Doenças do Esôfago Flashcards
Quais são as funções do esôfago (2)?
- Conduzir o alimento da boca ao estômago
- Impedir o refluxo do alimento do estômago para cima
Quais são os sintomas relacionados ao esôfago, que têm associação com suas funções (2)?
- Disfagia (dificuldade na deglutição)
- Dispepsia (“azia”, “queimação”. É um sintoma que pode decorrer de alterações esofágicas ou gástricas)
Qual a característica das fibras musculares que compões o esôfago?
- 1/3 superior do esôfago: músculo liso
- 2/3 inferiores do esôfago: músculo estriado
Quais são os tipos de disfagias (2)? Qual o principal sintoma desencadeado por cada um?
- Disfagia de trasferência. É causada por problema no 1/3 superior do esôfago (m. liso). O que ocorre é uma dificuldade no início da deglutição, o que se manifesta como o sintoma de engasgo
- Disfagia de condução. É causada por problema nos 2/3 inferiores do esôfago (m. estriado). O que ocorre é uma dificuldade no término da deglutição, o que se manifesta como o sintoma de entalo (sensação de que o alimento está “preso” no meio do caminho)
Qual o principal grupo de doenças que normalmente cursa com disfagia de transferência?
Doenças neurológicas (ex: sequela de AVE, em que há alteração do reflexo da deglutição e o paciente apresenta engasgos e risco de broncoaspiração).
Qual o principal grupo de doenças que normalmente cursa com disfagia de condução?
Doenças gastroenterológicas.
Obs: por esse motivo, nesse bloco, serão abordadas as doenças esofágicas que cursam com disfagia de condução
A dispepsia é um sintoma descrito como sensação de queimação, que pode der advinda do esôfago e do estômago. Qual o nome da dispepsia do esôfago, causada por refluxo gastroesofágico?
Pirose: é uma queimação retroesternal, localizada na topografia do esôfago.
Obs: a dispepsia por problema no estômago cursa com queimação em epigástrio, não retroesternal!
Os distúrbios do esôfago podem ser divididos em 3 grandes grupos. Quais são eles?
- Distúrbios motores
- Distúrbios inflamatórios
- Distúrbios neoplásicos
Qual é a definição de distúrbio motor do esôfago? Quais são as doenças pertencentes a esse grupo (2)?
Distúrbio motor = distúrbio da peristalse. 2 doenças pertencem a esse grupo:
1. Acalásia (pouca peristalse)
2. Espasmo esofageano difuso (muita peristalse)
Quais são os plexos do sistema nervoso autônomo presentes no esôfago (2)? Em qual camada da parede esofágica cada um se localiza?
- Plexo de Meissner (ou submucoso): localizado na submucosa esofágica
- Plexo de Auerbach (ou mioentérico): localizado entre as duas camadas musculares do esôfago
Qual é a fisiopatologia da acalásia?
A destruição do plexo de Auerbach (mioentérico).
A acalásia pode ser primária ou secundária. Qual é a principal causa de acalásia primária?
Idiopática
Qual é a principal causa de acalásia secundária?
Chagásica
Qual é a causa mais comum de acalásia: primária ou secundária?
Primária (idiopática)
Quais são as principais manifestações clínicas da acalásia (2)?
- Disfagia de condução (alimentos ficam “entalados”) PROGRESSIVA (para alimentos sólidos – alimentos pastosos – líquidos)
- Perda de peso (o paciente não consegue mais ingerir a comida e perde a vontade e a capacidade de se alimentar)
Tendo em vista as manifestações clínicas da acalásia, qual deve ser o principal diagnóstico diferencial?
Câncer de esôfago
Qual dado clínico pode auxiliar na diferenciação entre acalásia e câncer de esôfago (embora sejam necessários exames complementares para confirmar)?
A perda de peso causada pelo câncer de esôfago ocorre em meses, enquanto a perda ponderal decorrente da acalásia leva anos para ocorrer
Qual é o exame padrão-ouro para diagnóstico da acalásia? O que é evidenciado nesse exame quando há acalásia?
Esofagomanometria. Esse exame evidencia uma HIPOcontratilidade do corpo do esôfago, NÃO RELAXAMENTO e HIPERTONIA do esfínter esofágico inferior.
Qual é o exame utilizado para diagnóstico diferencial entre acalásia e câncer de esôfago?
EDA
Qual é o exame utilizado para o estadiamento da acalásia? Qual é o sinal encontrado nesse exame quando há acalásia?
Esofagografia baritada.
É encontrado o sinal da chama de vela, também chamado de sinal do bico de pássaro (vide imagem)
O estadiamento da acalásia é feito com base na classificação de Mascarenhas, que divide os graus de acalásia em 4 grupos, o que vai guiar o tratamento. O que é o grau I de Mascarenhas?
Esôfago normal, com diâmetro < 4 cm.
Obs: existe, também, a classificação de Rezende, mas a mais utilizada é a de Mascarenhas
O que é o grau II de Mascarenhas?
MEGAesôfago, com diâmetro entre 4 e 7 cm.
O que é o grau III de Mascarenhas?
MEGAesôfago, com diâmetro entre 7 e 10 cm.
O que é o grau IV de Mascarenhas?
DOLICOMEGAesôfago, com diâmetro >10 cm. Recebe esse nome porque o esôfago se dobra, repousando sobre o diafragma.
Quais são as principais opções para o tratamento da acalásia grau I de Mascarenhas (3)?
- Nitrato
- Nifedipina (bloqueador dos canais de Ca)
- Toxina botulínica (aplicada via EDA no EEI). Tem que ser reaplicada periodicamente a cada 3 meses (avaliar risco x benefício)
As opções citadas anteriormente são eficazes no tratamento da acalásia?
Não, pois seus efeitos muitas vezes cessam com o tempo. Geralmente, mesmo sendo grau I, o paciente vai precisar de outras modalidades terapêuticas.
Quais são as principais opções para o tratamento da acalásia grau II de Mascarenhas (2)?
1. Dilatação endoscópica pneumática do EEI (insuflar balão no esfíncter)
2. Cardiomiotomia a Heller
Em que consiste a cardiomiotomia a Heller?
Consiste na abertura dos músculos que compõem o esfíncter esofágico inferior, até a submucosa, para promover o relaxamento esfincteriano de forma mais definitiva.
Obs: cárdia = EEI (por isso o nome cardiomiotomia)
Qual o problema da cardiomiotomia a Heller? Qual procedimento cirúrgico pode ser realizado juntamente à cardiomiotomia para evitar esse problema?
O problema é que a ruptura do EEI pode favorecer o desenvolvimenro de refluxo gastroesofágico. Para evitar esse problema, é feita a fundoplicatura valvar, que consiste em envolver parcialmente o EEI com o fundo do estômago, fazendo uma plicatura, de forma a ajudar na contenção do refluxo.
Obs: fundoplicatura = válvula antirrefluxo
Em que circunstâncias a cardiomiotomia é a melhor opção para pacientes com acalásia grau II de Mascarenhas (2)?
- Se o paciente quiser um tratamento mais definitivo
- Pacientes mais jovens (precisariam fazer dilatações endoscópicas pneumáticas várias vezes - a cada 6/12 meses)
Qual a principal opção para o tratamento da acalásia grau III de Mascarenhas?
Cardiomiotomia a Heller, com ou sem fundoplicatura valvar
Quais são as principais opções para o tratamento da acalásia grau IV de Mascarenhas (dolicomegaesôfago) (2)?
- Esofagectomia
- Cardiomiotomia
Em que circunstância opta-se pela esofagectomia como tratamento da acalásia grau IV? Por que o tratamento radical é mais indicado nesses casos?
Em pacientes jovens. Isso porque a acalásia grau IV aumenta muito o risco de câncer de esôfago. Quanto mais jovem o paciente, mais tempo ele terá para desenvolver o câncer, de forma que a cirurgia radical deve ser mais indicada do que em pacientes idosos (> 50 - 60 anos)
Música para decorar classificação de Mascarenhas.
“Mascarenhas 4,7,10
7,10
Mascarenhas 4,7,10
7,10
Classfica Chagas
Olha e me diz
Mascarenhas 4,7,10”
Obs: ler no ritmo de “cabeça, ombro, joelho e pé”
Qual é a fisiopatologia do espasmo esofageano difuso?
Contrações simultâneas, vigirosas e prolongadas da musculatura esofágica.
Quais são as principais manifestações clínicas do espasmo esofageano difuso (2)?
- Disfagia de condução (sensação de alimento “entalado”)
- Precordialgia (o paciente sente as contrações retroesternais)
Qual é o principal diagnóstico diferencial do espasmo esofageano difuso?
IAM(fazer ECG e dosar enzimas)
Qual o principal exame para diagnóstico do espasmo esofageano difuso?
A esofagomanometria
Qual o principal problema da esofagomanometria para o diagnóstico de espasmo esofageano difuso? O que pode ser feito para contornar esse problema?
O problema é que o espasmo pode não ser “flagrado” durante o exame da esofagomanometria, uma vez que não é contínuo. Para contornar esse problema, pode ser feito a esofagomanometria com teste provocativo
Qual droga é utilizada na esofagomanometria com teste provocativo?
Betanecol
Quais são os achados da esofagomanometria no paciente com espasmo esofageano difuso;(2)?
- Contrações simultâneas (desordenadas)
- Contrações vigorosas
- Contrações prolongadas
O que inica que uma contração esofágica é vigorosa? E o que indica que ela é prolongada?
- Vigorosa: pressão (amplitude pressórica) > 120 mmHg
- Prolongada: duração > 2,5 segundos
Na maior parte das vezes, como está a endoscopia diagestiva alta (EDA) no paciente com espasmo esofageano difuso?
Normal
Qual achado é encontrado na esofagografia baritada no paciente com espasmo esofageano difuso?
Esôfago em “saca rolhas” ou em “contas de rosário”.
Obs: diferentemente da acalásia, a esofagografia baritada não serve para estadiar o espasmo esofageano difuso.
Geralmente, qual grupo de pacientes costuma apresentar espasmo esofageano difuso?
Pacientes ansiosos, que têm muitos sintomas somáticos.
Quais são as opções de tratamento medicamentoso do espasmo esofageano difuso (3)? Qual a opção de tratamento endoscópico dessa condição?
Tratamento medicamentoso:
1. Ansiolíticos
2. Nitratos (auxiliam nonrelaxamento da musculatura do corpo do esôfago e do EEI)
3. Nifedipina (relaxa a musculatura)
Tratamento endoscópico:
1. Dilatação
Qual a opção de tratamento cirúrgico do espasmo esofageano difuso?
Miotomia longitudinal (é a mesma lógica da cardiomiotomia, mas feita ao longo de todo o corpo do esôfago). Deve ser evitada a todo custo, uma vez que é uma cirurgia que demanda acesso ao tórax (toracotomia)
Qual o nome dado ao espasmo esofageano difuso em que as contrações são extremamente vigorosas (com aplitude pressórica na esofagomanometria > 400 mmHg)?
Esôfago em quebra-nozes
Qual é a definição de distúrbio inflamatório do esôfago? Qual principal doença pertencente a esse grupo?
O distúrbio imflamatório cursa com inflamação do esôfago, que se manifesta como dispepsia (pirose). A principal doença pertencente a esse grupo é a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)
Qual é a fisiopatologia da DRGE (2)?
Consiste na perda do mecanismo antirrefluxo, que pode correr de 2 formas:
1. Hipotonia do EEI (ex: após cardiomiotomia para tto de acalásia)
2. Relaxamento transitório do EEI (mecanismo mais comum!)
As manifestações clínicas da DRGE podem ser divididas em típicas e atípicas. Quais são as manifestações clínicas típicas (2)?
- Pirose
-
Regurgitação
Obs: são sintomas esofágicos
As manifestações clínicas da DRGE podem ser divididas em típicas e atípicas. Quais são as manifestações clínicas atípicas (4)?
- Tosse
- Rouquidão
- Broncoespasmo
-
Pneumonia por broncoaspiração
Obs: são sintomas EXTRAesofágicos, em sua maioria respiratórios que decorrem da ação do conteúdo do refluxo em outras regiões.
Como é feito o diagnóstico de DRGE em pacientes com sintomas típicos?
Nos pacientes com sintomas típicos (pirose e regurgitação), o diagnóstico é CLÍNICO e não é necessário fazer quaisquer exames complementares a princípio.
O que deve ser feito para confirmar o diagnóstico clínico em pacientes com manifestações típicas? O que indica que o diagnóstico estava correto?
Prova terapêutica com IBP por 2 semanas. A melhora dos sintomas indica que o diagnóstico está correto e autoriza a continuação do tratamento.
Como é feito o diagnóstico de DRGE em pacientes com sintomas atípicos ou em pacientes com sintomas típicos que NÃO responderam à prova terapêutica?
Por meio da phmetria de 24 horas
Em que consiste a phmetria de 24 horas?
É o exame padrão-ouro para diagnóstico de DRGE, no qual é colocado um sensor na porção distal do esôfago, por via nasoesofágica, que permite a identificação dos momentos de refluxo por meio da avaliação do pH
Qual é a limitação da phmetria de 24 horas?
A phmetria só é capaz de identificar refluxos ácidos, e não básicos.
Qual exame é capaz de identificar refluxos não ácidos (ex: biliar)?
A impedanciometria. Atualmente ainda é menos utilizada, uma vez que refluxos não ácidos são pouco comuns, mas é esperado que possa substituir a phmetria de 24 horas.
Quando está indicada a EDA no paciente com DRGE (2)?
- Na investigação de complicações de DRGE
- Na investigação de câncer de esôfago
Em que situação deve-se suspeitar de uma complicação da DRGE?
Na presença de sinais de alarme
Quais são os sinais de alarme da DRGE (6), que são indicações de EDA?
- Disfagia
- Odinofagia
- Perda de peso
- Anemia
- Icterícia
- Idade > 40-45 anos
Quais são as opções para o tratamento da DRGE (3)?
- Medidas antirrefluxo (devem ser adotadas por TODOS os pacientes)
- Inibidores de bomba de prótons (omeprazol, pantoprazol, lansoprazol)
- Tratamento cirúrgico
Quais são as principais medidas antirrefluxo (4)?
- Dieta
- Elevação da cabeceira da cama
- Não comer 2-3 horas antes de se deitar
- Perda de peso (o excesso de gordura visceral aumenta a pressão intra-abdominal e favorece o refluxo)
Em pacientes com obesidade grau III e DRGE grave, qual o melhor tratameno?
Cirurgia bariátrica
Como é feito o tratamento da DRGE com IBP? Qual a duração desse tratamento?
IBP 1 vez/dia (omeprazol 20 mg ou pantoprazol 40 mg geralmente).
O tratamento é feito por 8 semanas.
Se, após 8 semanas de IBP, o paciente não melhorar, qual o próximo passo?
DOBRAR a dose de IBP
Se, mesmo após 8 semanas de dose dobrada de IBP, o paciente não melhorar, qual o próximo passo?
O paciente é refratário, logo, há indicação de tratamento cirúrgico
Qual é a diferença entre o paciente com DRGE refratário e o recorrente?
- Paciente refratário: não responde ao IBP (mesmo em dose dobrada)
- Paciente recorrente: responde ao IBP, mas, assim que a medicação é suspensa após 8 semanas, volta a apresentar sintomas de DRGE (“não vive sem IBP”)
Quais são as indicações de tratamento cirúrgico (3)?
- Paciente refratário
- Paciente recorrente
- Paciente com complicação da DRGE
Quais são as principais complicações da DRGE (3)?
- Úlcera esofágica
- Estenose esofágica
- Esôfago de Barret
Quais exames devem ser, necessariamente, solicitados antes do tratamento cirúrgico (2)? Qual o objetivo de cada um deles?
- Phmetria de 24 horas (para certificar o diagnóstico)
- Esofagomanometria (para avaliar a peristalse e, assim, indicar a melhor técnica cirúrgica)
Quais são as técnicas cirúrgicas utilizadas no tratamento da DRGE (2)?
- Fundoplicatura (válvula antirrefluxo) total
- Fundoplicatura (válvula antirrefluxo) parcial
Em que consiste a fundoplicatura total e quando ela está indicada? E a fundoplicatura parcial?
- Fundoplicatura total: é feita uma válvula antirrefluxo com o fundo gástrico cincundando totalmente (360°) o EEI. É indicada quando a esofagomanometria é NORMAL
- Fundoplicatura parcial: é feita uma válvula antirrefluxo com o fundo gástrico cincundando parcialmente (60°, 180° ou 300°) o EEI. É indicada quando a esofagomanometria evidencia DISMOTILIDADE (não seria possível fazer válvula total pq poderia desencadear uma acalásia)
Qual o nome da técnica da fundoplicatura total?
Ténica de Nissen
A fundoplicatura parcial pode ser anterior ou posterior. Quais os nomes das técnicas de fundoplicatura parcial anterior (2)?
- Dor
- Thal
A fundoplicatura parcial pode ser anterior ou posterior. Quais os nomes das técnicas de fundoplicatura parcial posterior (2)?
1. Lind
2. Toupet
Dica para decorar: para ficar "**Lind**ão", joga o "**Toupet**" para **trás**.
Das complicações da DRGE, a úlcera e a estenose são indicações de tratamento cirúrgico. O esôfago de Barrett pode ser tratado cirurgicamente, a depender da opção do cirurgião. Qual é a definição de esôfago de Barrett? A presença dessa condição é risco para o surgimento de qual doença?
É uma metaplasia intestinal, decorrente de agressões frequentes da mucosa do esôfago pela DRGE. Consiste na substituição do epitélio escamoso da mucosa esofágica por um epitélio cilíndrico, semelhante ao intestinal.
O esôfago de Barrett é risco para adenocarcinoma de esôfago.
Qual é a clínica típica do paciente com esôfago de Barret? O que explica esse quadro?
A maioria dos pacientes é assintomática. Isso acontece porque, ao longo de muito tempo de DRGE, o epitélio sofre metaplasia (esôfago de Barrett) e se torna resistente à agressão advinda estômago, o que provoca alívio dos sintomas da DRGE!
Como é feito o diagnóstico de esôfago de Barret?
EDA evidenciando mucosa de cor **rosa salmão** + **BIÓPSIA**
Obs: embora a mucosa rosa-salmão seja sugestiva de esôfago de Barrett, a biópsia é **necessária** para o diagnóstico definitivo.
A biópsia permite a classificação do esôfago de Barrett em 4 grupos, que vão guiar o tratamento. Quais são eles?
- Sem displasia
- Displasia de BAIXO grau
- Displasia de ALTO grau (adenocarcinoma in situ)
- Adenicarcinoma invasivo
Qual a conduta para os pacientes com esôfago de Barrett sem displasia?
EDA a cada 3-5 anos (para identificar precocemente uma possível transformação em adenocarcinoma)
Quais as condutas possíveis para os pacientes com esôfago de Barrett com displasia de BAIXO grau (2)?
- EDA a cada 6-12 meses
- Ressecção endoscópica da lesão (também chamada de ablação endoscópica ou mucosectomia)
Qual a conduta para os pacientes com esôfago de Barrett com displasia de ALTO grau OU quando não for possível diferenciar entre displasia de baixo ou alto grau?
Ressecção endoscópica da lesão (também chamada de ablação endoscópica ou mucosectomia)
Qual a conduta para os pacientes com adenocarcinoma invasivo de esôfago?
Esofagectomia
Dos distúrbios neoplásicos do esôfago, existem 2 tipos histológicos. Quais são eles?
- Carcinoma escamoso (epidermoide)
- Adenocarcinoma
Qual a origem histológica do carcinoma epidermoide do esôfago? E do adenocarcinoma?
- Carcinoma epidermoide: origem nas células escamosas da mucosa esofágica
- Adenocarcinoma: origem na células metaplásicas do esôfago de Barrett
Quais são os principais fatores de risco para o carcinoma epidermoide de esôfago (5)?
- Tabagismo
- Etilismo
- HPV
- Acalásia
- Causas de estenose (bebidas quentes - como chimarrão -, estenose cáustica)
Quais são os principais fatores de risco para o adenocarcinoma de esôfago (3)?
- DRGE
- Esôfago de Barrett
- Obesidade
Em qual porção do esôfago o carcinoma epidermoide é mais comum?
Porção proximal
Em qual porção do esôfago adenocarcinoma é mais comum?
Porção distal (uma vez que está associado a DRGE e esôfago de Barrett)
Quais as principais manifestações clínicas das neoplasias de esôfago (2)? Qual é o principal diagnóstico diferencial?
- Disfagia de condução
-
Perda de peso
Principal diagnóstico diferencial: acalásia
Qual dado da história clínica fala mais a favor de neoplasia de esôfago em relação à acalásia?
O tempo de evolução da perda de peso: na neoplasia ocorre em meses, enquanto na acalásia leva anos para ocorrer.
Como é feito o diagnóstico das neoplasias de esôfago?
**EDA + biópsia**
Qual o sinal de neoplasia esofágica encontrado na esofagografia baritada?
Sinal da maçã mordida.
Qual o exame utilizado para o estadiamento das neoplasias de esôfago, de forma a guiar o tratamento? O que esse exame avalia?
**USG endoscópica**. Avalia o grau de acometimento de estruturas profundas à mucosa, permitindo o estadiamento conforme o **TNM**.
Do estadiamento TNM das neoplasias de esôfago, o mais importante de se conhecer é o T, que avalia o grau de invasão local da neoplasia. Como são classificadas as neoplasias de esôfago por meio do T (T1 a T4) (6)?
T1a: mucosa
T1b: submucosa
T2: muscular
T3: adventícia
T4a: adjacentes ressecáveis
T4b: adjacentes irressecáveis
Obs: apenas os extremos (T1 e T4 são divididos em a e b)
Qual o tratamento adotado nos pacientes com neoplasia de esôfago T1a?
Mucosectomia endoscópica. Por ser um estágio muito inicial, é possível tratar por endoscopia.
Obs: é muito raro o diagnóstico nessa fase!
Qual o tratamento adotado nos pacientes com neoplasia de esôfago T4b ou M1? Qual a melhor modalidade desse tipo de tratamento?
Tratamento paliativo. Melhor modalidade: prótese endoscópica
Qual o tratamento adotado nos pacientes com neoplasia de esôfago T1b - T4a (no resto)?
Esofagectomia com linfadenectomia
Obs: a partir do T1b, há invasão de submucosa, onde se localizam os capilares linfáticos. Logo, nessa fase, provavelmente já há metástase linfonodal, o que exige que seja feita a linfadenectomia.
O que pode ser feito antes da esodagectomia com linfadenectomia, tendo em vista a dificuldade dessa cirurgia?
QT e RT neoadjuvantes (6 semanas antes da cirurgia)
Quais são as técnicas existentes de esofagectomia (2)? Quais a vantagem e a desvantagem de cada uma delas?
1. **Transtorácica**. Vantagem: menos recidivas. Desvantagem: maior morbimortalidade.
2. **Trans-hiatal**. Vantagem: menor morbimortalidade. Desvantagem: mais recidivas.
Outra condição esofágica importante é o divertículo de Zenker. Em que consiste esse divertículo?
Consiste na **herniação da mucosa e da submucosa** através do **trígoni de Killian**, que é uma área de fraqueza na parede posterior do esôfago delimitada pelo músculo tireofaríngeo e pelo esfíncter esofágico superior (o músculo cricofaríngeo).
O divertículo de Zenker é um divertículo verdadeiro ou falso?
Falso (pseudodivertículo)
Qual é a fisiopatologia do divertículo de Zenker?
Hipertonia do esfíncter esofágico superior (m. cricofaríngeo), com consequente retenção de alimento na porção superior do esôfago, onde se localiza a área de fraqueza da musculatura (trígono de Killian)
Quais as manifestações clínicas do divertículo de Zenker (4)?
- Disfagia de condução (o divertículo cheio de conteúdo “empura” o esôfago para frente e pode estreitar a luz)
- Halitose (pela retenção de alimentos no divertículo)
- Regurgitação (geralmente ao deitar)
- Podem ocorrer pneumonias de repetição devido à broncoaspiração do conteúdo do divertículo
Qual o exame padrão-ouro para o diagnóstico do divertículo de Zenker?
Esofagografia baritada
Como é feito o tratamento do divertículo de Zenker?
Miotomia do cricofaríngeo (“cortar” o esfíncter esofageano superior que está hipertônico)
Esse tratamento, no entanto, só funciona isoladamente para divertículos de Zenker pequenos. Para divertículos maiores, é necessário adiocionar alguma outra técnica a esse procedimento. Quais as técnicas disponíveis (2) e a partir de qual tamanho de divertículo uma delas deverá ser empregada?
As técnicas são diverticulectomia (remover o divertículo) OU diverticulopexia (fixar o divertículo para cima na parte posterior do esôfago e na fáscia pré-vertebral).
Esssa técnica deve ser associada à miotomia do cricofaríngeo em caso de divertículo de Zenker >= 2 cm.
Qual modalidade de tratamento pode ser empregada em divertículos de Zenker > 3 cm?
A **septotomia endoscópica** que consiste em romper o septo entre o esôfago e o divertículo, fundindo a luz esofágica à luz do divertículo.
Existem, ainda, 2 divertículos esofágicos importantes, além do divertículo de Zenker. Quais são eles?
- Divertículo médio-esofágico
- Divertículo epifrênico
Qual é a fisiopatologia do divertículo médio-esofágico?
Tem algo fora do esôfago "puxando" a sua parede (é um divertículo de **tração**!). Geralmente é causado por linfonodos inflamatórios mediastinais (ex: TB, neoplasias) ou aderências traqueais.
Qual é a fisiopatologia do divertículo epifrênico?
A pressão aumentada dentro do esôfago "empurra" sua parede para fora (é um divertículo de **pulsão**!). É causado por **hipertonia do EEI (ACALÁSIA)**.
Obs: divertículo de Zenker, causado por hipertonia do EES, também é de pulsão.