Sífilis Flashcards
O que o ministério da saúde preconiza?
Em relação ao ministério, pede para que seja feito sorologias no primeiro e terceiro trimestre, todavia, realizamos todas de 3-3 meses, exceto toxoplasmose que fazemos de 2-2. (HTLV 1 E 2, HEPATITE B, HEPATITE C, SÍFILIS, TOXOPLASMOSE, CMV, RUBÉOLA HIV).
Como analisar sorologia para sífilis?
Temos teste treponêmico (Elisa e FTA-ABS) e o Não treponêmico (VDRL, muito sensível, mas pouco específico, lembrando que analisa AC – anticardiolipina.
Por qual motivo pesquisamos sífilis na gestante?
É necessário pesquisar haja visto que podemos ter uma transmissão vertical, ou seja, não prejudica somente a mãe, mas sim, mãe e feto. Passa através da placenta.
Quem transmite sífilis?
Bactéria treponema Palidum.
Quais 3 principais consequências?
- Aborto (antes de 20 semanas)
-Restrição de crescimento que pode ser analisada pela altura uterina
-Malformações (déficit de crescimento, comprometimento neurológico, comprometimento cutâneo, manifestações dermatológicas, alterações dentarias e alterações ósseas).
Importância para o médico saber da existência dessa doença?
Saber da existência dessa doença no quadro está relacionado com o fato de saber dos riscos dessa gestação, saber orientar a mãe sobre as condutas, medidas necessárias e orientar também sobre os riscos. Lembrando que iremos acompanhar tal gestante por meio da sorologia e exames de imagem.
Quais exames serão pedidos para analisar alterações morfológicas? Quais alterações são vistas? Quando pedir?
US morfológico de 1 trimestre (11-13 semanas e 6 dias), sendo que nesse iremos analisar possíveis cromossomopatias através de (translucência nucal < 2,5mm, presença do osso nasal, válvula cardíaca sem regurgitação e ducto venoso sem alterações). Lembrar que pedimos junto com doppler de artéria uterina (2 artérias e uma veia) para analisar nutrição adequada.
US morfológico de 2 trimestre: Nesse por sua vez realizamos de 20-24 semanas, sendo que, analisamos cérebro, cerebelo, câmaras cardíacas, coluna vertebral e pulmões. Essencial o US de 2 trimestre, uma vez que paciente com sífilis pode ter passado para o feto e o mesmo estar com alterações morfológicas que serão identificadas aqui.
O que preocupar quando gestação avança além do segundo semestre?
Quando passamos do 2 trimestre temos outras preocupações adicionais, como hepatoesplenomegalia, SNC alterado, restrição de crescimento/peso, placenta espessa e chance de microcefalia.
O que muda em relação ao ultrassom obstétrico de terceiro trimestre?
Esse por sua vez seria pedido a gestante somente após 32 semanas, todavia, como temos o risco relacionado à gestação precisamos realizar uma vigilância fetal, logo, pede-se com 28, 32 e 36 semanas. Lembrando que por ser de risco também pedimos mensalmente no último trimestre e mensalmente no último mês. Outro motivo que realizamos com alta frequência, é que mesmo que a mãe tenha tratado corretamente ela já pode ter transmitido ao feto, colaborando assim, para malformações que serão investigadas em tais exames.
Qual importância de uma vigilância tão próxima?
É ideal que a medida que for investigando, qunto mais complicações aparecer, mais investigações teremos que realizar, ou seja, o cuidado e investigação devem ser proporcionais ao risco que oferece à gestação. Temos exemplo de um déficit de crescimento uterino que pode estar relacionado a um déficit de circulação que pode ser resolvido e que pode matar o feto intraútero.
Como proceder em risco imediato de hipóxia com sofrimento fetal?
Deve-se imediatamente interromper a gestação, pois mesmo que seja ideal 40 semanas para o nascimento, condições que colocam o feto em risco de morte são indicativos para interromper a gestação e aceitar um cenário de prematuridade.
Em quem fazer o rastreio de sífilis?
Ideal lembrar que o rastreio de sífilis não será feito para todos, o mesmo só será realizado quando comportamento de risco ou manifestações clínicas sugestivas
Cite as fases da sífilis e as manifestações possíveis:
Sífilis primária: Nesse caso ocorre com 9-20 dias após a infecção, sendo que, temos o famoso cancro duro (lesão única, indolor, bordas elevadas e fundo limpo) que é mais vista em homens, mulheres não é muito achado, pois pode estar no interior da vagina e nas paredes e como é indolor fica difícil de ser notado. Fica de 3–6 semanas e desaparece espontaneamente.
Sífilis secundária: ocorre de 30-60 dias ou 4 a 8 semanas pós infecção, sendo que, nesse caso cursa com lesões dermatológicas como exantema e pústulas, principalmente em regiões palmo plantares. Ideal lembrar que, nesse caso temos lesões que ficam de 1-6 semanas, sendo que, também regridem espontaneamente. Algumas literaturas apresentam que nessa fase podemos ter comprometimento neurológico devido desmielinização da bainha de mielina, colaborando assim, para alterações de sensibilidade.
Fases assintomáticas: entre as fases sintomáticas temos os períodos de latências que não cursam com sintomas e são conhecidos como fase de latência precoce ou fase de latência tardia, sendo que, se precoce teremos um paciente infectado em menos de 2 anos e tardio se mais de 2 anos.
Sífilis terciária: Nesse caso temos um paciente que possuem manifestações do tipo goma/tubérculos, sendo que são lesões mucocutanea podendo acometer mucosas, língua e orofaringe. Paciente pode cursar com linfoadenopatia, neurosífilis em pacientes imunodeficientes e alterações cardíacas.
Quais testes devo pedir para realizar rastreio na suspeita da doença?
Deveremos pedir um VDRL, o qual não é especifico, mas é muito especifico. É possível que venha falso negativo. Ao se ter uma “positividade” sugerida pelo VDRL, logo após, realizamos um teste treponêmico (buscam anticorpos anti treponêmico por meio de IGG e IGM), como FTA ABS IGM que é o de escolha ou ELISA. Lembrar que é um teste rápido, barato e fácil de ser diagnosticado.
Como faço para definir propriamente o diagnóstico?
Por meio de um VDRL positivo peço um FTA ABS IG que também virá positivo. Se VDRL < 1:8 ou muito baixo, repito titulação e se IGG + e IGM -, pode-se indicar uma cicatriz sorológica.
O que interpretar de resultados muitos baixos de VDRL? E se muito alto?
Pode ocorrer devido reações cruzadas, medicamentos, vacinas, etc. Temos que observar valores notoriamente altos, os quais se forem excessivamente altos, devo iniciar o tratamento antes mesmo de solicitar um teste treponêmico, para evitar assim, uma possível transmissão vertical. Lembrando que os riscos de transmissão vertical são de 100% em primária e 90% em secundária.
Como é feito o tratamento?
Lembrar que temos que tratar a paciente e o parceiro, sendo que, o tratamento utilizado é penicilina benzatina, a qual tem a possibilidade e impedir a transmissão vertical de ocorrer. Em algumas referências indicam que o parceiro deva tomar 2 doses, sendo uma em cada nádega de 1.200.000 UI, totalizando em 2.400.000, lembrando de encaminhar o mesmo para o infecto.
O que saber sobre imunidade?
A paciente não irá adquirir imunidade após contato nem após tratamento.
Como deve ser feita a prescrição?
Fase primária (cancro duro): duas doses de 1.200.000, sendo uma em cada nadega dose única.
Fase secundária (exantemas maculopapulares palmo plantar): duas doses de 1.200.000, sendo uma em cada nadega dose única.
Fase precoce e tardia: Não temos um exame especifico que nos permite identificar se essa fase é precoce ou não, logo, tratamos como 7.200.000 UI, sendo que são doses de 2.400.000 uma por semana.
Fase terciária: mesmo tratamento da TARDIA
Neurosífilis: Penicilina cristalina
O que fazer depois de fechado o diagnóstico?
Trato paciente trato parceiro ( encaminho também para infecto) devemos analisar se mãe fez o tratamento correto Analisar se o parceiro foi tratado analisar se não foi reinfectada continuar monitoramento do feto por US obstétrico, pois não sabemos se houve TV ou não.
Como saber se o tratamento foi feito de maneira correta?
Cair duas diluições em 3 meses ou quatro diluições em seis meses. Devemos ter certeza que foi feito com penicilina benzatina haja visto que somente ela previne TV, ver se o parceiro tratou e se não houve reinfecção. ADEMAIS, precisamos analisar se esse tratamento foi realizado 30 dias antes do parto.
Quais são os cuidados a serem seguidos?
VDRL mensal para mãe
Desaparecimento de sintomas
Seguimento clínico
Controle de cura
Qual conduta diante de um VDRL que não apresentou valores de declínio em 90 dias?
Trato novamente, pois a paciente ou não tratou adequadamente, ou foi reinfectada pelo parceiro/parceiros.