve ser mantido?
**Ceftriaxona IV** por 2 **semanas**
29
Qual o esquema antibiótico utilizado na **fase de manutenção** e por quanto tempo ele deve ser mantido?
**Sulfametoxazol + trimetoprim** por **1 ano**
30
Outra doença que cursa com síndrome disabsortiva é a **doença celíaca**. Qual é a **fisiopatologia** dessa doença?
É uma doença de caráter **autoimune**, em que há um processo inflamatório mediado por **limfócitos** na mucosa do intestino delgado de indivíduos predispostos.
31
Quais são as principais alterações **genéticas** que se configuram como **predisposição** à doença celíaca (3)?
1. Presença dos antígenos de histocompatibilidade **HLA-DQ2 e HLA-DQ8** 2. **Síndrome de Down** 3. **Síndrome de Turner**
32
Qual é o **gatilho** que leva à deflagração do quadro de doença celíaca em indivíduos predispostos?
A ingestão da **gliadina** presente no **glúten** (que, por sua vez, está presente no trigo, no centeio, na cevada).
33
Quais sintomas compõem quadro clínico **clássico** dos pacientes com doença celíaca (4)?
1. Diarreia alta 2. Esteatorreia 3. Distensão abdominal 4. Emagrecimento Obs: todos fazem parte da síndrome disabsortiva
34
Comon e apresenta o quadro **subclínico** da doença celíaca, que corresponde à maior parte dos casos dessa doença (4)?
Instalação **gradativa** de: 1. **Osteopenia** (por má absorção de vitaminas e outros nutrientes) 2. **Emagrecimento** 3. **Anemia ferropriva REFRATÁRIA** ao tratamento 4. **Alterações hormonais**, sobretudo em **mulheres** (devido à má absorção de lipídios). Ex: menarca tardia, menopausa precoce, infertilidade, abortos. Obs: devido a esse quadro pouco característico, muitos pacientes passam anos sem o devido diagnóstico e são extensivamente investigados (para neoplasias, por exemplo).
35
Quais são as 2 principais causas de **anemia ferropriva refratária** (considerando que a causa foi adequadamenre tratada)?
1. Doença celíaca 2. Síndrome nefrótica
36
Quais são as principais **doenças autoimunes** que podem vir associadas à doença celíaca?
1. **Diabetes tipo 1** 2. **Tireoidite de Hashmoto** 3. **Hepatite autoimune** 4. **Deficiência de IgA** 5. **Dermatite herpetiforme** (lesões maculopapulares, muito pruriginosas)
37
Os protocolos para **diagnóstico** da doença celíaca têm sido modificados recentemente. No jeito **clássico** de se fazer o diagnóstico, qual deve ser o **1° passo**?
Solicitar dosagem de **antitransglutaminase IgA**
38
No jeito **clássico** de se fazer o diagnóstico, se esse autoanticorpo vier **positivo**, qual é o **próximo passo**?
Solicitar **EDA com BIÓPSIA DUODENAL**
39
Quais achados da biópsia duodenal indicam que ela é **positiva** para doença celíaca (3)?
1. **Linfócitos intraepiteliais** 2. **Hiperplasia de criptas** 3. **Atrofia de vilosidades** Obs: deve-se ter linfócitos intraepiteliais E hiperplasia de criptas, com ou sem atrofia de vilosidades.
40
No jeito **clássico** de se fazer o diagnóstico, se a biópsia duodenal vier **positiva**, qual é a conclusão?
**Diagnóstico PROVÁVEL de doença celíaca**.
41
No jeito **clássico** de se fazer o diagnóstico, qual teste deve ser feito para **confirmar** o diagnóstico de doença celíaca? Quais resultados desse teste permitem que haja, de fato, a confirmação diagnóstica?
O **tesre terapêutico**, sendo iniciada **dieta sem glúten**. Para confirmar o diagnóstico, deve-se ter como resultado: 1. **Melhora clínica** 2. **Negativação do anticorpo antitransglutaminase IgA**
42
Esse jeito clássico é ainda muito utilizado na doença celíaca. No entanto, para a **criança**, as diretrizes atuais sugerem um novo protocolo, que tende a evitar a realização de EDA com biópsia. Segundo esse protocolo, qual deve ser o 1° passo para o diganóstico de doença celíaca na **criança sintomática**?
Dosagem de **IgA total** E **antitransglutaminase IgA**
43
Qual o objetivo da dosagem de **IgA total**?
Descartar a **deficiência de IgA**, uma condição autoimune que pode vir associada a doença celíaca e que pode fazer com que o resultado do antitransglutaminase **IgA** seja **falso negativo**. Se a IgA total estiver baixa, a dosagem de Antitransglutaminase IgA pode vir baixa também mesmo em paciente com doença celíaca.
44
Nesse novo protocolo, na **criança**, qual resultado indica **diagnóstico PROVÁVEL** de doença celíaca?
Presença de sintomas + IgA normal + **Antitransglutaminase IgA >= 10 VEZES O LSN**
45
Nesse novo protocolo, na **criança**, qual exame deve ser feito para **confirmar** esse diagnóstico?
**Anti-endomísio IgA** (em nova amostra de sangue, não pode ser na mesma que fez o antitransglutaminase IgA antes). Se vier positivo, pode-se **confirmar** o diagnóstico de doença celíaca e iniciar o tratamento. Dessa forma, é possível **NÃO realizar a biópsia duodenal**.
46
Nesse novo protocolo, na **criança**, o que deve ser feito se a dosagem de **IgA total** vier **baixa**, sugerindo deficiência de IgA?
Soliciar **EDA + biópsia duodenal**, uma vez que os autoanticorpos antitransglutaminase IgA e antiendomísio IgA provavelmente virão negativos e não permitirão o diagnóstico de doença celíaca.
47
Na criança **assintomática**, esse protocolo pode ser adotado?
PODE, desde que em decisão compartilhada com os pais e com a criança (é uma recomendação condicional).
48
Em qual outro cenário está autorizado o diganóstico e início do tratamento de doença celíaca **sem** a realização de EDA + biópsia?
Quando houver quadro de **síndrome disabsortiva** + **dermatite herpetiforme CONFIRMADA POR BIÓPSIA de pele**. Pode-se iniciar o tratamento com dieta livre de glúten, sem necessidade de biópsia duodenal e anti-transglutaminase IgA (que será solicitada sim, mas para acompanhar a evolução da doença).
49
Atualmente, o diagnóstico de doença celíaca no adulto também mudou em relação ao jeito clássico citado anteriormente. Qual a mudança que existe atualmente?
Atualmente, no adulto, a presença de **antitransglutaminase IgA positvo + EDA com biópsia duodenal positica** já é suficiente para **confirmar** o diagnóstico de doença celíaca, sem a necessidade do teste terapêutico com dieta evidenciando melhora clínica e sorológica.
50
Qual é o **tratamento** da doença celíaca?
**Dieta sem glúten**
51
A má adesão ao tratamento com a dieta aumenta o risco de qual complicação da doença celíaca, que é a sua complicação mais temida?
**Linfoma não-Hodgkin intestinal**