Restrição de crescimento fetal Flashcards
1) Qual incidência e as % de acometimento?
Acomete 3-10% de todas as gestações, 1/5 das causas de mortes perinatais e 1/5 dos casos de interrupção de gestação pré termo. 1/3 de toda morbidade perinatal.
2) O que saber do gráfico que relaciona peso do RN a morbimortalidade?
No gráfico conseguimos ver que quanto mais abaixo do percentil 10 a criança nasce, maiores são os níveis de morbimortalidade.
3) RCF é utilizado para se referir ao que, e o que temos que diferenciar?
RCF é um termo utilizado para se referir a um feto que esta abaixo do percentil 10 de peso associado a idade gestacional, lembrando que temos que diferenciar de um feto que está abaixo de 10, mas não está doente, ou sejam questão constitucional, por isso a OMS fala que o número é 5 e na Inglaterra é 3, mas no Brasil utilizamos 10.
4) As causar de restrição de crescimento são dividias em grupos, quais são eles e quais fases eles afetam na gestação?
Grupo I: representado por anomalias congênitas, anomalias cromossômicas, malformações e infecções congênitas. São consideradas causas graves, pois podem acometer a gestação desde o seu início, ou seja, é uma condição agravante que acompanha a gestação muito tempo, logo, atrapalha exponencialmente o crescimento do feto.
Grupo II: representado pela desnutrição, uso de drogas ilícitas, excesso de cafeína, tabagismo e bebida alcoólica. Fase afetada geralmente final do primeiro trimestre e início do segundo, ou final do segundo e início do terceiro.
Grupo III: Esse por sua vez costuma atrapalhar a gestação mais para o final, ou seja, aproximadamente em torno do 3 trimestre, sendo representadas por doenças maternas que alteram vasos (eclampsia, pré eclampsia, lúpus, DM com vasculopatia, etc). Gestação múltipla (gêmeos monocoriônicos). Fatores placentários (insuficiência placentária). Também temos causas desconhecidas.
5) O que saber da relação época de exposição e gravidade?
Quanto mais tempo o feto foi exposto pelo agravante, pior foi seu desenvolvimento, logo, se logo no começo da gestação (fase de hiperplasia celular) feto não desenvolve bem logo na fase de organogêneses. Se mais para o fim da gestação (fase de hipertrofia), não ganha peso corretamente.
6) De quais formas o feto pode se apresentar de acordo com a fase acometida?
Se presente no início da gestação (hiperplasia celular), atrapalha desde a fase de organogêneses, sendo assim, feto simétrico, ou seja, atrapalha ganho de peso e ganho de crescimento, ele é inteiro pequeno.
Se presente no final da gestação temos o feto que cresceu corretamente, mas foi atrapalhado no período de (hipertrofia celular), logo, seu ganho de peso foi prejudicado, se tornando assim, grande e magro, logo, feto assimétrico. Nessa fase de terceiro trimestre (27 para frente), feto saudável chega a ganhar de 15-200 g por semana até 37 semanas.
Se ocorrer entre essas fases (fica difícil diferenciar, sendo chamado de feto intermediário).
7) Qual período mais fácil de fazer diagnóstico RCIU?
Entre 26 e 28.
8) Qual causa mais comum de RCF?
Insuficiência placentária
9) Explique o que precisamos saber sobre as duas classificações existentes?
Temos a restrição de crescimento precoce e tardia.
A restrição de crescimento precoce é a condição mais rara, mais grave, ocorre antes da semana 32, é um problema grave, com dificuldade de manejo, pois são muito imaturos, logo, se precisarem nascer é um problema. Existe uma insuficiência placentária severa que faz com que o feto realize uma adaptação cardiovascular clássica devido sofrimento por hipóxia. Alta morbimortalidade.
A restrição de crescimento tardia ocorre após a semana 32, é menos severa, condição mais comum, não problemas relacionados ao manejo, mas sim ao diagnóstico (diferenciar RCF de PIG). Insuficiência placentária leve/moderada e hipóxia leve/moderada, ou seja, não é o suficiente para acontecer uma adaptação cardiovascular clássica. Temos baixa mortalidade a alta morbidade, pois os problemas que se acentuam devido baixo nutriente e baixo ganho de peso sera déficit neurológico, psíquico e motor, lembrando que terá maior risco de doença cardiovascular na fase adulta.
Quadro de comparação
Condição severa de início precoce
Infrequente
IG < 32 semanas
Problema de manejo
Insuficiência placentária severa
Hipóxia severa (adaptação cardiovascular)
Alta morbimortalidade
Condição menos severa
Frequente
IG > 32 semanas
Problema quanto ao diagnóstico
Insuficiência placentária leve/moderada
Hipóxia leve/moderada (não há adaptação cardiovascular)
Baixa mortalidade: alta morbidade
10) Quando identificamos um bebê abaixo do percentil 10, o que devemos analisar? 4 coisas
Devemos analisar anomalias genéticas, anomalias cromossômicas, malformações fetais, infecções congênitas
(Lembrando que se eu acho a causa, daremos o nome de restrição de crescimento anormal).
11) O que saber se o feto estiver abaixo do percentil 10 por insuficiência placentária?
Uso de drogas, doença materna que afeta vasos, infecções, tabagismo, cafeína em excesso.
12) Como a restrição por insuficiência placentária pode ser dividida? O que é importante destacar quanto ao percentil?
Pode ser classificada em restrição precoce e restrição tardia.
Devemos lembrar que estar abaixo do percentil não é um DX definitivo de RCIU, ou seja, feto abaixo do P10, pode ser restrição de crescimento fetal anormal (malformações, anomalias congênitas, infecções congênitas, anomalias cromossômicas). Podemos estar abaixo do P10 por insuficiência placentária (precoce ou tardia). E feto pequeno institucional (devido potencial genético).
13) O que temos que saber logo de início quando falamos de restrito anormal, restrito precoce, restrito tardio e pequeno constitucional?
Restrito anormal e o restrito precoce: são fáceis de serem diagnosticados, pois desde o começo da gestação eles já apresentam falhas no desenvolvimento. No entanto é mais difícil distinguir um restrito tardio de um pequeno constitucional, sendo necessário um estudo mais complexo.
14) Como podemos diferenciar o restrito tardio do pequeno constitucional?
Na restrição precoce o indivíduo sofre uma adaptação cardiovascular clássica, ou seja, uma placenta insuficiente leva alteração do doppler mostrando artéria umbilical com resistência aumentada, sendo que, diante dessa situação com diminuição do fluxo, teremos o que conhecemos como centralização do fluxo por meio da vasodilatação de artéria cerebral média, carótidas e as que irrigam suprarrenais, ou seja, direcionando o fluxo para órgãos nobres. Temos posteriormente dilatação do ducto venoso, alteração cardiotoco, perfil biofísico e óbito.
Já o bebê que sofre restrição tardia não sofre tal alteração cardiovascular clássica, já que a insuficiência placentária e o cenário de hipóxia é leve. Assim, não há alteração no doppler, pois é necessária uma perda de 25-30% da umbilical para que seja causada uma insuficiência moderada a grave. Na restrição tardia é inferior a 35%, logo, não altera umbilical. No entanto, por ser tardio esse feto já está aumentado em tamanho, sendo então necessário uma maior quantidade de nutrientes, sendo assim, qualquer diminuição pode levar a cenários de dilatação da ACM para redirecionar o fluxo, ou seja, uma centralização fetal. LOGO, LEMBRAR QUE NÃO ALTERA UMBILICAL, MAS ALTERA CEREBRAL.
Portanto para diferencia-los???
15) Quando vamos avaliar o bem-estar fetal, o que iremos analisar?
Doppler de umbilical e doppler de artéria cerebral média.