HIPERTENSÃO NA GESTANTE Flashcards
1) Qual a importância de analisar os níveis pressóricos?
É ideal monitorar os níveis pressóricos uma vez que altos picos de pressão podem prejudicar tanto pessoas fora de gestação quanto as gestantes, todavia, nas gestantes levamos em consideração que está prejudicando não só a mãe, mas também o feto
2) Como saber diagnosticar uma HAS? Diferenciar diagnóstico de sinal de alerta
Emergência hipertensiva é acima de 160x110, ou seja, uma única aferição nesses níveis já fecha um diagnóstico de hipertensão da gestante em questão. Todavia níveis acima de 140x90, mas que ainda não chegou a um nível de emergência hipertensiva, nos representa como um sinal de alerta, ou seja, precisamos de duas aferições para fechar diagnóstico dessa paciente que apresentou nível de alerta, lembrando que devem ser duas aferições em momentos diferentes (intervalo de 4-6 horas). Sendo assim, seria ideal no sinal de alerta indicar uma curva pressórica para a paciente, sendo que dessa forma, conseguimos analisar possíveis elevações que estavam sendo ocasionadas por fatores externos, ou se realmente a paciente pode ser diagnosticada como hipertensa.
3) Casos em que a sistólica está 140, mas a diastólica mais de 90?
Indicar curva pressórica para análise.
4) Qual conduta para uma paciente com sinal de alerta?
Indicar curva e analisar os níveis pressóricos
5) Qual conduta para uma paciente em emergência hipertensiva?
Mesmo diante de uma única aferição já se enquadra para fechar diagnóstico.
6) Como funciona uma rotina normal, e qual sua alteração diante de sinais de alerta? Qual outra observação quanto aos sinais de alerta?
Em um pré-natal normal pedimos sorologias, controle glicêmico e até mesmo controle pressórico, todavia, na presença de sinais de alarmes passamos a antecipar os encontros com a paciente entre 2-5 dias.
O que ocorre que algumas gestantes desenvolvem hipertensão na gestação e outras não? Qual mecanismo fisiológico?
Temos que lembrar que na gestação possui um aumento do volume circulante e que isso é uma características fisiológica que faz aumentar tanto a frequência cardíaca quanto o debito cardíaco, sendo assim, fisiologicamente temos uma vasodilatação compensatória e essencial para que seja possível manter um fluxo adequado, todavia, essa vasodilatação tende a diminui a pressão da paciente, ou seja, uma paciente com normotensa fica hipotensa, uma hipertensa fica normo tensa, e assim por diante. Isso significa que em condições normais, as gestantes em si tendem a ter os níveis pressóricos reduzidos.
Entretanto, podemos ter defeitos nas ondas migração trofoblástica. Logo após a fecundação temos por volta da 8-10 semana de gestação a primeira onda que dá origem aos vasos de comunicação circulatória entre a mãe e o feto. Entre a 16-18 semana teríamos a segunda onda trofoblástica, na qual iríamos ver os vasos perdendo a camada muscular que possuem para conseguirem se dilatar e permitir a vasodilatação que deveria ocorrer em resposta ao aumento fisiológico do volume circulatório da gestante. Como podemos ter uma falha nessa fase, os vasos não perdem sua camada muscular e com isso os vasos oferecem maior resistência ao fluxo, sendo assim, proporcionando um cenário de aumento da pressão arterial. Dessa forma começamos a ter lesão endotelial dos vasos proporcionado pela resistência ao fluxo existente.
O que é importante destacar quanto ao grau da lesão endotelial?
Quanto maior o grau de lesão endotelial, mais difícil fica o controle do cenário hipertensivo. Ou seja, até mesmo com uso de fármacos esse controle fica dificultado.
9) Qual observação devemos saber sobre o uso de fármacos em altas doses ou associados com outras drogas?
Fármacos em doses elevadas ou até mesmo associações de medicamentos a fim de realizar controle pressórico podem trazer mais reações adversas tanto para mãe quanto para o bebê. Ademais temos casos que são necessários interromper a gestação, pois a lesão endotelial é tão grave que o aumento da pressão justifica o ato de interromper o processo gestacional antes da hora.
10) Qual importância do DX?
Importante para acompanhar essa gestante mais de perto, sendo que, podemos ter complicações maternas e fetais. Ou seja, os dois se beneficiam de um diagnóstico acompanhado de um tratamento correto.
11) Toda gestante com hipertensão deve tratar?
Isso depende de paciente para paciente, uma vez que, se na curva pressórica a maioria das aferições forem em valores normais, apresentando somente 2 valores alterado, iremos acompanhar essa gestante mais de perto, mas não realizaremos tratamento medicamentoso. Todavia, em condições nas quais temos maiores eventos com aferições numerosamente maiores de alterações pressóricas devemos sim iniciar o tramento. Ou seja, isso vai depender bastante do nível de comprometimento endotelial dos vasos, pois o tratamento pode ser tanto ambulatorial, ou se necessário internação (como no caso da emergência hipertensiva).
12) O que pode ocorrer em casos muito graves de lesão endotelial?
Dependendo do nível da lesão endotelial, nem mesmo o uso de fármacos irão conseguir ajustar o controle pressórico.
13) Qual tratamento mais aceito até então para controle da emergência hipertensiva?
-Utilizamos HIDRALAZINA (sendo uma ampola de 1ml diluída em 19ml de água destilada, com isso, temos uma solução de 20ml que será administrada de 5-5ml a cada 20min, se necessário aplicar uma seguida da outra se a pressão não estiver abaixando, lembrando que a HIDRALAZINA será ENDOVENOSA.
-Utilizamos metildopa via oral, a qual terá por finalidade a manutenção dos níveis pressóricos de um modo mais prolongado. A sua dosagem varia de 750mg-2000mg, sendo que a dose de 2 gramas é a dose máxima dessa medicação.
-Utilizamos a NIFEDIPINA: em casos em que mesmo diante de uma dosagem máxima de metildopa não alcancemos a meta pressórica desse paciente. Sua dosagem é de 20mg 8-8horas
-Utilizamos o PINDOLOL: quando mesmo em associação com a NIFEDIPINA, ainda não alcançamos, sendo que a dose começa com 5mg de 8-8 e depois passa para 10mg se necessário. (Máximo de 30mg/dia a margem de segurança).
14) Qual detalhe importante sobre a metildopa que a diferencia de outras medicações?
As outras medicações podem nos trazes riscos de malformações congênitas, ou seja, ode prejudicar o desenvolvimento do feto, como o caso de oligoâmnio, no qual temos uma quantidade de volume reduzida na bolsa, responsável por possíveis distúrbios ao longo da gestação.
15) Qual resumo de quem deverá ser tratado?
Em resumo temos que saber que poucas gestantes não vão realizar o tratamento como explicado acima. Outras já possuíam Hipertensão prévia, ou seja, se ocorrer a segunda fase de migração trofoblástica de forma normal, as vezes podemos até mesmo retirar os medicamentos.
16) Como funciona a rotina depois de adequar as doses?
Depois de conseguir adequar as doses teremos uma paciente que poderá voltar de forma mais espaçada para acompanhar.
17) Como podemos classificar as doenças hipertensivas na gestação?
Hipertensa gestacional
Hipertensa crônica
Pré eclampsia
Hipertensão crônica com pré eclampsia
18) Quem são as hipertensas gestacionais?
Hipertensa gestacional será aquela gestante que tinha níveis pressóricos normais, e que devido uma falha na segunda onda de migração trofoblástica teremos um aumento da mesma, LEMBRANDO QUE, ESSA MANIFESTAÇÃO de aumento pressórico irá ocorrer após a vigésima semana. As complicações materno-fetais não são tão graves
19) Quem são as gestantes com pré eclampsia?
Nesse caso, também temos defeito na segunda onda de migração trofoblástica, mas temos que lembrar que, a lesão endotelial do vaso foi maior. As gestantes com pré eclampsia são aquelas que apresentam alterações pressóricas associadas à lesões de órgão alvo, que pode ser rim (proteinúria acima de 300mg e 24h, sendo muito grave quando mais de 2000mg) e problemas hepáticos que levam às alterações enzimáticas. Lembrar então que, atualmente, qualquer alteração de nível pressórico que cursa com lesão de órgão alvo é denominada pré eclampsia.
O que é a síndrome de HELLP vista na pré eclampsia?
H de hemólise, ou seja, hemoglobina menor que 10,5
E de elevação de bilirrubina >1,2 e DHL> 600
LL de aumento de AST E ALT >2X
P de plaquetopenia, ou seja, menor que 100.000.
21) O que é eclampsia?
A eclampsia por sua vez é quando temos comprometimento neurológico, ou seja, convulsões tonica-clonica que ocorrem associadas às elevações de pressão. Lembrando que se a paciente já chega convulsionando não precisamos realizar proteinúria para saber se é eclampsia.
22) O que é iminência de eclampsia por definição?
Iminência no caso seria início do comprometimento neurológico (edema neurológico devido picos pressóricos) e começo de apresentação de sinais e sintomas que precedem convulsão (pico pressórico associado à escotomas, turvação visual, dor epigástrica, náuseas e vômitos). Hoje falamos o termo pré eclampsia para toda gestante que chega com alterações de níveis pressóricos associado às lesões de órgão alvo, após 20 semanas, pois antes disso, não tem como dar DX de HIPERTENSAO.
23) Como são as gestantes hipertensas crônicas?
As gestantes hipertensas crônicas já possuíam esse diagnóstico prévio, todavia, se tudo ocorrer bem na gestação, como as ondas de migração trofoblástica, até mesmo a hipertensão dela tende a diminuir durante a gestação e ficar normotensa, uma vez que temos os mecanismos de vasodilatação associados à gestação. Sendo assim, pode ser até que realizamos uma possível retirada dos medicamentos.
24) Como funciona um quadro de hipertensão crônica com pré eclampsia sobreposta?
Paciente já tinha hipertensão, teve uma falha na segunda onda de migração trofoblástica e com isso piorou mais ainda a lesão endotelial dos vasos, proporcionando assim, um aumento elevado dos níveis pressóricos associado a lesão de órgão alvo. (LEMBRAR QUE AQUI A CHANCE DE COMPLICAÇÃO É AINDA MAIOR).
25) Quais são as complicações clássicas que a mãe pode ter relacionada às elevações pressóricas?
Pré eclampsia
Iminência de pré eclampsia
Eclampsia
Síndrome de HELLP
Descolamento de placenta (cujo maior fator de risco para que ela ocorra é a hipertensão).
26) Como proceder em casos de iminência de eclampsia ou eclampsia?
Diante de um cenário como esse precisamos resolver as alterações pressóricas e diminuir o risco de convulsão. Sendo assim, iremos administrar HIDRALAZINA EV + metildopa VO para controlar os níveis pressóricos. Ademais utilizaremos o SULFATO DE MAGNÉSIO que irá atuar cuidando da parte neurológica (diminui edema, ajuda também no controle da PA e tira a mãe do risco eminente de convulsão).
27) Quais reações adversas o sulfato de MG pode causar, o que deve ser feito e qual seu antídoto?
Apesar do sulfato de magnésio ser muito importante para controle da parte neurológica, ele possui algumas adversidades como diminuição do reflexo patelar, diminuição da FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA (usar máscara de O2) que pode levar a um quadro de hipóxia e até mesmo uma diminuição da diurese (que deverá ser acompanhada por sonda). Sendo assim, o maior medo de utilizar essa droga para controle neurológico é que ela pode levar à uma intoxicação, ou seja, levar à um quadro de hipóxia. Lembrar que nesses casos, de intoxicação podemos utilizar de prontidão o antídoto, que seria o gluconato de cálcio. Logo, devemos considerar que o paciente que está em uso dessa droga deve ser monitorizado/acompanhado de mais de perto.
28) O que temos que ter em mente em relação à iminência de eclampsia?
Sinônimo de interrupção da gestação.
29) Como proceder para dar início ao processo de interromper a gestação diante de um cenário de pré eclampsia/eclampsia?
Lembrar que se mãe cursar com alteração de níveis pressóricos e neurológicos precisamos cuidar dos dois cenários, sendo assim, HIDRALAZINA com metildopa para pressão e sulfato de magnésio para preservar cenário neurológico. Após dar sulfato de magnésio, esperamos de 4-6 horas para estabilização da paciente, sendo assim, após estabilização interrompemos a gestação. Todavia, precisamos lembrar que, mesmo se não estabilizar precisamos interromper. Devemos lembrar que precisamos manter o sulfato de magnésio até 24 horas após interromper gestação.
30) O que fazer se mãe chega com convulsões?
Nesse caso já concluímos que está em eclampsia, ou seja, convulsões tonica-clonica acompanhadas de manifestações neurológicas que podem causar sequelas neurológicas graves. Tentamos estabilizar antes de interromper, mas se não der certo, interrompemos do mesmo jeito.
31) Qual função do corticoide?
Geralmente os corticoides são utilizados para conseguir ganhar mais tempo para o feto na gestação e para ajuda-lo desenvolver (principalmente aparelho respiratório). Tanto que na HELLP ele é utilizado para aumentar os níveis de plaquetas.
32) Como funciona os cenários em que a paciente não chega com os sintomas clássicos da eclampsia?
As vezes a paciente pode chegar com sintomas que não são clássicos, como cefaleia, náuseas, vômitos e PA ligeiramente aumentada. Nesse caso realizamos a proteção neurológica do mesmo modo com sulfato de magnésio, mas não pensamos em interromper a gestação. Lembrar que como o sulfato pode ser toxico ficamos monitorando mais de perto (o2, diurese e reflexo patelar), lembrando que esse quadro quando não é muito clássico, rapidamente as manifestações desaparecem.